quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Exclusivo! Atacante Júlio César fala sobre Grécia, Romênia, Portugal,Índia e muito mais!

.Júlio César da Silva e Souza é mais um daqueles jogadores que saíram jovem do Brasil, fizeram sucesso no exterior e ficaram conhecidos por aqui anos mais tarde.
Júlio César em sua rápida passagem pela Índia


O atleta de 36 anos iniciou sua carreira no Fluminense em 1998. Década essa que o Tricolor passava pela pior fase de sua história onde chegou até a Série C do Campeonato Brasileiro.

" Essa fase realmente não foi fácil. Nesse período  subi com mais um garoto da base para os profissionais e o clube passava por muitas dificuldades. Mas o professor Parreira fez um grande trabalho e conseguimos o título da Série C (1999) e tirar o Fluminense de lá", relembrou o atacante em entrevista exclusiva ao Arquivos e histórias F.C.

Apesar de ter sido revelado pelo clube das Laranjeiras, a primeira agremiação de Júlio César poderia ter sido outra: o Anderlecht da Bélgica. Chegou a ficar um mês no país europeu, mas por  falta de acordo financeiro entre os empresários do brasileiro e a equipe de Bruxelas o contrato não foi assinado.


"Minha primeira chance foi em uma peneira na minha cidade natal (Itaguaí/RJ). Uns empresários belgas apareceram querendo dois jogadores de 17 anos. Como não estava fazendo nada, pensei 'Vou lá jogar uma bola e ver no que dá'. Acabou que fui muito bem nos jogos e convidado a ir à Bélgica. Fiquei um mês no Anderlecht, fomos muito bem, cheguei a fazer gols, mas os empresários pediram muito dinheiro e o clube não quis pagar.Voltei ao Brasil, fiquei quatro meses no Vasco e fui bem. Mas não era federado e acabei dispensado. Então, no aniversário de Itaguaí/RJ, fizemos uma seleção e jogamos contra o Vasco. Ganhamos de 5 x 0, fiz três gols e o Gilson Gênio me convidou para fazer um teste no Fluminense. Na época, eu já tinha quase 18 anos e consegui passar", contou o futebolista.

Ainda jovem, em 2002, deixou o Fluminense e se transferiu para o Lokomotiv Moscou da Rússia.  O atleta foi para o futebol russo em uma época em que não era comum ter brasileiros atuando por lá. No entanto, o itaguaiense  foi campeão russo e da Copa da Rússia.

"No começo foi muito difícil. O idioma é muito complicado de aprender. O futebol também era difícil de se jogar, com muito contato. E para um brasileiro que tinha pouco tempo de profissional não foi fácil. Mas o time era muito bom e tive a felicidade de ganhar os dois maiores títulos do país na minha passagem por lá, o Campeonato Russo e a Copa da Rússia", recordou o sul-americano.

Depois de atuar pelo Rubro-Verde moscovita, Júlio César se aventurou em Portugal com passagens por Estrela Amadora e Gil Vicente (2003/05). A boa passagem quase rendeu uma transferência para o Porto por recomendação de José Mourinho. O clube do norte lusitano havia ganho em 2003/04 a Champions League.

"Realmente foi mais fácil a adaptação por estar em um país que fala sua língua. Fiz um grande campeonato pelo Estrela da Amadora, me destaquei e fiz dez gols. Tive a possibilidade de ir para o Porto, por indicação do José Mourinho, mas ele acabou indo para o Chelsea e o negócio não andou. Depois, passei rápido no Gil Vicente", contou.

Em 2005 foi contratado pelo AEK da Grécia e possivelmente viveu o auge de sua carreira. O atacante afirma que foi a equipe que mais gostou de atuar e que hoje é torcedor do clube.

"O AEK é o clube do meu coração. A Grécia é um país fantástico e o clube é sensacional. Tenho certeza de que foi a melhor fase da minha carreira. Me recordo do jogo contra o Milan, que tinha uma seleção na época e acabou campeão (Champions League) naquela temporada 2006/2007. O estádio estava lotado e tive a felicidade de fazer o gol da vitória por 1 a 0. O resultado ficou marcado na história do clube. A vitória completou 10 anos no dia 21 de novembro e recebi muitas mensagens de torcedores gregos lembrando do dia", afirmou o brasileiro que tem mais de 200 jogos pelo clube de Atenas e permaneceu até 2008.

Seu próximo clube foi o Rapid Bucaresti da Romênia, onde não guarda boas recordações.

"Fui para Romênia pois era um bom contrato e por um período longo. Fui pelo convite do treinador José Peseiro, que me conhecia de Portugal. Mas não gostei do campeonato. Os estrangeiros não eram bem recebidos e qualidade era fraca", disse o boleiro.

Atuou duas temporadas no  Gaziantepspor da Turquia (onde foi vice-artilheiro do Campeonato Turco 2009/10 com 13 gols) e em 2011 retornou ao seu país de origem para atuar no Figueirense. Foi no clube catarinense que Júlio César ficou conhecido pelos brasileiros.
Brasileiro em sua passagem pela Turquia (Créditos:arquivo pessoal)


" Creio que foi no Figueirense que fiquei conhecido no Brasil. Quando voltei ao Brasil, percebi um jogo mais rápido e que necessitava muito da parte física do atleta", relembrou o jogador ao comparar o futebol jogado aqui quando saiu e em seu retorno.

Em 2013 passou pelo Coritiba sendo campeão paranaense e dois anos depois atuou no Ceará, onde conseguiu livrá-lo de um inédito descenso à Série C do Brasileiro.

"Quando cheguei, o grupo já estava se achando rebaixado. Com a chegada do Marcelo Cabo, o grupo reagiu. Eu não tenho problema com pressão. Sou experiente e me dou bem com ela. Procurei dar muito suporte aos mais novos.Na última rodada foi um sentimento de alívio muito grande. Jogando dentro de casa então, foi muito emocionante", afirmou o jogador.

Teve uma breve passagem pelo Mirassol este ano e depois foi atuar na Índia, no GOA F.C. O clube da cidade de Vasco da Gama é comandado por Zico.

"Me adaptei muito bem na Índia, em relação a comida e ao local onde fiquei hospedado. Mas morar lá não foi fácil, pois desta vez minha família não pôde me acompanhar. O campeonato é muito bom. Os jogos tem um nível forte e os jogadores indianos estão melhorando.  Trabalhar com o Zico foi um prazer, por toda sua experiência", contou o jogador que não pensa em aposentadoria.

"Pretendo seguir atuando no futebol e ainda não penso em aposentadoria", finalizou.

A Superliga Indiana ocorreu entre o dia 1 de outubro e 18 de dezembro e o GOA F.C. ficou em último lugar (oito times no total) com 15 pontos ganhos em 14 disputados.

Bônus:
Outras respostas de Júlio César:
1)Liga mais forte que atuou?R: Brasileira.
2)Liga mais fraca que atuou?R: Romena.
3) Melhor técnico que trabalhou?R: Jorginho e Oswaldo de Oliveira.Treinadores que dão oportunidade para os atletas se expressarem.
4)Melhor dupla de ataque que já formou? R:Foi com o Nikos Liberoupoulos, no AEK






domingo, 18 de dezembro de 2016

Exclusivo! Atacante Vinicius fala sobre período no Coritiba e retorno ao Palmeiras

Vinicius Santos Silva Souza fez toda a sua formação como atleta no Palmeiras. Chegou aos 12 anos e sua estreia profissional pelo Palestra Itália foi Campeonato Paulista de 2010. Naquela ocasião, o Alviverde venceu o Rio Branco por 2 a 1. Nesta mesma temporada, anotou seu primeiro tento, em um triunfo sobre o Noroeste, pelo Estadual, por 2 a 1. Isso fez com que o futebolista até então com 17 anos  7 meses e 6 dias se tornasse o segundo jogador mais jovem a marcar com a camisa do Verdão. Perde por 1 dia para o famoso Mazzola.

Crédito: Coritiba/Divulgação
O paulistano ainda integrou os elencos campeões da Copa do Brasil 2012 e da Série B do Brasileiro de 2013.

No entanto, pouco aproveitado, acabou atuando em outras equipes como Vitória/BA, Capivariano/SP, Ceará/CE e recentemente no Coritiba/PR.

O futebolista de 23 anos se mostrou feliz com sua passagem pelo Coxa-Branca, principalmente quando Carpegiani assumiu o comando, o colocando para atuar como meia-atacante.

Vinicius ainda tem vínculo com o Palmeiras, mas não sabe se atuará em 2017 pelos atuais campeões brasileiros.

Confira:


1)Em 2016 atuou, por empréstimo, no Coritiba. Como avalia sua passagem pelo Coxa-Branca?

Foi uma boa temporada. No primeiro semestre tive muitas oportunidades e acabei obtendo destaque na competição estadual. No segundo semestre tive algumas dificuldades para me manter na equipe titular, fui para o banco e, depois, recuperei a confiança da atual comissão técnica. Isso me ajudou a ganhar novas oportunidades. Tanto que, com o Carpegiani, fui mais utilizado.

E a temporada foi boa também porque no Coritiba atuei numa posição nova, como meia-atacante. Aprendi muito e pude ajudar a equipe.


2)Nesta temporada, o Coritiba teve três treinadores: Gilson Kleina, Pachequinho e Carpegiani. Como foi trabalhar com cada um deles? Diga as diferenças e semelhanças em seus trabalhos?

O Gilson sempre depositou muita confiança no meu trabalho e me ajudou muito no Coritiba. Com o Pachequinho acabei tento poucas oportunidades, mas o Carpegiane me ajudou na retomara positiva. Tanto que entrei e dei o passe para o gol do Kleber, o de empate contra o Flamengo, no Maracanã. Entre outros jogos que atuei mais.

3) Com o término do empréstimo do Coritiba retornará ao Palmeiras em 2017. Acredita que terá uma chance no clube paulista?
Retorno ao Palmeiras. Acho que retorno num elenco que já tem a sua base feita, campeã. Isso, de fato, pesa para ter oportunidades. Acho que volto mais maduro e posso ajudar o clube. Mas isso vai depender da comissão técnica atual. Vou fazer o meu trabalho.

4)Chegou a estar presente no elenco do Verdão campeão da Copa do Brasil e da Série B. O que recorda destas conquistas?

Foram conquistas importantes para a minha carreira. Cresci muito com elas. Acredito que isso foi um fator importante na minha carreira, mas infelizmente não tive mais sequências com a camisa do Palmeiras.

5) Ainda teve passagem pelo Vitória (2014) e Ceará (2015). Como foram esses períodos nos clubes nordestinos?

Também foram períodos importantes, principalmente no meu caso. Sou um atleta novo ainda, mas que tem uma bagagem considerável. O futebol do nordeste tem a sua particularidade. E isso agrega ao atleta. Fiquei muito feliz de ter vestido essas camisas.

6) Por fim, está com 23 anos. O que ainda almeja no futebol?

Almejo, sempre, títulos pelos clubes que represento. O jogador fica marcado pelas conquistas. Ainda não sei qual será o meu novo destino, porém, sei que estou num ótimo caminho de amadurecimento profissional e pessoal. 

sábado, 17 de dezembro de 2016

Exclusivo! Zagueiro Yago comenta sua temporada pelo Corinthians!

2016 foi um ano  esquecível para o Corinthians. Nenhum título e coadjuvante em todos os torneios que disputou.

Entretanto com o desmanche do time campeão brasileiro de 2015, o zagueiro Yago, oriundo das categorias de base do Timão, teve mais chances de atuar no profissional. Com a saída de Gil, o defensor fez dupla com Felipe. Este último, no meio do ano se transferiu para Portugal.

Crédito da foto: Ag.Corinthians


Além de ter sido o ano de afirmação na equipe principal, Yago ainda foi pego no antidoping (uso de anti-inflamatório por conta de dores no joelho) no Campeonato Paulista e ficou 30 dias suspensos.


Em outubro, Yago Fernando da Silva sofreu uma lesão na coxa esquerda no empate sem gols diante do Atlético/MG e não entrou mais em campo este ano.

O paulistano de 24 anos espera estar recuperado deste problema e estar junto do elenco que iniciará a pré-temporada de 2017.

Confira

1)      Em 2016 teve sua primeira sequência de jogos pelo Corinthians, atuando com frequência no Paulista e Brasileirão. Como avalia essa sua temporada pelo Timão?
Minha temporada foi positiva, mesmo tendo a lesão no segundo semestre e a minha superação contra a acusação do doping. Acho que me firmei no time titular, mas em decorrência do momento que o time foi mal, passei por questionamentos. Isso é normal no futebol.
Em resumo, foi um ano de mudanças no clube, isso na parte da comissão técnica e requer uma adaptação de todo o elenco.

2)      Em 2016, o Corinthians teve como treinadores Tite, Fábio Carille, Cristóvão Borges e Oswaldo de Oliveira. Como foi trabalhar com cada um deles? Descreva semelhanças e diferenças nestes treinadores?
O Tite é uma figura ímpar, por isso merece tudo que está acontecendo na carreira dele. Com ele evoluí muito profissionalmente. Os outros treinadores também me ajudaram em diferentes aspectos. Cada um com a sua particularidade. Com o Oswaldo tive pouco tempo para trabalhar.

3)      Na última temporada, o Corinthians terminou como campeão brasileiro e ao longo deste ano a base foi se desmanchando. Na sua opinião, isso contribuiu para que a equipe não ganhasse um título sequer em 2016? Como afeta um elenco essas saídas ao longo da temporada?
De fato, as saídas mudam o esquema do time. E isso requer adaptação de todos. Vínhamos de uma temporada perfeita e o torcedor quer sempre mais. Infelizmente, não conseguimos repetir o ano passado. Mas creio que o torcedor pode esperar um 2017 diferente, com o elenco mais coeso e, eu, particularmente, mais dedicado para obter êxitos.

4)    No Paulista acabou tendo um momento polêmico onde foi pego no antidoping e suspenso por 30 dias. Como foi sua reação ao saber da punição e que lição levou disso?
Isso já foi superado. A minha família e o clube me ajudaram a superar o baque. Creio que a superação me deu ainda mais força para seguir jogando e mostrando o meu futebol. Afinal, estou no clube que tem enorme visibilidade e, portanto, não há lugar melhor para mostrar o trabalho e a superação.

5)      Terminou a temporada com uma lesão na coxa esquerda. Como está o tratamento e pretende voltar já na pré-temporada?
O tratamento foi bom. Pretendo já apresentar o 100% na pré-temporada e voltar com força máxima para ajudar o time em 2017.

6)      Como analisa o desempenho da dupla Vilson e Balbuena, que foram titulares nas últimas rodada do Brasileirão?
Jogar no Corinthians é de uma enorme responsabilidade. Meus companheiros foram muito bem e assumiram a responsabilidade. Nosso time tem uma disputa sadia e sabemos que quem estiver melhor, atua. O importante é ajudar o clube.

7)      Por fim, deixe um recado para a torcida do Corinthians.
Quero agradecer o torcedor pela força que deu ao clube em 2016. E que com o apoio de cada torcedor possamos, juntos, retomar o caminho de glórias em 2017. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

Exclusivo! Lateral Pires fala sobre sua experiência na Bélgica!

Nesta sexta-feira, o Arquivos e Histórias F.C. traz um bate-papo com o lateral-esquerdo Pires que no segundo semestre de 2016 saiu do Brasil e foi defender o A.F.C.Tubize da segunda divisão da Bélgica.

O carioca de 23 anos iniciou sua carreira no América/RJ, mas seu grande momento foi atuando pelo Vila Nova/GO em 2013 onde conseguiu o acesso à Série B do Brasileiro.

Alan Graça Pires afirma que o mais difícil no país europeu é a adaptação ao frio e ao idioma (cidade de Tubize fica na Valônia, parte que fala francês na Bélgica). No entanto, o brasileiro afirma estar gostando de sua experiência no exterior.

Pires em seu atual clube na Bélgica
No momento, o clube fundado em 1953 é o quarto colocado com 21 pontos ganhos em 17 jogos disputados. São oito equipes na disputa e apenas a campeã consegue o acesso.  O líder é o KSV Roeselare com 35 pontos.

Confira:
1) O que o motivou a sair do Brasil e atuar na Série B da Bélgica?
Todo jogador quer atuar na Europa e eu vindo para a Série B da Bélgica tenho uma visibilidade imensa para mostrar meu trabalho e dar passos maiores na minha carreira.

2) Quais foram as dificuldades que encontrou quando foi morar em Tubize? Que diferenças de treinos você viu em seu novo clube e o que via no Brasil?
Tubize é uma cidade aconchegante e boa de se viver. Minhas maiores dificuldades foram em relação ao frio e ao idioma. Viver em um lugar e não saber se comunicar é complicado. No entanto, hoje já entendo melhor o francês e com o jeitinho brasileiro vou levando.

Aqui os treinos são excelentes. São mais pegados,com chegadas duras. Diferente do Brasil. Aqui você tem que treinar como se fosse jogar.

3) Dentro de campo qual a principal diferença que viu entre o jogo no Brasil e na Bélgica?
Futebol brasileiro é mais cadenciado e muita qualidade técnica. Aqui na Bélgica, falando da segunda divisão, futebol é bem pegado, força física, toque rápido e muita velocidade. Aqui você tem pouco espaço para pensar, então é muito dinâmico. Sempre estamos correndo.

4) Em 2013 atuou no Vila Nova/GO, onde conseguiu o acesso à Série B do Brasileiro. É possível usar  essa experiência adquirida ai na Bélgica ou são realidades diferentes?
Na verdade eu tenho que levar isso comigo por onde passar. Toda experiência e tudo que vivi no Brasil, principalmente na Série C, levo como aprendizado. Atuei com grandes jogadores e aprendi muito.

Hoje estou em um futebol totalmente diferente, mas tudo aquilo que ganhei de experiência no Brasil certamente vai estar comigo por onde eu passar.

5) Por fim, o que ainda almeja no futebol?
 Eu cheguei à Europa para dar um 'salto grande' na minha carreira. Lógico que com 'os pés no chão', foco no trabalho e Deus no comando. Meu objetivo é atuar na primeira liga, na Champions League, mas isso tudo vai com o trabalho de cada dia. Devagar vou buscando isso para a minha carreira. No entanto, meu principal objetivo é dar meu melhor na minha equipe e alegria para os torcedores.

Em tempo: Pires conta com passagens Boavista/RJ, Duque de Caxias/RJ, Cabofriense/RJ, Madureira/RJ , Glória/RJ, além dos já citados América/RJ e Vila Nova/GO.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Com o rebaixamento do Inter mais uma zoeira se foi

O futebol é o que é pela paixão de seus torcedores por seus clubes e também pelo prazer em debochar e odiar um ou mais clubes rivais. Sem a zoeira, o futebol teria mais dificuldade para sobreviver.
Vasco e seu sofrimento com três rebaixamentos em sete anos


O torcedor adora contar as vantagens de seu clube e apontar os podres de seu rival.Quando um colega aponta os podres de sua equipe, o adepto nunca dá o 'braço a torcer' e sempre tenta minimizar ou provar que não é verdade.

Até 1990 o Corinthians sofria por ser um time que tinha apenas conquistas estaduais e regionais. Que não era grande para conseguir algo nacional. Isso acabou quando faturou o seu primeiro Brasileirão.

Década de 90 que os torcedores do Santos sofriam muito. 'As viúvas do Pelé' ,como eram chamados os santistas , tinham que todo dia explicar por qual motivo escolheram este clube como seu e que sim ele ainda é grande e poderoso. Desde que o Rei do Futebol saiu do litoral paulista, o Alvinegro da Vila Belmiro teve poucas conquistas e com pequena relevância para a sua rica história. O Santos vivia apenas de passado, diziam os rivais.

Essa penalização acabou em 2002 com o título de campeão brasileiro. Inédito. Ali os santistas podiam dizer que já tinham gritado 'é campeão' e sabiam sim como comemorar um título. Em 2004 veio o bicampeonato. Em 2010 uma Copa do Brasil e 11 a Libertadores. Enfim, os santistas tinham como provar que eram grandes. A zoeira já era.

Início da virada do século que foi bem difícil para o Corinthians que era o único dos quatro grandes paulistas que nunca havia ganho uma Libertadores. Ganhou um Mundial em 2000. O primeiro título estrangeiro da equipe fundada em 1910. No entanto, um Mundial sem Libertadores, enfrentando o Vasco no Maracanã, e nem a TV Globo transmitindo. Ou seja, uma conquista que virou deboche para os torcedores rivais e que não a reconhecem. Pouco importa se a Fifa acha que é ou não. Penso, as vezes, que era melhor nem ter esse torneio, pois virou mais motivo de chacota do que reconhecimento de outros torcedores.

No entanto, a obsessão para ganhar o torneio das Américas não vinha. A cada eliminação no torneio, vários 'bullyngs' e felicidade dos 'antis'. A graça acabou em 2012. Ganhando a Libertadores e posteriormente um Mundial. Em 2014 ganhou seu estádio. Finalmente.Mais uma zoeira que se foi.

Em Minas Gerais, os atleticanos sofriam muito para explicar porque torciam para um time de apenas uma conquista relevante (Brasileirão de 1971). Gastavam saliva falando sobre a injustiça no Brasileirão de 77 (levado pelo São Paulo), os roubos diante do Flamengo no início dos anos 80 e os campeonatos que ficaram no quase. Via seu maior rival vencer nesse período duas Libertadores, 1 Brasileiro e 4 Copas do Brasil. Haja sofrimento e deboche. Não só em Minas, mas fora de suas fronteiras com outras pessoas questionando a grandeza do Galo. O fardo encerrou em 2013 com a conquista da Libertadores e no ano seguinte com a Copa do Brasil. Sim, dois torneios que o torcedor se orgulha e sente aliviado, pois as zoeiras já eram. Ninguém contesta a grandeza do Alvinegro de Belo Horizonte.

Indo ao Rio Grande do Sul e voltando a 1979 o Internacional faturou seu tricampeonato brasileiro e até então era o maior campeão nacional. Entre 1980 e 2005, o Colorado de relevante levantou apenas a Copa do Brasil em 1992. Viu o Grêmio vencer  um Mundial, duas Libertadores, dois Brasileiros  e 4 Copas do Brasil. Todos viam o Inter com um olhar de pena. Daquele time que vivia do passado. O Tricolor com toda essa bagagem não tinha como perder uma discussão com o Colorado.
Em 2006 veio a alegria e o alívio colorado com a conquista da Libertadores e do Mundo. Um ano para sempre na história do lado vermelho do Rio Grande do Sul. O Planeta Terra agora conhecera outra equipe de Porto Alegre. Não era mais o Sport Club Municipal (maldosamente apelidado pelo jornalista Peninha, gremista roxo).
Sim, o Inter conheceu seu primeiro rebaixamento


Nesse período, o torcedor do Inter se sentia com moral nas discussões e enfatizava que seu clube nunca foi rebaixado. O Grêmio havia caído duas vezes. Sim, os debates ficaram mais acirrados nos Pampas.

Em 2008 veio a Conquista da Copa Sul-Americana. 2010 veio o bi da Libertadores e os gremistas que viviam uma seca grande com medo de um bi-Mundial do seu maior rival. O sonho do bi virou  derrota para o Mazembe. Agora os gremistas voltaram a ter um motivo forte para debochar de seu rival: a eliminação para um fraco e desconhecido clube do Congo. Mas o Inter não havia ainda caído de divisão.

Entre 2011 e início de 16, o Inter faturou seis estaduais consecutivos, uma Recopa Sul-Americana e quase um Tri da América.O Grêmio nada. O clube do Beira-Rio mandava em Porto Alegre/RS e ainda se gabou de ser sede da Copa do Mundo de 2014.

Segundo semestre de 2016, o Inter até chegou a liderar o Brasileirão,mas foi ladeira abaixo, enquanto o Grêmio se mantinha na parte de cima e lutava pela quinta taça da Copa do Brasil. O penta  veio, a seca de quase 6 anos (ou 15 contando os títulos relevantes) se foi e o Internacional, na última rodada, confirmou seu rebaixamento para a Série B.

Mais uma zoeira se foi. Sim,este argumento fica inválido para o clube fundado em 1909.

E assim vai a zoeira, umas acabam, outras surgem, mas isso que ajuda a manter o futebol vivo. Vida que segue.


quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

História! Jogadores relembram o vice-brasileiro de 1996 da Lusa

No próximo dia 15 de dezembro se completará 20 anos do vice-campeonato brasileiro da Portuguesa. A melhor campanha da Lusa em competições nacionais.


A década de 90 foi a última de 'ponta' do Rubro-Verde.  Era um período em que o clube do Canindé frequentava a elite do futebol brasileiro e em algumas edições ficava na parte de cima da tabela.

Além da já citada campanha, em 1997 a Portuguesa chegou até às quartas de final do Brasileirão e em 1998 na semifinal do Paulista, onde foi eliminado em um jogo onde dois pênaltis 'escandalosos' foram marcados pelo árbitro Javier Castrilli  a favor do Corinthians. Até hoje os torcedores da Lusa não esquecem o juiz argentino (este tema também foi abordado nessa matéria).

A situação do Leão começou a piorar em 2002 quando caiu para a Série B do Brasileiro. Virou um time mais de segunda do que primeira divisão. Em 2011, com a 'Barcelusa' campeã da Série B parecia que os anos de glória voltariam ao Canindé, mas o 'caso Heverton' em 2013 a fez afundar de vez no futebol nacional. Esta situação também foi abordada aqui nesta matéria.

Enfim voltando a 1996, para relembrar a trajetória, que por pouco não terminou em título, o Arquivos e Histórias F.C. entrevistou, de forma EXCLUSIVA, ex-atletas que integravam aquele plantel.

Confira:
O Campeonato Brasileiro de 1996 ficou marcado pelo bicampeonato brasileiro do Grêmio (o último gaúcho a faturar esta competição) e pelo não-rebaixamento de Fluminense e Bragantino, por conta da 'virada de mesa', uma prática que era comum no nosso futebol.

No entanto, esta edição contou com o histórico vice-campeonato da Portuguesa. Uma equipe que tinha jogadores experientes como o goleiro Clemer e os volantes Capitão e Gallo, aliado a jovens atletas que subiram para o profissional e se destacaram ao longo da competição, como os zagueiros César e Emerson,os meio-campistas Roque, Rodrigo Fabri e Zé Roberto (este inicialmente na lateral-esquerda), o atacante Tico, dentre outros.

O regulamento previa que os 24 times se enfrentavam entre si em turno único e os oito melhores avançavam ao mata-mata.

A Lusa chegou na última rodada precisando vencer o Botafogo, em Curitiba/PR (os paulistas haviam perdido o mando de campo) e torcer por uma combinação de resultados para se garantir na próxima fase. O Rubro-Verde venceu o clube carioca por 4 a 1 e contou com tropeços de Inter (derrota para o Bragantino), São Paulo (empate com o Paraná) e Sport (revés para o Palmeiras).

Lusa  na última rodada do Brasileirão de 1996


" A campanha da Portuguesa lembrou muito a do Santos em 2002. Um campeonato que era um turno só e depois tinha o mata-mata. Nossa equipe assim como aquela do Santos, era de jovens jogadores e que ao longo da competição foi ganhando 'corpo'.O regulamento nos beneficiou assim como os Alvinegros em 2002.Dificilmente se fosse pontos corridos a Lusa teria sido vice-campeã. O técnico Candinho teve um papel fundamental na montagem do elenco, pois soube a hora certa de lançar os garotos. Conversava com os jogadores, falava o momento certo que faria a transição, nos ajudou muito. Para mim foi tudo muito rápido. No início daquele ano eu estava jogando a Taça São Paulo de Juniores e em dezembro estava disputando a final do Brasileirão." relembrou o zagueiro Émerson, até então prata-da-casa que entrou no lugar do lesionado Jorginho (irmão de Júnior Baiano).

"A goleada sobre o Botafogo deu muita moral e confiança para o elenco. Foi fundamental para gente entrar bem no mata-mata", recordou o atacante Tico, outro futebolista revelado no Canindé.

"Formamos um time a ser batido. Sabíamos do nosso potencial, que tínhamos condições de fazer uma boa campanha, mas não imaginávamos chegar até a final. O título escapou por detalhe. Assim como classificamos no detalhe", relembrou o meia Rodrigo Fabri, a grande revelação da Lusa naquele campeonato.

" Conseguimos a classificação de forma angustiante. Perdemos o mando de campo contra o Botafogo. Éramos um elenco jovem. Mesmo vencendo o Botafogo, tudo ainda era  muito cru. Mesmo indo para o mata-mata não pensávamos no título. A 'ficha caiu' apenas quando chegamos na final", disse o defensor César, que foi contratado por empréstimo da Ponte Preta e fez sua estreia como profissional na equipe paulistana.

Nas quartas de final, o adversário da Portuguesa era o Cruzeiro, líder da primeira fase e favorito ao título.

O primeiro confronto foi no Morumbi e os anfitriões venceram a Raposa por 3 a 0. Gols de Rodrigo Fabri e Alex Alves (2x).Na volta, em um Mineirão com mais de 70 mil espectadores , os visitantes perderam apenas de 1 a 0 e se garantiram na semifinal.


"Usamos a nosso favor o favoritismo dado ao Cruzeiro, onde os 'holofotes' estavam todos para eles. Jogávamos retrancado e era bola para Rodrigo Fabri e Alex Alves, que viviam uma ótima fase e saíam os gols", relembrou Émerson, que atuou na Fabulosa entre 1994 e 2001.

"O Cruzeiro era o atual campeão da Copa do Brasil e tinha terminado a primeira fase na liderança. Todo mundo dava como certa a classificação deles", relembrou o meio-campista Roque.

Na semifinal, o rival era a outra equipe de Belo Horizonte: o Atlético Mineiro.

No embate de ida, novamente no Morumbi, o clube fundado em 1920 venceu o Alvinegro por 1 a 0. Na volta, houve empate em 2 a 2.

"Vencemos apenas por 1 a 0 e ficamos receosos. Sabíamos que era um resultado reversível.No entanto, jogamos retrancados na volta e diante de 82 mil torcedores do Atlético, nos garantimos na final ", relembrou Émerson Carvalho da Silva.

Pela primeira vez na história, a Portuguesa chegava a final e o adversário era o Grêmio. Apesar do feito, o atacante Tico afirma que as declarações de Candinho após o triunfo sobre o Galo não pegaram bem entre os jogadores e isso abalou o elenco, podendo ser um dos motivos que fizeram com que o título não viesse.

" Após superarmos o Atlético Mineiro, o técnico Candinho, em entrevista pós-jogo, se empolgou e disse frases como 'Olha onde eu levei a Portuguesa. Olha o que eu fiz na Portuguesa'. Aquelas declarações não 'pegaram' bem no elenco. Ele parecia querer estar acima dos jogadores. O próprio Clemer discutiu com o Candinho. Depois, os jogadores foram proibidos de dar entrevista na véspera da final. Só o Candinho podia falar. Isso abalou o elenco", revelou Paulo Rogério Alves, o Tico.

Na semana que antecedeu a primeira peleja para definir o campeão, torcedores de vários lugares do Brasil se mostraram solidário com a equipe do Canindé. Em treinos abertos, adeptos dos quatro grandes de São Paulo compareceram e mandaram apoio aos atletas.

No primeiro embate, com um Morumbi para 20 mil pessoas, a Portuguesa venceu por 2 a 0. Os gols foram anotados por Gallo e Rodrigo Fabri.

" Fizemos uma ótima partida. Tivemos várias chances. Poderíamos ter feito 3 ou 4 gols. Penso que se isso acontecesse teríamos ficado com o título", fala o defensor Emerson.

" Poderíamos ter saído com um placar elástico, mas o Candinho era pouco ousado. Parecia satisfeito com o 2 a 0", relembrou Tico.

No duelo da volta, no Olímpico, os paulistas podiam perder por até um gol de diferença que se sagrariam campeões.

No entanto, logo aos 3 minutos, Paulo Nunes fez 1 a 0 para os comandados de Luiz Felipe Scolari.O Tricolor seguiu na pressão e durante a metade do segundo tempo, Felipão tirou o volante Dinho e colocou o meia Aílton, um jogador que não tinha a confiança da torcida gaúcha. Mas aos 39 minutos, em bola alçada na área lusitana, a zaga afasta mal e sobra para Aílton finalizar e fazer o gol do bicampeonato.Um improvável herói tirou a taça do Canindé.

"Faltou maturidade para o nosso time. Penso que se tivéssemos um pouco mais de experiência com certeza sairíamos de Porto Alegre/RS com o título.Enfrentamos uma equipe boa e que tinha mais rodagem que nós. O título ficou em boas mãos", relembrou o zagueiro César que era um dos atletas que estava na jogada do segundo gol gremista.

" A Portuguesa merecia o título. O Grêmio só ficava alçando bola na área. Era nítido que estavam perdidos no jogo.Em uma dessas bolas na área saiu o gol.Uma pena. Penso que o melhor é que tivesse uma prorrogação, pois foram placares iguais e o Grêmio foi campeão por melhor campanha. Em 1996 apenas o campeão tinha vaga na Libertadores. Nem isso pegamos", relembrou Tico, que entrou aos 40 do segundo tempo.

" O clima no vestiário foi muito ruim. Descemos e vimos o Grêmio fazer a festa e eu de tão revoltado nem fui pegar a minha medalha. Sei que outros jogadores também não foram. O Zé Roberto estava chorando muito. Já estava vendido ao Real Madrid e queria se despedir com um título. Tentamos consolá-lo. Mas era muito delicado o momento.O astral melhorou quando chegamos em São Paulo e no aeroporto a torcida nos recepcionou de forma sadia, enaltecendo a nossa campanha e dizendo que fizemos história", emendou.

"Aquela campanha é só motivo de orgulho para aquele elenco. Melhor campanha da Portuguesa em Brasileirões. O vice-campeonato abriu as portas para mim e muitos atletas no futebol e termos uma boa carreira", falou Rodrigo Fabri.

"Venho de uma família de palmeirenses. Comigo não era diferente. No entanto, quem apostou no meu futebol foi a Portuguesa. Tudo que conquistei em campo foi graças a Lusa.Ainda tenho um carinho pelo Palmeiras por causa das minhas duas filhas que torcem pelo clube, mas sou mais torcedor da Lusa do que do Palmeiras", emendou Fabri que atuou no Rubro-Verde dos 12 aos 21 anos.

" A Portuguesa é como uma segunda mãe para mim. Foi quem apostou no meu futebol.  Meu filho de 5 anos pergunta qual time eu torço e falo: Portuguesa", explicou Émerson.

"Quando torcedores me encontram só falam coisas boas sobre o vice-campeonato. Todos falam que era um time de garotos que se doava em campo. É uma recordação agradável. Daqui uns anos, falarei para o meu filho sobre uma Portuguesa grande e que por detalhes não foi campeã brasileira", continuou o zagueiro César.

" Até hoje os torcedores me encontram na rua, relembram daquele time e pedem para eu e aqueles jogadores voltarem a atuar, pois diziam que aquilo era um time de verdade", revelou o volante Roque.

A situação atual da Portuguesa é trágica. Desde o 'caso Héverton' em 2013 a equipe paulista vem se afundando e em 2016 pela primeira vez caiu para a Série D do Brasileiro.Os vice-campeões de 1996 lamentam muito a situação ruim do clube.

"No início deste ano marquei um encontro no Canindé com o Émerson e o Rodrigo Fabri, e levei meu cunhado para mostrar as dependências do clube. Foi muito triste, pois nem água na piscina tinha. Havia problemas na manutenção do clube, funcionários, que trabalham desde a nossa época, sem receber salários.É terrível ver como era o clube em 1996 e como está agora. Torço para que alguém possa reerguer a Lusa e a coloque de novo na elite do futebol brasileiro.Acho difícil, mas fico na torcida para que volte a ser a 'Queridinha do Brasil'", afirmou o zagueiro César.

" Quando dou treino para a molecada, sempre explico o que foi a Portuguesa. Sempre digo que nunca joguei nem Série B pela Portuguesa.Só Série A. Mostro a grandeza do clube para eles.
Para voltar aos tempos de glória, a Lusa precisa se reestruturar.Tem que ter bom planejamento, boa diretoria. O futebol foi 'empurrado com a barriga' e o resultado é esse.Precisa voltar a ser um time que revela jogadores. A torcida precisa ter paciência. Do mesmo jeito que em quatro anos fomos para a Série D, não voltaremos para a elite da noite para o dia", afirmou Tico, que atualmente trabalha na equipe sub-20 da Portuguesa.

" A Portuguesa precisa de uma união interna no clube. O racha político é muito grande. Na minha época já era assim, mas hoje sei que está pior. As chapas só pensam em si e não no melhor para o clube.A oposição é sempre negativa, pois visa apenas o poder. Enquanto isso, o time vai caindo de divisão", emendou Émerson.

Voltando a 1996, a Portuguesa entrou em campo na final contra o Grêmio, no Olímpico, com: Clemer, Valmir, Émerson, César e Carlos Roberto (Flávio Guarujá),Capitão, Gallo, Zé Roberto e Caio;Rodrigo Fabri (Tico) e Alex Alves. Técnico: Candinho

Um pouco sobre cada um dos heróis:

Clemer: Natural de São Luís/MA, o goleiro era um dos mais experientes daquele elenco. Após boa passagem por Remo/PA e Goiás/GO, chegou a meta da Lusa, onde foi um dos destaques do vice-campeonato. Em 1997 se transferiu para o Flamengo, onde teve altos e baixos. Em 2001 perdeu posição para o então jovem Júlio César (que faria história no clube da Gávea, Seleção Brasileira e Inter de Milão). Sem espaço no clube carioca, foi para o Internacional/RS, onde viveu seu auge em 2006 sendo campeão da Libertadores e do Mundo. Pelo clube gaúcho foi treinador de goleiros e até 2015 trabalhava nas categorias de base do Colorado. No momento, tenta a vida como técnico.

Valmir: Oriundo das categorias de base do Flamengo, Valmir Almeida de Oliveira perambulou por times pequenos do Brasil e após três temporadas atuando no Bragantino (1993/96), foi contratado pela Lusa onde ficou até 1997.Passou ainda por Grêmio, Atlético Mineiro e Botafogo/RJ antes de encerrar a carreira.

Émerson: Cria do Canindé, Émerson Carvalho da Silva  atuou por lá entre 1994 e 2001. Participando de uma das melhores épocas da Lusa, como o próprio define e chegou até a Seleção Brasileira. Em 2002 se transferiu para o São Paulo onde foi 'Supercampeão Paulista'. Jogou ainda no Japão e em Portugal, retornando ao Brasil em 2004 para atuar no Paraná. Passou também por Botafogo e Ponte Preta. Encerrou a carreira em 2007. No momento, vive em Bauru/SP, sua cidade natal, onde é dirigente do E.C. Noroeste e trabalha na área da construção civil, tendo um dos seus sócios o ex-zagueiro César.

César: Oriundo das categorias de base da Ponte Preta, César chegou a Lusa para substituir o lesionado Jorginho Baiano  e por lá ficou até 1999. Outro que pelo Rubro-Verde chegou até a Seleção Brasileira, disputando a Copa Ouro em 1999.  Entre 2000 e 02 se transferiu para a França, onde defendeu o PSG e o Rennes. Passou também por Palmeiras, Corinthians, Tenerife-ESP, Atlético/PR, Fortaleza/CE, Ponte Preta/SP, Mirassol e Mixto/MT. César Augusto Belli Michelon trabalhou em 2010 como dirigente do Monte Azul/SP e desde 2011 vive em Bebedouro/SP, sua cidade natal, onde é sócio de uma empresa que atua na construção civil.

Carlos Roberto: Começou no Anápolis/GO, passou por Botafogo/SP, União São João/SP (tido como um novo Roberto Carlos)  até chegar no Corinthians em 1995. Atuou no vice-campeonato brasileiro da Lusa de 1996 por empréstimo. Retornou ao Timão em 1997 e depois passou Fluminense, América/RN e  clubes pequenos até cair no esquecimento. Em 2006 foi preso na região de Campinas por envolvimento com o tráfico de drogas. Até 2012 seguia cumprindo pena (veja neste link)

Capitão:  Com 496 jogos , Oleúde José Ribeiro é o atleta que mais entrou em campo na história da Portuguesa.O volante atuou entre 1988/93,96/97 e 2003/04. Além de sua passagem pela Lusa,o jogador natural de Conselheiro Pena/MG  atuou no Cascavel/PR,São Paulo/SP, Grêmio/RS, Guarani/SP, Portuguesa Santista/SP, Botafogo/SP, CSA/AL e Sport/PE.

Gallo:  Um dos jogadores mais experientes do elenco vice-campeão, Gallo passou apenas uma temporada na Portuguesa.  Sua trajetória começou no Botafogo/SP, passando por Vitória/BA, Santos/SP, Guarani/SP,São Paulo/SP, Botafogo/RJ, Atlético/MG e Corinthians/SP. No momento, é técnico de futebol, contando com passagem pelas categorias de base da Seleção Brasileira.

Zé Roberto:  Uma das grandes revelações da Portuguesa em 1996. O atleta começou na lateral-esquerda e depois foi deslocado para o meio-campo por Candinho.  Devido ao seu sucesso no Canindé, em 1997 foi vendido ao Real Madrid. Sem muito sucesso no clube espanhol, José Roberto da Silva Júnior passou uma temporada no Flamengo em 1998. No mesmo ano foi vendido ao Bayer Leverkusen onde ficou até 2002 e na sequência atuou no Bayern Munique até 2006. Passou um ano no Santos e retornou ao clube bávaro ficando até 2009. Depois ainda atuou no Hamburgo até 2011. Passou uma temporada no Catar e em 2012 foi contratado pelo Grêmio ficando até 2014. Em 2015 se transferiu para o Palmeiras ganhando a Copa do Brasil. Em 2016, aos 42 anos, conseguiu seu primeiro título de Campeonato Brasileiro. Pela Seleção Brasileira atuou nas Copas do Mundo de 1998 e 2006.

Caio:  Antes de chegar a Portuguesa, Wolnei Caio teve uma passagem marcante pelo Grêmio onde foi campeão gaúcho em 1990 e 93. Atuou na Lusa entre 1995 e 96. Em 1997 integrou o elenco do Cruzeiro campeão da Libertadores da América. Após passagem pelo Botafogo em 1999 , rodou vários clubes pequenos até se aposentar em 2007. Aos 48 anos, o ex-atleta é secretário municipal de Esportes e Lazer de Garibaldi/RS.

Rodrigo Fabri:  Ao lado do meia Lúcio (semifinalista pelo Goiás), Rodrigo Fabri foi eleito a revelação do Campeonato Brasileiro de 1996. Meia habilidoso e veloz, fez muitos gols decisivos que levaram a Lusa até a final. Jogou no clube paulista até 1997 e depois foi vendido ao Real Madrid-ESP onde permaneceu até 2003. Durante esse período no clube Merengue, atuou por empréstimo no Flamengo, Grêmio,Santos, Sporting Gijón-ESP e Sporting-POR. Posteriormente passou por Atlético de Madrid-ESP, Atlético/MG, São Paulo, Paulista/SP, Figueirense/SC e encerrou a carreira em 2009 no Santo André/SP, clube de sua cidade natal. Pela Seleção Brasileira foi campeão da Copa das Confederações de 1997. No momento, o ex-atleta de 40 anos trabalha como pecuarista e tem uma empresa no ramo da construção civil.

Alex Alves:  Revelado no Vitória, o atacante foi um dos destaques do Rubro-Negro no início dos anos 90, onde faturou um estadual (1992) e um vice-brasileiro de 1993. Em 1994 se transferiu para o Palmeiras e integrou o elenco campeão brasileiro. Após uma rápida passagem pelo Juventude chegou a Portuguesa em 1996 onde foi titular da equipe vice-campeã brasileira. Dois anos depois atuou no Cruzeiro e  entre 1999 e 2003 atuou no Herta Berlim, onde venceu duas Copas da Liga Alemã. Em seu retorno ao Brasil passou por Atlético Mineiro, Vasco, Boavista/RJ e Vitória/BA. Faleceu no dia 14 de novembro de 2012, aos 37 anos, vítima de complicações de uma leucemia.

Tico:  Atacante que fez dupla de ataque com Denner no título da Copa SP de Juniores de 1991, onde a Lusa venceu todos os jogos, Tico foi emprestado a diversas equipes antes de se firmar no principal. Nesse período atuou por Grêmio, Fortaleza e São Paulo. No Rubro-Verde ficou até 1998, onde foi vendido ao Coritiba. Teve passagens pela Grécia e Turquia e em seu retorno ao Brasil, defendeu ABC/RN, Paysandu/PA e Boa Esporte/MG.No momento é técnico da equipe sub-20 da Portuguesa.

Roque:  Marcelo José Ribeiro foi revelado na Portuguesa onde ficou até 1997. Roque, como sempre foi conhecido, era volante naquela equipe de 1996 e no jogo de ida da final, no Morumbi, atuou na lateral-esquerda no lugar do suspenso Carlos Roberto. O meio-campista ainda passou por Guarani (1998/2000), Matonense/SP, Vila Nova/GO, Portuguesa Santista/SP e futebol grego. No momento está desempregado.

Flávio Guarujá:  Um dos jogadores menos conhecidos deste elenco. Flávio Rodrigues da Silva atuou por clubes modestos do interior de São Paulo e chegou na Lusa em 1995. Após o vice-campeonato de 1996, se transferiu para o Criciúma onde jogou a Série A de 97. Passou ainda por Santa Cruz/PE e Mirassol/SP até cair no esquecimento.

Candinho: Ex- zagueiro que virou treinador em 1979 teve grandes sucesso comandando a Portuguesa em 1996. Apesar de ter sido técnico de várias equipes, foi na Portuguesa onde conseguiu mais identificação. Aos 71 anos está aposentado do futebol.

Bônus:
'Caso Castrilli '1998
Uma das semifinais do Campeonato Paulista de 1998 foi entre Corinthians e Portuguesa. No duelo de ida houve empate em 1 a 1. Na volta, outro empate, agora por 2 a 2. Como o Timão tinha melhor campanha acabou se classificando a decisão.
Crédito da foto: Alex Ribeiro/Folha Imagem


No entanto, no cotejo de volta, no Morumbi, o Timão anotou seus dois gols em dois pênaltis extremamente polêmicos, onde o torcedor da Lusa não esquece o árbitro argentino Javier Castrilli.

A etapa inicial terminou 1 a 0 para o Rubro-Verde com gol anotado por Aílton. No segundo tempo, aos 10 minutos, escanteio para o Corinthians. A bola foi alçada na área e a zaga desviou. Entretanto, Castrili alegou que o atacante Evair puxou a camisa do zagueiro Cris e assinalou pênalti. Ao ver o lance várias vezes, nota-se que não houve o tal puxão. Os jogadores da Portuguesa reclamaram bastante. Na cobrança, Marcelinho Carioca empatou.

Na sequência houve falta para a Portuguesa na entrada da grande área. Leandro bate rasteiro, a bola é desviada pela barreira e sobra para Da Silva finalizar e fazer 2 a 1.

Aos 44 minutos, o Alvinegro vai ao ataque com Fernando Diniz que cruza na área,  César nitidamente afasta a bola com o peito e o árbitro assinalou outra penalidade alegando que o zagueiro usou o braço na jogada. Um segundo pênalti e muito mais escandaloso que o primeiro. Rincón cobrou e empatou a partida.

" Foi um assalto o que o juiz fez com a Portuguesa. Dava para notar que tinha má intenção", afirmou o zagueiro Émerson.

"Esse jogo superou a frustração de não termos ganho o Brasileiro de 1996.Veio um juiz encomendado para fazer dinheiro e foi onde o mais fraco fora de campo (a Lusa) foi prejudicado. Dentro de campo tínhamos uma equipe melhor e isso estava sendo provado durante o jogo.Marcou dois pênaltis claramente inexistentes. O primeiro do Evair e o segundo comigo, onde claramente não houve nada.Não teria motivo para assinalar aquele pênalti. Prejudicou nossa equipe que tinha condições de ir para a final", relembrou o zagueiro César, que depois fez uma revelação 'bombástica' sobre o caso.

"Alguns meses depois que aconteceu o jogo, com a tensão já passada eu cheguei a conversar com pessoas ligadas aos bastidores do futebol que me garantiram que houve esquema com a arbitragem. Pelo que me passaram a Portuguesa soube disso e tentou também comprar o árbitro, mas a FPF recusou, alegando que não era dinheiro suficiente. Possivelmente a outra oferta era maior. Foi o que me disseram", revelou o defensor.

Ninguém foi punido por este episódio e o Timão foi a final e acabou derrotado pelo São Paulo.

Confira neste vídeo os principais lances de Portuguesa 2x2 Corinthians.


'Caso Heverton 2013'
Era a última rodada do Campeonato Brasileiro. Um dos jogos mais desinteressantes era Portuguesa x Grêmio, onde ambos apenas cumpriam tabela. A peleja terminou 0 a 0. No entanto, um dia após o jogo, a CBF publicou que o jogador Héverton da Portuguesa não poderia estar em campo, pois tinha mais uma suspensão a cumprir (havia pego dois jogos, por conta de uma expulsão). O caso gerou muita repercussão até o final do ano e o Rubro-Verde que havia se safado do descenso, foi rebaixado pelo STJD. Recorreu várias vezes e fez de tudo para ficar na Série A. Mas não teve jeito. Em seu lugar ficou o Fluminense,  que foi o 17º colocado.
Crédito da foto:Marcos Bezerra/Futura Press

Essa tragédia culminou com uma queda catastrófica da Portuguesa e que no momento se encontra na Série D do Brasileiro. É o momento mais triste da Associação Portuguesa de Desportos.

"Muito se escuta sobre o caso. O que acho estranho é um jogador suspenso entrar em campo. A CBF sempre avisa a suspensão antes dos jogos. Passei por situação assim no Corinthians uma vez. Em uma confusão em um jogo contra o Santos, eu e o goleiro Doni fomos expulsos e na rodada seguinte cumprimos suspensão. Na partida que viria depois da punição, eu e o Doni viajamos com o elenco do Corinthians para jogar contra o Goiás no Serra Dourada e na noite da véspera do confronto fomos informados que tínhamos pego mais um jogo de 'gancho'. Fomos retirados da concentração. Ou seja, não tem como não saber. É diferente quando é problema de documentação,que não aparece no BID (Boletim Informativo Diário), ou acha que vai aparecer e não aparece. Acontece. Nesse caso da Portuguesa, novamente a 'corda' estourou para o mais fraco. Desrespeitaram uma camisa de tradição",opinou o zagueiro César.

"Tudo leva a crer que armaram para a Portuguesa cair. Trabalhei na Portuguesa em 2014 e sei que não foi incompetência administrativa e sim sacanagem com o clube.Não tenho provas concretas, mas sei que o que houve foi má-fé contra a Portuguesa.  Fui chamado para a ajudar a Lusa nesse período e aceitei trabalhar de graça. Mas foi difícil, pois ninguém quis ajudar. Não tinha verba e nem patrocínio. A Portuguesa estava vendendo jogadores das categorias de base para pagar dívidas.A diretoria teve que se virar para disputar a Série B. Não tinha dinheiro e foi difícil", finalizou o meia Rodrigo Fabri que trabalhou na gerência do futebol do Rubro-Verde em 2014.