domingo, 28 de agosto de 2016

Arquivo e exclusivo! Diego Moreira, ouro e bronze no Parapan-Americano fala sobre Paralimpíada!

Bastidores:Como vimos na Olimpíada, nem só de futebol vive o Brasil.Um dos esportes que mais adoro é o tênis de mesa (onde sou o atual campeão gaúcho sênior) e nessa Paralimpíada um amigo meu, onde iniciamos juntos na modalidade, irá representar o nosso País.Trata-se de Diego Moreira.

Em 2015, Diego foi bronze no Para-Pan realizado em Toronto-CAN e em seguida publiquei uma entrevista que saiu na minha coluna Futebol-Arte para o portal São Carlos Agora. A íntegra daquela reportagem está logo mais abaixo.


Já no Rio de Janeiro para o seu maior desafio como mesa-tenista, o atleta falou, com exclusividade para este blog, que não entra como favorito para buscar medalhas, mas a meta é surpreender e ir o mais longe possível.

" A expectativa é jogar bem. Conheço a maioria dos atletas (15 no total) e o nível deles é muito forte. Temos consciência que a competição será de altíssimo nível. Sei que não entro como favorito, mas espero surpreender e chegar o mais longe possível. Pensar jogo a jogo. A nossa preparação foi boa dentro da realidade de treinos do tênis de mesa brasileiro", explicou.

Foto: Facebook/Divulgacao
Confira a reportagem de 2015:
A grande sensação do Pan-Americano e do Parapan de Toronto foi o tênis de mesa brasileiro, com 38 medalhas no total.

No Para-pan, onde o nosso País foi campeão geral, o tênis de mesa levou 31.Um dos integrantes da delegação foi o atleta são-carlense, Diego Moreira, 28 anos. Foi bronze no individual e fez parte do elenco que faturou ouro por equipes.

Conheci Diego no final de 1997 ou início de 1998. Quando praticávamos tênis de mesa no SESC. Muitos jogadores fizeram parte daquela equipe, mas em um esporte pouco popular no nosso País, são raros os que conseguem algo com a modalidade. Seja uma bolsa de estudo em uma faculdade ou seguir carreira profissional.

É muito gratificante ver que daquela turma alguém conseguiu um bom resultado. Diego sempre se mostrou esforçado e dedicado.

Abandonou o tênis de mesa em 2004 e retornou no final de 2013. Integra a Seleção Paraolímpica por ter uma doença chamada pé congênito. Problema que ocorre quando a pessoa nasce com o pé virado (no caso do Diego era 100%).Passou por quatro cirurgias, sendo a última quando tinha 9 anos. Isso fez com que o tornozelo ficasse rígido e a panturrilha atrofiada. O que limita seus movimentos.
Desde o final de 2014, Diego Moreira mora em Piracicaba/SP, no centro de treinamento da Seleção Brasileira.

Nesse bate-papo, falamos sobre esta modalidade no Brasil, as conquistas no Canadá e as metas no tênis de mesa. Uma delas é chegar às Olimpíadas de 2016 ou 2020.

Confira:

1)O que motivou a voltar a jogar tênis de mesa?
Entre 2011 e 12 eu via as postagens do Carlos Carbinatti (mesatenista paraolímpico) no Facebook e aquilo me chamava atenção. Achava interessante. Em 2013 houve os Jogos Regionais em São Carlos/SP, fui assistir e me despertou a vontade de atuar novamente. Conversei com o Paulo Camargo (técnico da Seleção Paraolímpica) e o Thiago Monteiro (mesatenista brasileiro). Até então foi um papo informal, mas me senti mais motivado. No final daquele ano, procurei o José Carlos Campos (treinador de tênis de mesa de São Carlos) e fizemos um projeto para que eu conseguisse a Seleção Brasileira Paralímpica. A primeira meta era o Para-Pan de Toronto e posteriormente a Olimpíada do Rio de Janeiro. No final de 2014, fui convidado por Paulo Camargo a fazer parte da Seleção Paralímpica e residir em Piracicaba, na Fran T.T. (local de treino da Seleção).

2) Tem planos para seguir no tênis de mesa, após as Olimpíadas de 2016?
Hoje eu estou dentro de um processo que envolve CBTM (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa), Comitê Paralímpico Brasileiro, Ministério do Esporte e tenho um patrocinico pessoal da
Caixa Loterias. Tenho uma rotina de atleta profissional, com acompanhamento de técnicos, preparadores físicos, psicológicos e nutricionistas. Penso em ir às Olimpíadas de 2016 e depois tentar a de 2020.

3)Como é a sua rotina de treinos no Fran T.T.?
É uma rotina dura, porém essencial para conseguirmos os nossos objetivos. Treinos de segunda a sexta-feira, das 7h, 7h30 até às 18h.
Cinco, seis horas por dia de treinos na mesa. Cinco sessões semanais de preparação física. Quatro vezes por semana com fisioterapia, treinos de desenvolvimento abdominal e desenvolvimento de musculatura específica. Três sessões de preparação física cardiovascular.

4)O Pan-Americano mostrou que o Brasil é uma das grandes potências do tênis de mesa no continente e pode encarar qualquer país de igual. Mas sabemos que é muito difícil competirmos com a Europa e Ásia, especialmente a China, a grande potência e referência da modalidade.
Como você encara a atual realidade do tênis de mesa brasileiro e o que projeta para o futuro?
Se analisarmos o tênis de mesa brasileiro há 10, 15 anos tinhamos bons resultados, mas eram casos isolados. Mas estamos em ascensão. A CBTM e o Ministério dos Esportes dão estrutura e apoio ao tênis de mesa. Temos dentre os melhores, Gustavo Tsuboi e o Hugo Calderano (jovem de 19 anos). Só ver os resultados recentes. O Brasil Vem conseguindo resultados expressivos. O Pan e o ParaPan-Americano são uma prova disso.Mostra que o trabalho tem sido bem feito dentro do Brasil. Temos trocados muitas experiências em outros países e continente. Temos atletas atuando fora do Brasil e temos técnicos e consultores internacionais. Com relação ao Paralímpico estamos bem assessorado também, com uma comissão técnica liderada por José Ricardo e Paulo Camargo. O Paulo está sempre nos ajudando e no dia-a-dia se preocupa com os atletas. Os resultados se refletem no ParaPan. Nos próximos anos, creio que podemos ter grandes resultados a nível mundial.

5) Por fim, fale como foi sentir o ambiente de estar em um ParaPan-Americano e em uma Vila Olímpica.
Se pensar que voltei a jogar no final de 2013 e um ano e meio depois eu estou no Para-pan é especial. Apesar de já ter disputado Copas do Brasil (tetracampeão), Brasileiro (ganhou individual e equipes) e Mundialitos pela Europa, o ParaPan é especial. Pois há mais de 400 atletas e estamos em contato com gente de todos os esporte. Estar representando o País em um evento como esse é muito bom. Ficamos em uma vila muito bem estruturada e conhecemos outras pessoas. Isso só nos motiva a conseguir nossos objetivos.

sábado, 20 de agosto de 2016

Arquivo! Meia Revson fala sobre carreira no Grêmio, Avaí e exterior!

Bastidores: Nesta entrevista, feita em 2013 para o FutNet, me chamou a atenção o fato de Revson, natural do Paraná, deixar Marechal Rondon/PR e sua família, com apenas 7 anos de vida e se mudar para Porto Alegre/RS e treinar no Grêmio. Inicialmente, viveu com uma família e depois na concentração do Olímpico.


Revson quando atuava no Avaí. Crédito: Diego Madruga


"Foi um período difícil. Naquela época meus pais haviam acabado de se separar, minha mãe estava mal no hospital e eu recebi este convite. No entanto, meus pais deixaram eu ir. Minha mãe mesmo mal, falou que era para eu ir, porque se eu não fosse eu iria culpa-la no futuro, por ter me proibido. Acabei indo. No começo morei com uma família,  mas pouco tempo depois passei a viver na concentração do Grêmio", recordou o jogador.

Nessa época, qualquer criança estaria brincando e vendo futebol como uma atividade lúdica. Não como uma profissão e viver longe da família.

Enfim, em 2013 Révson estava atuando na Bulgária. Em 2014, retornou ao Brasil onde atuou pelo Avaí (onde teve uma boa passagem em 2010), Luverdense/MT, Inter de Lages/SC e recentemente foi contratado pelo Anápolis/GO para a disputa da Série D do Brasileiro.

Confira:

Nesta sexta-feira, o FutNet segue seu especial com atletas brasileiros que atuam em mercados 'periféricos'. Esta reportagem traz agora a trajetória do meio-campista Révson, atualmente no CSKA, da Bulgária.

O atleta de 26 anos é natural de Cascavel/PR, mas ainda criança se mudou para Marechal Rondon/PR, onde viveu até aos 7 anos. Nesse período, jogando bola , um olheiro do Grêmio o viu atuar e o convidou para ir morar em Porto Alegre/RS. O jogador, aos 7 anos, acabou indo viver no Olímpico, deixando sua família.

"Foi um período difícil. Naquela época meus pais haviam acabado de se separar, minha mãe estava mal no hospital e eu recebi este convite. No entanto, meus pais deixaram eu ir. Minha mãe mesmo mal, falou que era para eu ir, porque se eu não fosse eu iria culpa-la no futuro, por ter me proibido. Acabei indo. No começo morei com uma família,  mas pouco tempo depois passei a viver na concentração do Grêmio", afirmou o atleta.

Révson morou nas concentrações do Olímpico durante 13 anos e nesse período atuou como volante, meia-esquerda e lateral-esquerdo. Ele se diz polivalente e em um período já profissional, fez a função de terceiro zagueiro no Avaí.

Nas categorias de base do Imortal Tricolor, Révson afirma que só tem boas lembranças, onde ganhou vários títulos, fez grandes amigos, jogou ao lado de promessas que vingaram no futebol, além de ter amadurecido como pessoa e profissionalmente.

"No Grêmio tenho ótimas lembranças. É muito bom você atuar ao lado de vários jogadores e ver que hoje vingaram no futebol. Atuei com os goleiros Cássio (atualmente no Corinthians) e Marcelo Grohe ( reserva no Grêmio), os meio-campistas Lucas Leiva (Liverpool-ING), Carlos Eduardo (Flamengo), W. Magrão (Figueirense), o zagueiro Léo (Cruzeiro) dentre outros. Ao lado desses caras ganhei muitos títulos. Ganhei três gauchões seguidos, uma Copa FGF em 2007, montado só com pratas da casa. Creio que para mim só faltou ganhar um Brasileirão sub-20, onde perdemos a decisão para o Inter. O Inter naquela ocasião tinha Muriel, Luiz Adriano (Shaktar Donetsk) e Alexandre Pato (Corinthians)", contou o jogador, que mesmo pouco aproveitado no time principal diz não ter mágoa do clube gaúcho.

Seu primeira equipe profissional foi o Brasil de Pelotas em 2007. Na ocasião, o GFPA o emprestou ao Xavante para ganhar experiência e no primeiro semestre disputou o estadual. Por lá, acredita que fez uma boa participação, onde anotou seus dois primeiros gols como profissional e afirmou que sua relação com a fanática torcida do Brasil é boa. Segundo, o paranaense, até hoje ele tem contato com alguns adeptos.

No segundo semestre de 2007 atuou no time principal do Grêmio, mas como já citado, pela equipe B que disputou a Copa FGF onde foi campeão. Em 2008,  estava no plantel do Imortal, mas no segundo semestre foi emprestado ao Caxias, onde participou da Copa FGF.

Com o término do contrato com a agremiação que o formou como futebolista, Révson  voltou ao seu estado natal e foi contratado pelo Pato Branco. Lá ele guarda boas recordações.

" Em 2009 só tenho boas recordações de ter defendido o Pato Branco. O time não tinha muita estrutura é verdade, no entanto 'abracei' o projeto do time. Com a cidade apoiando o clube fomos campeões da 3ª divisão do Campeonato Paranaenses, eu fui artilheiro do time, eleito o melhor jogador e a revelação da competição", explicou.

Em 2010, o personagem desta reportagem se transferiu para o Avaí/SC, onde pode jogar além do estadual, a Copa do Brasil e a Série A do Brasileiro.  Após esta temporada, onde ele diz guardar boas recordações, ele se transferiu para o São Caetano. No Azulão, ele sentiu a diferença entre atuar em um clube com torcida e um sem.

" É diferente do que estava acostumado a lidar. Realmente lá no São Caetano, a pressão mesmo fica sendo internamente, da diretoria e da comissão técnica. Torcida era pouca lá", revelou.

Com o contrato com a equipe paulista perto do fim, Révson recebeu uma oferta do Nacional-POR e pela primeira vez foi defender um clube fora do Brasil. No time da Ilha da Madeira, ganhou o Troféu Ramón Carranza-ESP, onde fez um dos gols.

"No último dia do meu contrato com o São Caetano me apareceu o Nacional-POR interessado no meu trabalho. Analisei o que eles me propuseram e aceitei. Foi muito legal viver em Portugal e especificamente na Ilha da Madeira um lugar lindo. No Nacional, fui campeão do Troféu Ramón Carranza, que ocorre na Espanha. Na ocasião vencemos o Rayo Vallecano-ESP por 3 a 1 e eu fiz o segundo gol do time. Na ocasião o duelo estava empatado em 1 a 1. Foi muito marcante", contou o brasileiro.

No Velho Continente, o sul-americano atuou pela primeira vez em um jogo com neve e afirmou que não é muito bom atuar nessas condições.

" Atuar com neve é complicado. O frio é muito intense, os pés parece que vão quebrar. Tem hora que não os sente. Se está com muita neve, a bola já não rola tão bem."

Na temporada 2013/14, o clube lusitano o emprestou para o CSKA Sofia, a equipe mais popular da Bulgária. O atleta revelado pelo Grêmio falou sobre as primeiras impressões em solos búlgaros.

"Estou gostando de atuar pelo CSKA. A torcida é muito grande e onde você vai há presença de torcedores nos estádios. É o clube mais popular da Bulgária. É muito bonito ver aquele 'mar vermelho' (se referindo a torcida e a cor do uniforme do clube). Ainda estou em adaptando a cultura local. Já sei algumas palavras em búlgaro e estou em adaptando aqui."

No momento, o CSKA passa por dificuldades financeiras, tanto que não pode disputar a Liga Europa desta temporada e cedeu a vaga para outra agremiação. No campeonato nacional, a meta é fazer uma boa campanha e se puder brigar pelo título. Atualmente está na 7ª colocação.

Com relação ao futuro, Révson afirma que pretende ainda jogar uma competição europeia e depois voltar para o Brasil.

" Ainda quero jogar uma Liga Europa, uma Liga dos Campeões da Europa e mais na frente voltar ao Brasil, pode atuar em uma grande equipe. Pode ser Grêmio, Inter, São Paulo ou qualquer outra. Não tenho preferência. Quero ganhar títulos no Brasil, jogar uma Libertadores. Mas vou fazendo aos poucos, sem pressa. Com o tempo vou alcançando meu objetivo", finalizou.

Arquivo! Atacante Paulo Rangel fala sobre sua carreira na Malásia

Bastidores: Esta foi a minha última entrevista feita pelo FutNet com brasileiros que fazem carreira no exterior. O FutNet, sabe-se lá o motivo, não dá acesso as publicações mais antigas. Esta eu tinha salvo nos meus arquivos, apenas precisei editá-la novamente.

O atacante Paulo Rangel saiu cedo do Brasil, onde atuou nas categorias de base do Boavista-POR. Após atuar profissionalmente por Portugal, retornou ao Brasil em 2007. Rodou o país e teve destaque atuando pela Lajeadense/RS, onde foi vice-artilheiro no Campeonato Gaúcho de 2011. Nesta mesma temporada, quando se preparava para atuar no Icasa/CE na Série C do Brasileiro, surgiu uma proposta para atuar no futebol da Tailândia. De lá, partiu para a Malásia onde atuá até este momento.Mais precisamente no Johor FC.


Crédito: PR9 Paulo Rangel Official, Facebook

1)      Primeiramente, fale um pouco sobre seu início de carreira. Quais foram seus times nas categorias de base e como foi parar no futebol português?
Comecei no futsal da Tuna Luso brasileira,onde joguei dos 9 aos 15 anos. Depois passei para o futebol de campo, onde atuei mais 1 ano pela Tuna até ser transferido para o Paysandu,com 17 anos através da indicação de um amigo para o seu empresario português chamado Manoel Mota. Tive a oportunidade de ir para os juniores do Boavista em Portugal,onde la no primeiro ano fui artilheiro e campeão pelo juniores,e posteriormente assinei contrato de 4 anos pela equipe principal.

2)      Ficou quatro anos em Portugal. Como vê sua passagem pelo futebol lusitano e o que aprendeu dentro de campo ?
Foi muito importante para a minha formação profissional e pessoal. Dentro de campo aprendi muito taticamente e fisicamente,até porque futebol europeu exigi muito isso do atleta.

3)      Em 2007 retornou ao Brasil, onde atuou por várias equipes. Como  deu sua volta ao futebol nacional?
Nos últimos 2 anos de meu contrato em Portugal,houve muitos problemas de atraso salarial,sendo assim junto com minha família decidimos retornar ao Brasil,de onde havia saído muito novo,e precisava abrir mercado e mostrar meu nome no pais.

4)      Seu grande momento possivelmente na carreira foi na Lajeadense em 2011, onde em 16 jogos anotou 11 gols, sendo vice-artilheiro do Gauchão. O que relembra de sua passagem por este clube do Rio Grande do Sul?
Só tenho boas lembranças desse clube e dos profissionais que la encontrei,pois deram todo apoio e estrutra para que pudesse fazer o que fiz dentro d campo,sou muito grato e orgulhoso por ter jogado nesse clube.

5)      Em 2012 acabou indo para o futebol da Tailândia. Como foi atuar por lá e como surgiu essa proposta?
Surgiu quando estava no Icasa/CE,me preparando para jogar a Série C do Campeonato Brasileiro,e logo no terceiro jogo da competição recebi essa proposta que não  teve como recusar. Foi um momento muito bom na minha carreira tanto profissionalmente como financeiramente. Cheguei voando no Campeonato Tailandês,logo no primeiro jogo fiz gol e ganhei a confiança dos torcedores e companheiros,tínhamos um time muito forte com 8 jogadores da seleção local,e um clube com uma estrutura e organização fantástica,isso facilitou bastante meu trabalho e adaptação,sendo assim fui artilheiro do time e campeão tailandês.

6)      Explique como é o futebol lá? As pessoas gostam de futebol? E o nível técnico e tático?
As pessoas lá são apaixonadas por futebol,fanáticas por onde você passa pedem para da autógrafos e tirar fotos. Isso é muito gratificante ser reconhecido e respeitado,ainda mais para o clube que fui (Muangthong United) maior do país e com mais torcida. Foi maravilhoso.

Em relação ao nível técnico como falei encontrei um time com 8 jogadores titulares da seleção local, então era um nível muito bom,mas no geral estão a evoluir bastante,me surpreendeu.

7)      Como avalia sua passagem por la?
Ótima. Chegar ser campeão e artilheiro não teria como ser melhor (risos).

8)      Na sequência foi para a Malásia  onde atuou por três clubes distintos.  Como surgiu essa oportunidade e o que tem achado de atuar e morar neste País?
Estou muito feliz aqui,tenho um nome muito forte e todos me respeitam,chegaram ate a cogitar minha naturalização p defender a selecao do país. Ano passado ganhei todos os prêmios individuais atuando pelo Selangor.

Fiz 28 gols na temporada,fui artilheiro da competição,chuteira de ouro,melhor atacante e melhor estrangeiro no pais. Pretendo ficar aqui por mais alguns anos.

9)      A população por lá gosta de futebol? Como avalia o nível técnico e tático? Como se comunica com o restante do elenco?
Aqui é muito parecido com a Tailândia,são muito fanáticos também,em relação a comunicação é tranquila,apesar da língua local ser o Bahasa,90%da população fala bem inglês então não tenho problemas,e dentro de campo a língua mundial do futebol.

10)   Por fim, está com 30 anos, o que ainda almeja no futebol?
Por enquanto pretendo ficar pelo futebol asiático por mais alguns anos,até final deste ano (2015) estarei lançando a minha grife de roupas chamada PR9,e outros projetos extra- futebol vem pela frente,e quem sabe encerrar minha carreira em algum clube da minha cidade natal, Belém/PA. Pode ser o Remo ou Paysandu.

Obs 1: Em seu retorno ao Brasil, Paulo Rangel passou por Baraúnas/RN, América/RN,Corinthians/AL, Potiguar/RN,Salgueiro/PE, Santa Cruz/PE,São José/RS, São Raimundo/PA,Lajeadense/RS,Caxias/RS e Cuiabá/MT.

Obs 2: Pela Malásia já atuou por Perak FA, Selangor, Terengganu FA e atualmente está no Johor FC.

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Arquivo! Uma entrevista com ex-atacante Kuki!

Bastidores: Quem não se recorda lá no começo dos anos 2000 quando via um jogador chamado Kuki fazendo vários gols pelo Náutico?  Passava ano e entrava ano e o atacante seguia atuando pelo Timbu. Me perguntava como não aparecia nenhum time brasileiro (sul e sudeste) ou do exterior interessado nesse jogador?

Até que um dia eu descubro que Kuki já havia passado dos 30 anos. Chocado ao ver que era um veterano para o futebol, mas entendi o motivo de outras equipes não quererem sua contratação.

Nesse bate-papo, Sílvio Luiz Borba da Silva fala sobre seu início de carreira (aos 22 anos) e a perambulação por equipes pequenas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, antes de chegar ao Náutico, virar ídolo e se tornar o jogador que mais atuou pelo Capibaribe..

O cearense 'por acidente' e gaúcho de origem e vivência ainda falou que foi reprovado em testes da dupla Gre-Nal, pois o consideravam muito baixinho para ser futebolista.



Crédito da foto: Diário de Pernambuco

Confira:
Nesta sexta-feira, o FutNet segue seu especial com atletas que fizeram história no futebol. O 'bola da vez' é o ex-atacante Kuki, que começou sua trajetória no futebol gaúcho e fez carreira em Pernambuco, se tornando o atleta que mais vezes atuou na história do Náutico (389 jogos) e o terceiro maior artilheiro do clube com 184 gols.

Atualmente, Kuki trabalha na comissão-técnica do Timbu. O auxiliar-técnico aprovou a ida do clube para Arena Pernambuco e garante que o Alvirrubro vai sair da zona de rebaixamento.

Confira
1) Gostaria que você começasse falando um pouco sobre sua vida, como iniciou a carreira de futebol, por quais clubes passou nas categorias de base e a origem do apelido Kuki.

Eu nasci em Cratéus/CE, mas em torno de sete meses de vida me mudei para o Rio Grande do Sul, estado de origem da minha família. Meu pai era militar e meus pais moraram um período no Ceará, por isso que nasci lá.

Jogo bola desde os 7 anos de idade e sempre atuei como atacante. Nunca fiz categoria de base, sempre joguei futebol amador. Meus primeiros trabalhos foram em fábricas, até que aos 22 anos, em 1993 eu fui tentar a sorte no Encantado/RS, clube da cidade homônima e vizinha de Roca Sales, onde me criei e morava.

Meu apelido Kuki eu tenho desde criança e sempre me chamaram assim.

2) Você ainda atuou pro vários clubes gaúchos no início de sua carreira. Quais times ou campanhas mais te marcaram? Chegou a atuar na Primeira Divisão do Gauchão?
Na Primeira Divisão eu atuei pelo Ypiranga, de Erechim, em 1996 e pela Lajeadense em 1999. Também pela Lajeadense eu fui campeão da Copa Abílio Reis em 1998. Uma passagem marcante foi pelo Palmeirense (clube de Palmeiras das Missões) onde fui artilheiro da Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho e conseguimos o acesso! No Rio Grande do Sul atuei ainda por Veranópolis e Grêmio Santanense.

3) Chegou a fazer teste no Grêmio ou Inter?
Fiz sim, mas fui reprovado. Disseram que eu era muito baixinho.

4) No início dos anos 2000 você atuou por Santa Catarina. Como foi aquele período?
Joguei pela Inter de Lages em 2000 onde fui campeão da Série B e artilheiro do torneio com 32 gols. Ainda tive uma passagem pelo Brusque antes de ir para o Náutico.

5) Como você foi parar no Náutico?
Fui através do treinador Júlio Espinosa que foi contratado para dirigir o Náutico em 2001 e havia me visto atuar em Santa Catarina. Foi indicação dele.

6) Naquela época o Timbu vivia um mal momento, chegando a disputar a Série C do Brasileiro em 1999, sem títulos e via o Sport,até então dominar Pernambuco. Queria que descrevesse o que encontrou naquela época e como encarou o desafio de atuar no Alvirrubro?
O momento do Náutico era péssimo. A estrutura era básica, o clube tinha apenas três atletas no elenco e vi uma torcida muito triste com a situação. Cheguei vindo de outro estado e não tinha dimensão do que ia encontrar. No entanto, não tinha tempo para lamentar, apenas para trabalhar para reverter essa situação e foi o que aconteceu.

Obs: O Náutico foi campeão pernambucano em 2001, 2002 e 2004. Kuki foi artilheiro do estadual em 2001, 03 e 05.

7) Você ainda teve uma breve passagem pela Coreia do Sul. Como foi viver e atuar em outro país?
Fiquei cinco meses jogando pelo Chonbuk. Foi muito legal morar em outro país, conhecer outra cultura. O povo sul-coreano é muito educado e me trataram bem lá. O futebol é jogado igual no mundo inteiro, não tem tanta diferença. O legal lá foi que eu atuei no começo de 2002 e peguei o clima da Copa do Mundo que estava chegando, deu para ver a empolgação deles na expectativa do torneio começar. No entanto, depois de cinco meses resolvi voltar para o Náutico.

8)Voltando ao Náutico você participou de dois momentos históricos no clube. A tão falada Batalha dos Aflitos em 2005 diante do Grêmio e no ano seguinte, quando levou o Alvirrubro de volta à elite nacional (o que não acontecia desde 1994). Queria que você descrevesse esses dois momentos.
Bom, com relação a Batalha dos Aflitos, nada de anormal, coisas do futebol. Em 2006 foi a nossa redenção. Uma resposta para quem não acreditava no nosso time.

9) Em 2007, atuou por empréstimo pelo Santa Cruz na Série B do Brasileiro. Por quê foi para o Tricolor e teve problemas com a torcida, uma vez que era um jogador identificado com o Náutico?

Atuei lá, porque o Náutico estava mal e acabaram me emprestando. Foi legal atuar no Santa Cruz e não tive problemas com a torcida. Eles me trataram bem.

10) Depois ainda voltou para o Náutico onde encerrou a carreira e hoje trabalha na comissão técnica do clube. Como foi para você encerrar a carreira, pois tem jogadores que não conseguem e como surgiu o convite de trabalhar no Náutico?
Para mim foi tranquilo encerrar a carreira. Sabia que já estava na hora. Cheguei no Náutico em 2001, me identifiquei muito com o clube e desde então pensava em seguir trabalhando aqui depois que eu parasse de atuar. Estou gostando muito de ser auxiliar.

11) Pensa em trabalhar como técnico no futuro?
Nem pensar! Gosto de ser auxiliar!

12) Como é o seu relacionamento com os treinadores no período em que você está na comissão técnica? Eles conversam contigo, te pedem conselho,te escutam?
Eu ainda estou começando na profissão. Portanto eu mais escuto do que falo. Os treinadores tem mais experiência que eu, e eu tenho muito a aprender.

13)Falando agora do atual momento do Náutico. O clube é o lanterna com 4 pontos ganhos. Como você vê a situação do rebaixamento? Vai dar para o Náutico escapar da Série B de 2014?
O Náutico vai sair da zona de rebaixamento.

Obs:O Náutico acabou na lanterna do Brasileirão de 2013 e foi rebaixado.

14) O que achou do Náutico mandar seus jogos na Arena Pernambuco e não mais nos Aflitos?
Boa. A Arena Pernambuco é um estádio muito bom. De outro mundo.

15) Não acha muito diferente do que era o Aflitos, tanto as dimensõe do campo, quanto a torcida em cima?
O campo da Arena Pernambuco é muito bom e a torcida do Náutico segue ficando perto do gramado para apoiar o time. A torcida de Pernambuco é muito fanática e vai apoiar o Náutico neste Brasileirão.

16) Por fim, como avalia sua carreira de jogador? Se sente realizado ou acha que faltou algo? Quais os planos que faz para o futuro?
Minha carreira de jogador foi ótima! Conquistei tudo que planejei e me sinto realizado. Com relação ao futuro, pretendo seguir no Náutico. Amo esse clube. Tenho muita gratidão pelo Náutico e digo que lá é a minha segunda casa.

Arquivo!Ex-goleiro Albérico recorda sua trajetória pelo Nordeste!

Bastidores:  Albérico é daqueles jogadores que fizeram história atuando por uma determinada região do Brasil. No caso do goleiro foi pelo Nordeste, onde teve passagens marcantes por Pernambuco (estado de origem) e Ceará (atuando no Fortaleza/CE). Também atuou por clubes de Sergipe, Alagoas,Paraíba e Piauí. Exceção foi apenas uma rápida passagem pela Matonense/SP.


Nessa entrevista destaco o fato dele dizer ter atuado no juvenil do São Paulo por um tempo. Também falou que foi para o gol, pois quando foi fazer teste no Santa Cruz, havia muitos meninos querendo atuar na linha e só por isso Albérico foi tentar a sorte de baixo das traves.



Créditos: Elton de Castro/GloboEsporte.com
Confira:
Nesta sexta-feira, o FutNet segue seu especial com atletas que fizeram história no futebol brasileiro.

Colaborou: Marcelo Oliveira

O momento agora é de um jogador que fez carreira toda praticamente no futebol nordestino, o ex-goleiro Albérico.

Pernambucano de Recife, o ex-boleiro disse que sua trajetória neste esporte iniciou na infância, como todo garoto que sonha em se tornar profissional. Sua posição, de baixo das traves, aconteceu por acaso. Seu pai o levou para fazer testes no Santa Cruz e como havia muitos meninos atuando na linha, Albérico tentou a sorte como arqueiro.


“Bem eu estudava em escola pública, mas não tinha interesse nos estudos e meu pai (Nelson Ramos) vendo isso me levou para escolinha de futebol do Santa Cruz. Ao chegar vi tantos meninos fazendo teste na linha, que resolvi atuar no gol. Assim começou minha carreira”, afirmou o ex-atleta que nasceu no natal de 1971.

Em 1988, Albérico foi defender a Seleção Pernambucana nos jogos escolares no Maranhão. Um preparador físico, de nome Bruno, gostou do desempenho do camisa 1 e o convidou para se transferir para o Sport.

Pelo Leão da Ilha, o goleiro foi campeão estadual juvenil em sua primeira temporada. Pela equipe aspirante levantou o troféu pernambucano em 1993. 

Atuando no profissional, Albérico alternou entre a titularidade e o banco de reservas. Como guardião da meta, foi campeão estadual em 1996,97, 2000, e da Copa Nordeste (2000). Como suplente, ganhou as edições pernambucanas de 98 e 99.

“ Minha passagem pelo Sport foi de bons e maus momentos. Felizmente, mais bons que mals. No entanto, só tenho a agradecer ao Sport que foi o clube que me projetou para o futebol. Fiz muitas amizades lá no clube e a minha relação até hoje é muito boa”, disse o futebolista, que antes de se tornar profissional passou um tempo emprestado no juvenil do São Paulo e atuou no Confiança/SE em 1992.

Em 2001, sem contrato com o Sport, Albérico recebeu convite para jogar no Náutico. A meta do Alvirrubro naquela ocasião era justamente evitar o hexacampeonato estadual do Rubro-Negro. Honraria essa que só o Capibaribe possui até hoje. Fazendo parte do elenco, Albérico evitou o hexa da agremiação que o revelou e individualmente conquistou seu sexto pernambucano consecutivo.

“ Fiquei surpreso quando o Náutico me fez uma proposta. Não imaginava que um dos maiores rivais do Sport queria me contratar. No entanto eu fui crente que ia ser titular, pois o dono da posição, Gilberto estava muito irregular. Mas quando eu cheguei, o Gilberto cresceu de rendimento e eu tive poucas oportunidades”, explicou.

Depois de atuar no Timbu, o arqueiro recifense passou pela Matonense/SP em 2002, CRB e River/PI em 2003, até chegar ao Fortaleza em 2004, onde viveu bons momentos na sua carreira.

“ A minha passagem por esses três clubes antes do Fortaleza e pelo Coruripe/AL ( em 2007), foram de pouca expressão. Mas agradeço a Deus por ter tido a honra de atuar por eles.”

Pelo Leão do Picci, o pernambucano foi bicampeão cearense e levou a equipe de volta à Série A do Campeonato Brasileiro. Ele guarda com carinho os bons momentos vividos no Ceará.

“ Atuar pelo Leão do Picci foi muito marcante na minha vida porque foi um clube que Deus usou para reavivar minha carreira profissional. Clube o qual vivi grandes momentos. Um que eu me recordo, foi uma partida memorável entre São Paulo e Fortaleza no Morumbi, pelo Brasileiro de 2006, que terminou 1 a 1 onde peguei um pênalti batido por Rogerio Ceni”, recordou.

Como já mencionado em 2007 atuou pelo Coruripe/AL e em 2008 defendeu a Campinense/PB, onde foi campeão paraibano.

“ Na verdade, na Campinense eu atuei apenas o primeiro turno, me machuquei e não participei do returno”, relembrou.

Exceção a Matonense, Albérico fez toda a sua carreira no Nordeste, região sua de origem. Ele se orgulha de ter defendido clubes daquela localidade e diz gostar muito da Copa Nordeste, um torneio que veio para ficar.

“ Eu tenho muito orgulho do futebol nordestino. Um futebol que já revelou craques do futebol mundial. Sobre a Copa Nordeste, eu acho espetacular. Cheguei a ser campeão em 2000 pelo Sport. Gosto muito”, finalizou.

Atualmente, o ex-jogador vive em Olinda/PE e é missionário onde desenvolve o ofício sagrado com ação pastoral na Igreja Presbiteriana de Casa Caiada.

Confira a ficha técnica de Albérico
Nome: Albérico Santiago da Silva
Posição: Goleiro
Nacionalidade: Brasileira
Natural: Recife (Pernambuco)
Nascimento: 25/12/1971
Habilidade: Destro

Carreira Profissional:
1988/2001 - Sport Clube do Recife (Recife-PE)
2001 - Clube Náutico Capibaribe (Recife-PE)
2002 - Sociedade Esportiva Matonense (Matão-SP)
2003 - CRB - Clube de Regatas Brasil (Maceió-AL)
2003 - River A.C. (Teresina-PI)
2006 - Fortaleza E.C. (Fortaleza-CE)
2007 - A.A. Coruripe (Coruripe-AL) 
2008 - Campinense Clube (Campina Grande-PB)

Títulos na carreira:
Campeão Pernambucano de Juvenil (Sport Recife) 1988*
Campeão Pernambucano aspirante (Sporte Recife)1993 *
Campeão Pernambucano (Sport Recife) 1991
Campeão da copa do Nordeste (Sport Recife) 1992
Campeão Pernambucano (Sport Recife) 1996*
Vice Campeão da copa Renne (Sport Recife) 1996*
Campeão Pernambucano (Sport Recife) 1997*
Campeão Pernambucano (Sport Recife) 1998
Campeão Pernambucano (Sport Recife) 1999
Campeão Pernambucano (Sport Recife) 2000*
Campeão Pernambucano (Náutico Recife) 2001
Campeão da Copa do Nordeste (Sport Recife) 2000*
Campeão Sul americano de Society (Brasil) 1995*
Vice Campeão Sul americano de Society (Brasil) 1996
Campeão Cearense (Fortaleza) 2004
Campeão Cearense (Fortaleza) 2005* 
Campeão Paraibano ( Campinese) 2008
Vice Campeão Brasileiro da Série B do Campeonato Brasileiro(Fortaleza) 2004
* titular

segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Arquivo! Cidimar fala sobre Inter, Mano Menezes, Nilmar, boatos e Alemanha!

Bastidores: O grande problema de um boato, acentuado com a Internet, é que quando se espalha não adiante desmentir. Sempre vai ter aquelas pessoas que vão acreditar na primeira versão divulgada. Para muitos, o desmentido vira a mentira. Uma situação incrível.

Nesta conversa com Cidimar em 2013, para o FutNet, o que mais me chamou a atenção foi o fato dele querer desmentir a história que o Inter o contratou do Matsubara-PR e como 'brinde' veio também o Nilmar. O atleta natural de São Paulo afirma que isso não é verdade, pois este se transferiu para o clube gaúcho em 2001 e Nilmar estava lá desde 2000.

Até hoje há pessoas que creem nessa história. Boatos e suas dificuldades de desmenti-los.

Por fim, Cidimar passou por vários clubes pequenos da Alemanha e desde 2014 está no Biel-Bienne, da Segunda Divisão da Suíça.




Confira:
Nesta sexta-feira, o FutNet traz uma reportagem com o atacante Cidimar, revelado pelo Internacional e que atualmente defende o VSF Aalen, equipe recém-promovida à 2.Bundesliga.

Natural de São Paulo/SP, o atleta iniciou sua carreira aos 9 anos no futsal. Cinco anos depois foi tentar a vida no futebol de campo e após realizar vários testes em equipes, conheceu alguns empresários e acabou indo parar no Matsubara, uma equipe do norte do Paraná e que atualmente está licenciada do esporte.

Após seis meses foi para o Internacional/RS, onde viveu momentos conturbados e foi 'vítima' de um factoide que,segundo próprio, precisa desmentir até hoje. A de que foi contratado pelo Colorado e como bonificação, o clube paranaense cedeu o também atacante Nilmar.

"Alguém, provavelmente da imprensa, inventou essa história de que eu fui para o Internacional e como contrapeso veio o Nilmar junto. Até hoje vem gente me perguntar dessa história. Não é verdade. O Nilmar saiu do Matsubara para o Inter em 2000 e eu fui só ano seguinte. Não viemos juntos para cá", explica o jogador de 29 anos.

O início de sua vinda ao clube de Porto Alegre não foi fácil. Ao passar no teste, o paulistano foi aprovado mas acabou não sendo inscrito no time juvenil que foi disputar um torneio em Macaé/RJ. Isso fez com que o acordo entre a equipe gaúcha e a paranaense não fechasse e o atleta acabou indo parar no Fluminense. A contragosto, como o mesmo salientou.

Chegando nas Laranjeiras, Cidimar integrou o elenco que foi disputar uma Copa do Brasil de juniores (uma categoria acima da sua), em Volta Redonda/RJ. Sua equipe encontrou o Internacional nas quartas de final e acabou perdendo por 5 a 3. No entanto, o atacante anotou um dos gols e foi um dos destaques do duelo. Após a peleja, a jovem promessa conversou com o treinador das categorias de base do Colorado, Mano Menezes e falou que queria voltar para o sul do Brasil.

" Após a derrota para o Internacional, o Mano Menezes perguntou se eu queria voltar para o Internacional e eu disse que sim. Ele acabou conversando com a direção do Inter e enquanto isso eu expliquei minha situação ao Fluminense e ao Matsubara. No final, após muitas reuniões eu acabei conseguindo retornar ao Inter", explicou o futebolista, que emendou dizendo o motivo que quis ir tanto para o Colorado.

"Quando fui em julho de 2001 para lá eu fui muito bem recebido. Me identifiquei com o lugar. Tinha uma boa estrutura e queria jogar lá."

Em janeiro de 2002 mesmo ainda sendo juvenil, acabou indo disputar a Copa SP de Juniores sob o comando de Mano Menezes. A campanha do time não foi boa, sendo eliminado na primeira fase, mas Cidimar se destacou, anotando dois gols.

Em 2003, fez sua primeira atuação no profissional e seu primeiro gol no time de cima foi contra o Flamengo, no Maracanã. No início de 2004 acabou emprestado ao Caxias, para ganha experiência e durante a disputa da Série B do Brasileiro voltou a trabalhar com Mano Menezes ajudando a equipe a se livrar do rebaixamento e quase conseguindo uma classificação às quartas de final.

O atleta ainda passou por Paysandu e Guarani, antes de terminar seu contrato com o tricampeão brasileiro. Ele ainda falou sobre sua vida em Campinas/SP e Belém/PA, onde teve grandes momentos, mas saiu por conta de salários atrasados.

"Em 2005 fui atuar no Guarani e tive a oportunidade de marcar um lindo gol no clássico campineiro.  Acertei um chute de 'uns 32m' de distância do gol e a bola entrou. Me lembro do goleiro Lauro me chamando de 'largo', após o tento anotado. No entanto, durante o período na Série B, a diretoria do Bugre começou a atrasar os salários e eu fiquei 4 meses sem receber. Rescindi o contrato e voltei ao Inter. Mas sem espaço no time principal fiquei na equipe B jogando a Copa FGF. Em 2006 fui ao Paysandu que seria dirigido por Carlos César, que tinha sido técnico das categorias de base da Seleção Brasileira. Ele soube de mim através do Guto Ferreira, que trabalhava nas divisões de base do Internacional. No entanto, o Carlos César durou três jogos e acabou demitido. Depois trouxeram outro treinador que ficou mais uns quatro e saiu também. Depois veio outro que ficou até o final do estadual, onde fomos campeões paraenses. Os Bicolores passavam por um momento conturbado, onde o time tinha recém caído para a Série B do Brasileiro e houve troca na diretoria. Também teve problemas financeiros e meu salário também atrasou o que fez com que eu deixasse a equipe durante a disputa da Série B. Novamente fiquei no Inter, jogando pelo time B, até o fim de 2006 quando encerrou meu vínculo", explicou o atleta, que depois trocou o Brasil pela Alemanha.

Em 2007 Cidimar foi fazer um teste no Greuther Furth, uma equipe do sul da Alemanha. Um dirigente da equipe o havia visto atuar pela equipe B do Internacional e o convidou à ir ao clube europeu. Como o boleiro não estava no time principal, teve que passar por um período de avaliação. Acabou passando, mas o sul-americano afirmou que não foi fácil se adaptar no Velho Continente.
Em seu período no Greuther Further

" Cheguei em janeiro de 2007, onde era a pausa do Campeonato Alemão. O meu clube estava na segunda divisão e o primeiro mês do ano é sempre parado por conta do inverno rigoroso. Enfrentar aquele frio não foi fácil. Além disso, eu não dominava o idioma e ainda estava longe da família e dos amigos.Dentro de campo eles exigem muito do condicionamento físico e da parte tática, o que não ocorre tanto no Brasil. Me fizeram um contrato de seis meses, podendo prorrogar por mais dois anos", disse o agora ex-colorado, que se deu bem em seu primeiro semestre em terras germânicas, chegando a ganhar destaque da revista Kicker.

" Aos poucos fui conseguindo meu espaço no Greuther Furth. Entrava no segundo tempo e fazia uns gols. Era tido como o 12º jogador da equipe. Naquela temporada não conseguimos o acesso. Subiam quatro agremiações e ficamos em quinto lugar. No entanto, a revista Kicker (especializada em futebol) me elegeu como o melhor coringa da 2.Bundesliga. Fiquei feliz com esse destaque," disse o atacante.

Após passar pela Baviera, Cidimar se transferiu para o FSV Frankfurt, onde jogou até 2012 e se transferiu para o Dynamo Dresden, ficando meia temporada, neste último. Até que no início de 2013 foi para o VRF Aalen, onde conquistou o acesso à Série B da Bundesliga e se diz muito feliz em sua atual equipe.

Exceção ao período que jogou a terceira divisão, em todos os outros clubes participou da segunda. Ao ser questionado sobre qual deles mais gostou de jogar, o atleta cita todos os pontos positivos em suas passagens.

"No Greuther Furth foi onde tudo começou. Eu me dei bem lá, a minha filha nasceu lá e até hoje a torcida me adora. Na temporada 2013/14, o Aalen enfrentou o Grether Furth e a torcida compareceu ao nosso estádio e lá começaram a gritar meu nome. Eu achei bem legal aquilo. Eles ficavam dizendo: 'Da Silva, Da Silva' (na Alemanha os jogadores são conhecidos pelos seus sobrenomes). No FSV Frankfurt eu vivi o meu melhor momento na carreira. No Dynamo Dresden encontrei uma torcida muito fanática, que lembrava a do Internacional, sempre empurrando o time durante as partidas. Mas lá tive poucas oportunidades e acabei indo para o Aelen, que é uma cidade pequena e bem legal de se viver. A população apoia bastante o nosso time", falou o sul-americano que revelou que em outubro irá tirar o passaporte alemão.

Sobre o futuro, o paulistano afirma que pretende voltar ainda a jogar no futebol brasileiro, no qual ele ainda acompanha bastante.

"Ainda tenho vontade de jogar em um clube brasileiro. No futebol do meu país. Em geral, aos domingos, eu vejo dois jogos do Brasil. Penso que mesmo voltando mais experiente posso atuar em um clube de Série A. Só ver que há muitos veteranos se destacando na elite do futebol brasileiro. Penso que posso fazer o mesmo", salientou Da Silva, que não descarta uma volta ao Internacional.

" Tenho boas lembranças do Inter. Foi o clube que me projetou ao futebol. Se estou na Alemanha hoje, devo ao Inter. Tenho vontade sim de voltar para lá um dia. Seria uma boa ideia," finalizou.



Arquivo! Wallace Pereira fala sobre São Carlos, Moldávia, Noruega, Bélgica e muito mais!

Bastidores: A minha primeira entrevista explorando atletas que atuam no exterior foi em 2012 com o lateral-esquerdo Wallace Pereira. Na ocasião, o atleta natural de Cerquilho/SP atuava no Genk-BEL e falou sobre suas passagens pelo São Carlos/SP, futebol da Moldávia e também da Noruega.

Atualmente, o brasileiro de 29 anos defende o Skoda Shanti, da Grécia. Wallace Fernando Pereira ainda defendeu em 2014 o Hoverla, da Ucrânia, país de origem de sua esposa.

Confira a entrevista publicada no portal São Carlos Agora:

1)Fale como chegou no São Carlos/SP e como foi o período na Águia?
Sou natural de Cerquilho/SP e cheguei ao São Carlos em 2005 através do meu tio Jorge Pereira que era supervisor do clube.

Atuei em uma Copa São Paulo de Juniores onde enfrentamos o Corinthians na fase de grupos e o Paulista de Juniores. Quando iria subir para o profissional acabei vendido para o Sheriff da Moldávia.

Sou muito grato São Carlos/SP e ao Julinho Bianchim (antigo presidente do clube) por terem  dado a oportunidade de iniciar a minha carreira.

2)Como surgiu a oportunidade de jogar no Sheriff?
Em 2005 eu tive propostas e sondagens de vários clubes, tanto dentro como fora do Brasil. Uma dessas foi do Sheriff. No início acharam uma loucura ir para a Moldávia, mas sabia que teria chances de jogar uma Liga Europa ou Champions League e aparecer no futebol europeu.

3)Como foi sua adaptação na Moldávia? A população de lá gosta de futebol?  E como foi atuar no Sheriff?
Fui para o Sheriff o melhor time do país, o mais rico e que mais contrata jogadores de várias nacionalidades. No começo foi muito difícil principalmente pela língua, cultura e o frio. Mas aos poucos fui me adaptando. Na minha passagem por lá, bi campeão nacional ,uma Copa da Moldávia, uma Supercopa e também joguei duas eliminatórias da Champions League.

O futebol, pelo que fiquei sabendo, está melhorando mas ainda tem muito o que mudar. A população gosta sim de futebol. Penso que este esporte seja o número 1 de lá. Na cidade onde morei (Tiraspol), todos torciam e apoiavam o Sheriff. Não era uma torcida apaixonante como em outros lugares, mas gostavam da nossa equipe.

4)Após dois anos, se transferiu para a Noruega. Onde atuou e o que achou de viver no país nórdico?
Atuei no Fredrikstad e a minha adaptação foi mais tranquila. Após passar pela Moldávia e aprender russo, na Noruega foi mais fácil. O ambiente no elenco era muito bom e isso contribuiu para a adaptação.Havia muitos brasileiros por lá. Atuei em uma liga mais forte e na primeira temporada fomos vice-campeões nacionais.

5)A Noruega assim como os países da Escandiávia revelam bons jogadores e montam boas seleções. No entanto, as equipes seguem sendo fracas e não tem destaque nos campeonatos europeus. Por quê acha que isso acontece?
É uma coisa difícil de explicar. Eu percebia que os clubes davam muito mais importância aos campeonatos nacionais do que as ligas europeias. Esse pensamento precisa mudar.

6)Quanto tempo ficou no Fredrikstad?Atuou em ligas europeias?
Fiquei dois anos e meio e atuei uma vez na eliminatória para a fase de grupos da Liga Europa, mas não entramos. Gostei de atuar lá, onde a cidade é apaixonada pelo clube (ambos com o mesmo nome) e sempre lotava o estádio.

7)Após atuar na Noruega, se transferiu para o Gent, da Bélgica.A cidade de Gent fica em Flanders ou Valônia? A população apoia o time?
Gent é uma cidade muito bonita e boa de se viver. Fica em Flanders. Aqui todos apoiam sempre o time e vão ao estádio.

8)Na Bélgica há uma rivalidade forte entre os Valônios e os Flanders. Percebe isso no dia-a-dia?
Eu acho que tem sim.Até os próprios jogadores tem isso entre eles mesmo.Os valônios ficam em um grupo e os flanders em outro.

Obs:A Bélgica é dividida em dois povos. Os valônios que falam francês e os Flanders que falam holandês. Há rivalidade entre os dois povos e até pedido de independência.

9)Sente esse clima de rivalidade na torcida e nos jogos?
Eu acho que sim. Mas o que mais tem é rivalidade entre os clubes. O nosso grande rival é o Club Brugge, que é de Flanders e é um clássico que ninguém quer perder.

10)No momento, o Campeonato Belga está no hexagonal final. Qual o objetivo do Gent?
Nosso principal objetivo é conseguir uma vaga em competições europeias. Até o momento já foram dois jogos, onde vencemos um e perdemos outro.As duas próximas rodadas serão decisivas para as nossas pretensões no campeonato.

Obs: Estão disputando o Hexagonal Final, Gent, Genk, Anderlecht, Club Brugge, Standard Liege e Kortrik. O primeiro colocado vai para a fase de grupos da Champions League. O segundo joga uma repescagem para a fase de grupos da Champions. O terceiro colocado vai para a Liga Europa e o quarto posicionado joga uma repescagem para a Liga Europa.

11)Dos três países que atuou qual mais gostou?
Todos foram bons lugares de se viver. Mas a Bélgica será especial pois a minha filha nasceu aqui.

Obs: a esposa de Wallace é da Ucrânia e eles se conheceram na Moldávia.

12)Por fim, ainda tem vontade de jogar em um clube brasileiro? Sonha com Seleção Brasileira?
Por ter saído novo do Brasil, penso em um dia atuar por uma grande equipe brasileira. Seleção sei que é muito difícil, mas não impossível. A concorrência é muito grande, pois os melhores atletas são brasileiros.

1000 visitas! Obrigado!

Ainda não deu nem um mês de blog e já tive mais de 1000 visualizações!

Considero um número bom, uma vez que a divulgação é baixa (apenas o Facebook, mas se não fosse isso, não teria nem 20 visualizações, e o `boca-boca`), as matérias, apesar de ser com jogadores renomados, são repetidas e não tenho/sou apelo de mídia.

Também imagino que o Blogger não seja o melhor matemático da Internet, mas não tenho outros números para me apoiar. Então, apesar da desconfiança, fica a consideração.  

Ainda tenho muito o que fazer. Resgatar várias matérias, que infelizmente estavam salvas no meu PC e este estragou e parece que não tem volta. O FutNet também apagou as matérias mais antigas, uma pena. To quase sem onde recorrer.

Por fim, sei que são mais ou menos a mesma 'meia dúzia'que acessa o meu blog, mas fica de coração o agradecimento pelo apoio.

Que venham mais!!

Leonardo Pereira Cantarelli

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Arquivo! Ex-atacante Sávio relembra sua trajetória no futebol

Bastidores: Sonho realizado! Foi essa a sensação que tive ao terminar a entrevista que durou mais de uma hora com o Sávio. Me atendeu bem e foi ótima a entrevista.

Muito legal fazer uma reportagem com um ex-atleta que se acompanhou a carreira e anos depois estar com o próprio publicando um material.

Nessas horas, se diz o quão vale a pena ir atrás de suas metas. 

crédito da foto: Arquivo pessoal
Confira:
Nesta sexta-feira, o FutNet segue seu especial entrevistando ex-jogadores que fizeram história no futebol. 

O 'bola da vez' é o ex-atacante Sávio, revelado pelo Flamengo e com passagens por Real Madrid, Zaragoza, Seleção Brasileira, dentre outras equipes.

Atualmente o capixaba de Vila Velha está com 39 anos, vivendo em Florianópolis/SC. Na capital catarinense, possui negócios imobiliários, financeiros, além da Savio Soccer, que cuida da carreira de atletas (orienta tanto jovens e profissionais a ter uma boa carreira e como administrar o dinheiro que ganham) e ser um dos gestores do Guarani, de Palhoça/SC.

Nessa reportagem, Sávio Bortolini Pimentel, falou sobre o amor que sente pelo Flamengo e ao mesmo tempo criticou o clube que segundo o próprio, acumula más gestões atrás de más gestões. Falou da diferença entre atuar no Flamengo de 95 (que não deu certo no segundo semestre) e no Real Madrid (time cheio de estrelas e que deu certo no período que esteve por lá).

Também disse sobre o amor à primeira vista que teve com o Zaragoza e sua passagem pelo Anorthoshis Famagusta, onde pela primeira vez na história um time do Chipre se classificou para a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa (e quase foram às oitavas). 


Confira
1)Conte um pouco da sua vida e como iniciou a carreira de futebol até chegar ao Flamengo.
Comecei em torno de 8 ou 9 anos jogando futebol em Vila Velha/ES, na minha cidade natal. Minha posição na época era ponta esquerda, como se diziam antigamente. Meu primeiro time foi o Fluminensinho, equipe fundada pelo meu pai, que é torcedor do Fluminense/RJ. Era um dos destaques daquela equipe, até que fui para a Desportiva, um dos times mais tradicionais do Espírito Santo. Por lá fiquei uns três anos e me destaquei em um torneio que chamava Copa A Gazentinha Internacional. Fomos campeões vencendo o River Plate-ARG. O Flamengo me viu jogando e me chamou para treinar no clube. Eu com 14 anos fui morar na Gávea.

2)Como foi a adaptação longe de casa, sendo outro estado e o período nas categorias de base do Flamengo?
No início foi muito difícil, bem diferente de hoje em dia. Eu fui para o Flamengo em 1988. Naquela época não existia computador nem celular. A minha família era muito unida e apegada. Sair de casa aos 14 anos não é fácil. Para me comunicar com meus familiares era só por telefone e daqueles de ficha, que eram caros. Ou seja, eu falava com meus pais duas vezes por semana e cinco minutos cada ligação!

Nas categorias de base sempre procurei me dedicar ao máximo. No meu primeiro ano fui campeão carioca infantil. No juvenil fui campeão estadual novamente e também nacional. Até que em 1992 subi para os profissionais e integrei o elenco que foi campeão brasileiro. Não cheguei a jogar, mas fiz parte daquele time. Em 1993, voltei para atuar nos juniores onde joguei o carioca e no segundo semestre voltei ao time profissional e não sai mais.

3) Fale um pouco sobre aquele time campeão de 1992, o seu convívio com jogadores mais velhos. Você se recorda quando foi seu primeiro gol como profissional?
Naquela época não era tão fácil subir ao profissional como hoje. Nos atuais clubes é comum ver jogadores de 17, 18 anos atuando no time de cima. Antigamente, não. Então, para um garoto como eu estar atuando ao lado de atletas experientes, como o goleiro Gilmar, o lateral-esquerdo Júnior, o zagueiro Wilson Gottardo,o meia Zinho, dentre outros, era muito gratificante. Creio que mais do que hoje. Fui bem recebido por todos e o respeito que tinham por mim era grande. Agradeço ao técnico Carlinhos por ter me dado essa oportunidade.

Meu primeiro gol no profissional, que eu considero foi em 1994, no quadrangular final do Campeonato Carioca, onde entrei no segundo tempo e fiz o último gol do Flamengo na vitória sobre o Fluminense por 3 a 1. A partir dali eu me firmei no time profissional.

1994 foi um muito bom para mim e ruim para o Flamengo. Foi onde eu me dei bem individualmente, sendo um dos artilheiros do Brasileirão. Já o Flamengo foi muito mal, um time muito jovem e que não fez boas campanhas. Foi um ano difícil para aquele time.

4) Em 1995 você fez dupla de ataque com Romário. Na época você um jovem atleta, enquanto o Baixinho era tetracampeão do mundo com a Seleção Brasileira e conhecido em todo o planeta. Depois veio o Edmundo. Como foi atuar com esses atletas e o que não deu certo neste time montado no centenário da equipe?
Na verdade no primeiro semestre o time foi bem sim. No começo era só eu e o Romário no ataque e o time deu certo. O problema é que perdemos o título carioca para o Fluminense por 3 a 2, com aquele gol de barriga do Renato Gaúcho e o revés foi tratado como um desastre.

O Flamengo que sempre teve dificuldade em montar uma boa diretoria e fazer uma boa gestão, resolveu mudar tudo. Trazendo, 4 ou 5 reforços de peso, um deles o Edmundo, como você mencionou. No entanto, o ego entre vários jogadores falou mais alto e não conseguimos montar um bom time. Pensaram primeiro em si, depois no Flamengo. Quando isso acontece nenhum time dá certo.

Mesmo assim chegamos na final da Supercopa (um extinto torneio sul-americano que reunia os campeões da Libertadores) e perdemos a final para o Independiente-ARG.

Sobre o Romário, atuei com ele até 1997 e nos demos muito bem. Esses tempos ele citou em uma entrevista que eu fui um dos melhores parceiros de ataque que ele já teve. Isso foi bem legal de saber.

5)Em 1996 o ano do Flamengo foi melhor e você ainda jogou as Olimpíadas. O que lembra daquela época e mesmo passado um bom tempo, por quê o Brasil perdeu aquela semifinal para a Nigéria?
Em 1996 a situação mudou na Gávea. Chegou Joel Santana e melhoramos, sendo campeão carioca invicto. Ainda ganhos uma Copa Ouro disputada em Manaus, onde batemos o São Paulo na decisão. 

Naquele ano ainda fui campeão pré-olímpico com a Seleção Brasileira, onde vencemos a final na Argentina, contra a Argentina e isso foi muito legal.

Sobre a Olimpíada, ter perdido aquele jogo para a Nigéria por 4 a3, na prorrogação, são coisas do futebol. Acontecem.

6) 1997 foi seu último ano no Flamengo. Como você foi parar no Real Madrid?
1997 foi um ano bom, onde fomos vice-campeões da Copa do Brasil, perdendo a decisão para o Grêmio no saldo de gols. Naquela época não havia disputa de pênaltis. Fizemos um bom Brasileirão, terminando na terceira colocação.

Sobre o Real Madrid, nesta temporada já havia especulações de interesse deles, do La Corunã, do Valencia e de equipes da Itália no meu futebol. Dois meses antes de me transferir para o clube Merengue, o Flamengo foi à Espanha jogar dois torneios, o Palma de Mallorca e o Trofeo Naranja. Vencemos o Real Madrid e o Valencia, sendo eu um dos destaques. Depois a equipe da capital espanhola me fez uma proposta e fechamos o acordo.

7) Imagino que não deve ter sido fácil jogar no Real Madrid, um clube cheio de estrela e conhecido mundialmente.
Aí que você se engana! Eu quando fui pensava a mesma coisa e não é. Ao menos na minha época. Joguei ao lado de grandes jogadores como Hierro, Raúl, Zidane, Figo, Roberto Carlos, Ronaldo, Makelele e Seedorf, por exemplo. Os anos que fiquei lá foram especiais. Todo mundo se dava bem e não havia guerra de vaidades.Não foi a toa que ganhamos 3 Champions League (na primeira vez, o Real Madrid não vencia há 32 anos), 1 Mundial de Clubes em cima do Vasco, 1 Campeonato Espanhol e 1 Supercopa da Espanha.

Jogando no Real Madrid eu vi a diferença de pensamento com relação ao Flamengo de 1995. Os atletas do Real Madrid pensavam primeiro no time, depois neles. Naquele Flamengo era o contrário.

8)Um clube que você se deu muito bem foi no Zaragoza. Conte como foi sua passagem por lá?
Sim! Depois do Real Madrid, eu fui para o Bordeaux, da França, onde fiquei na temporada 2002/03. Foi muito boa a experiência lá. Depois recebi uma proposta do Zaragoza e aceitei, pois queria voltar a morar na Espanha. A minha relação com o time até hoje é muito forte. Foi amor à primeira vista. A expectativa da torcida era muito grande, pois sabiam do meu passado no Real Madrid. Eu consegui superar e hoje a torcida me adora. Fomos campeões da Copa do Rey da Espanha, da Supercopa da Espanha, além de um vice de outra Copa do Rey. No meu jogo de despedida, dei uma volta olímpica e toda a torcida me enalteceu. Bem emocionante!

9) O que acha da atual situação do time?
Fico triste em ver que o Zaragoza caiu para a segunda divisão. Infelizmente, a equipe vive nesses altos e baixos. Na minha época era um time mais forte, mais qualificado.

10)Saiu do Zaragoza em 2006 e veio para o Flamengo onde ficou um semestre. Como foi a volta' à casa'?
Não foi legal. Não fui bem recebido e alguns dirigentes do clube não me queriam lá. Aquele velho problema do Flamengo em não ter uma boa diretoria. Historicamente o clube sempre teve más gestões. Nos primeiros seis meses, recebi apenas salário de um. Tinha contrato de um ano e meio, mas fiquei apenas 6 meses e fui para a Real Sociedad. Joguei uma temporada e meia lá e acabei em 2008 me transferindo para o Chipre.

11)Foi bom ter ido jogar no Chipre? Um país pouco conhecido no Brasil
Cheguei no Anorthosis Famagusta com status de estrela. Lá eles adoram futebol e todo mundo sabia quem era o Sávio Bortolini (na Europa ele é conhecido também pelo seu sobrenome). Tive que jogar bem e mostrar para eles que estava lá para ajudar o clube e não para fazer turismo como se fosse um ex-jogador em atividade.

Mas a adaptação lá foi um pouco difícil. Quando mudo de país sempre procuro saber da cultura local que vou viver. Mesmo assim, aguentar o inverno rigoroso não foi fácil. 

Na região onde eu vivia, eles falam grego e eu aprendi muito pouco sobre o idioma. Me comunicava em inglês com o técnico e havia atletas espanhóis, franceses e portugueses no elenco e com esses me comunicava melhor.

12)Dentro de campo como foi?
Foi muito bom, pois o Anorthosis foi o primeiro time do Chipre a disputar a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa! Caímos em uma chave com Inter de Milão-ITA, Werder Bremen-ALE e Panathinaikos-GRE. O grupo ficou equilibrado com os quatro times tendo condições de avançar às oitavas de final na última rodada. Nós enfrentaríamos na última rodada o Panathinaikos e se vencêssemos passávamos em primeiro na chave. Perdemos e ficamos em quarto lugar!

Obs: Naquela chave, o Panathinaikos terminou em primeiro lugar com 10 pontos, a Inter em segundo com 8, o Weder Bremen em terceir com 7 e o Anorthosis em último com 6. Nos seis jogos que cipriotas disputaram, foi uma vitória, três empates e duas derrotas.

13)Veio encerrar a carreira no Avaí. Como foi seu último ano de jogador e foi tranquilo ter que 'pendurar as chuteiras'?
Em 2010 vim para o Avaí, onde fui campeão catarinense. Mas no segundo semestre sofri duas lesões que atrapalharam minha sequência de jogos e não pude ajudar o clube na Série A do Brasileiro.

Ao término do ano vi que estava na hora de parar e investir em outras áreas. Escolhi morar em Florianópolis, pois a cidade é muito bonita, de fácil adaptação e dei início aos meus projetos.

14) Se sente realizado como jogador de futebol?
Totalmente. Vida de boleiro não é fácil, ver o que eu ralei e conquistei, não foi pouco. Os anos que passei no Flamengo e hoje ter uma torcida que me adora, é muito gratificante. Depois no Real Madrid os títulos que ganhei. Sinto que fui feliz em minha carreira.

15) Acredita que poderia ter tido mais chance na Seleção Brasileira?
Penso que sim. Em 1998 e 2002 acho que tinha condições de jogar uma Copa do Mundo. Estava bem. No entanto, a concorrência era muito grande naquela época e os treinadores optaram por outros atletas. Normal, respeito e entendo a opinião deles. Mas pela profissional cheguei a jogar amistosos e disputar uma Copa América. Isso me satisfaz.

16) De todos os times que atual, qual que você mais gostou e tem mais identificação?
Bom, o Flamengo considero a minha segunda casa. Adorei ter jogado no Real Madrid. No Zaragoza foi tudo muito intenso e muito bom. A experiência na Real Sociedad e no Chipre foram bem legais. Mas não posso negar que o time que ainda me identifico mais é com o Flamengo, por tudo que ele representa na minha vida!

17)Por fim, como você avalia o futebol brasileiro, de um modo geral, da época em que você começou a jogar e agora?
Melhorou em vários aspectos, mas ainda há o que fazer. É legal que hoje há mais cobertura da mídia. A televisão passa mais partidas e com a internet sabemos os resultados de vários jogos pelo Brasil.

O nosso calendário melhorou bastante. A adoção dos pontos corridos no Brasileirão foi muito boa. Eu gosto muito de jogar pontos corridos. Todo país precisa de um campeonato de pontos corridos e os mata-matas que serão feitos com a Copa do Brasil e os torneios internacionais. 

Mas tem coisa para se fazer ainda. Primeiro os estaduais, que não tem o mesmo valor de antes. O ideal era desinchá-los, deixando com poucas equipes, mas boas. Mais qualidade nas equipes e menos quantidade. Menos datas. Também não podemos parar um Campeonato Brasileiro durante um mês por causa de uma Copa das Confederações. Precisa melhorar isso.

Por fim, os clubes mesmo precisa haver uma fiscalização maior em seus gastos. Há equipes que fazem dívidas, atrás de dívidas e nada acontece com os dirigentes. Eles seguem lá e os times ficam endividados. Isso não pode. Precisa ter um balanço financeiro melhor e punição rigorosa com quem não cuida do dinheiro do clube.