sexta-feira, 3 de julho de 2020

Atacante Filipe Vasconcelos fala sobre sua carreira na Geórgia : adaptação, gols e futebol pós-covid-19

O futebol na Europa está retomando às atividades, após a paralisação devido a pandemia do Coronavírus. Na Geórgia, os campeonatos retornarão no próximo dia 6 de julho. Na nação do leste europeu, a quarentena teve início na segunda quinzena de março e durante 2 semanas, as pessoas só podiam sair de casa para casos essenciais, como ir à farmácia ou ao supermercado. As fronteiras foram fechadas.

No dia 9 de junho, os times puderam retornar aos treinos. Um dos poucos brasileiros que atuam no futebol da nação da extinta União Soviética, é o atacante Filipe Vasconcelos, que se diz muito feliz com o fim do isolamento social imposto pelo governo. O baiano de Feira de Santana já está em sua terceira temporada na Geórgia e no momento defende o Merani Martvili, que está na segunda divisão.

"O meu primeiro clube na Geórgia foi o FC Shevardeni, em 2018, onde fiz 7 gols e duas assistências. No final do ano, há a eleição dos 11 melhores da Liga e eu estive nessa seleção. Já em 2019, me transferi para o Dila Gori e não fui bem, pois, tive poucas oportunidades. Isso fez com que aceitasse a proposta do Merani Martvili, que quer voltar à elite do futebol da Geórgia. Darei o meu melhor para que isso ocorra", disse o atleta em entrevista exclusiva à este blog.



Filipe Vasconcellos atuando pelo FC Shevardeni

O início do atleta de 23 anos foi no Rio Verde F.C./GO. Após se destacar pelo time sub-17,  Filipe Vasconcelos Paim, chamou a atenção do Goiás. Pelo clube esmeraldino foi vice-campeão estadual sub-17. Em 2017, se transferiu para o Mogi Mirim/SP, onde disputou a Taça São Paulo de Juniores. Após este torneio, Filipe retornou à sua cidade-natal, onde defendeu o Fluminense. Pelo Touro do Sertão, o jogador nascido no dia 23/05/1997, jogou o Campeonato Baiano, a Copa do Nordeste e a Série D do Brasileiro. Naquela passagem, teve como companheiro de equipe, o experiente Jorge Wagner, que atuou por grandes clubes brasileiros, como São Paulo, Flamengo e Inter.

"Foi uma passagem boa. Mesmo não tendo atuado muito, eu pude aprender bastante. Jogar ao lado do Jorge Wagner, foi o mais marcante, pois, ele é daqui da nossa cidade e eu sempre acompanhei a sua carreira. Era surreal para mim ter ele ali ao meu lado no dia a dia. Ele sempre me ajudava com conselhos e elogios. Um exemplo de atleta e ser humano", prosseguiu.

Em 2018, apareceu a oportunidade de ir à Geórgia e o nordestino explica o motivo que o fez se aventurar em um destino pouco procurado pelos brasileiros.

"A proposta veio através de um empresário, que me acompanhava desde a época do Goiás. Eu aceitei, pois, sei que hoje estou muito próximo dos grandes clubes europeus, pois, tenho a meta de um dia atuar em um deles", revelou, para depois falar sobre as dificuldades que teve de adaptação ao chegar à Geórgia.

"A adaptação foi difícil, principalmente nos primeiros meses. Primeiro, por causa do fuso horário, onde há uma diferença de 7 horas ( a mais) em relação ao Brasil. Depois, por causa do idioma, pois, não falava nem inglês e nem a língua local. Por fim, aqui há um inverno rigoroso e para treinar é muito difícil. Já cheguei a treinar com -4 graus. Eu não gosto desse inverno e até hoje tenho dificuldades em treinar nessa época do ano", explicou, para em seguida, falar sobre as diferenças de futebol entre os dois países e sobre a popularidade deste esporte na Geórgia.

Brasileiro em atuação pelo FC Dila


"O futebol no Brasil é mais técnico, enquanto aqui é mais truncado e dinâmico. O esporte principal é o Rugby, mas, o futebol vem crescendo bastante nos últimos três anos", emendou.

No momento, o Merani Martvilli está na quarta colocação com 3 pontos ganhos em 2 jogos disputados. São 10 equipes na disputa. O campeão garante o acesso à primeira divisão, enquanto o segundo e o terceiro colocados entram em uma repescagem contra o antepenúltimo e o penúltimo da elite.

Crédito das fotos: divulgação/assessoria