sábado, 21 de março de 2020

DICA! 10 livros para serem lidos na quarentena

Época de férias/folga é sempre o momento ideal para colocarmos a leitura em dia. Ou mesmo, ler mais um livro e adquirir mais conhecimento.

No momento, infelizmente, estamos passando pelo gravíssimo problema do Covid-19. Um novo vírus que vem ameaçando a população do Planeta Terra. Diversas pessoas perderam a vida e muitas outras correm esse risco.

A recomendação das autoridades é repouso em casa e sair apenas em situações de emergência.

Visando, entreter enquanto estivermos nessa quarentena, muitos sites e blogs vem recomendando livros.  Outras pessoas estão fazendo pelas redes sociais.

 O Arquivos e Histórias F.C. resolveu 'abraçar esta pauta' e também recomenda 10 livros que farão seus dias enclausurados serem mais divertidos e produtivos. Todos, claro, são focados no esporte.

Embora, alguns sejam fundamentais em qualquer lista, o Blog, resolveu mencionar também alguns que são poucos  explorados, mas que possuem ótimas histórias. Recomendar o que não está nas principais listas.

Confira:

1- Futebol ao Sol e a Sombra:
Este é um clássico e jamais poderia faltar em qualquer lista. É necessário para qualquer amante do futebol.
Imagem: divulgação/Internet

O escritor uruguaio, Eduardo Galeano, conta a história do futebol, do mesmo modo que aborda temas como política, sociedade e amor: poucas palavras e muito conteúdo.

O futebol aqui é tratado através da política, da economia, do entretenimento e de como entretê diariamente várias e várias pessoas. O fator torcer e o quão importante este esporte se torna na vida de milhares de cidadãos.

Galeano ainda rememora os tempos que era garoto e como acompanhou o título do Uruguai de campeão do mundo em 1950!

2- Estrela Solitária- um brasileiro chamado Garrincha
Uma biografia completa, detalhada, precisa, muito bem relatada e agradável de ler. O jornalista Ruy Castro fez uma ótima pesquisa de um dos maiores craques do futebol brasileiro: Garrincha.
Imagem: divulgação/Internet

Castro começa relatando o período em que os futuros pais de Garrincha deixam o Nordeste, vão para o estado do Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida e o nascimento de todos os filhos, inclusive do mais famoso. Posteriormente, as histórias passam pelo distrito de Pau Grande/RJ, onde Garrincha passou a infância e a adolescência, a descoberta no futebol, os seus dribles únicos e desconcertantes, que fizeram fama no mundo todo, até a decadência e os problemas com o alcoolismo.

Um livro que nos leva a ter várias emoções em diversos momentos e faz conhecermos melhor um jogador que deu muitas alegrias aos brasileiros.

3- Futebol: o Brasil em campo
Este livro foi escrito pelo britânico Alex Bellos. O autor percorreu o nosso País de norte a sul, para entender o que nos levou a sermos tão poderosos e imponentes com a bola nos pés.
Imagem: divulgação/Internet


Há relatos bem interessantes, como a entrevista com Aldyr Garcia Schlee (1934/2018), escritor e professor universitário, que criou o novo modelo da camisa da Seleção Brasileira. Para quem não sabe, quando o Brasil perdeu a Copa para o Uruguai em 1950, a CBD aposentou a vestimenta branca e fez um concurso por todo o País pedindo sugestões de novos modelos. Quem ganhou o concurso foi Aldyr, até então jovem de 19 anos, que vivia no interior do Rio Grande do Sul.  O desenho dele é o usado até hoje pela Seleção Brasileira.

No entanto, o que deixou o livro famoso foi o relato feito sobre o Peladão: um torneio de várzea tradicional em Manaus/AM. Esse torneio obriga os times a terem uma Rainha e paralelo aos jogos, há o concurso de Rainhas. É tido por muitos como o maior torneio amador do Brasil. Bellos ficou famoso, pois foi o primeiro jornalista a mostrar o torneio para os brasileiros. Até então, nenhum veículo, havia feito uma reportagem sobre a competição (apenas as mídias locais cobriam cotidianamente). Como disseram à época: precisou um britânico mostrar aos brasileiros o que é o Peladão.


4- À Sombra de Gigantes
Em tempos em que os grandes clubes estão cada vez maiores e poderosos e os menores cada vez com menos espaço, o autor Leandro Vignoli foi procurar saber o que leva torcedores europeus a apoiarem equipes pequenas.

Imagem: divulgação/Internet


O foco sempre foi pequenas equipes em grandes capitais, como Belenenses (Lisboa), Rayo Vallecano (Madrid),  Espanyol (Barcelona), Union Berlim (Alemanha), Fulham (Londres) e por aí vai.

O jornalista viajou a todos esses países, assistiu jogos no estádio, conversou com os torcedores e entendeu o sentimento que esses times ainda causam em certas comunidades. Sentimentos que ultrapassam o futebol, como ideologias, política e história.

À Sombra de Gigantes é um livro com uma narrativa leve, divertida e faz com que não queiramos parar de ler!

5-Paixão: uma viagem pelo futebol inglês
Esta publicação se parece muito com a mencionada no item 4, mas focando apenas no futebol inglês. O jornalista Plácido Berci passou uma temporada na Terra da Rainha e aproveitou para conhecer melhor os rincões dos inventores do futebol.
Imagem: Leonardo Cantarelli


Há um capítulo abordando o Corinthian-Casuals, que deu origem ao Corinthians/SP, após uma excursão ao Brasil e hoje disputa campeonatos amadores.  Outro capítulo, fala sobre o FC Manchester, fundado em 2005, por torcedores do Manchester United, que não aceitaram a venda deste para o empresário estadunidense Malcolm Gazer e encaram aquela luta contra o chamado futebol moderno (muito dinheiro e pouca paixão).

Também há uma visita a Sheffield, cidade que já foi muito importante para o Reino Unido e que conta com o Sheffield F.C., o time mais antigo do mundo e que atualmente está disputando as divisões inferiores da Inglaterra.

Um livro agradável, cativante e que ensina muito sobre a cultura do futebol inglês. Tanto dos principais clubes, como dos periféricos.

6- Futebol no País da música

Um livro que aborda duas paixões do brasileiro : futebol e música. Ambos são grandes expoentes da cultura brasileira.

Beto Xavier mostra que os dois sempre estiveram lado a lado. O primeiro exemplo mencionado era o fato de Charles Miller, introdutor do futebol no Brasil, ter se casado com Antonieta Rudge, uma das grandes pianistas do País, entre o final do século XIX e começo do século XX.
Imagem: divulgação/Internet


Posteriormente ainda cita o polêmico relacionamento entre Garrincha e Elza Soares (bem explorado também na biografia escrita por Ruy Castro e mencionada nesta matéria), nos anos 60.

Casais à parte, o autor do livro, faz uma pesquisa mostrando o quanto os músicos sempre foram fãs do esporte praticado com a bola nos pés  e aos jogadores que sempre foram fãs de música.

A obra faz uma pesquisa extraordinária mostrando composições desde quando o futebol chegou ao Brasil, até os dias de hoje. Do chorinho ao heavy metal.

Também aborda, os atletas que, de alguma maneira, se arriscaram nos instrumentos musicais e a maioria não deu certo. O autor afirma que quem melhor fez as duas funções foi o ex-lateral da Seleção Brasileira e do Flamengo, Júnior.

7- Celeste Olímpica: a era do ouro da Seleção Uruguai
A primeira grande seleção das Américas, e quiçá, do Mundo, está detalhada neste livro de Rodrigo Koch. O gaúcho traz um apanhado desde quando o futebol chegou ao Uruguai e como se formaram as primeiras seleções até a chegada da grande potência dos anos 20 e 30, onde faturou 2 Olimpíadas (1924 e 28) e a primeira Copa do Mundo (1930).
Imagem: divulgação/Internet


O livro aborda também a rivalidade com a Argentina, os grandes duelos que aconteceram no início do século passado e o fortalecimento do futebol sul-americano, fazendo surgir a Copa América e a Conmebol.

Sobre o bicampeonato olímpico, ainda há enfase sobre o quão os europeus ficaram surpresos com o bom futebol apresentados pelo 'paisito'  e que existia boas equipes fora da Europa. Lembrando também, que naquele período, eram poucas delegações fora da Europa que participavam dos Jogos Olímpicos.

Ainda há pequenas biografias de alguns jogadores que se tornaram ídolos e em uma época amadora.Muitos tiveram uma vida comum (sem muito luxo e com trabalhos do cotidiano).

8- Yo estuve ahí
Começo falando que este livro não encontrei em língua portuguesa, ficando restrito apenas aos que falam espanhol.
Imagem: divulgação/Internet

Após um período de secas do futebol uruguaio, a Celeste Olímpica voltou a ser protagonista em uma Copa do Mundo ao chegar na semifinal da edição de 2010 realizada na África do Sul.

Neste livro, o jornalista Alejandro Figueredo traz os bastidores da formação dessa seleção, como foi a preparação os pré e pós-jogos, as emoções no momento contra Gana, onde Luíz Suaréz salva um gol, espalmando a bola e acaba sendo expulso. Na cobrança, Asamoah Gyan isola a pelota e os sul-americanos seguiram sonhando com o sonho da semifinal.

É abordado também o trabalho jornalista e as dificuldades encontradas em uma cobertura na África do Sul. Ainda há o fato cômico, em que após um dia de treinamento, colocaram no GPS do carro  a indicação para o hotel e acabaram parando em um bairro periférico.



9- '1997: o ano em que o Grêmio Sãocarlense conheceu a Europa. Memórias'
Abro uma licença, deixo a modéstia de lado e falarei do meu primeiro livro publicado. Já que escrevi, não poderia faltar na matéria.
Livro exposto na cafeteria Shot Café em São Carlos/SP
Imagem: Shot Café


O livro relata a excursão que o Grêmio Sãocarlense fez à Europa em 1997 e enfrentou times como Lazio, Fiorentina e Burnley. Antes de sua publicação (2019), a história era muito obscura e pouco explorada pelos meios de comunicação. A intenção aqui foi explorar o tema e 'preencher as lacunas': como foi a viagem, quem viajou, contra quem jogou e os resultados. Inclusive, consegui material com clubes italianos e ingleses, detalhando as partidas. Há entrevistas com dirigentes e jogadores do Grêmio Sãocarlense que na época foram ao Velho Mundo.

A publicação já está em sua 3ª impressão.

10- Biriba: contos e causos de uma lenda do esporte brasileiro e do tênis de mesa mundial
Esta é outra autoria minha e foi lançada em fevereiro de 2020. É o único livro que menciono aqui e não fala de futebol, mas de tênis de mesa (outra paixão minha).

Crédito: Vitor Bley de Moraes


A obra é um relato biográfico esportivo de Ubiraci Rodrigues da Costa, conhecido como Biriba. O primeiro craque do tênis de mesa brasileiro.

No livro, abordo as façanhas de Biriba, como aos 13 anos, quando derrotou dois japoneses campeões do mundo e já consagrados atletas. Pouco tempo depois, o paulistano da Vila Maria, venceu um chinês campeão do mundo e em Pequim!

Biriba acabou ganhando fama nacional e teve muitas homenagens de governadores e presidentes do Brasil!

Para falar dessas façanhas e outras, entrevistei mesa-tenistas contemporâneos de Biriba e consegui documentos e informações com a CBTM  (Confederação Brasileira de Tênis de Mesa) e a ITTF (International Table Tennis Federation).

domingo, 1 de março de 2020

Livro sobre as façanhas de Biriba no tênis de mesa é lançado!

Ser o autor que escreveu o livro do Biriba é um fato que levarei com orgulho por toda a minha vida. Foi um prazer imenso escrever o livro. Entrevistar, pesquisar e ir atrás de documentos e fotos. Conhecer e aprender.

O lançamento do livro foi muito bom pela troca de experiência com o público. Pessoas do tênis de mesa que foram presitigia-lo. Pessoas que viajaram mais de 6 horas só para ir ao evento (sim, teve).
Biriba, Emiko, Leonardo Cantarelli e Betinho.Ídolos do tênis de mesa brasileiro e o escritor do livro. Créditos:arquivo pessoal/Leonardo Cantarelli

Também apareceram amigos de infância do Biriba, amigos dos tempos de faculdade e palmeirenses que ouviram falar do Biriba, através de familiares. Esteve presente no evento, senhores de idade que testemunharam, como espectadores, o histórico feito dele em 1958!
No stand do lançamento. Créditos: arquivo pessoal/Leonardo Cantarelli

Havia crianças por perto que queriam saber mais sobre ele. Queriam saber quanto custava o livro. Se os troféus estavam à venda (risos).
Houve aqueles, mais de um, que perguntaram se eu era filho do Biriba. Teve aqueles que queriam saber o motivo de eu escrever o livro e se eu era jogador de tênis de mesa.

Enfim, um dia divertido, com novas amizades e que levarei como recordação para o resto da vida.

Agradeço a todos que compareceram e também a Sociedade Esportiva Palmeiras por ceder a sua sede social.