sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Arquivo! Pai de Neymar atrapalha a carreira do filho, mas não é o único no futebol


Prólogo: reproduzo neste espaço, o texto que escrevi para o site torcedores.com no final de julho, quando houve a dicussão do pai do Neymar com uma jornalista da Folha de S.Paulo e o episódio foi muito debatido na mídia e nas redes sociais.

Confira:

Uma das notícias mais comentadas esta semana foi a discussão do pai do Neymar com uma jornalista da Folha de S.Paulo. A repórter o questiona, por telefone, sobre uma possível festa na concentração da seleção brasileira, após a estreia na Copa do Mundo. O agente e progenitor da principal estrela do atual futebol pentacampeão se mostrou irritado e de forma irônica disse que fez uma festa e com a mãe da periodista.  Seguiu com a voz alterada, ofendendo a repórter e até a ameaçando de um possível processo. Ela se manteve calma e apenas cumpriu o seu dever de ir até o fim do diálogo.  Embora seja um direito dele não gostar da pergunta, nada justifica tal atitude. Ele poderia simplesmente se negar a responder. Ficar em silêncio.

Crédito:Denis Doyle/Getty Images



O pai do Neymar é o caso mais famoso de um familiar que pega carona na fama do filho. É incrível. Onde o atleta está, de alguma maneira o pai dele dá um jeito de aparecer. Em muitas ocasiões aparece de forma negativa e arranha a imagem e a carreira do futebolista revelado pelo Santos.


Entretanto não é o único caso no esporte mais popular do planeta. Há aqueles que estragam tanto o filho que acabam fazendo com que o atleta não vingue no futebol.

Quem já cobriu categorias de base do Brasil sabe que muitos meninos com 11 ou 12 anos já começam a ser vistos como a fonte de renda de muitos familiares. A salvação. Vários pais, irmãos e até tios param de trabalhar, pois apostam na jovem promessa. O herdeiro é sempre visto como um craque. Com 15, 16 anos já tem contrato milionário e todos trabalham em volta dessa empresa que o futebolista se transformou.


Outro caso emblemático é o atacante Jean Chera. Desde cedo produziam matérias sobre a futura promessa das categorias de base do Santos. Não conseguiu engrenar profissionalmente. Eu já cheguei a conversar com um técnico que trabalhou com ele e me garantiu: “Foi o pai de Chera que o estragou. Queria mandar no menino e o que fazer com ele. O sucesso do garoto subiu a cabeça do pai. Era muito difícil trabalhar com o Jean, por causa do pai. ”


Certa vez estava conversando com pessoas que trabalharam em um clube pequeno de uma capital brasileira e me contaram um episódio bem curioso. Um jornalista esportivo renomado tinha um filho que jogava por essa equipe. O pai presenciava os treinos e sempre nos bastidores queria garantir seu filho entre os titulares. Questionava, de forma grosseira, a comissão técnica o motivo quando o garoto não estava entre os onze iniciais. Pelo que me relatavam, o menino atuava como centroavante. Um ‘9’. Mas não era o melhor daquela equipe. Era uma boa pessoa, mas as atitudes do pai (retificando que era um jornalista famoso) irritavam a todos e alguns companheiros de equipe pegavam bronca do rapaz.


Houve um episódio em que na televisão o tal jornalista informou que terminando o programa esportivo no qual estava participando,  iria para o estádio ver o seu filho jogar contra um dos principais times do estado. O confronto era por um campeonato estadual de categorias de base. 

Chegou com a partida em andamento, ainda de acordo com o que me contaram, e surtou ao não ver o seu filho entre os titulares. Foi brigar com a diretoria, pois havia anunciado na TV que seu filho jogaria. Deu escândalo nos bastidores.


Ao fim daquela temporada, o contrato com a tal equipe terminou e o menino foi defender as cores de um clube do interior. Soube depois, através da internet, que o mesmo tentara a sorte até no exterior. Mas a saída do pequeno clube de uma capital brasileira trouxe paz nos bastidores e no dia a dia do trabalho, como me disseram.


Um outro fato que me recordo foi quando conversei com um técnico que foi dirigir uma equipe modesta do Brasil em uma segunda divisão estadual. Este treinador tinha personalidade forte. Não tinha papas na língua e falava o que pensava. As vezes arrumava encrenca nos times que dirigia, mas para jornalista sempre rendia boas histórias. É uma boa pessoa.


No trabalho em que eu citei no parágrafo acima ele não ficou até o final do campeonato. Foi demitido no meio do torneio. O time não engrenava e acabou saindo. De acordo com o que me contou, o problema foi com o presidente do clube que tinha um filho que queria ser jogador e aos poucos forçava a escalação dele entre os titulares. Aquilo desgastou a relação entre mandatário e técnico. Entre patrão e empregado.


“Começou com aquela conversinha me perguntando se o filho dele poderia treinar com o elenco, pois estava tentando a vida de jogador. Eu deixei, mas sabia que aquilo era suspeito. Ele não deveria fazer parte do elenco. Mas foi treinando e eu não contava com o menino para a temporada. Mas o presidente foi me pressionando, perguntando se poderia por entre os reservas e em outras vezes entre os titulares. Falava que ele não ia atuar, pois quem escalava era eu. Isso foi desgastando a relação”, me confidenciou o tal treinador.


Cheguei a perguntar se o garoto era tão ruim a ponto do técnico arrumar briga com o chefe. A resposta dada a mim foi: ‘ Ele era muito ruim. Não tinha nível nem para ser profissional’.


Essas são algumas histórias de pais que tentam de todas as maneiras fazer o filho se tornar jogador de futebol.


Embora seja importante sempre o apoio da família no desenvolvimento da criança e do adolescente no esporte, tudo tem limite. A experiência mostra que quando passa da ‘linha tênue’, o jogador pode ficar no caminho ou crescer menos do que se espera. 

Claro, muitos pais fazem isso também por ganância, vaidade e egoísmo. Não entendem o quanto isso prejudica a todos.


Por fim, sei também de familiares que sabem apoiar a sua ‘joia’ no ponto correto. Não é tão simples, mas existem






domingo, 12 de agosto de 2018

Everton Felipe: sua passagem discreta pelo Inter e o futuro no São Paulo

Conheci pessoalmente Everton Felipe no início de 2015. Um meia pernambucano revelado nas categorias de base do Sport e que havia sido campeão da Copa Nordeste de 2014. Foi lançado no time profissional por Geninho.

Suas boas atuações fizeram com que o Internacional o adquirisse por empréstimo. Uma pessoa ligada as categorias de base do Colorado me garantiu que era uma grande promessa do nosso futebol. Meia habilidoso e com poder de decisão. 

Naquele período eu estava prestando serviço para uma assessoria de imprensa e esta cuidava da imagem do atleta nascido em 1997. 

Por conta disso, tive bastante contato com o futebolista oriundo de Limoeiro/PE.

A comissão técnica  pediu para que ele trabalhasse inicialmente nas categorias de base da equipe gaúcha. O que o frustrou de início, pois ninguém gosta de dar um passo para trás na carreira. Mas todos entendiam que era melhor dar um passo para trás para depois tentar dar dois à frente.

No entanto, Everton Felipe nunca teve chance no time principal. O que o desmotivava cada vez mais. 
Fora isso, as escalações dele eram cheias de mistérios. Ora era titular e fazia gols, ora nem no banco ficava.Era muito estranho. Me diziam que eram ordens da diretoria, outros me afirmavam que ele não fazia parte das 'panelinhas' de empresários que comandam o futebol do RS.Outros diziam que não sabiam o motivo disso ocorrer. Ressaltando que esses tipos de picuinhas de bastidores não são exclusividades do Inter e acontecem em todos os clubes do Brasil.

Atuando pelo time sub-23 do Inter contra o Pelotas em Alvorada/RS.

Esses imprevistos o desmotivava muito. Conversava com ele e tentava de alguma maneira incentivá-lo. 

Ele vivia sozinho em um apartamento relativamente próximo ao Beira-Rio. Embora jogasse mesmo em Alvorada/RS. Nunca me disse com as palavras, mas era nítido, principalmente no final daquela temporada, que não estava feliz na capital gaúcha e que sentia falta de Recife/PE.

Quando o visitava, sempre em ocasiões de trabalho, gostava de me contar os tempos de Sport Recife e alguns bastidores do Inter. As poucas vezes que treinou com o profissional (que tinha um time forte diga-se de passagem e uma concorrência muito grande) e até curiosidades de bastidores das categorias de base. Sempre mostrou ser uma boa pessoa, com vontade de jogar futebol, mas que queria um espaço maior no futebol. Algo que pudesse jogar com frequência e ver futuro em algum clube.

Em jogo contra o Igrejinha, creio que pelo sub-20, em Alvorada/RS. Visto por poucas pessoas


Dezembro havia chego e sempre aquele mistério se iria renovar ou não o contrato. O empresário dele não dava a certeza. Se pensava no melhor para o menino. Eu, sinceramente, torcia para que ele voltasse ao Sport. 

Embora Porto Alegre/RS seja uma agradável cidade e o Internacional um dos principais times do nosso País, não houve a 'conexão' necessária com Everton Felipe. Passou quase que como um anônimo pelo clube fundado em 1909. Só os poucos jornalistas e torcedores que iriam ver os times sub-20 e sub-23  o testemunharam vestindo a camisa da equipe bicampeã da Libertadores. Ou seja, poucos.

Em janeiro de 2016 retornou à capital pernambucana. Dali em diante nunca mais tive contato com ele. O acompanhava apenas pelos jornais e redes sociais. No dia 24 daquele mês, Everton Felipe foi um dos destaques do Leão na vitória sobre o Argentinos Jrs. por 2 a 0, pela Taça Ariano Suassuna. Fez um gol e deu passe para outro. Isso fez com que seguisse na equipe. Constantemente era titular e participava ativamente dos gols da equipe. 

De saída do Internacional


Em 2017 ainda fez o gol do triunfo sobre o Salgueiro que garantiu o título pernambucano ao Sport. Fiquei feliz por ele. Por novamente estar nos holofotes. Pois, futebol ele tinha e tem para brilhar. Uma pena ter sido pouco aproveitado no Inter.

Agora,  12 de agosto de 2018, fez sua estreia com a camisa do São Paulo. Chegou ao Tricolor, por empréstimo, até dezembro de 2019. Entrou no final do triunfo contra o próprio Sport, onde os paulistas venceram por 3 a 1.

Diego Aguirre tem uma joia no elenco. Com a boa campanha e um time empolgado, será fácil para Everton Felipe mostrar suas qualidades e em um centro com maior atenção. Pode ser que seja no Morumbi que o atleta de 21 anos consiga deslanchar no esporte mais popular do mundo. Minha torcida por ele (jogando agora pelo meu clube de coração) é que finalmente vingue. Potencial tem.

Crédito das fotos: Leonardo Cantarelli


terça-feira, 10 de julho de 2018

O desdém do brasileiro com a Geração Belga

O que mais chamou a atenção na derrota da Bélgica por 1 a 0 sobre a França pela semifinal da Copa do Mundo foi o sentimento de vingança de muitos brasileiros. Estes, vias redes sociais, diminuíam e depreciavam o atual time belga. Da ótima geração. Possivelmente a melhor surgida naquele país.

Ressalvo que brincar e debochar faz parte do futebol. O problema maior é quando se desdenha de um certo time. Principalmente por arrogância.

Já faz um bom tempo que o brasileiro ouve falar da tal 'ótima geração belga'. Adora dizer que isso é uma bobagem. Coisa de vídeo-game. Nunca ganharão nada. Bom mesmo são os brasileiros que foram formados aqui onde se brota craque sempre.

Os Diabos Vermelhos já haviam dado o ar da graça, em nossas terras, em 2014 durante a Copa do Mundo. Embora, não fossem brilhantes, acabaram eliminados nas quartas de final pela Argentina, que tinham um bom time e seria vice-campeã. Dois anos depois parariam ,na mesma fase, na Eurocopa para o País da Gales. No torneio continental, sim, deu a sensação de vexame e que poderiam ter ido mais longe.
Seleção belga que derrotou o Brasil na Copa do mundo (crédito:FIFA.com)


Seguiram como piada pronta. Uma bobagem. Até uma parte da imprensa diminuía e muito esse plantel. Em 2018 se garantiram para o Mundial da Rússia.

Avançaram de fase ganhando os 3 jogos de seu grupo e depois de baterem de forma heroica o Japão, o destino reservava a Seleção Brasileira. Cinco vezes campeã do mundo.

Os Rode Duivels foram a campo com Courtois, Vertonghen, Kompany, Alderweireld e Meunier; Fellaini, Witsel e Chadli; De Bruyne, Hazard e Lukaku.

Dos 11 que começaram a peleja, apenas 2 não atuam na Premier League. Witsel que está no futebol chinês e Meunier que defende o PSG da França. Os outros nove, há 2 que atuam no Manchester City (Kompany e De Bruyne), 2 no Chelsea (Courtois e Hazard), 2 no Manchester United (Fellaini e Lukaku), 2 no Tottenham (Alderweireld e Vertonghen) e 1 no West Bromwich (Chadli).

Quem minimamente acompanha o Campeonato Inglês vê que a maioria é titular em seus respectivos clubes e estão entre os principais jogadores. Possivelmente hoje não há nenhum goleiro brasileiro no nível do Courtois. Um 'camisa 9' igual o Lukaku no Brasil hoje? Difícil.Nossos últimos como Gabriel Jesus, Fred e Jô estão bem abaixo.  Um 'camisa 10' no nível do Hazard? Alguém viu a ótima temporada de De Bruyne no Manchester City?

Embora tenha aumentado o interesse do brasileiro pelo futebol europeu, ainda se vê pouco o que ocorre lá fora e se dá bem mais valor aos nosso jogadores. No dia-a-dia, o brasileiro que gosta de futebol prefere acompanhar apenas os campeonatos em que o seu clube está inserido. Não mais que isso.

Logo, os grandes craques só vê mesmo em Copas do Mundo.
Uma das tantas montagens 'comemorando' a derrota belga. Divulgação


Voltando ao revés tupiniquim diante dos belgas. Embora, os comandados de Tite não fossem tão brilhante, muitos acreditavam que era o melhor time dentre todos os que estavam nas quartas de final e passaria pelos Diables Rouges.Isso era dito nas rodas de bar, na internet e em alguns programas esportivos da TV. Claro, essa 'geração amarelona ' ia sofrer contra os brasileiros.

Como já mencionado, os atletas belgas estão nos principais clubes do mundo e estão acostumados a enfrentar os futebolistas do esquadrão verde-amarelo. Encararam de cabeça erguida. Sem medo. Tradição e camisa não pesaram pelo lado dos europeus.

Desde o início partiram para cima (embora tivessem se fechado atrás e tido muita cautela). Fernandinho e Paulinho tiveram uma tarde muito ruim.  Aquele ainda fez um gol contra. O primeiro do jogo. Ainda na etapa inicial saiu o segundo tento (anotado por De Bruyne). Um Brasil inferior em campo.

Não cabe aqui analisar todo o jogo. Enfim, as piadas prontas e os deboches sobre um trabalho de longo prazo nos países-baixos foram derrubados. Os comandados de Martinez jogaram muito bem e mostraram para os brasileiros, que são sim bons de bola.A  tal 'ótima geração' deixou a arrogância de alguns brasileiros de 'queixo-caído'. Sem aquela história de futebol raiz e futebol nutella.

Já na Bélgica que se esperava algum tempo uma campanha marcante, esta viria em 2018. Com a vitória sobre o chamado país do futebol. A festa, de Flanders a Valônia, foi grande. Estava ótimo ter ganho do Brasil.

Para nós a frustração. Quem conhecia os futebolistas belgas não se surpreendeu com o placar. Quem não conhecia e foi apenas por tradição, camisa e desdém quebrou a cara.

Enfim, os belgas seguiram vivo e enfrentaram a França. Um jogo bem disputado. Mas perderam por 1 a 0, em gol que saiu em cobrança de escanteio. Foi terminar a partida e verificar nas redes sociais o tanto de brasileiros que não quiseram reconhecer o potencial da Bélgica e seguiram desdenhando dessa geração. Seguiram lembrando as cinco taças tupiniquins e que o algoz de 2018 nunca chegará lá.

Talvez nunca chegue. Mas penso que não custa reconhecer o bom futebol apresentado. Não custa admirar essa boa geração que já está marcada na história das Copas. Tem como objetivo terminar em terceiro lugar e fazer a melhor campanha daquele país no evento esportivo mais assistido do Planeta Terra. É pouco? Creio que não. Creio que  o trabalho deles a longo prazo já deu a sua resposta.Um passo de cada vez.

Ao Brasil resta não viver apenas do seu glorioso passado, mas sim analisar o presente e ver por qual motivo houve 4 eliminações seguidas em Copas do Mundo. Será que somos, atualmente, melhor que esse time belga? Será que ainda somos o país do futebol? Nas últimas 4 edições,em 3 não passamos das quartas de final. Desnecessário dizer o que houve quando chegamos até a semifinal.

Por fim, falei de Courtois e Lukaku. Fico imaginando qual seria a nossa opinião sobre Eden Hazard caso ele fosse brasileiro.Um meia vitorioso no Lille (onde foi campeão francês e eleito por duas vezes o melhor jogador do campeonato) e no Chelsea (1 Liga Europa, 2 Premier League, 1 Copa da Inglaterra e 1 Copa da Liga). Aliado aos seus títulos e onde em muitos foi o principal jogador, com a boa Copa do Mundo que faz, se tivesse nascido em território brasileiro, creio que estaríamos comparando (de forma ufanista) com os melhores da nossa história como Zico ou Falcão, por exemplo.Não sei se é pra tanto, mas certamente veríamos comentários assim por aqui.Como nasceu belga, ele não tem o reconhecimento da maioria.

sexta-feira, 8 de junho de 2018

Arquivo! Copa do Metal: futebol e heavy metal! parte I

Prólogo: Dando sequência aos especiais de Copa do Mundo, o Arquivos e Histórias F.C. republica neste espaço uma reportagem feita no  Portal do Inferno denominado Copa do Metal. 

A autoria é deste jornalista que vos escreve  em parceria com Flávio Diniz (colunista do Portal do Inferno). Neste especial falamos sobre a cultura de cada um dos países classificados ao evento que acontecerá na Rússia, suas histórias em Copas do Mundo e selecionamos uma banda de heavy metal de cada nação (31 das 32 classificadas para ser mais direto).
Montagem: Flávio Diniz

A matéria foi destaque em páginas de Facebook na África e na Costa Rica. Nós tivemos a honra de sermos os primeiros a divulgar na imprensa brasileira alguns grupos de Metal (como o da Costa Rica e da Nigéria, por exemplo).

Verá bandas bem interessantes como a da Arábia Saudita, onde no clipe há uma mulher semi-nua. No grupo oriundo do Irã, onde dois integrantes estão presos e podem ser mortos, pois suas letras fazem critica ao País em que vivem e a religião islâmica.

Ressaltando ainda que este especial foi feito após o sorteio dos grupos, logo o material é todo do ano passado e nesta republicação não foram feitas modificações e nem  possíveis atualizações.  


Confira:

GRUPO A
Rússia
(Por Flávio Diniz)
A Rússia é de longe o maior país do mundo em extensões territoriais. Seus mais de 17 milhões de quilômetros quadrados cobrem mais de um nono da área terrestre do planeta. No entanto, sua população é menor do que a brasileira, por exemplo. Atualmente são cerca de 144 milhões. Seu atual presidente é Vladimir Putin, figura frequente em sites do notícias devido a algumas declarações polêmicas envolvendo dentre outras coisas, terrorismo e potencial nuclear.
Em 1994, nos Estados Unidos, a Rússia disputava seu primeiro torneio oficial como Rússia, após a União Soviética ter sido dissolvida em dezembro de 1991. Na ocasião, a equipe caiu em um grupo com Brasil, Suécia e Camarões e não chegou às fases eliminatórias do torneio. Após perder para Brasil e Suécia, goleou Camarões por 6×1 e terminou em terceiro lugar do grupo B. Nas outras duas participações, em 2002 no Japão, onde ficaram hospedados e em 2014 no Brasil também não foram além da fase de grupos.
Na Eurocopa, seu desempenho também nunca teve grande destaque. Sua melhor campanha ocorreu na edição de 2008, quando chegou às semifinais, vencendo a então atual campeã Grécia e a Suécia na fase de grupos. No mata-mata derrotou a Holanda, mas caiu diante da forte Espanha, seleção campeã daquele ano. Dessa maneira, a Rússia ao lado da Turquia foi considerada a terceira colocada do torneio, pois não havia partida de desempate ou disputa de terceiro lugar.
No próximo ano, a Rússia recebe uma edição de Copa do Mundo pela primeira vez na história e com o apoio de sua torcida espera ir mais longe e, dessa forma escrever sua melhor campanha em torneios da FIFA.
Muitas bandas se destacam na Rússia e há uma grande variedade de estilos, embora o Power metal aparentemente leve uma certa vantagem. No entanto escolhemos uma banda difícil de rotular. Fundada em 2002, o ARKONA ou Аркона descreve seu estilo como Pagan/Folk Metal. E embora no geral o Folk se destaque bastante, em muitos momentos há a velocidade e a agressividade do Black metal. Com uma boa mistura de vocais e de estilos, tornando uma banda que foge do comum e muito interessante.
A música “Liki Bessmertnykh Bogov” está presente no álbum “Goi, Rode, Goi!” lançado pela Napalm Records em outubro de 2009. Confira o videoclipe abaixo:


Arábia Saudita
(Por Flávio Diniz)
 O país com maior território na Ásia e na península arábica teve sua independência declarada somente em 1926. O nome Saudita tem origem pelo nome de seu fundador Abd AL-Aziz Al Saud, mais conhecido por sua vida adulta como Ibn Saud. Foi o primeiro rei do país, que tem como sistema político a monarquia absoluta teocrática. A Arábia Saudita é considerada uma potência graças a seus recursos naturais, como as enormes reservas de petróleo e de gás natural, entre as maiores do mundo.
Em sua bandeira verde há uma espada branca sob as inscrições em árabe, que significam “Não há deus senão Alá, e Maomé é o seu mensageiro”.
A seleção da Arábia Saudita chega à sua quinta copa do mundo. Sua primeira participação ocorreu em 1994 nos Estados Unidos, quando se viu no grupo F ao lado de Holanda, Bélgica e Marrocos. Foi em sua estreia também que o país teve a melhor campanha de sua história, finalizando em oitavo lugar da competição ao ser eliminado pela Suécia por 3×1. Após a copa dos Estados Unidos, os árabes classificaram-se para as três próximas edições do torneio, na França em 1998, Japão e Coréia do Sul em 2002 e Alemanha em 2006 e foram eliminados na fase de grupos nas três ocasiões.
Após duas edições sem se classificar, a Arábia Saudita está de volta, tendo conquistado a vaga direta para a Rússia no ano que vem, sem necessidade de passar pela repescagem. A seleção alcançou os 19 pontos do grupo B das eliminatórias da Ásia após derrotar os japoneses por 1×0. No mundial, a equipe será comandada pelo argentino Juan Antonio Pizzi, ex-técnico da seleção chilena que foi contratado para substituir seu compatriota Edgardo Bauza, conhecido dos brasileiros por ter treinado o São Paulo em 2016.
Em um país frequentemente relacionado ao extremismo, é de se imaginar que o Heavy Metal nunca transpassará suas fronteiras, certo? O AL-NAMROOD não está nem aí pra isso. A banda foi fundada em 2008 na cidade de Al-Khobar. Suas letras abordam histórias antigas, a escuridão e criticam religiões. O estilo adotado pela banda é o Black/Folk Metal, embora tenha muita levada, passagens que remetem ao Death Metal e alguns toques típicos de músicas do oriente médio. Seu trabalho mais recente é o álbum “Enkar”, sexto full-length de sua carreira, lançado este ano.
Selecionamos o ótimo e polêmico videoclipe da música “Hayata Al Khezea” do álbum “Diaji Al Joor” de 2015.


Uruguai
(Por Leonardo Cantarelli)
José Mujica, Eduardo Galeano, Carlos Gardel, Obdulio Varela, Alcides Ghiggia, Enzo Francescoli, Diego Forlán e mais recentemente Luiz Suárez e Edinson Cavani. Pode um país que tem em torno 4 milhões de habitantes ter presidentes, escritores, músicos e jogadores de futebol tão importantes para o mundo?
Sem falar na hospitalidade do povo uruguaio, no churrasco (nota 10),na simplicidade da paisagem campestre que nos faz pensar que estamos no século XIX, além da Rambla de Montevidéu aos finais da tarde vendo o pôr do sol.
Impossível não amar a República Oriental do Uruguai.
Sobre o futebol, dispensa apresentação. Bicampeão olímpico (1924/28), bicampeão do mundo (1930/50), além de ser o primeiro campeão de Copa do Mundo e o primeiro país a sediar o evento. Vale ressaltar que no sul-americano de 1916, o Uruguai foi a única delegação que levou jogadores negros (Isabelino Grandin e Juan Delgado) e possivelmente foi o primeiro país a admitir atletas negros em seu plantel. Nos anos 20, Leandro Andrade era um dos destaques da Celeste multicampeã e é tido como o primeiro negro craque da história do futebol.
Ainda em solos uruguaios, os principais clubes, Peñarol e Nacional, juntos, somam 8 Libertadores e 6 Mundiais de Clubes.
Por conta desse rico histórico, o futebol é motivo de orgulho no Uruguai. Por onde se anda, há alguma referência a este esporte que fez esta nação ser conhecida mundialmente.
Para o Mundial de 2018, os sul-americanos chegam com a dupla Suárez e Cavani em seu auge. Possivelmente é a última chance dos dois ganharem algo marcante pela seleção, além da Copa América. Ambos, ao lado de Forlán, em 2010, levaram o Uruguai até a semifinal do Mundial na África do Sul. Além dos dois atletas de 30 anos e oriundos da pequena cidade de Salto, destaques para o goleiro Fernando Muslera e o zagueiro Diego Godin.
A Celeste teve sorte nos chaveamentos e está no grupo A ao lado de Rússia, Egito e Arábia Saudita. Os comandados de Óscar Tabarez tem condições de terminar a primeira fase com 9 pontos ganhos.
Sobre o Heavy Metal, as bandas são praticamente desconhecidas fora de suas fronteiras. Em geral, cantam em espanhol e as principais tendem ir para um som mais extremo.
Destaco aqui um dos pioneiros do rock pesado uruguaio: o CHOPPER.
O Faca de Açougueiro (significado do nome da banda) surgiu no final dos anos 80 e é referência para os jovens headbangers daquele país. Seu som é um Heavy Metal tradicional com uma boa pegada Thrash. A banda que durou até 2002 e retornou em 2013, tem três álbuns de estúdios.
O ‘petardo’ recomendado é  “Ruído Blanco” do segundo álbum de estúdio da banda chamado “Sangrando” (1997). Confira:


Egito
(Por Leonardo Cantarelli)
As enigmáticas pirâmides, a mística esfinge, o rio Nilo e as histórias de suas antigas civilizações fazem o Egito ser, possivelmente, o país mais famoso da África.
No futebol é referência no continente. Foi a primeira nação africana a disputar uma Copa do Mundo. Ocorreu em 1934 na Itália. Na ocasião, o torneio era mata-mata e os Faraós perderam nas oitavas de final (primeira fase) para a Hungria por 4 a 2. Os dois tentos dos egípcios foram anotados por Abdel Fawzi e que se tornou, por conseqüência, o primeiro africano a anotar gols em Copas do Mundo.
O Egito também foi o primeiro campeão da Copa Africana de Nações (1957). Sediou e venceu a segunda edição em 1959. No momento, os Faraós são heptacampões (maiores vencedores do torneio) e os únicos que foram tricampeões (2006/08/10).
Já pela Copa Africana de Clubes, os times do Egito possuem 14 títulos, mantendo uma hegemonia no continente. O Al-Ahly  ganhou 8, Al-Zamarek 5 e o Ismaily 1.
Al-Ahly e Al-Zamarek, os dois maiores campeões deste torneio, fazem possivelmente o clássico mais intenso e disputado da África. É tido como uma das maiores rivalidades do mundo e em alguns casos, uma das mais perigosas.
Entretanto, apesar dessa soberania, o que faltava de fato para o Egito é ter presença mais constante em Copas do Mundo. Incrível como os Faraós sempre fracassavam em Eliminatórias.
Esta será apenas a terceira vez que irão para o Mundial. A outra foi em 1990, também na Itália, e também eliminados na primeira fase.
Mesmo sendo tricampeões da Copa Africana na década passada, faltou chegar a uma Copa do Mundo.
Agora os comandados de Héctor Cuper terão como missão na Rússia honrar as cores do país árabe e tentar ao menos passar de fase.  Fazer esta nação apaixonada por futebol ter uma campanha digna no torneio mais importante de seleções . O destaque do time fica para o atacante Mohamed Salah atualmente no Liverpool. O atleta de 25 anos se destacou na equipe multicampeã suíça do Basel e conta com passagens por Chelsea, Fiorentina e Roma.
Já no heavy metal, as bandas não são conhecidas fora de suas fronteiras. Não é muito fácil encontrar grupos egípcios. Dentre os poucos que escutei, destaco a banda chamada WYVERN. Estes são oriundos de Cairo e em seu único CD lançado, “The Clown” (2009), praticam um heavy metal tradicional com algumas pitadas de Power metal. Confira:


Grupo B
Portugal
(Por Leonardo Cantarelli)
Aquele pequeno país no sudoeste da Europa, ‘escondido’na Península Ibérica, sempre dá um jeito de aparecer para o mundo.
Os lusitanos sempre tiveram orgulho de seus navegadores e suas expedições pelas Américas, Ásia e África.
Na literatura, José de Camões, autor do livro os ‘Lusíadas’, é reverenciado até hoje e é tido por muitos como o melhor escritor de língua portuguesa da história. Mais recentemente, José Saramago também deixou seus patrícios orgulhosos de suas obras.
No futebol, a história não seria diferente. Os portugueses não tiveram muitos esquadrões marcantes ao longo do tempo, mas quando tiveram, sempre havia um craque. Foi assim com Eusébio nos anos 60, com Luis Figo nos anos 90 e início de 2000 e atualmente com Cristiano Ronaldo. Os três citados estão entre os ‘imortais’ do futebol e seguramente CR7 é o melhor futebolista da história de Portugal.
Aos poucos, a Seleção de Portugal vem conquistando seu espaço entre as melhores do Planeta Terra. Em 2016 venceu pela primeira vez a Eurocopa.
Em 2018, disputará pela sétima vez a Copa do Mundo. A quinta de forma consecutiva. O time é bom coletivamente e já mostrou não ser dependente de Cristiano Ronaldo como muitos imaginam.
Dificilmente as Quinas brigarão pelo título. Correm por fora. A principal meta é apagar a má impressão deixada em 2014 quando foram eliminados na primeira fase.
Os rivais da primeira fase serão Marrocos, Irã e a arqui-rival Espanha. Logo, a obrigação é vencer asiáticos e africanos e lutar pela liderança com o seu vizinho ibérico.
Já no Heavy Metal, Portugal também deixa a sua marca com o MOONSPELL. A banda lisboeta perambula, desde a fundação em 1992, entre o Black, Doom, Folk e o Gothic Metal.
Mesmo o grupo lusitano compondo canções explorando a cultura local, a maioria das músicas é em inglês. Existem poucas em português.
Em 2017 lançaram o álbum 1755 e a grande surpresa foi um cover da música “Lanterna dos Afogados” da banda brasileira Paralamas do Sucesso.  A versão original já tem um tom e uma letra sombria. Os portugueses, com todo o seu estilo, fizeram a música ficar ainda mais sombria e densa.
O cover é interessante, pois mostra bem o estilo que o MOONSPELL executa.
Confira:

Espanha
(Por Leonardo Cantarelli)
A Inglaterra pode ter a Premier League e a honra de ter criado o futebol. O Brasil se orgulha de ter Pelé, o maior jogador da história e ser pentacampeão do mundo. A Alemanha se orgulha de ser o atual modelo de gestão e organização de futebol e detentora do último título de Copa do Mundo.
No entanto, os dois maiores clubes do mundo estão na Espanha: Real Madrid e Barcelona.
O auge de qualquer jogador de futebol é um dia assinar contrato ou com os Merengues ou com os Blaugranas. A maioria dos craques da história do futebol mundial um dia vestiu a camisa de uma dessas equipes. Alguns de ambas.
No entanto, a Seleção Espanhola sempre teve a fama de ser ‘amarelona’ e um time de segundo escalão. Por muito tempo viveu apenas de duas glórias: o quarto lugar na Copa do Mundo de 1950 e o título da Eurocopa de 1964.
A situação melhorou no início do século XXI. Na primeira década deste século, os espanhóis mandaram no futebol faturando duas Eurocopas (2008 e 12) e uma Copa do Mundo (2010).
A base era o Tik-Tak do Barcelona de Pep Guardiola, que consistia em um toque de bola envolvente e que ganhou tudo que disputou, comandado pela dupla Xavi Hernandez e Andrés Iniesta e com algumas estrelas do Real Madrid, como o goleiro Iker Casillas.
Para 2018, a Fúria passa por um processo de renovação. Jogadores como Casillas, Puyol, Xavi,  David Villa dão lugar a De Gea, Nacho,Thiago Alcântara,Koke, Álvaro Morata, dentre outros. Iniesta faz parte do elenco e apesar de útil, já não vive o seu auge.
É uma seleção que se classificou com tranqüilidade para o torneio da Rússia, tem muita qualidade, mas que talvez não esteja pronta para disputar o bicampeonato.
Já no Heavy Metal, as bandas podem não ter tanta popularidade como um Barcelona ou Real Madrid, mas tem muita qualidade e compensa muito escutá-las.
Algumas como Mago de Oz e Tierra Santa optam por cantarem em espanhol. São ótimas e o Mago de Oz adora fazer sátiras e incentivar o estilo de vida: ‘metal, festa e bebedeiras’ com muito bom humor.
O Dark Moor, que canta em inglês, é outro grupo que merece atenção.
Por fim, o grupo em destaque aqui vem de uma região que não quer mais ser espanhola: o NORTHLAND da tão famosa Catalunha.
A banda de Barcelona faz um Folk Metal com um vocal gutural, que dá vontade de se fantasiar de duende e sair andando pelas florestas!!!
Na ativa desde 2007, os catalães lançaram dois álbuns: “Northland” (2010) e “Downfall and Rebirth” (2015).
Destaco aqui a música “Blood Red Sunrise” do último disco lançado!
Confira:

Marrocos
(Por Flávio Diniz)
Apresentado como “A sua porta de entrada no Norte da África”, Marrocos é o país mais próximo da Europa. O estreito de Gibraltar é a única abertura entre o Mediterrâneo e o Oceano Atlântico e separa os continentes Europeu e Africano por pouco mais de 13 quilômetros em seu ponto mais curto. O estreito resultou da fissura de duas placas tectônicas: a placa Euroasiática e a placa Africana. Pela curta distância, a passagem marítima é também uma das principais rotas escolhidas por imigrantes africanos para alcançar o continente europeu.
Duas décadas foi o tempo que separou Marrocos de copas do mundo. Sua última participação havia sido na França em 1998, quando deixou a competição ainda na fase de grupos. Na ocasião, os africanos caíram no grupo A, ao lado de Brasil, Noruega e Escócia. Com quatro pontos, o país encerrou a competição em terceiro lugar do grupo, após empatar em 2×2 com a Noruega, perder por 3×0 do Brasil e vencer a Escócia pelo mesmo placar. Na edição anterior, nos Estados Unidos, sua campanha foi ainda pior. Após três derrotas na fase de grupos, foram eliminados e amargaram a última posição do grupo F. Sua melhor campanha, no entanto, foi em 1986, no México. Classificou-se em primeiro em seu grupo, com quatro pontos, um à frente de Inglaterra e Polônia e dois à frente de Portugal.  Nas oitavas-de-final enfrentou a Alemanha Ocidental, segunda colocada do grupo E e caiu diante dos europeus pelo placar de 1×0. O feito, porém, credenciou a seleção de Marrocos como a primeira equipe africana a alcançar as oitavas-de-final de uma copa do mundo.
Para retornar ao torneio, a seleção marroquina, após boa campanha nas eliminatórias africanas, precisava de um empate contra a Costa do Marfim e acabou derrotando “Os Elefantes” por 2×0 com gols do atacante Nabil Dirar e do zagueiro Benatia, que atua no clube italiano Juventus. A vitória devolveu Marrocos à copa do mundo e removeu a Costa do Marfim, país que vinha ganhando notoriedade nas últimas edições do torneio.
O Metal não é exatamente muito popular em Marrocos. Mas certamente ele existe. No geral, a maioria das bandas que encontramos não possui muitos álbuns. Grande parte gravou um ou outro EP, single ou demo. No entanto, a banda ANALGESIA se destaca nesse quesito. Fundada no ano de 2005, na capital marroquina, Rabat, a banda possui quatro álbuns em sua carreira, além de diversos singles. Os africanos descrevem seu estilo como Symphonic Gothic Metal/Rock. Violinos, teclados e o vocal feminino formam a identidade da banda, com uma atmosfera típica do estilo e que deve agradar a fãs de Nightwish, Epica, Dreams of Sanity e demais bandas.
Separamos abaixo o single “Wellhorld”, faixa que abre o álbum “Saint Dreamers”, último trabalho da banda, lançado em 2013.


Irã
(Por Leonardo Cantarelli)
Em 1997 quando fizeram o sorteio para os grupos da Copa do Mundo da França, houve muita tensão quando Estados Unidos e Irã caíram na mesma chave. Os dois países eram aliados até o final dos anos 80. No entanto, quando os xiitas assumiram o poder na nação asiática houve rompimento na relação com os norte-americanos e iniciou uma briga intensa entre ambos, principalmente pelo domínio do petróleo no Oriente Médio. Nos anos 90, a situação se agravava, inclusive com ameaça de uma guerra.
Entretanto, o dia 21 de junho de 1998 chegou e o confronto foi válido pela segunda rodada do grupo F. Antes da bola rolar, os jogadores trocaram cumprimentos, presentes, flores e tiraram fotos abraçados.
A partida até hoje é lembrada como um exemplo do que o futebol é capaz de promover. Unir dois povos em que seus governantes se odeiam.
Para os iranianos este cotejo é histórico, pois bateram os estadunidenses por 2 a 1 e até hoje é o seu único triunfo em Copas do Mundo. Foi também o único grande momento do Irã em Copas do Mundo. Nunca passaram de meros coadjuvantes.
O Team Melli debutou em Mundiais em 1978, mas somou apenas um ponto. 20 anos depois foi eliminado na primeira fase (assim como os EUA). Os asiáticos ainda jogariam as edições de 2006 e 14, mas também parariam na fase de grupos.
A meta na Rússia é ao menos, pela primeira vez, estar nas oitavas de final. O time não tem grandes estrelas e em um grupo com Portugal e Espanha, dificilmente avançarão de fase.
Como toda ditadura que se instala em um país, vem as proibições e a censura. Na ditadura islâmica iraniana não foi diferente. Por muito tempo rock e heavy metal foram proibidos de serem executados. Nos anos 90, foi permitido que se tocasse estes estilos de música, mas com autorização do governo. O que fez e faz com que muitas bandas sofressem censura e tivessem que partir para outros países.
Mesmo assim, houve uma cena underground que se formou no Irã e fez com que algumas bandas surgissem.
Em 2013, Hassan Rohani assumiu o governo e com uma política mais moderada, facilitou que os grupos de rock e heavy metal conseguissem autorização para gravar e fazer shows. O resultado foi muitas bandas poderem sair do underground e viverem da música como gostariam.
No entanto, os problemas com os headbangers seguem e em 2015 dois dos três integrantes da banda CONFESS foram presos e podem ser executados! O motivo alegado é que as músicas cultuam o satanismo e criticam a atual ditadura islâmica.
Em seu segundo álbum lançado, “In pursuit of dream” (2015), há duas faixas que tem nomes polêmicos: “The-Hell-Ran” e “I’m your God Now”.
Enquanto torcemos por notícias (boas) sobre os dois integrantes do CONFESS, escutem “The-Hell-Ran” (um trocadilho de Teerã, capital do país e Hell, inferno em inglês):


Grupo C
França
(Por Flávio Diniz)
A França é constantemente o país mais visitado do mundo. Além da romantizada e cobiçada capital Paris, com sua torre Eiffel, Arco do Triunfo, Museu do Louvre e as longas e sinistras catacumbas, cidades como Marselha, Lyon e Bordéus ajudam a construir a cultura e história do país e manter a economia em alta com a bela ajuda do turismo, que levou mais de 84 milhões de pessoas a alguns desses destinos em 2013.
Após receber a copa do mundo em sua casa e conquistar seu primeiro título de copa do mundo sobre o Brasil, (então atuais campeões e únicos a levantar a taça quatro vezes) em um dia em que os donos da casa dominaram a partida por completo, só sobrou aos brasileiros assistirem a partida da área mais vip possível, de dentro do gramado. Até hoje essa final não é bem digerida por nós brasileiros e frequentemente fica uma pulga atrás da orelha. “Será que jogaram pra valer?”. Com uma seleção que possuía em seu elenco Cafu, Roberto Carlos, Bebeto e Ronaldo (fenômeno), é realmente difícil aceitar uma derrota como aquela. Mas do outro lado havia o craque Zinedine Zidane, Barthez, Thuram, além das opções de Trezeguet e Thierry Henry. A seleção da França tinha um ótimo elenco e fez valer a força da torcida, levantando a taça pela primeira vez. Seu desempenho nas copas seguintes não foi tão estável. Chegaram a mais uma final em 2006 na Alemanha e perderam para a Itália em uma decisão de pênaltis. Além da derrota ainda assistiram ao seu maior ídolo despedir-se dos gramados ao da pior maneira possível, agredindo o zagueiro Materazzi com uma cabeçada no peito e levando o cartão vermelho como punição.
Muitas bandas se destacam na França e são conhecidas ao redor do globo. Benighted e Gojira são ótimos exemplos de bandas que representam muito bem o nome de seu país em festivais de metal. Há de se destacar também o excelente festival Hellfest que acontece todos os anos em território francês e que tem em seu cast os maiores nomes do metal mundial. No entanto, apesar das excelentes bandas citadas acima, a banda que escolhemos para representar este país é o PENUMBRA, que executa um Gothic Metal. A banda iniciou suas atividades em 1996 abordando em suas letras temas como “amor”, “anjos”, “morte” e “emoções”. Com vocal lírico feminino como principal característica contrapondo com vozes masculinas agressivas e agudas, o PENUMBRA foi uma das bandas de destaque em uma época rica de bandas do estilo. Nos anos 2000, seu álbum “The Last Bewitchment”, lançado em 2002, foi um de seus principais trabalhos. Abaixo você pode ouvir a música “Moaning on Earth” deste mesmo álbum.


Austrália
(Por Flávio Diniz)
Localizado na Oceania, a menor área continental do mundo, a Austrália é um país que merece destaque por muitos aspectos. Dentre eles, destacamos sua fauna. Devido ao seu isolamento do resto do mundo, sua biodiversidade é um tanto única. A maioria esmagadora de mamíferos, répteis, peixes, insetos e anfíbios são endêmicos da Austrália, isto é, só ocorrem neste lugar. Onde mais você encontra cangurus, coalas e ornitorrincos? Além disso, a Austrália é o único lugar do mundo onde o número de répteis peçonhentos é maior do que o de répteis inócuos, ou inofensivos.
A seleção australiana de futebol nunca teve grandes conquistas em sua história. Seus títulos incluem a Copa da Ásia de 2015 e quatro Copas das Nações da OFC (Confederação de Futebol da Oceania em inglês). Em 2006, a Austrália migra para a confederação asiática e passa a integrar um campeonato mais competitivo. Até deixar o futebol da Oceania, os australianos ao lado da Nova Zelândia eram os únicos campeões da Copa das Nações da OFC. Apesar de nunca ter sido uma grande potência no futebol mundial, a Austrália é a detentora da maior goleada já registrada no futebol. 31×0 (Isso mesmo, TRINTA E UM A ZERO) sobre a seleção da Samoa Americana. A disparidade no placar tem algumas explicações. Com problemas relacionados a passaporte, apenas um atleta acima dos 20 anos de idade estava apto para jogar a partida, além disso, a maior parte de seus jogadores sub-20 estava em períodos de provas nas escolas e faculdades. A seleção não viu alternativa a não ser enviar jogadores juvenis para o confronto. Três desses jogadores tinha na época da partida apenas 15 anos de idade e a maioria que disputou aquela partida, nunca havia disputado uma partida de 90 minutos de futebol até aquele dia.
Da capital do Estado de Vitória, Melbourne, surgiu a banda BE’LAKOR. Fundada em 2004, a banda já possui quatro álbuns de estúdio e executa um Death Metal Melódico com muita maestria. Técnica, agressividade e ótimas melodias compõem a atmosfera da banda. Suas letras abordam a natureza, o paganismo, mitologia grega, filosofia e histórias fictícias. BE’LAKOR é o nome de um demônio do jogo de tabuleiro Warhammer. “The Smoke of Many Fires” é a música que fecha o último álbum da banda, “Vessels”, lançado em 2016 e é a faixa que selecionamos para apresentar esta banda:


Peru
(Por Flávio Diniz)
Civilizações incas, ruínas, uma das melhores culinárias do mundo e linhas da civilização Nazca. Muita cultura e mistério envolvem a história do Peru. Nosso vizinho, que faz fronteira com o Brasil nos Estados do Acre e Amazonas possui uma rica história e bela geografia que atraem muitos turistas todos os anos. Com arquitetura datada do século XV, construída a mando de Pachacuti, um imperador inca, Machu Picchu, a cidade perdida dos incas é um dos locais mais procurados da América do Sul por turistas.
Trinta e seis anos foi o tempo que a seleção peruana permaneceu longe da Copa do Mundo da FIFA. Sua última participação havia sido em 1982 na Espanha. Na ocasião, a seleção foi eliminada ainda na fase de grupos, após empatar com Camarões e Itália (0x0 e 1×1 respectivamente) e sofrer uma goleada de 5×1 para a Polônia. Com dois pontos conquistados, os peruanos ficaram em último lugar do grupo A e em vigésimo no ranking geral da competição. Em 2017 após empatar com a Colômbia na última rodada das Eliminatórias Sul-Americanas, o Peru encerrou a disputa em quinto lugar, conquistando o direito de brigar por uma vaga na copa do mundo através da repescagem. Enfrentariam a Nova Zelândia em dois jogos. Na primeira partida, em território neozelandês, o placar não saiu do zero. No jogo de volta, no Peru, o país estava mobilizado e confiante na classificação. Farfán e Christian Ramos anotaram os tentos para os sul-americanos e selaram o retorno do Peru à copa do mundo. O povo peruano foi presenteado com a classificação e com um feriado para celebrar a vaga no torneio mundial. Na copa do mundo, os peruanos deverão contar com jogadores conhecidos dos brasileiros, como o são paulino Cueva e os flamenguistas Trauco e Paolo Guerrero.
Há trinta e três anos na capital Lima, a banda M.A.S.A.C.R.E. se formava. Em seu início a proposta musical da banda focava-se em um Heavy/Power Metal, mas com o passar do tempo, os peruanos decidiram inserir mais peso e agressividade em seu som, firmando-se de vez em um Thrash Metal com muito groove, mas sem deixar a melodia para trás. Algumas faixas mais cadenciadas denunciam a época mais heavy do grupo. A banda possui cinco álbuns de estúdio, além de um ao vivo em sua discografia. A maioria de suas músicas são cantadas em espanhol.
Abaixo indicamos a música “Sombras de la Humanidad”, faixa que abre o último álbum “Versos del Inframundo”, lançado em 2016.


Dinamarca:
(Por Leonardo Cantarelli)
Antes da década de 80 a Dinamarca era uma seleção irrelevante no futebol.  Entretanto quando começou a participar de competições oficiais foi para surpreender e fazer boas e inesquecíveis campanhas.
Sua estréia em Copas do Mundo foi em 1986. Chamou a atenção logo na fase de grupos, onde venceu os seus três adversários. Ganhou na primeira rodada da Escócia por 1 a 0, depois bateu a Alemanha por 2 a 0 e surpreendentemente goleou o Uruguai por 6 a 1. Pela exuberante campanha acabou apelidada de ‘Dinamáquina’. Alcunha que detém até os dias de hoje. Infelizmente, no Mundial organizado no México, os escandinavos acabaram eliminados na segunda etapa ao serem derrotados pela Espanha por 5 a 1. Um dos irmãos Laudrup, Michael, foi o grande destaque do Olsen-banden e começava a virar ídolo nacional.
Os dinamarqueses voltariam a ser o centro das atenções no início dos anos 90. Foram campeões da Eurocopa de 1992 (o primeiro título da história daquele país) e três anos depois levantaram o troféu da Copa das Confederações. Foi a primeira seleção do Velho Continente a vencer este torneio.  O goleiro Peter Schmeichel e os irmãos Michael e agora, Brian Laudrup eram os principais futebolistas daquela geração.
Voltaram a disputar uma Copa do Mundo em 1998, onde foram eliminados pelo Brasil nas quartas de final por 4 a 2.
Em 2002, a equipe Vermelha e Branca, avançou novamente para o mata-mata e nas oitavas acabou derrotada pela Inglaterra por 3 a 0.
Retornaram ao torneio mais importante de seleções em 2010 e pela primeira vez acabaram eliminados na primeira fase.
Para 2018, a equipe comandada por Age Hereide chega com talentos individuais passando bom momento na carreira como é o caso do meio-campista Christian Erikssen. O atleta de 25 anos vive a sua melhor temporada pelo Tottenham e foi decisivo na repescagem contra a Irlanda, onde anotou três gols.
Já no heavy metal ao se falar no Reino da Dinamarca, a banda mais famosa é o Mercyful Fate. O seu vocalista, King Diamond, acabou fazendo carreira solo e hoje é um dos principais nomes do metal mundial.
Ainda há o baterista do Metallica Lars Ulrich que foi adolescente para os Estados Unidos, mas todos sabem que nasceu no país nórdico.
Uma banda que poucos lembram que existe e destaco aqui é o ROYAL HUNT. O grupo oriundo de Copenhague iniciou as atividades em 1989 e desde então já lançou 13 álbuns. O som é um agradável Power Metal (com toques progressivos) que nos faz lembrar, de algum modo, Labyrinth, Fates Warming e Stratovarius, por exemplo.
A música que recomendo é “Wasted Time” que é do segundo álbum, chamado “Clown in The Mirror”.
Confira:

Grupo D
Argentina:
(Por Leonardo Cantarelli)
É verdade que os portenhos (oriundos de Buenos Aires) não são muito receptivos. Também é verdade que os argentinos, de uma forma geral, tem a fama de serem arrogantes. Mas admitamos: a Argentina é um dos países mais apaixonantes de toda a América.
Ao longo dos anos, os nossos vizinhos rivalizam conosco, em serem os protagonistas da América Latina.
Tiveram Juan Domingos Peron como um grande presidente da nação. Uma espécie de Getúlio Vargas argentino. Sua esposa, Eva Peron, é possivelmente a primeira-dama mais adorada de toda a história.
Na literatura tem Jorge Luis Borges. Na América Latina ninguém faz filmes melhores que eles.
Na história, veio o polêmico Ernesto  ‘Che’Guevara. Em um mundo maniqueísta o ex-médico e revolucionário é amado intensamente por uns e odiado em demasia por outros.
O que falar então de uma das maiores paixões daquele povo: o futebol?
Seu jeito de torcer (apoiando intensamente os seus clubes, com banda tocando músicas e toda a parafernália) é inspirado e copiado no mundo todo.
Há em Buenos Aires a temida La Bombonera, estádio do Boca Juniors. A áurea mística já faz jogadores e torcedores visitantes tremerem horas antes dos jogos.
Ao lado do Brasil, são os países que mais revelaram craques para o esporte mais popular do planeta. LaBruna, Pedernera  comandaram o grande time do River Plate nos anos 40 e que encantou o mundo. Em seguida, surgiram talentos como Alfredo Di Stéfano, Mário Kempes, Cláudio Cannigia, Gabriel Batistuta, Juan Sebatian Veron e claro dois dos melhores da história do futebol: Diego Armando Maradona e Lionel Andres Messi.
Maradona elevou os argentinos ao patamar das principais seleções do mundo ao ser o protagonista na conquista da Copa de 1986. Fora de campo, sempre demonstrou seu amor pelo seu país e nunca escondeu suas preferências políticas. É um personagem polêmico até hoje.
Já Messi é possivelmente o melhor jogador nascido em terras argentinas. Já provou todo o seu talento pelo Barcelona, mas ainda precisa ganhar um título pelo seu país para ser um ‘imortal’ por aquelas bandas.
Sua última chance será em 2018. A equipe azul e branca não tem o mesmo padrão de jogo que a vice-campeã de 2014. Falta entrosamento no time e qualidade técnica no setor defensivo.
A priori, a Argentina, vai para a Rússia mais pelo peso da camisa e por ter Lionel Messi no elenco. Jorge Sampaoli que chegou na reta final das Eliminatórias terá menos de um ano para por esse time no eixo.
Bom, como não poderia faltar nessa postagem, o Heavy Metal. O encantador das bandas argentinas é que muitas delas sempre cantaram em espanhol. Preservando (não sei se intencionalmente) o idioma local.
O primeiro nome que surgiu foi o Rata Blanca. O grupo porteño fez muito sucesso nos anos 80 com seu estilo mais hard’n’metal e as letras românticas ( as vezes até demais).
No entanto, a banda que quero exaltar aqui é o A.N.I.M.A.L.
Diga para um argentino headbanger que você conhece A.N.I.M.A.L. e os olhos dele brilharão de alegria.
O Power trio de Buenos Aires  iniciou a carreira com um Thrash Metal ‘old school’ e aos poucos, como muitos grupos argentinos, fez uns ritmos experimentais e um vocal mais New Metal.
A canção que recomendo é “No despertaremos” do álbum de estréia “Acosados Nuestros Inidios Murieron Al Luchar”. O disco todo é muito bom. Gosto muito da ênfase que eles dão ao baixo. Um instrumento muito importante, porém com pouco espaço em bandas de thrash/death.
Confira:

Islândia
(Por Leonardo Cantarelli)
Sempre que se escuta falar sobre os países nórdicos da Europa nos lembramos da Dinamarca, Suécia, Noruega e Finlândia. Os quatro são exemplos de sociedades modernas, ótimos índices de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), bons lugares para se fazer turismo e claro, muitas e muitas bandas de Heavy Metal. Muitos gêneros e sub-gêneros do metal surgiram naquela região.
No entanto, alguém em algum momento diz que existe outra nação ali, meio isolada e pouco habitada chamada Islândia.
Pouco se sabe sobre este país. Pouco explorado e visitado pelo resto do planeta.Uma capital de difícil pronuncia (Reykjavik), uma língua difícil de aprender e nenhuma pessoa famosa saiu de lá.
No entanto, a Islândia vem chamando a atenção do mundo nesta década através do futebol. Um país com uma mísera população de 330 mil habitantes conseguiu se garantir pela primeira vez na Eurocopa e foi em 2016. Muitos acreditaram que na França os Stakanir Okkar seriam meros sacos de pancada. No entanto, na primeira fase somaram 5 pontos em três jogos disputados. Estrearam empatando com Portugal (que seria o campeão do torneio) por 1 a 1. O mesmo placar se repetiu com a Hungria e depois bateram a Áustria por 2 a 1.
Nas oitavas de final, o adversário foi a Inglaterra e os nórdicos venceram por 2 a 1. Festa para a sensação do Velho Continente e decepção para os inventores do futebol.
Na sequência, os islandeses acabaram derrotados para a França por 5 a 2.
No entanto, a campanha teve sabor de título para os debutantes em competições continentais.
A meta depois era conseguir uma vaga na tão sonhada Copa do Mundo. E não é que aconteceu! Em um grupo com seleções tradicionais como Croácia e Turquia, os comandados de Heimir Hallgrimsson ficaram na primeira colocação e garantiram vaga direta. Sem precisar ir para a repescagem. Um segundo feito histórico. Vale ressaltar que diferente de times de outras décadas, esta ótima geração é profissional e todos os atletas convocados atuam no exterior.
Destaque para o meia Aron Gunnarson, capitão e que atua no Carddif City, que disputa a Premier League.
O grande nome do futebol naquele país,Eiour Gudjohnsen, com passagens por Barcelona e Chelsea, já tem 39 anos e não vem sendo convocado.
O time da Islândia é uma incógnita no evento que ocorrerá na Rússia, mas certamente a torcida que faz um cântico viking uníssono junto com os atletas, marcará presença e será destaque novamente.
Já na música pesada, achar alguma banda islandesa é muito difícil. Como é o Heavy Metal em um país que tem por volta de 330 mil habitantes?
A melhor que encontrei, e valeu muito a pena conferir, é a SKÁLMÖLD. Oriunda da capital dos debutantes na Copa da Rússia, começou as atividades em 2009 e desde então já lançou 4 álbuns de estúdio. Seu estilo é um típico Viking/Folk Metal nórdico. As letras são em islandês.
A música que recomendo é “Ao Vetri” do penúltimo álbum “Med Vaetum“, 2014 e mostra um ritmo intenso e divertido da banda:


Croácia:
(Por Leonardo Cantarelli)
Em 25 de junho de 1991 a Croácia se tornaria um país independente. Os croatas finalmente conseguiram se separar da Iugoslávia. No ano seguinte, sua antiga nação ocupa o território do estado independente e a paz só reinaria de fato em 1995, com vitória dos croatas.
Três anos depois, a Croácia faria sua estréia em Copas do Mundo. A nação mais nova a disputar o torneio de futebol mais importante de seleções. Mesmo estando ainda na infância como país, a nação do leste europeu surpreendeu a todos e terminou com um honroso terceiro lugar. Ali sairia o primeiro herói futebolista croata: Davo Suker. O atacante anotou 6 gols e foi artilheiro da competição sediada na França.  É o atleta que mais gols anotou com a camisa branca e quadriculares vermelhos. 45 tentos em 68 partidas.
Os croatas ainda participariam dos mundiais de 2002,06 e 14, mas acabariam eliminados na fase de grupos.
A meta em 2018 é voltar a surpreender o planeta como em 1998. 20 anos daquela histórica campanha. Elenco para isso há: os volantes Lukas Modric e Ivan Rakitic são titulares de Real Madrid e Barcelona respectivamente. Ivan Perisic atua na Inter de Milão e o centroavante Mario Mandzukic atualmente na Juventus conta com boas passagens por Wolfsburg, Bayern Munique e Atlético de Madrid.
Já no Heavy Metal meu destaque fica para a banda WAR-HEAD que excursionou no Brasil nesta década. Em 2013 abriu para o Tankard  e no ano seguinte se apresentou em várias cidades, inclusive no interior de São Paulo.
O grupo natural da cidade de Osijek começou as atividades em 2002. O trio que pratica um thrash/death metal já lançou três álbuns de estúdio: “No Sings Of Armagedon” (2008), “…Still No Signs Of Armagedon” (2011) e “Imperium Mundi” (2014).
A música recomendada é “Mass Imolation“,’ do álbum “Imperium Mundi” que define bem o estilo da banda. Confira:

Nigéria
(Leonardo Cantarelli)
A década de 90, sem dúvida, é o grande destaque do futebol nigeriano.  Em 1994 faturaram pela primeira vez a Copa Africana de Nações.  Neste mesmo ano estrearam em Copas do Mundo e fizeram uma campanha digna. Na primeira fase, enfrentaram Bulgária, Grécia e Argentina e somaram 6 pontos em três jogos. Superaram os europeus e foram derrotados pelos sul-americanos. Mesmo com este revés, acabaram líderes da chave. Nas oitavas de final encararam a Itália, futura vice-campeã. Estavam vencendo por 1 a 0 até os 44 do segundo tempo, quando o craque Roberto Baggio empatou a partida. Na prorrogação, o próprio Baggio virou o marcador para os italianos. A eliminação foi traumática, mas honrosa, pelo fato de nunca terem estado em Copas.
Dois anos depois, as Águias Verdes foram medalha de ouro nos Jogos Olímpicos. Superaram o Brasil na semifinal e a Argentina na decisão.
Em 1998, novamente marcaram presença em Copas do Mundo. Em sua chave, os rivais foram Espanha, Paraguai e Bulgária. Novamente somou 6 pontos, onde superaram os europeus e sofreram revés dos sul-americanos. Mesmo assim, foram líderes de sua chave. Nas oitavas de final acabaram goleados pela Dinamarca por 4 a 1.
Jogadores como Taribo West, Jay-Jay Okocha, Daniel Amokachi e  Nwankwo Kanu estão eternizados como ídolos da nação cuja capital é Abuja.
Os Soldados Verdes participariam ainda das edições de 2002 e 10, mas sem passar de fase. Em 2014, repetiram o feito dos anos 90, onde ficaram em segundo lugar na chave e avançaram às oitavas de final. Argentina, Bósnia e Irã foram os rivais. No mata-mata acabaram derrotados pela França por 2 a 0.
A meta em 2018 é tentar fazer uma campanha melhor do que a dos anos 90 e em 2014. Não será fácil, pois os adversários da primeira fase são Argentina, Croácia e Islândia. Seleções, ao menos, no mesmo nível dos africanos.
Já no heavy metal , a cena é praticamente underground e desconhecida. Difícil encontrar informações sobre os headbangers nigerianos. As poucas que tem, são em inglês e mesmo assim não há muitos detalhes sobre o metal pesado nigeriano.
O único grupo encontrado é o 1 LAST AUTOGRAPH que pratica um ‘metalcore’ com pitadas de punk,hardcore e até  pop. O grupo da cidade de Lagos iniciou as atividades em 2014 e lançou o EP “Sickle Cell Amnesia“. Confira o lyric-video da música “With Open Arms” abaixo:

obs: continua na postagem 'anterior' a esta.