sexta-feira, 22 de maio de 2020

Conheça Léo Neiva: técnico com passagens por Ásia, África e Caribe!

Quando um brasileiro visa a carreira de futebol, a meta é brilhar nos grandes clubes do País, nos principais da Europa e jogar uma Copa do Mundo.

Entretanto, nem sempre o destino nos reserva o que planejamos. Mas, muitas vezes, os caminhos imprevisíveis podem trazer bons frutos e histórias ricas em títulos, aprendizado e cultura.

Um desses vários exemplos, é o técnico Leonardo Martins Neiva, com passagem em mercados emergentes de três continentes.

Léo Neiva jogou profissionalmente em equipes de menor expressão até os 23 anos. O carioca atuou como meia-atacante em clubes do estado do Rio de Janeiro. Chegou a se aventurar em Portugal (Vilanovense FC), porém não obteve sucesso.

Em 2002 se formou em educação física pela Universidade Castelo Branco. Entretanto, preferiu inicialmente, não seguir no futebol, pois, queria desvincular o pensamento de atleta, uma vez que começou aos 8 anos de idade no antigo Futebol de Salão do Sírio Libanês tendo ainda jogado no Fluminense FC até os 12.

"Joguei até 2001, mas sabemos das dificuldades do futebol. Nesse período também cursava a faculdade de educação física. Logo, tinha uma rotina pesada de treinos e estudos. Era muito sacrificante e nos clubes não tinha o retorno que esperava. Via que não iria chegar no nível de excelência desejado e resolvi focar nos estudos. Depois de formado, ainda fiz um MBA em gestão esportiva na FGV e cheguei a trabalhar em academias no Rio de Janeiro", relembrou o técnico de 42 anos, em entrevista exclusiva a este blog.


Léo Neiva como jogador em sua passagem pelo E.C. Nova Cidade de Nilópolis/RJ


Em 2005, Neiva decidiu deixar o Rio de Janeiro e ir passar uma temporada nos Estados Unidos. O intuito era aprender e falar fluentemente o inglês. Viveu em Miami e New Orleans.

“Fiquei por 6 meses e como tinha que me manter, além do futebol trabalhei em outras áreas. Foram 6 meses atípicos e marcantes com certeza", afirmou o carioca.

Ao regressar ao Brasil, decidiu retornar o trabalho com o futebol. Já havia desligado a “cabeça” de atleta. Em seguida, começou a dar treinos em um núcleo do Flamengo no bairro Recreio dos Bandeirantes, na capital fluminense.

No ano seguinte, através do ex-lateral-esquerdo Maciel (ex-Vasco e Juventude) veio a indicação para ser auxiliar-técnico de Carlos Roberto (campeão carioca em 2006 com o Botafogo) no América/RJ na disputa da Série C do Brasileiro. O objetivo do Diabo da Tijuca era conseguir o acesso à Série B e quase conseguiu.

Léo Neiva conheceu Maciel quando teve uma breve passagem nos juniores do Juventude/RS tendo sido comandado por Mano Menezes. Mais de duas décadas depois, Neiva iria reencontrar Mano novamente, mas, como colega de curso na Licença Pró (CBF).
Mano Menezes e Léo Neiva em curso na Licença Pró (CBF). 



"O América tinha um bom time e um treinador vitorioso e experiente. Em 2006 havia sido vice-campeão do primeiro turno do Carioca e em 2007 também do primeiro turno havia sido semifinalista. Tinha jogadores experientes como o ex-volante Válber, os ex-laterais Bruno Carvalho e Maciel, e o atacante Fernandão (atualmente no Bahia) ainda em início de carreira. Era um elenco bom e confiante. Eu era um dos auxiliares. Chegamos até a terceira fase”, relembrou Neiva.

Em 2008 apareceu uma oportunidade para trabalhar na África do Sul e ali iniciou suas andanças pelo mundo. Neiva soube que estavam procurando brasileiros para trabalharem nas categorias de base de uma equipe.

"Eu lembro que a entrevista para conseguir esse emprego foi em um hotel do Rio de Janeiro e feita por um irlandês. A conversa foi em inglês, ou seja, aquela temporada nos Estados Unidos foi fundamental para eu conseguir meu trabalho na África do Sul", rememorou o brasileiro.

O clube que o contratou foi Platinum Stars F.C., que ficava no noroeste do País.  A região é rica em Platina, um metal químico com pouca reatividade e difícil de ser encontrado. A África do Sul está entre os maiores produtores, tendo 80% da reserva mundial. Logo, quem administrava a equipe era uma empresa que detinha também o poder sobre a Platina. A Nação Royal Bafokeng, é quem manda na região e por consequência, da empresa.


Técnico brasileiro na reinauguração do Royal Bafokeng Stadium. Palco da Copa do Mundo de 2010.


"Eu morei em Rustemburg, uma cidade fundada por holandeses. Havia muito clima de interior, com bastantes animais, montanhas e estradas. Um clima tranquilo. O povo sul-africano é bem simpático e acolhedor. O futebol lá é muito popular entre os negros e em 2010 a África do Sul sediaria a Copa do Mundo. Acompanhei de perto toda a estruturação para receber a Copa e o processo de solidificação da Premier Soccer League", recordou, para depois falar sobre a sua função no clube.

"O meu trabalho e de outros brasileiros era na base do clube. Tínhamos que captar talentos pela região e depois formarmos as equipes entre sub-13 e 20. Trabalhei em todas as categorias. O time tinha condições e havia muito investimento da Royal Bafokeng Sports Holdings que havia comprado o clube. Logo, não havia do que reclamar das condições de trabalho", continuou.

Rustemburg foi uma das sedes da Copa do Mundo de 2010 e para a reinauguração do estádio Royal Bafokeng houve um amistoso entre a nação anfitriã diante da Noruega. Os africanos venceram por 2 a 1. No entanto, antes disso, o Platinum Stars F.C. entrou em campo e venceu dois torneios, sub-13 e sub-17 da Nelson Mandela Cup.

"A Nelson Mandela Cup é uma espécie de Taça BH ou Copinha SP da África do Sul. Reúne os principais clubes do país e também times da Europa. Em várias categorias. É uma competição internacional. A nossas equipes sub-13 e sub-17 foram a campo e venceram seus respectivos jogos, sendo campeãs. Depois, teve o jogo da seleção principal sul-africana diante da Noruega. Este jogo ficou marcado como a reinauguração do estádio, mas o que foi de fato o pontapé inicial, foi o Royal Bafokeng SC (Base do Platinum Stars FC) e com dois títulos da molecada", recordou o sul-americano.

Ao final de 2009, o contrato com a equipe africana foi encerrado e Léo Neiva retornou ao Rio de Janeiro. Acreditou que era o momento de novos desafios. No primeiro semestre de 2010 teve uma passagem no sub-20 do Bonsucesso na disputa do Campeonato Carioca. Porém, o comandante recebeu uma proposta inusitada: formatar a base e ser técnico do Yadanarbon FC de Mianmar!

Mianmar se chamou Birmânia até 1989 e a seleção daquela nação teve bons resultados nas décadas de 1960 e 70. A equipe foi cinco vezes campeã de forma consecutiva dos Jogos do Sudeste da Ásia e uma vez vice-campeã da Copa da Ásia.  Participou das Olimpíadas de 1972.

Entretanto, o sucesso ficou no passado e o futebol foi usado pelo atual governo para reabrir as fronteiras com o mercado estrangeiro, após anos reclusos e sob uma ditadura militar.

"Eu nunca tinha ouvido falar de Mianmar. Conhecia por Birmânia! Não sabia que o país havia mudado de nome. Decidi ir mesmo sem ter informações. Mianmar ainda era muito fechado e muito diferente do eu estava acostumado como sociedade.  Eu lembro que cartões de crédito e débito ainda não existiam. Nem cheque. Via situações curiosas, como alguém indo comprar um apartamento, por exemplo, e todo o dinheiro estar em sacos de batata sendo transportados sem risco algum (risos)", revelou.

"Lembro também que havia muitos guardas pela rua. Se eles vissem aglomerações com 4 ou 5 pessoas, eles já interviam e iriam querer saber o motivo da reunião. Nas ruas, caso precisasse usar o telefone público, tinha que pedir autorização para um guarda, que ficava ao lado escutando a conversa. O mesmo aparelho era desconectado e recolhido às 18h. A Internet praticamente não existia! Cheguei a ficar 1 mês sem ter contato com meus familiares em 2011", continuou.


Neiva sendo destaque em jornal de Myanmar. O que está escrito?


"O povo de Mianmar adora futebol. É muito popular . A intenção deles era criar uma liga profissional e trazer estrangeiros para trabalhar no desenvolvimento e abertura do futebol local. Era uma forma do governo mostrar ao mundo que havia uma política nova e isso seria feito através do futebol", seguiu.

Embora, o país sendo subdesenvolvido, Neiva disse que tinha boas condições de trabalho além de excelente infraestrutura de moradia.

No Yadanarbon FC, o carioca ficou 15 meses. O grande destaque foi em uma excursão à Tailândia  para uma série de amistosos e venceu os principais clubes, inclusive o Muangthong United FC. Os tailandeses possuem uma economia muito mais forte e já havia mais investimento nas equipes.

"Fizemos 8 jogos na Tailândia, vencendo 4, empatando 2 e perdendo os outros 2.  Ganhamos do Muangthong FC, um dos gigantes da Tailândia. Esse bom desempenho chamou atenção, pois, ninguém esperava por isso. Era como se um time do Paraguai ganhasse de um clube do Brasil, por exemplo", recordou o treinador.

O bom desempenho fez com que recebesse a proposta para trabalhar no Rakhine United FC, mas no profissional, no final de 2011 para disputar o quarto ano da Myanmar National League (MNL) em 2012. Neiva foi o primeiro brasileiro a comandar uma equipe profissional em Mianmar.

“Pude usar os 15 meses na base do Yadanarbon FC como ‘laboratório’ e logo após pude assumir a minha primeira equipe profissional aos 33 anos”, explicou o sul-americano.

A intenção da equipe comandada pelo brasileiro era não ser rebaixada. No entanto, no meio do campeonato, Léo Neiva, deixou o clube alegando problemas internos.

“Estávamos em sexto lugar. Expectativa acima da média. Porém, tivemos problemas e ficou um ambiente ruim. logo, tive que sair. Entretanto, foi um período bem legal. Eram 14 equipes. A maioria dos técnicos eram europeus. Treinadores da França, Reino Unido e Sérvia, por exemplo. Logo, houve um intercâmbio muito bom entre 'escolas do futebol'. Muito do que se fazia na Europa, tentava se aplicar em Mianmar, então tive contato direto com o estilo europeu de jogo," explicou, para depois falar sobre os atletas estrangeiros naquela nação.

"Já entre os jogadores, a maioria eram brasileiros e africanos, dentre os estrangeiros. Em 2012, cada time poderia ter até 3 estrangeiros. No meu clube, havia 2 brasileiros e 1 liberiano. Os brasileiros, eram o meia Andrey Coutinho, que trabalhou comigo na base do Bonsucesso, e passou pelo Paysandu e  o volante Alexandre Alves ex-Botafogo e Bangu", continuou.

Ao retornar ao seu país de origem, Neiva passou o final de ano junto com a família e recebeu uma proposta para trabalhar na Francana que disputaria a Série A-3 do Campeonato Paulista, onde ficou por somente 3 meses.

O próximo destino foi um retorno à África: mais especificamente no Young Africans SC da Tanzânia. Na temporada 2014/15, a equipe foi campeã nacional e da Supercopa da Tanzânia.

"A Tanzânia surpreendeu muito pelo bom nível dos atletas. É um mercado ainda pouco explorado, mas que compensa muito trabalhar, pois, há jogadores com muito potencial.  Muita força agregada a habilidade. Só precisavam de mais disciplina tática. Eu se trabalhasse em um clube brasileiro, traria facilmente jogadores africanos de seleção (acessíveis ao nosso mercado). Se assumo um clube de Série B ou C de Brasileiro,por exemplo peço para contratarem 2 atletas, meias e atacantes, e garanto que brigaria pelo acesso. Tem muito clube brasileiro que paga caro por jogadores medianos e que por um salário menor pode se trazer um jogador africano de seleção tendo um ótimo retorno”, continuou.

Já em 2015, Léo Neiva foi se aventurar no Caribe. Comandando o Montego Bay United FC, o brasileiro foi campeão do segundo turno jamaicano, mas acabou sendo demitido após o término da temporada.


Léo Neiva em sua passagem pela Jamaica.


"A Jamaica é um país que tem muito da cultura africana. Logo, não foi difícil se adaptar ao lugar e ao futebol, que tem muita similaridade.  Eu fiquei 3 meses e em 11 jogos que comandei o Montego Bay foram 7 vitórias, 3 empates e 1 derrota. O revés foi na última rodada, ou seja, fiquei 10 jornadas invicto. O grande problema foi a divergência de conceitos e ideias e fui mandado embora, mesmo ganhando o segundo turno", relembrou.

"No entanto, foi bem legal conhecer melhor o futebol do Caribe. Ali há muitos jogadores com potencial. Mas a maioria sabe que não tem condições de ir para um mercado maior ou disputar uma Copa por suas seleções e acabam usando o talento futebolístico para ir estudar em uma universidade nos Estados Unidos. Ganham bolsa de estudos. O futebol local acaba não se desenvolvendo por isso", continuou.

Após retornar ao Brasil em janeiro de 2016, resolveu dar um tempo e curtir o nascimento de sua filha.  Voltou ao trabalho apenas em outubro de 2016, quando recebeu o convite do Yadanarbon F.C., de Mianmar, clube que trabalhou em 2010/11 na base. Desta vez para o profissional.

"Foi muito legal receber a proposta de um clube que havia trabalhado anteriormente. Sinal que deixei um bom legado. A maioria dos jogadores que havia trabalhado na base estavam representando a seleção principal de Mianmar. Encontrei um país bem mais desenvolvido. Crianças brincando nas ruas, as pessoas andando com roupas da atualidade e uso bem amplo da internet. O futebol também já estava mais desenvolvido. Por lá, eu estava indo bem. Fiquei até abril de 2017 e me apareceu uma proposta do Thai Honda da Tailândia. Era um país com um futebol melhor e um mercado emergente. O país estava investindo e contratando bons nomes. Aceitei. A equipe era patrocinada pela empresa japonesa Honda e no elenco havia os atacantes brasileiros Ricardo Jesus (ex-Inter e Ponte Preta), Rafinha (ex-Flamengo e Bahia) e o meio-campista Gustavo Silva (ex Bangu e Yuen Long)”, comentou o brasileiro que foi eleito o melhor treinador da semana da Thai Premier League, após o triunfo inédito do clube sobre o Muangthong United FC. 

Entretanto, enquanto estava dirigindo a equipe tailandesa, houve em 2017 uma fiscalização da AFC (Asian Football Confederation) das licenças que cada treinador tinha. Para evitar uma punição, Léo Neiva voltou ao Brasil e tirou a licença ‘A’ de Treinador, que faltava para poder seguir em seu trabalho e foi uma exigência do clube em qual ele trabalhava.


Neiva em sua passagem pela Tailândia.

"Eu fiquei 6 meses no Thai Honda e aí AFC informou que teria que fazer uma fiscalização nas licenças de treinadores. Eu não tinha a licença ‘A’ da CBF. A minha última licença havia sido feita em 2007 e eu precisava renovar. Logo, tive que voltar ao Brasil. Fiquei no total 24 dias ausente do clube, ou seja, deixei a equipe no meio do campeonato. Me ausentei de 4 jogos. Quando retornei as coisas no clube haviam sido mudadas sem o meu conhecimento e não estavam boas. Logo, 2 meses após o meu retorno acabei saindo", revelou.


Ao vencer o Muangthong United, Léo Neiva, foi eleito o melhor treinador da semana na Tailândia e foi destaque em sites esportivos. O Thai Honda nunca havia conseguido vencer o gigante da Tailândia.


Em 2018 e 2019, Léo Neiva, seguiu no Rio de Janeiro e tirou a Licença-Pró de técnico em curso organizado pela (CBF).  Curso de qualificação máxima para treinadores no momento.

“Tive a honra de ser colega de turma dos melhores técnicos do futebol brasileiro e mundial. Nomes consagrados como Mano Menezes, Dunga, Renato Gaúcho, Tite, Gallo entre outros. Foi um intercâmbio de informações ímpar”, explicou Léo.

Nesse tempo chegou a ter algumas sondagens de trabalhos. Uma delas foi para assumir a Seleção de Botswana. Houve procura dos dirigentes e posteriormente uma conversa, mas não houve acordo.

Voltou aos trabalhos em dezembro de 2019 no Atlético Itapemirim/ES. Fez a pré-temporada com a equipe e dirigiu apenas nas 2 primeiras rodadas do Campeonato Capixaba de 2020. Somou 3 pontos. Saiu por problemas inerentes do Futebol.

Enquanto aguarda proposta de alguma equipe, Neiva avalia o que faz com que o treinador brasileiro não tenha espaço em grandes ligas da Europa.

"É uma questão política. Manobra de reserva de mercado através da criação de Licenças pela UEFA / FIFA visando valorizar mais os técnicos europeus. Na época em que João Havelange era o presidente da FIFA, havia muitos brasileiros em Portugal, na Ásia e principalmente no mundo árabe onde fomos os pioneiros e tivemos sucesso inclusive com treinadores brasileiros classificando seleções e disputando Copas do Mundo. Perdemos este mercado e hoje estamos reconquistando. Pouco depois, ainda tivemos o Felipão na Seleção de Portugal e no Chelsea-ING e o Vanderlei Luxemburgo no Real Madrid. Agora, há exigência da UEFA que se faça os cursos dela para trabalhar na Europa. Os cursos oferecidos pela CBF estão sendo reconhecidos aos poucos. Hoje o treinador brasileiro com experiência mínima em 5 campeonatos nacionais já pode trabalhar na Europa. Isso prejudica muitos os brasileiros. Eles sabem do nosso talento e os cursos deles não são diferentes dos nossos. Claro que não é só isso. Houve uma melhora de uns 6 ou 7 anos para cá. Antes, praticamente não havia literatura a nível tático disponível.  Escrevíamos pouco! Isso nos deixou para trás em relação aos europeus que investiram pesado neste aspecto.", finalizou.

Crédito das fotos: Arquivo pessoal/Léo Neiva

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Ex-lateral Maurinho fala sobre títulos por Santos, Cruzeiro e muito mais!

No início do século XXI houve vários bons laterais-direito brasileiros. Naquele período, Cafu tomava conta da posição na Seleção Brasileira. Havia também Belletti e Cicinho, brigando pela reserva imediata. Depois surgiram Maicon e Daniel Alves. Outro que teve destaque, mas foi atrapalhado pelas várias lesões no joelho, foi Maurinho, campeão brasileiro com Santos e Cruzeiro.

Como muitos que dão os primeiros pontapés na bola, Mauro Sérgio Viriato Mendes, tentou atuar como meia ou atacante. No caso dele, um meia que atuava pelo lado direito. Foi assim no Fernandópolis/SP (time da sua cidade-natal) e Ituano/SP. No Rio Preto/SP, um treinador o colocou para atuar em algumas partidas como lateral. Assim variou entre as duas funções no campo.  Em 2001, ao ser contratado pelo Etti Jundiaí (atual Paulista), acabou se fixando na ala destra.

"Quando cheguei ao Etti, ainda era visto como um meio-campista. Um dia, o finado técnico Giba, me perguntou se eu fazia a função de lateral. Disse que já havia jogado, sim. Aí, ele me escalou e não saí mais do time", relembrou o ex-atleta em entrevista exclusiva à este blog.

Foi no clube jundiaiense que Maurinho iniciou a sua trajetória vitoriosa. Em 1998, a equipe tricolor havia sido comprada pela empresa italiana Parmalat e houve alto investimento financeiro.

Em 2001, o Etti se sagrou campeão paulista da Série A-2 e Brasileiro da Série C.

"Nosso time era muito acima da média em relação aos concorrentes. A estrutura que tínhamos era de um time grande do Brasil. Na Série C, os clubes sempre viajam de ônibus de um lado para o outro. Nós íamos de avião. Isso fazia diferença, pois, chegávamos bem mais descansados para atuar. Sabia de clubes da Bahia, por exemplo, que iam de ônibus até São Paulo. O jogador chegava muito cansado", contou Maurinho.

2002 foi um ano em que os clubes grandes não deram importância aos estaduais e realizaram torneios regionais, visando criar competições mais forte e atraentes. Um deles foi o Rio-SP, com 16 clubes, sendo 9 paulistas e 7 cariocas. Um desses participantes foi o Etti.

A agremiação do interior paulista ficou na oitava colocação da primeira fase, com 23 pontos em 15 jogos disputados e por pouco não foi à semifinal. Teve um ponto a menos que o São Caetano, quarto posicionado.

Entretanto, Maurinho foi um dos destaques, sendo eleito o melhor lateral-direito do torneio. O que rendeu-lhe em seguida uma transferência, por empréstimo, ao Santos.

"Pelo Rio-SP, enfrentamos o Santos na Vila Belmiro e vencemos por 2 a 1. Fui eleito o melhor jogador da partida. Ao terminar o torneio, o Giba me ligou e disse que o técnico Émerson Leão havia o contatado para saber da minha situação no Etti. Leão disse ao Giba que me queria no Santos. Em seguida, se concretizou a transferência por empréstimo", relembrou.

"Naquela época, o Santos tinha vários problemas com a lateral-direita. Quando cheguei, o Leão já me deu confiança e me colocou entre os titulares. Embora, o Santos fosse o meu primeiro clube grande, eu não estranhei tanto o ambiente, pois o Etti já proporcionava boas condições, havia grandes jogadores naquele elenco como o Márcio Santos (titular no tetra da Seleção em 1994), o ex-volante Jackson (ex-Palmeiras), o ex-meio-campista Vágner Mancini e o meia Nenê (com boas passagens pelo futebol brasileiro e europeu) , por exemplo. Além disso, o Rio-SP, fez com que pudesse enfrentar bons times do Brasil e ganhar mais rodagem", continuou.

O Alvinegro Praiano não vivia um bom momento e acumulava um jejum de títulos grandes desde 1984. Na década de 90, montou grandes elencos que acabaram não vingando.  Em 2002, a diretoria investiu em jogadores desconhecidos e jovem promessas. Os mais experientes eram o goleiro Fábio Costa (que não atuou na primeira fase por estar lesionado), o lateral-esquerdo Léo e o meia Robert (ídolo da torcida).
Maurinho em seu período pelo Santos. Imagem: Lance!


Aquele foi o último ano do Brasileirão antes da era dos pontos corridos. Logo, as 26 equipes jogaram entre si e os oito melhores avançaram às quartas de final. O Santos chegou na última jornada lutando para seguir vivo na competição. Era o sexto colocado com 39 pontos. Acabou perdendo para o São Caetano, no Anacleto Campanella, por 3 a 2.

Aliado ao revés santista, o Grêmio bateu o Atlético/MG por 1 a 0, passou o Alvinegro na tabela e terminou na quinta colocação com 41 pontos. O Galo ficou em sexto com 40. O Fluminense em sétimo com 40 também.

Na briga pela oitava posição, Santos e Cruzeiro ficaram com 39, entretanto os paulistas fizeram mais gols (46 a 40) e um saldo melhor (10 a 1).

Outro que lutava pela classificação era o Coritiba que foi ao Distrito Federal enfrentar o já rebaixado Gama e surpreendentemente foi goleado por 4 a 0, ficando na décima primeira posição com 36 pontos.

"Quando acabou o jogo, estavam todos cabisbaixos no vestiário. O Elano até chorou. Entretanto, começamos a saber dos resultados dos outros jogos e de repente descobrimos que estávamos classificados. O improvável aconteceu", recordou.

O adversário do mata-mata seria o São Paulo. O Tricolor Paulista havia terminado na liderança e contava com Ricardinho, Kaka, Reinaldo e Luis Fabiano em ótima fase. Eram favoritos ao título.

"O nosso time era muito forte na Vila Belmiro. Sabíamos que íamos sempre decidir em casa e vimos que precisávamos fazer um bom resultado em nossos domínios, para depois, administrar como visitante. O São Paulo tinha um bom time, mas no primeiro jogo, fizemos 1 a 0, tomamos o empate, depois fizemos dois gols e ganhamos por 3 a 1. Aí no Morumbi, fomos confiantes e mesmo querendo só administrar a vantagem vencemos por 2 a 1", relembrou.

Na semifinal, o destino reservava o Grêmio. No primeiro jogo, na Baixada, os anfitriões venceram por 3 a 0 e depois, em Porto Alegre/RS, o Imortal venceu apenas por a 1 a 0.

" Nesse jogo no Olímpico, eu acabei expulso e não pude jogar o primeiro jogo de ida da final. O Grêmio tinha um lado direito muito poderoso, com Gilberto, Rodrigo Mendes e Rodrigo Fabri. Tinha momento que parava só com falta e acabei levando o cartão vermelho, faz parte (risos)", disse o ex-atleta.

"É sempre muito tenso assistir uma final nas tribunas. Pois, em alguns momentos eu queria estar em campo para ajudar e não tinha como.  Felizmente, o Santos ganhou por 2 a 0", continuou.

A decisão final foi no Morumbi no dia 15 de dezembro e o Alvinegro Praiano sacramentou o título ao vencer os paulistanos por 3 a 2.

"O que recordo mais nesse jogo foi o meu passe para o Robinho, que pedalou na frente do Rogério várias vezes, indo até a área e acabou sofrendo pênalti. O Robinho não era o batedor oficial, mas ele estava tão confiante que pegou a bola, foi lá e anotou o gol", contou, para depois, falar sobre como viu o surgimento de um dos grandes astros daquele Santos.

" O Robinho inicialmente era reserva, mas teve um amistoso antes do Brasileirão, contra o Corinthians, que ganhamos, ele foi o destaque e não saiu mais do time. Era impressionante vê-lo nos treinos e jogos. Ele dava dribles imprevisíveis. Ninguém sabia que jogada ele ia fazer. Os adversários ficavam  louco atrás dele", emendou.

" Aquele título de 2002 foi muito importante, pois, fazia anos que o Santos não era campeão de um torneio tão importante. Até hoje muitos torcedores me cumprimentam pela conquista. Em 2002, os títulos brasileiros anteriores a 1971 não eram considerados brasileiros, logo, para muitos naquela época, este foi o primeiro título brasileiro do Santos. Foi assim que comemoraram", seguiu.

Após o término da temporada, o contrato do ala com o Santos se encerrou e apareceu uma proposta do Cruzeiro. A indicação veio de Vanderlei Luxemburgo e a equipe mineira comprou parte do passe do futebolista.

Maurinho faria parte de um dos maiores esquadrões da história da Raposa. Naquela temporada, a equipe celeste faturou a tríplice coroa (Mineiro, Copa do Brasil e Brasileirão).

O regulamento do estadual era bem simples. 13 times se enfrentando em turno único e quem somasse mais pontos era campeão. O Cruzeiro ficou em primeiro com 32 pontos, sendo 10 vitórias e 2 empates.

" Daquele estadual, ficou na minha memória o clássico contra o Atlético/MG. Pude sentir o quão intenso é essa rivalidade. Era o meu primeiro clássico e naquele tempo podia ter as duas torcidas no estádio, o que o deixava mais bonito. Colorido. Aquele jogo, estávamos praticamente disputando ponto a ponto a liderança e seria o único embate. Logo, quem vencesse praticamente se consagraria campeão. Aí, ganhamos por 4 a 2 e disparamos na liderança", contou.

Maurinho em visita ao Cruzeiro e vendo seu nome na história. Imagem:Alisson Guimarães/Cruzeiro


A base daquele time era Gomes; Maurinho, Cris, Edu Dracena e Leandro; Maldonado, Augusto Recife, Wendell, Alex, Aristizábal e Deivid (depois Mota). Menção honrosa ao zagueiro Luisão, o lateral-direito Maicon, os meio-campistas Felipe Mello, Zinho, Martinez e Márcio Nobre.

No Brasileirão, os belo-horizontinos somaram 100 pontos em 46 jogos disputados. Foram 31 vitórias, 7 empates e 8 derrotas. 102 gols a favor e apenas 47 sofridos.

"Foi o melhor time que atuei na carreira. Era um elenco em que os titulares e os reservas se equivaliam em qualidade. Os jogadores que estavam na reserva seriam titulares em qualquer time daquele Brasileirão. Não havia vaidades. O Alex era a estrela e não se comportava como tal. Na defesa não dávamos espaço e éramos muito fortes no contra-ataque. Muito do futebol jogado hoje, nós já fazíamos em 2003, mas sem a mesma intensidade. O Luxemburgo foi o melhor treinador que trabalhei. A parte tática dele era acima da média. A leitura de jogo também e ele não demorava para fazer alterações. Se tinha algum problema no time, ele não esperava o intervalo para mexer. Fazia na hora. Ele também sabe motivar o jogador. Sabe a hora de elogiar e a hora de dar bronca", explicou, para depois rememorar dois jogos importantes daquela campanha.

" O nosso concorrente pelo título era o Santos. Então, a gente sabia se vencêssemos eles (pela 31ª rodada), praticamente seríamos campeões. Ganhamos por 3 a 0 e aumentos a diferença para 9 pontos. Ou seja, teríamos uma reta final bem tranquila. Ali, simbolicamente, foi onde fomos campeões", emendou.

Como curiosidade, o Alvinegro Praiano foi vice-campeão com 87 pontos. 13 a menos que os mineiros.

A oficialização da conquista veio na antepenúltima rodada, em um triunfo, no Mineirão, sobre o Paysandu por 2 a 1.

Na jornada de encerramento, o Cruzeiro enfrentou o Bahia, em Salvador/BA. Os soteropolitanos ainda tinham esperanças de se livrar do rebaixamento.  O placar foi um 7 a 0 culminando na ótima campanha mineira e no péssimo retrospecto dos nordestinos.

"Era o último jogo do campeonato e já éramos campeões. Os jogadores já estavam relaxados e pensando apenas nas férias. A viagem foi tranquila e o clima bem ameno. No entanto, no vestiário, antes de entrarmos em campo, o Luxemburgo falou que queria a vitória, para atingir a marca inédita dos 100 pontos e queria que o Alex anotasse 3 gols e entrasse na história do Cruzeiro como o maior artilheiro em uma edição de Brasileiros.  Vencemos o confronto e o Alex anotou cinco dos 7 gols", revelou.

 O ano de 2003 ainda seria inesquecível para o lateral, pois seria Bola de Ouro do Brasileirão pela Revista Placar e faria parte do elenco da Seleção Brasileira que disputou a Copa das Confederações na França.

"Quando cheguei ao Etti em 2001, eu tinha 22 para 23 anos. Já havia rodado um pouco o interior de São Paulo. Não é fácil, pois, atuei em clubes com pouca estrutura e campeonatos que pouca gente acompanha.  Tem hora que bate o desânimo. Os familiares começam a questionar se vale a pena seguir jogando futebol. Aconselham a iniciar uma faculdade. Mas era futebol mesmo que eu sabia fazer e quando cheguei no Etti a minha carreira mudou. Dois anos depois, eu estava na Seleção Brasileira e com jogadores renomados como Dida e Ronaldinho. Jogadores que eu só via pela TV, de repente estavam no mesmo time que eu", relembrou.

Nesse torneio, o Brasil acabou eliminado na primeira fase. Dos 3 jogos, Maurinho atuou em 2. Na vitória sobre os EUA por 1 a 0 e no empate contra a Turquia por 2 a 2. Se ausentou da derrota por Camarões por 1 a 0.

Em 2004, viria o calvário que acompanharia o atleta desde então: as lesões no joelho. Infelizmente, a temporada não foi boa pelo Cruzeiro, que acabou perdendo a Libertadores e via os seus principais jogadores indo para o exterior.  Maurinho tinha proposta de clubes europeus e, segundo o próprio, era certo que teria uma transferência.

"Em um jogo contra o Paysandu pelo Brasileirão, fui girar o joelho e dei mal jeito. Sozinho. Cai e me lesionei. Não joguei mais aquela temporada. Eu tinha proposta do Espanyol/ESP, Monaco/FRA e Sporting/POR. Era certo que iria à Europa, só faltava definir qual clube. A lesão fez com que isso não ocorresse", contou, acrescentando que a lesão foi no ligamento cruzado anterior e nos dois meniscos.

A volta aos gramados ocorreu no final de janeiro de 2005. Pelo final do ano, o futebolista voltou a ser dores e incômodos e acabou desfalcando a equipe.

Em 2006, Maurinho acertou sua transferência ao São Paulo.Na época, o Tricolor Paulista havia faturado a tríplice coroa: Estadual, Libertadores e Mundial. Era a referência no Brasil. No entanto,  o ala pouco atuou no time do Morumbi, devido as lesões.

"Quando fui fazer os exames médicos para acertar a contratação, descobriram que o meu joelho estava estourado. Que o problema da lesão de 2004 não tinha sido de fato resolvido. Então, quando lesionei lá atrás, passei por uma cirurgia. Tive que passar por outra em 2006. Fiquei um ano e meio parado. Ao retornar não consegui meu espaço no time, pois, eles vinham de dois bicampeonatos brasileiros e com o meu histórico de lesões, aliado ao time entrosado, fica difícil ser titular", relembrou o fernandopolense.

"Foi uma época muito difícil. Eu vivia só fazendo fisioterapia. Desanimava muito. Tive muito apoio de amigos e familiares para seguir em frente. Agradeço também ao São Paulo que mesmo sabendo da minha situação, me contratou e me deu todo o suporte necessário", emendou.

Ainda em 2007, o lateral teve uma rápida passagem pelo Goiás e em 2008 ao voltar ao clube paulistano, foi emprestado ao Cruzeiro. No início de 2009,  voltou a sentir dores no joelho e pouco atuou pela Raposa.

Lateral em partida da Seleção Brasileira contra a Turquia. Imagem:Reuters


Em 2010,  recebeu o convite para atuar no Pelotas/RS e mostrou ter gostado da experiência, ao ver o fanatismo da torcida e por ter sido vice-campeão do segundo turno do Gauchão. Perderam a decisão para o Inter.

"O Luisinho, dirigente que havia trabalhado comigo na época do Santos, estava no Pelotas e me chamou para jogar. Fui eu e o Alex Dias. Os jogos eram praticamente aos finais de semana, logo, dava para o joelho se recuperar e ter uma sequência maior de partidas", recordou o paulista.

"Eu achei bem legal a torcida, pois, eram muito fanáticos e a maioria só Pelotas. Diferente da maioria dos estados, onde as pessoas torcem para o time local e para um grande. Eu lembro quando vencemos o Grêmio, pelas quartas de final do segundo turno, no Olímpico, por 2 a 1, ao voltar à cidade, fomos recebidos com muita festa e uma torcida muito numerosa. Nunca tinha visto isso em time do Interior.
Era muito diferente", continuou.

Depois, Maurinho ainda teve uma rápida passagem pelo Uberaba/MG, mas pouco ficou devido as más condições de trabalho oferecidas pelo clube e também pela falta de pagamento.

Em 2015, já aposentado do futebol, ele recebeu um convite de seu amigo, Jerry Falcão, para trabalhar no Fernandópolis. Inicialmente, seria apenas na direção, mas o mandatário o convenceu a entrar em campo.

" O Fernandópolis iria disputar a Série B do Campeonato Paulista (o equivalente a Quarta Divisão) e eu era amigo do Jerry Falcão, que havia assumido a presidência do clube. Ele me chamou e achei legal trabalhar no time da minha cidade-natal. Depois, me falou para atuar como atleta, o que relutei de início, mas acabei aceitando. Em seguida, ele me falou que ia chamar o Muller para jogar! Eu não acreditei naquilo e não é que veio mesmo! Ainda na sequência, trouxe o Alex Dias também", recordou.

Como curiosidade, Muller atuou apenas na primeira rodada da competição, ao marcar o gol do Fernandópolis, na derrota por 2 a 1 para o Grêmio Prudente. Alex Dias atuou pouco e Maurinho, como o próprio afirmou, entra em campo nas partidas que eram disputadas no Estádio Cláudio Rodante.

O Fefecê acabou fazendo uma boa campanha, conseguindo o acesso à Série A-3. Terminou na vice-liderança da 'Bezinha'.

" Foi muito legal aquela campanha. Ver o time da minha cidade chegar até a Série A-3. Eu joguei alguns jogos e em casa apenas. O time fez uma campanha irregular, mas conseguiu ir até a decisão. O confronto foi contra o São Carlos que tinha um bom time e acabaram vencendo. Claro, que queríamos ganhar, mas só de conseguir o acesso já foi muito importante. Uma pena no ano seguinte a equipe ter sido rebaixada",  relembrou, para dizer depois que se mostra satisfeito com a carreira que teve como jogador.

"Sou muito feliz com a minha carreira e com tudo o que conquistei. De onde saí e o que alcancei. Penso que poderia ter tido uma chance no exterior, mas não houve. Mesmo assim sou muito feliz com a minha história em campo", finalizou.

No momento, aos 41 anos de idade, Maurinho, vive em São Paulo/SP, onde cursa Publicidade e Propaganda na Universidade São Judas Tadeu. Ele e sua irmã possuem uma clínica de fisioterapia em Santos/SP.

Bônus:
Pontos corridos ou mata-mata?
"Mata-mata é mais emocionante , mas entendo que pontos corridos é o mais correto."

Clube com mais identificação:
"Cruzeiro. Tenho uma ligação forte com o clube e com a torcida. Entretanto, jogar na Vila Belmiro e sentir aquele alçapão é algo único e envolvente.É místico. Principalmente ao saber que ali foi a casa do Pelé durante muitos anos."

Situação dos clubes do interior:
"Falta um trabalho mais sério nos clubes e de responsabilidade com os gastos. Muitas pessoas se apropriam apenas para fins pessoais e acabam endividando o clube. A pessoa não fica como responsável pela dívida e a gestão seguinte acaba tendo que arcar com os prejuízos.

Penso também que é necessário um trabalho de base mais sério e a longo prazo. Se nota muitos clubes não pensando no futuro. Fazem algo no presente e não há um legado. Só ver como estão clubes tradicionais do interior  de São Paulo, por exemplo, como o  Paulista de Jundiaí. "