sábado, 26 de novembro de 2016

Exclusivo! Meia Juan Felipe fala sobre seu bom momento na Macedônia

Um dos objetivos do Arquivos e Histórias F.C. é mostrar a carreira de jogadores que saíram desconhecidos do Brasil e foram se aventurar em países com pouca tradição no futebol.

 
Juan Felipe no Vardar

Esta postagem aborda a trajetória do meia Juan Felipe que após perambular por clubes pequenos de nossa nação, cravou seu espaço no Vardar, a principal agremiação da Macedônia. O atleta de 28 anos foi eleito o melhor jogador do campeonato macedônio da temporada 2015/16.

Sua carreira futebolística começou no São Vicente A.C./SP, clube de sua cidade natal. Passou também por Jabaquara/SP, Santo André/SP, Red Bull/SP  e em 2011 teve sua primeira experiência no exterior ao ser contratado pelo Oriente Petrolero-BOL. Atuou por uma temporada na Bolívia, onde afirma que guarda boas lembranças.

" Cheguei ao Oriente Petrolero-BOL através do meu empresário Sérgio Dias. Foi minha primeira experiência fora do Brasil. Foi muito boa. A Bolívia é um ótimo lugar para se viver e o carinho que o povo de lá teve comigo eu jamais esquecerei. O futebol local tem muitos jogadores que atuam na seleção da Bolívia e isso torna o campeonato boliviano mais competitivo", relembrou o paulista em entrevista exclusiva ao Arquivos e Histórias F.C.

Retornou ao Brasil em 2013 para atuar no São Carlos/SP, onde ficou um ano  e se diz grato pela passagem que teve pela Águia da Central.

"Tive uma passagem de 1 ano no São Carlos muito boa , trabalhei com pessoas muito profissionais que me deram todas as condições de trabalho no clube. Tenho muita admiração e respeito pela Águia da Central ", contou Juan Felipe Alves Ribeiro.

Do interior de São Paulo o meio-campista foi se aventurar pela primeira vez na Europa, mais precisamente no CSKA, clube mais popular da Bulgária.

"Foi um momento incrível na minha carreira. Jogar na  Europa era uma vontade que eu tinha e quando cheguei lá me senti realizado de estear em um dos maiores clube do país .O nível do futebol é muito forte, muito técnico e muita força física.Tive que me adaptar o mais rápido para poder começar a entrar em um ritmo que eu não estava acostumado.Fiz uma boa temporada podendo ajudar a minha equipe com gols e assistências. Guardo boas lembranças da Bulgária ", explicou o  brasileiro.
 
Brasileiro atuando no CSKA-BUL. Crédito: divulgação

O bom desempenho em solos búlgaros fez com que o sul-americano fosse se aventurar na república que pertencia a antiga Iugoslávia: Macedônia.

Em seu primeiro ano na terra de Alexandre, o Grande (Imperador Romano) e de Madre Tereza de Calcutá, Juan Felipe anotou oito gols em 16 partidas e foi, pelos motivos citados no início do texto, vive seu melhor momento na carreira.

"Sim , esse é o melhor momento em minha carreira aqui , todos os dias que vou trabalhar eu lembro que estou indo para o maior clube do país isso me motiva a dar o meu melhor a cada dia para poder buscar as vitórias e com isso vem as conquistas individuais que para mim é sensacional e prazeroso", explicou.


"O Vardar é considerado o maior time do país pela história que tem no futebol europeu com seus títulos, estrutura,pelos profissionais que trabalham em todas as áreas sempre em busca do melhor para o clube e a torcida que sempre vai nos apoiar. Os treinamentos que temos aqui são excelentes.Sempre aprende algo novo, tanto tático como técnico. Aqui a disciplina dentro de campo é como se fosse um gol de tão importante que é . O campeonato tem muitos jogadores bons e penso que daqui para frente aqui irá crescer cada vez mais ", emendou.

A Macedônia conseguiu sua independência somente em 1993, após um período de guerras na Iugoslávia que se desmembrou em várias nações ( as outras foram Bósnia-Hezergovina, Eslovênia, Sérvia, Montenegro e Croácia). Apesar deste passado tenebroso recente, Juan Felipe afirma que o país é muito bom de se viver e pouco se fala sobre o período de guerra.

"Aqui é muito tranquilo, um país muito bom de se viver. Eles procuram não falar muito sobre o período de guerra e preferem levar uma vida normal. O macedônio é muito receptivo e trata muito bem o estrangeiro. Sobre idioma, dentro de campo falo o macedônio e fora eu me comunico em inglês", revelou o atleta.

Nesta temporada, o Vardar lidera o campeonato local com 34 pontos em 15 jogos disputados (dez equipes na disputa). Tem quatro a mais que o vice-líder Shkendja.  A equipe de Escópia (capital do país) está prestes a ser octacampeã nacional.  

Por esta equipe, Juan Felipe teve a oportunidade de atuar pela segunda vez na Liga dos Campeões da Europa. Na edição atual, o clube macedônio enfrentou o Dinamo Zagreb, da Croácia, no qualificatório  para a fase de grupos e acabou eliminado ( 5x3 no agregado).

"Essa é a segunda vez que tenho a chance de poder disputar a Liga dos Campeões da Europa.  Pegamos um time muito forte. Lembro que tivemos oportunidade para ganhar,mas não fomos felizes nas finalizações. Jogar a Champions é diferente de qualquer outra competição. Quando você entra no campo e começa a tocar aquela opera da Champions que eu só escutava no vídeo game, passa um filme de segundos na minha cabeça. Eu só agradecia a Deus por me dar aquela oportunidade de estar ali ", afirmou o brasileiro.


Sobre o futuro, Juan Felipe afirma que ainda sonha em defender a Seleção, não só a brasileira, como a da Macedônia.  No momento, a nação da antiga Iugoslávia perdeu seus quatro compromissos válidos pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2018 e dificilmente disputará o torneio mais importante de seleções. O grande nome ainda é Goran Pandev, 33 anos, com passagens por Inter de Milão, Lazio, Napoli e atualmente está no Genoa.

" Na minha carreira ainda almejo muitos títulos e espero poder defender a Seleção Brasileira. Caso não seja possível, vou querer atuar pela Macedônia.A seleção daqui não vem passando por um bom momento .O povo aqui tem o desejo de ver o país em uma dessas competições (Copa do Mundo e Eurocopa)  que seria uma coisa muito especial , é muito difícil mas não impossível.Quando se fala de futebol tudo pode acontecer, mas terá que trabalhar e se dedicar muito para se tornar possível esse feito que é o que eles mais querem. O Pandev é o jogador que todos falam em qualquer lugar aqui por tudo que ele já viveu no futebol e por ser o principal jogador da seleção", finalizou.

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Exclusivo! Lateral Ernani fala sobre a boa temporada do Juventude, relembra título pelo Vasco e muito mais!

Em 1994 o Juventude se sagrou campeão brasileiro da Série B e iniciou um período em que foi a terceira força do Rio Grande do Sul.  A equipe gaúcha, que tinha investimento da Parmalat, permaneceu por 13 temporadas na elite do futebol nacional. Neste bom momento de sua história, a equipe de Caxias do Sul se sagrou campeã estadual em 1998 e da Copa do Brasil em 1999 (decisão no Maracanã diante do Botafogo), este último, o título mais importante de sua história. É verdade que também em 1999 acabou rebaixado à Série B do Brasileiro, mas não a disputou na temporada seguinte, pois foi um dos beneficiados pela 'virada de mesa' que culminou com a Copa João Havelange.

Com o fim do apoio da empresa italiana, o clube fundado em 1913 sofreu para 'andar com as próprias pernas' e em 2007 acabou rebaixado à Série B do Brasileiro. Dois anos depois desceu para a Série C e em 2011 estava na D. Os Jaconeros haviam se tornado coadjuvantes no futebol brasileiro.

 Em 2013, o Alviverde foi vice-campeão da Quarta Divisão, retornando à Terceira.

Em 2016, tivemos a impressão de ver novamente aquele Juventude dos anos 90 e começo dos anos 2000: vice-campeão gaúcho, quadrifinalista da Copa do Brasil (superando o São Paulo e eliminado pelo Atlético/MG  nos pênaltis) e semifinalista da Série C, garantindo o acesso à B em 2017.

O clube de Caxias do Sul/RS volta a figurar entre os 40 principais times do País e para falar deste bom desempenho, o Arquivos e Histórias F.C. conversou com o lateral-esquerdo Ernani que defendeu o time no segundo semestre.
Crédito da foto: E.C.Juventude


Dentre outros assuntos abordados, o atleta de 32 anos relembrou o título da Série B pelo Vasco em 2009 e acredita que no próximo ano os cruz-maltinos estarão na elite do futebol nacional .  O ala natural de São João da Barra/RJ não renovou seu vínculo com os rio-grandenses e ainda não sabe onde irá atuar em 2017.

Confira:
1)O Juventude teve uma boa temporada em 2016, sendo vice-campeão gaúcho, chegando até as quartas de final da Copa do Brasil e conseguindo o acesso à Série B do Brasileiro. Ao que se deve essa boa campanha?
O Juventude é um clube de muita tradição e merecia um ano como esse. Foi montado um grupo de muita qualidade, aliado a uma comissão técnica boa. A união e o respeito no clube fizeram a diferença e por isso tivemos uma ótima temporada.


2) O técnico do Alviverde foi Antônio Carlos Zago. Como foi trabalhar com o ex-zagueiro?
Falar do Antônio Carlos é muito fácil, pois se trata de um ídolo como jogador (passagens pelos 4 grandes de São Paulo e Roma-ITA). Como treinador  se destaca também pelo seu modo de conduzir o grupo. Seus treinos são curtos, porém intensos e todos os atletas participam. Isso motiva todo o plantel e o torna mais forte e competitivo. A relação de Zago com os jogadores é de respeito e seriedade.

3) Como via a pressão da torcida em Caxias do Sul/RS para que o Juventude voltasse a figurar entre as principais equipes do futebol brasileiro?
 A pressão era grande por se tratar de um clube de tradição e que precisava de uma resposta do grupo que foi montado, em alguns momentos a paciência ficou no limite, mas nos jogadores entendíamos que a carência da torcida era grande e conseguimos controlar bem isso. Graças a Deus nos conseguimos os resultados, buscamos o tão sonhado acesso e com isso marcando história no clube.

4)Sendo oriundo do estado do Rio de Janeiro, já atuou em várias equipes cariocas e de outras localidades, como agora o Rio Grande do Sul. Mesmo em um mundo globalizado, ainda vê diferenças em atuar no futebol carioca e gaúcho por exemplo?
O futebol hoje não tem diferenças. Todos os estados estão buscando melhorar cada vez mais as estruturas dos clubes e das competições. Eu já participei de vários clubes no Rio e no Sul.A diferença do futebol do Rio é que tem mais cadencia e mais qualidade. No sul é um jogo mais na força e mais pegado.Eu particularmente prefiro o futebol jogado. Até pelo meu estilo de jogo.Mas nós que estamos nessa 'guerra diária' não podemos escolher. Temos que nos adaptar a qualquer situação.

5)Em 2009 esteve no elenco do Vasco campeão da Série B do Brasileiro. O que recorda daquela campanha? Como avalia este Vasco que vem tendo dificuldades no segundo turno da Série B e vê ameaçado o acesso?
Foi um ano inesquecível, um grupo diferenciado em todos os aspectos. Me recordo de cada momento como se fosse hoje. Passamos momentos difíceis também, mas tínhamos um grupo muito bom e passamos pelos obstáculos, conseguimos o acesso e depois o título. O Vasco é grande e vai subir novamente, está passando um momento difícil, mas certamente estará na série A no ano que vem.Tenho um carinho muito grande pelo clube e torço para que de tudo certo para todos envolvidos.

6) Por fim, está com 32 anos. O que ainda almeja no futebol?
Estou na melhor fase da minha vida como jogador e como pessoa também. Almejo muitas coisas boas que podem acontecer. Quero jogar em alto nível e acumular mais conquistas, se Deus quiser em 2017 vai ser ainda melhor do que foi .

Em tempo: Ernani do Nascimento Germano conta com passagens por Americano/RJ, Iraty/PR, Marília/SP, Joinville/SC, América/RJ,Vitória/BA, Boavista/RJ, Duque de Caxias/RJ, Rio Branco/SP, Cuiabá/MT, Ypiranga/RS, dentre outros.

sábado, 12 de novembro de 2016

Exclusivo! Atacante Breitner conversa com o blog!

A grande sensação do futebol brasileiro em 2010 era o bom e bonito futebol praticado pelo Santos. O Alvinegro Praiano encantava a todos com o chamado 'futebol-arte'. Os comandados de Dorival Jr. mostravam um ótimo entrosamento em campo e sempre atuando de forma ofensiva.  Houve resultados expressivos no Campeonato Paulista como a vitória por 9x1 sobre o Ituano, 4x0 sobre o Rio Branco, 6x3 sobre o Bragantino e 5x0 no Monte Azul. Pela Copa do Brasil, teve a goleada sobre o Naviraiense/MS por 10x0, 8x1 sobre o Guarani/SP e 4x0 sobre o Remo/PA. O time que revelava Neymar e Ganso para o futebol acabou faturando os dois campeonatos citados acima. 

Breitner em seu atual clube: União da Madeira


Entre os vários jovens que estavam no plantel, tinha um atacante venezuelano com nome de dois futebolistas alemães: Overath Breitner. A primeira homenagem é referente ao meia vice-campeão do mundo em 1966 e a outra a um atacante campeão da Copa de 1974.

Breitner, como é conhecido, é filho de Roberto da Silva Fariñas, ex-futebolista brasileiro que saiu cedo do nosso país e fez a carreira na Venezuela. Retornou a sua nação de origem em 2001 quando seu filho foi atuar nas categorias de base da equipe que revelou Pelé para o mundo.

Sua estreia como profissional foi no triunfo sobre o Rio Branco por  4x0 (o mesmo citado acima). Seu primeiro tento foi diante do Guarani, pela Copa do Brasil, na vitória do Peixe por 3 a 2.

O atleta natural de Barcelona-VEN ainda jogou por Criciúma/SC, Figueirense/SC, Náutico/PE, Araxá/MG, XV de Piracicaba/SP, Mineros-VEN e desde a metade de 2015 defende o União da Ilha da Madeira-POR.

Neste bate-papo com o Arquivos e histórias F.C.,  Overath Breitner Medina da Silva falou sobre sua vida em Funchal-POR, a situação de seu país, tanto dentro como fora de campo, sua pretensão na carreira e claro, seu amor pelo Santos, clube que o revelou.

Confira
1) Esta é a sua segunda temporada no União da Madeira. Como tem sido esse período em Portugal?

 Graças a Deus tem sido muito bom. Muito aprendizado. Uma cultura diferente a que estava acostumado, tanto no futebol quanto na vida pessoal!

2) Qual o objetivo do União da Madeira nesta temporada? Tem condições de lutar pelo acesso à elite do futebol lusitano?

Sabemos que é um campeonato muito longo, e que todas as equipes tem chances de lutar pelo acesso, e nós também estamos com esse pensamento. Trabalhamos todos os dia pra sempre estar no primeiros colocados e tentar o acesso!

Obs: No momento, o União é o 13º colocado com 17 pontos ganhos em 14 disputados. Tem treze a menos que o vice-líder Aves. Apenas os dois primeiros sobem para a elite. 22 clubes disputam a Série B.

3) Descreva como é o União da Madeira para trabalhar, em termos de estrutura, diretoria, salário e condições de trabalho?

 O União da Madeira, proporciona ao jogador de futebol todas as condições necessárias que precisa para fazer o seu trabalho. Temos um centro de treinamento completo com tudo o que precisamos no dia a dia. Tudo o que  foi prometido até o dia de hoje está sendo cumprido pela diretoria. Salário sempre em dia! Excelentes condições para trabalhar!!

4) Há outros dois times em Funchal, além do União, que são o Marítimo e o Nacional. Como funciona a rivalidade entre os três? Como é a torcida na cidade pelos três clubes?
Apesar de serem três times considerados médios em Portugal, aqui na Ilha é uma rivalidade bem grande. Sempre que antecedem  "clássicos" se fala muito sobre isso, é muito bom para o futebol!
  
5) Funchal é a terra de Cristiano Ronaldo, um dos melhores jogadores da atualidade e um grande ídolo de Portugal.O quão reverenciado o atacante é em sua cidade natal?
Todas a pessoas da Ilha amam o Cristiano Ronaldo. Tanto que tem uma estátua dele numa das principais avenidas da cidade. Há um museu contando a história do atacante e recentemente inaugurou um hotel com o nome dele. É um cara muito querido por todos! Parece que o ano que vem o aeroporto vai se chamar Cristiano Ronaldo! Ele é o cara de Portugal e da Ilha da Madeira. Merecidamente! Craque!
 
No museu que homenageia Cristiano Ronaldo
6) Falando um pouco sobre o seu país de origem, a Venezuela está muito mal nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Como tem acompanhado essa campanha ruim? Por quê de surpresa em outras edições passou a decepção nessa? O que espera do compromisso contra a Bolívia nesta quinta-feira?
  O momento da Seleção Venezuelana é o reflexo do que o país está vivendo neste período.Muitos problemas políticos que acabam afetando toda a população, e querendo ou não acaba afetando a seleção também! Neste jogo contra a Bolívia vai ser difícil, mas a Venezuela vai sair vitoriosa, dificilmente perde para a Bolívia! 

Obs: As perguntas foram mandadas antes do início da 11ª rodada das Eliminatórias. Atuando em Maturín-VEN, os anfitriões venceram os bolivianos por 5 a 0. Foi o primeiro triunfo da Vinho Tinto no qualificatório e no momento é a penúltima colocada com 5 pontos. A lanterna é a Bolívia com 4.

7) Seu primeiro time como profissional foi o Santos e em 2010, época em que Neymar e Ganso apareceram para o futebol, junto com outros atletas, onde foram campeões paulista e da Copa do Brasil. Por quê aquele time jogava um futebol tão bonito e ofensivo? O que recorda daquela equipe, tanto dentro como fora de campo?

Em 2010, posso dizer que jogávamos por diversão e tínhamos um treinador que nos dava total liberdade para o que quiséssemos dentro campo é claro que com responsabilidade. Isso facilitou muito a nós mais jovens fazer esse ano maravilhoso dentro do Santos! Era um grupo muito unido independente que entrava pra jogar estávamos sempre todos com o mesmo pensamento, muito se deve ao Dorival, era o nosso pai! (risos)
 
Neymar, Zé Love e Breitner: Santos campeão Paulista e Copa do Brasil em 2010

8) Tem acompanhado o Santos no Brasileirão? O que tem achado da campanha dos comandados  de Dorival Jr.?
Acompanho praticamente todos os jogos, tenho um carinho muito grande pelo clube, se eu sou o Breitner hoje que todos conhecem, devo muito ao Santos, clube que me formou como atleta e principalmente como homem.Pude conquistar títulos importantes na vida de um atleta, nunca pensei que ia ficar marcado na história de um clube tão grande como o Santos, e de uma geração de grandes jogadores! Hoje o time do Santos está muito bem, vive um excelente momento, os jogadores assim como nós em 2010, conseguiram entender rapidamente a forma do "pai" Dorival trabalhar e por isso tem colhido grandes resultados. Aliado, claro, a grande qualidade de jogadores que tem o Santos, o time encaixou perfeitamente! Fico muito feliz que o Dorival tenha voltado ao Santo. Excelente treinador e como pessoa sem palavras, Top!

9) Por fim, tem 27 anos, o que ainda almeja na carreira?
Para mim aos 27 anos, espero continuar crescendo como jogador. Todos sabem que no futebol aprendemos coisas novas todos os dias, eu trabalho sempre para melhorar e conseguir coisas melhores na minha profissional, e o futebol é muito dinâmico. Hoje estou aqui em Portugal, e daqui a 6 meses posso estar na China! Então é seguir fazendo meu trabalho como tenho feito que coisas boas irão sempre aparecer. Cheguei na Europa e posso ir mais longe. Esse sempre e o pensamento!

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Arquivo! Pênalti de Fábio Costa em Tinga, não marcado, completa 10 anos! Relembre a polêmica


Bastidores: Republico neste espaço a matéria que fiz em 2015,ao FutNet, sobre os 10 anos do jogo entre Corinthians e Inter, em 2005, pelo Brasileirão, onde o goleiro Fábio Costa fez pênalti no Tinga e o árbitro Márcio Rezende de Freitas não marcou. O soprador de apito ainda expulsou o atleta colorado.

Relembrei alguns fatos daquele campeonato e ainda publiquei declarações com o goleiro André e o volante Gavilán, que estavam no Inter e o volante Edson Sittá, que atuava no Timão.

A peleja terminou 1 a 1.
Crédito: Divulgação

Confira:
Há 10 anos acontecia o lance possivelmente mais polêmico da era dos pontos corridos do Campeonato Brasileiro. O penâlti de Fábio Costa em Tinga, em que o árbitro Márcio Rezende de Freitas não marcou e ainda expulsou o meio-campista.


“Foi uma grande frustração da minha carreira. Lutamos muito para conseguir aquele título e o extracampo impediu que isso ocorresse. Fiquei muito chateado com aquilo. Merecíamos ganhar aquela competição. Márcio Rezende de Freitas e Edílson de Pereira de Carvalho, dois 'amigos meus' (risos)”, disse o volante paraguaio Gavilán, em entrevista exclusiva ao FutNet publicada no dia 6/09/2013.


O duelo entre Corinthians e Internacional foi válido pela 40ª rodada do Campeonato Brasileiro de 2005. Paulistas e gaúchos brigavam pela liderança. Era o duelo do campeonato.

Relembrando um pouco aquele 2005, o Timão chamou a atenção no início do ano quando anunciou a parceria com a MSI, até então desconhecida . Seu representante no Brasil era Kia Joorabchian, um iraniano radicado em Londres-ING. O fundo de investimento trouxe vários atletas de renome ao Timão, sendo a principal contratação Carlos Tevez. Promessa argentina que era cobiçada por vários clubes europeus. O Alvinegro o trouxe para o Brasil.


Após fracassar no Paulista e na Copa do Brasil, as atenções foram voltadas para o Brasileirão.
Do outro lado estava o Internacional, que lutava de igual pela conquista do título e vinha, desde 2003, formando a base vencedora que lhe daria duas Libertadores entre 2006 e 10, além de outras conquistas internacionais.

Aquele Brasileirão começou de forma disputada e emocionante. Com grandes jogos. Até que surgiu o escândalo que ficou conhecido como a Máfia do Apito, onde 11 jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho estavam ‘contaminados’ e este assumiu que houve manipulação nos placares. Os cotejos tiveram que ser remarcados. O Timão foi quem mais se beneficiou por não ter perdido pontos e aberto uma vantagem de 4 pontos em relação ao Inter. Ainda refez um jogo contra o Santos, onde havia perdido por 4 a 2 e na remarcação ganhou por 3 a 2. O Inter teve um jogo remarcado contra o Coritiba, onde havia ganho por 3 a 2. Na remarcação o placar foi o mesmo: 3 a 2.

“Na verdade, aquele campeonato todo foi uma bagunça. Esse lance do Tinga com o Fábio Costa foi só um símbolo do que foi a lambança daquele Brasileirão! Teve aqueles jogos
remarcados por conta de escândalo de arbitragens. Ai se anulam os pontos, os gols feitos. Foi muito conturbado aquilo. O legal é que depois daquela edição, os campeonatos foram mais organizados e sem essas polêmicas. Aos poucos o futebol brasileiro vai se organizando e fazendo campeonatos com mais credibilidades”, disse o goleiro André, em entrevista exclusiva ao FutNet publicada no dia 30/08/2013. Naquela ocasião, o arqueiro era reserva de Clêmer.



Ao chegar na antepenúltima jornada, a diferença era apenas de 3 pontos. Os porto-alegrenses poderiam encostar nos paulistanos e seguir lutando pelo título.

O jogo tinha um Pacaembu lotado, que viu uma partida extremamente equilibrada. Tevez fez 1 a 0 para os anfitriões aos 36 minutos do primeiro tempo. Rafael Sóbis empatou aos 4 da segunda etapa.
Aos 28 minutos da etapa final, com o Inter melhor em campo e atacando , a bola é lançada para Tinga, Fábio Costa sai do gol e atrapalhadamente atinge o meio-campista.
Muitos no estádio já estavam conformados com o pênalti. Todos viram a imprudência do arqueiro no jogador de linha. Quase todos. Menos o árbitro Márcio Rezende de Freitas que entendeu simulação de Tinga e o expulsou (já tinha um cartão amarelo).

O confronto terminou empatado em 1 a 1, com a equipe rio-grandense extremamente revoltada com a não-marcação da penalidade máxima.

O clube do Parque São Jorge acabou confirmando o título do conturbado Brasileirão. Na rodada seguinte bateu a Ponte Preta por 3 a 1 e depois, no encerramento perdeu para o Goiás por 3 a 2. Os gaúchos venceram na sequência o Palmeiras por 2 a 1, mas na jornada de encerramento, acabaram perdendo para o Coritiba por 1 a 0.

A classificação final teve o Timão com 81 pontos e o Inter com 78.
10 anos se passaram e o Internacional não esqueceu o lance e muitos torcedores do clube se consideram o ‘campeão moral’ de 2005.


Quem vive no Rio Grande do Sul, percebe o quanto a torcida, imprensa e até pessoas ligadas ao Inter lamentam o ocorrido.

O Colorado já se sagrou bicampeão da Libertadores, campeão da Recopa, Sul-Americana, da Copa Sul-Americana, do Mundo, mas não esquece o Brasileirão. Parece que nada apaga da memória dos colorados o pênalti de Fábio Costa no Tinga.

Depois do Grêmio, o Corinthians certamente é o maior rival do Inter.
Já o Timão, que se sagrava tetracampeão, comemorou o título e comemora até hoje. Mesmo com a ‘mancha’ da arbitragem, o Alvinegro tinha um bom elenco e jogadores como Mascherano e Tevez são tratados como ídolos no clube paulista.

“Sobre aquele jogo, estávamos com a adrenalina muito alta e a única coisa que pensávamos era vencer o Inter. Dentro de campo não teve como pensar em outra coisa a não ser o foco no jogo. No vestiário, ao término, a única coisa que se comentou foi sobre o fato que poderíamos ter vencido a partida. Pois atuávamos em casa. Mas pela circunstância do jogo, o empate foi um bom resultado”, relembrou o volante Edson Sitta, em entrevista exclusiva ao FutNet para esta reportagem.

“ Ganhar um Brasileiro pelo Corinthians foi a realização de um sonho.Um privilégio enorme de fazer parte do memorial do Corinthians e da história da equipe”, emendou o atleta que atualmente defende o Bragantino.

FICHA TÉCNICA DO JOGO 
DATA: domingo, 20/11/2005
LOCAL: Estádio Paulo Machado de Carvalho, São Paulo, São Paulo – Brasil
PÚBLICO: 35.124 presentes (32.935 pagantes + 2.189 não pagantes)
RENDA BRUTA: R$ 532.994,00
RENDA LÍQUIDA: R$ 300.116,48 DESPESAS: R$ 232.877,52
ÁRBITRO: Márcio Rezende de Freitas. ASSISTENTES: Vayran da Silva Rosa e Claudemir Maffessoni. GOLS: 37’ Tevez, 48’ Rafael Sóbis.
  CARTÃO AMARELO: Rosinei; Élder Granja, Ricardinho e Tinga.
CARTÃO VERMELHO: 74’ Tinga.

CORINTHIANS: Fábio Costa; Eduardo (88’ Edson Sitta), Betão, Marinho, Gustavo Nery; Marcelo Mattos, Bruno Octávio (81’ Jô), Rosinei (74’ Hugo), Carlos Alberto; Tevez e Nilmar. Técnico: Antônio Lopes.

INTERNACIONAL: Clemer; Élder Granja, Ediglê, Edinho, Alex; Gavilán, Tinga, Perdigão (85’ Márcio Mossoró), Ricardinho (76’ Wellington); Rafael Sóbis e Fernandão (78’ Iarley). Técnico: Muricy Ramalho.


Reveja os gols e o polêmico lance no vídeo abaixo:

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Exclusivo! Bruno Moraes fala sobre amor pelo Santos, título da UCL pelo Porto e muito mais!

Historicamente o Santos sempre foi um time que revelou grandes jogadores para o futebol. Uma das gerações mais recordada é a de 2002. Não só pelo título brasileiro, como por ter mostrado ao mundo nomes como Diego, Robinho, Alex, Elano (que não era tão jovem e nem começou a carreira na Vila Belmiro, mas apareceu para o futebol lá), Paulo Almeida (não vingou o que se esperava) e por aí vai.

Bruno em seu atual clube no Chipre

Entre os vários atletas jovens que estavam neste elenco e é praticamente desconhecido do público brasileiro é o atacante Bruno Moraes. O atleta, que atualmente está no Paralimni da Série B do Chipre, acredita que poderia ter tido um destaque maior na carreira, como obtiveram Diego e Robinho, por exemplo.


"2002 foi um ano de aprendizado.Meu primeiro ano como profissional, no time de coração e da cidade que nasci. Acho que poderia ser melhor aproveitado no time profissional e tinha condições de atuar igual ou melhor que Diego e Robinho, pelo menos foi isso que demonstrei na base", disse com exclusividade ao Arquivos e Histórias F.C., o futebolista de 32 anos.

Em 2003, Bruno dos Santos Moraes se transferiu para o Porto/POR. O brasileiro chegou a equipe lusitana que era treinada até então pelo desconhecido José Mourinho.  O paulista explicou as diferenças que viu no futebol praticado no Brasil e em Portugal, sobre os treinos do 'Special One' e o título da Liga dos Campeões da Europa.

"No Santos gostava de jogar mais solto, como um atacante completo. No Brasil, a maioria das equipes atuam com dois atacantes, diferente na Europa, especialmente em Portugal, onde os clubes atuam com pontas e um centroavante. Isso fez com que meu estilo de jogo fosse modificado, jogando mais como centroavante entre dois zagueiros adversários. Na temporada 2006/07 atuei em vários posições, inclusive no meio-campo", recordou o jogador.

"Sobre José Mourinho, os treinos dele naquela época (2003/04, título da Champions) já eram bem avançados, comparados inclusive ao futebol jogado na Europa. Lembro que até então os treinos físicos eram separados das atividades com bola. Com o Mourinho foi a primeira vez que tive físico e técnico juntos", emendou o atleta tupiniquim, para depois falar da conquista europeia.

"Evidente que no início, o Porto não era favorito a conquista da Champions. No entanto, mostramos nossa força ao eliminarmos Manchester United e Lyon, por exemplo. Na decisão, enfrentamos uma outra 'zebra'que foi o Monaco e vencemos sem dificuldades (3x0). Aquele time do Porto era muito forte coletivamente e tinha José Mourinho no comando, um treinador arrojado e ambicioso",  explicou o sul-americano.

Na temporada seguinte, Moraes, buscando jogar com mais regularidade foi emprestado ao Vitória de Setúbal. Pelos Sadinos, participou de 28 partidas e balançou a  rede em 9 oportunidades.  Com isso, os Dragões Azuis renovaram seu vínculo.

"Com a mudança de treinador no Porto, corria o risco de ficar mais uma temporada sendo pouco aproveitado. Queria atuar com mais regularidade.Precisava mostrar meu valor. O Porto sugeriu meu empréstimo ao Vitória de Setúbal Consegui atuar com frequência e antes de terminar a temporada, o Porto me chamou para renovar meu vínculo e aceitei", disse o jogador.

Seguiu por mais três temporadas na equipe do norte de Portugal e sua melhor recordação foi na temporada 2006/07, onde em um clássico contra o Benfica, vencido por 3 a 2, Moraes fez o tento que decidiu o triunfo.

"No Porto vivi um pouco de tudo. Tive períodos bons e outros mais difíceis. A temporada mais marcante foi a 200607, onde tive boas atuações na Liga dos Campeões da Europa e pelo Campeonato Português fiz o terceiro gol em uma vitória diante do Benfica por 3 a 2", contou o atleta, que naquela temporada foi campeão lusitano.

Na terra de Luís de Camões, o santista ainda passou por Rio Ave, Naval, União de Leiria e Gil Vicente. No meio desse 'troca-troca'de clubes, em 2010 teve no Velho Continente sua primeira experiência fora da nação da Península Ibérica, atuando na Romênia. Mais especificamente no Glória Bistrita. A passagem não foi boa.

Moraes em sua passagem ruim pela Romênia


" Fui atuar no Gloria Bistrita por indicação do meu irmão (Júnior Moraes,29 anos, atacante também revelado no Santos e que está no Dinamo Kiev/UCR), estava voltando de lesão, queria jogar e aceitei o contrato. No entanto, não gostei de atuar lá. Após quatro meses me liberaram e eu abri mão de receber um mês de salário tamanha insatisfação. O futebol romeno é muito desorganizado e instável. O Gloria era um time pequeno, que apesar das suas dificuldades, tentava ser organizado. Bistrita é uma cidade pequena (por volta de 80 mil habitantes) e quase não há opções de lazer", afirmou o filho de Aluísio Guerreiro, ex-jogador e com passagem pelo Santos no início dos anos 80.

Em 2013, o atacante nascido em 07/07/1984, voltou a se aventurar no leste europeu e o destino foi o modesto Ujpest da Hungria.

"Na Hungria vi uma situação melhor se comparado com a Romênia. Morei na capital (Budapeste) e o clube tinha uma estrutura melhor. Tive um bom início, onde nos quatro primeiros jogos anotei quatro gols.No entanto, sofri uma lesão em um dos braços e fiquei três meses sem poder entrar em campo. Retornei e o Ujpest já não brigava na parte de cima da tabela, havia tido troca na diretoria e eu acabei rescindindo meu contrato um mês antes de seu vencimento", contou.

Em 2014, após muitos anos no exterior, Moraes retornou ao Brasil para atuar na Portuguesa na Série B do Brasileiro. Naquele período, a Lusa havia sido rebaixada no campeonato nacional pela escalação irregular do atacante Heverton na última rodada da edição de 2013.

Bruno Moraes em sua curta e conturbada passagem pela Lusa

" A Portuguesa foi o pior clube que atuei. Só tive prejuízos. Não recebi os salários, joguei pouco e ainda tinha a torcida querendo brigar com os jogadores no final dos treinos. Por conta da polêmica ocorrida em 2013, a Portuguesa estava condenada, maltratada, com atraso de salário e sem estrutura alguma de trabalho.Todo dia tinha ameaça de greve. Foi terrível. No início de 2014, eu estava em Portugal  e me recuperando de lesão. Estava sem mercado (a última equipe havia sido o Gil Vicente) e a proposta que apareceu foi da Portuguesa. Isso é uma pena, pois a Lusa é um time grande, de tradição e que não merecia estar passando por isso", disse.

Moraes ainda explicou o motivo que o levou a ir ao Chipre e se mostra feliz com esta experiência.

"Nos últimos anos quando estava em Portugal, apareceram propostas de algumas equipes para atuar no Chipre. No entanto, vivia um bom momento dentro de campo e não tinha interesse em me transferir. No final da última temporada apareceu a oportunidade de jogar no Paralimni e em julho fui conhecer a cidade (localizada na região da Famagusta, onde se fala grego) e gostei muito.Fiquei feliz com o projeto que me apresentaram e aceitei o contrato.

Por fim, o jogador afirma que ainda não faz planos para aposentadoria, mas diz que gostaria de retornar ao Santos e ao encerrar a carreira dentro dos campos, pensa em se tornar técnico ou empresário de futebolistas.


"Ainda tenho vontade de atuar no Santos. Seria muito bom se essa oportunidade aparecesse. Não faço planos para aposentar, mas sei que um dia isso irá acontecer. Enquanto estiver me sentindo bem, vou seguir atuando. Quando me aposentar, penso em ser treinador (já fez o primeiro nível de treinadores em Portugal) ou ser empresário de jogadores.", finalizou.


Crédito das fotos: Tática Assessoria