segunda-feira, 10 de junho de 2019

Especial-Copa do Metal-Feminina

Neste final de semana teve início a 8ª Copa do Mundo de Futebol Feminino. Em 2018, visando a Copa do Mundo, eu com o meu amigo Flávio Diniz, fizemos um especial heavy metal e futebol (republicado aqui), mostrando uma banda de cada nação que estaria na Rússia e falamos a expectativa de cada seleção. Fizemos o mesmo com as equipes participantes na edição que ocorrerá na França. Ressaltando que pegamos bandas que ao menos tivessem 1 integrante do sexo feminino.
 
montagem:Flávio Diniz/Portaldoinferno
Colocamos bandas tradicionais como o Tristania (Noruega), até grupos oriundos de países que pouco exploramos o metal como China e África do Sul (aliás como tem bandas nesse país e de alto nível). Citamos a divertidíssima The Aimorettes (banda escocesa formada apenas por mulheres e que pratica o lema rock n' roll  e curtir a vida) e lembramos das suecas do Crucified Barbara que recentemente encerraram as atividades.

Sobre bola rolando, falamos sobre a trajetória de cada nação no esporte mais popular do planeta e suas dificuldades para praticá-lo no âmbito feminino. Alguns países como a Tailândia, onde é difícil conseguir informações, conseguimos uma entrevista exclusiva com o diretor da comissão técnica da equipe e relembrei conversas que tive com brasileiros que já atuaram por lá.

Por fim, países como Camarões, Nigéria e Jamaica não foram mencionados na matéria, pois não encontramos bandas de heavy metal.

Confira:
Grupo A:
França
Flávio Diniz

Longe de ser uma potência do futebol mundial, a seleção feminina francesa não possui grandes conquistas ao longo de sua história. Seu melhor desempenho em uma Copa do Mundo foi um quarto lugar em 2011, na Alemanha, onde as japonesas sagraram-se campeãs sobre os EUA. A França possui títulos de menor repercussão, como duas Cyprus Cup (torneio mundial disputado no Chipre) e uma SheBelieves Cup (campeonato disputado anualmente nos Estados Unidos). Nas categorias de base, a seleção tem maior destaque, tendo conquistado quatro vezes o campeonato mundial na categoria sub-19 e uma vez a Copa do Mundo no sub-17. Os franceses certamente anseiam por uma boa campanha neste ano e quem sabe com a força de jogar em casa, fazer uma dobradinha, com dois títulos de Copa do Mundo em dois anos (seleções masculina e feminina). Por falar nisso, recentemente as seleções se envolveram em uma polêmica, quando as garotas, às vésperas da copa do mundo, precisaram ceder o centro de treinamento para a seleção masculina que se prepara para um amistoso e um jogo válido pelas eliminatórias da Eurocopa. O debate envolvendo temas como sexismo se reacendeu com a notícia tomando conta das redes sociais.

Lar de um dos maiores festivais de metal do mundo, o respeitadíssimo Hell Fest, que faz frente ao “badalado” Wacken Open Air, a França não é, no entanto, um celeiro de grandes nomes do metal mundial. Obviamente há nomes respeitados, como Benighted e Gojira, mas nada mais famoso do que isso. A banda selecionada para representar franceses e francesas não possui uma vasta discografia, mas agrada em cheio fãs do Metal Sinfônico. Fundada em 2015, Beneath My Sins possui um álbum lançado em 2017 intitulado “Valkyries of Modern Time”. Emma Elvastone é a voz feminina que emoldura o som trabalhado e envolvente da banda. O repertório da cantora é muito rico. Seus timbres vocais são bem diversificados, alcançando notas bem altas e suaves de acordo com o que a composição pede, arriscando até alguma agressividade aqui e ali. A sonoridade da Beneath My Sins segue um estilo suave e clássico do gênero, adicionando trechos mais modernos e comerciais, que ajudam a diferenciar suas composições em um gênero difícil de se sobressair.

Música: Loosing You Again. 


Noruega
Flávio Diniz

Na contramão das conquistas masculinas, a seleção norueguesa feminina é motivo de orgulho para os escandinavos. Chegaram à duas finais da Copa do Mundo, levantando a taça em uma das ocasiões, em 1995, conquistaram duas medalhas olímpicas (ouro em 2000 e bronze em 1996), são bicampeãs da Eurocopa (1987 e 1993) e chegaram outras três vezes à final do torneio continental. A Noruega possui a melhor jogadora de futebol mundial da atualidade. Trata-se de Ada Hegerberg, jogadora do Olympique Lyonnais, clube pelo qual conquistou nada menos do que treze títulos, sendo quatro vezes campeã da Champions League, cinco do Campeonato Francês e quatro da Copa da França. Além disso, obviamente possui muitos títulos individuais. O mais importante, a Bola de Ouro Feminina de 2018. No entanto, apesar disso tudo, a jogadora não estará na Copa do Mundo. A atacante recusou a convocação devido à desigualdade de tratamento entre homens e mulheres no esporte. Nem mesmo a decisão na mesma época da federação do país de pagar o mesmo salário às duas seleções fez a craque mudar de opinião, que cobrava mais respeito, nível de profissionalismo e qualidade do trabalho destinado às seleções. “Nem sempre é por dinheiro”,  detonou a jogadora. No entanto, vale lembrar, que mesmo sem a principal jogadora, a Noruega entra como uma das favoritas ao título.

Conhecido pela tradição de exportar grandes nomes do metal mundial, a Noruega é um dos países com maior concentração de bandas de metal per capita do planeta, ficando atrás apenas da Finlândia e empatando com a Suécia. Considerado por muitos como o berço do Black Metal, dando origem aos maiores nomes do estilo, como Mayhem, Burzum, Dark Throne, Immortal, Dimmu Borgir e outros, a Noruega também é o lar de nomes do metal sinfônico com a presença de mulheres, como as já extintas The Sins of Thy Beloved e Theatre of Tragedy, além da nossa escolhida: Tristania. Talvez o maior nome do metal gótico/sinfônico mundial, a banda foi fundada em 1996. Por dez anos (1997 a 2007), Vibeke Stene foi a dona das vozes femininas da banda e é até hoje, considerada a grande vocalista dos noruegueses. Com Vibeke como front woman, o Tristania gravou cinco álbuns. O último, Illumination foi lançado cerca de um mês antes da cantora abandonar o posto. Dois motivos a fizeram deixar a banda: ela estava tentando encerrar sua formação superior e, segundo a própria vocalista, o Tristania estava tomando rumos musicais que não a agradavam. Para a vaga, foi chamada a italiana Mariangela Demurtas, dona das vozes femininas dos dois últimos álbuns da banda. Embora não apresente nada novo aos fãs à seis anos (Darkest White é o último álbum, de 2013), os noruegueses seguem dentre os principais nomes do metal sinfônico, além de dividir com outras bandas, a pioneirismo do estilo.

Música sugerida: Tender Trip On Earth 


Coreia do Sul
Flávio Diniz

Atualmente, ocupando a 14ª colocação no Ranking mundial da FIFA, a Coreia do Sul tem pela frente a missão de realizar uma campanha melhor ou igual à última Copa do Mundo (Canadá - 2015), quando chegou às oitavas de final, classificando-se em segundo colocado, atrás de Brasil e à frente de Costa Rica e Espanha. No mata-mata, foram eliminadas frente à França em uma derrota por 3x0. Em 2019, o país participa somente de sua terceira Copa do Mundo. A primeira participação ocorreu na copa de 2003 nos Estados Unidos, quando as sul coreanas perderam os três jogos da fase de grupos, marcando um gol e sofrendo onze, encerrando a participação em décimo quarto lugar, com um saldo negativo de dez gols, a frente apenas de Nigéria e Argentina. A posição no ranking mundial talvez não incomode tanto jogadoras e torcedoras daquele país, pois estão na metade de cima da tabela dos 30 primeiros países, mas estar três posições atrás da outra Coreia, certamente deve incomodar um pouco mais.

Fênomeno absurdo da música pop, tendo criado seu próprio estilo de música pop, a Coreia do Sul vê agora o retorno do investimento na cultura retornando aos seus cofres. Psy, com Gangnam Style foi um dos primeiros nomes a invadir com força a cultura do ocidente. O vídeo da música, com suas danças infames, que se espalhou por todo o mundo possui insanos 3,3 bilhões de visualizações. Mas se você acha que os moradores do sul da península coreana se contentam com a música popular criada no país está redondamente enganado. O metal não só é apreciado, como muito bem executado por aquelas bandas. O nome que destacou-se dentre nossas pesquisas é o da banda Dark Mirror ov Tragedy. Fundada em 2003 na capital Seul, a banda executa um Black Metal Sinfônico de alto nível, que chega a remeter ao Dimmu Borgir em alguns momentos, até mesmo no visual. Genie é a única mulher da banda e é responsável pelas harmoniosas e atmosféricas notas de teclado, ora deixando o clima denso e pesado, ora dando suaves e melancólicas pitadas que acrescentam e soam necessárias à musicalidade da banda. Em sua discografia, o Dark Mirror ov Tragedy possui quatro álbuns lançados. O último, intitulado “The Lord ov Shadows” é dividido em cinco capítulos. Algumas das faixas possuem 13 e 20 minutos de duração.

Música sugerida: “Chapter III. The Annunciation of In Lust” 

Grupo B:

Alemanha:
Leonardo Cantarelli

É impossível falar de heavy metal e futebol e não mencionar a Alemanha. Um dos países que mais influenciam o mundo atual e são exemplos de modernidade, organização e cultura.
No futebol, a Seleção Alemã masculina, ao longo do tempo, faturou 4 Copas do Mundo e em cima de grandes equipes. Em 1954 venceu a poderosa Hungria de Puskas e cia. (que mandava no futebol daquele período). 20 anos depois bateu a Holanda de Cruyff, que praticava um futebol espetacular, que ficou conhecido como ‘Carrosel Holandês’.  Em 2014, enfrentou o Brasil, pentacampeão do mundo, em Belo Horizonte/MG, e venceu por 7 a 1. Humilhou o ‘País do Futebol’ em sua própria terra. A outra conquista foi em 1990.
Assim como os homens, as mulheres também são referência com a bola nos pés.  Venceram duas Copas do Mundo (2003 e 07), o que faz com que a Alemanha seja a única nação a ganhar uma Copa tanto no torneio masculino como no feminino.
Ainda sobre as conquistas no âmbito feminino, as alemãs tem 8 Eurocopas (maiores vencedoras) e foram medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2016 no Brasil. São uma das favoritas a vencer o torneio na França.
Já no rock e no heavy metal, a Alemanha, como já mencionado, é uma das grandes referências. Anualmente ocorre no norte do país, o Wacken Open Air, o maior evento de metal do mundo e que reúne headbangers dos 4 cantos do planeta. Uma meca para os amantes do metal pesado.
Sobre as bandas, podemos mencionar o Scorpions, um dos pioneiros. Podemos falar sobre Accept ,Grave Digger e Running Wild, que fazem um metal mais tradicional , sobre  Helloween e Gama Ray, lendárias bandas de power metal e também o Pink Cream 69 com o seu hard/metal de extrema qualidade.

Já no Thrash Metal há o “Big 4” composto por Kreator, Sodom, Destruction e Tankard. Para quem gosta de underground o Iron Angel é uma grande dica.
Por fim, e falando das mulheres, a grande frontwoman e inspiração para muitos veio de Dusseldorf: Doro Pesch. Ela fez sucesso com a banda Warlock, que tocava um heavy tradicional. Atualmente, Doro, está em carreira solo e todos a conhecem pela sua simpatia, carisma, beleza, além de seguir cantando em alto nível.
Entretanto, a banda que destacarei aqui é uma menos conhecida, mas muito boa: Holy Moses.
O grupo oriundo de Aachen teve início nos anos 80 e há como destaque a cantora Sabina Classen. O estilo praticado é um típico thrash metal e já tem 12 álbuns de estúdio lançados.
O clipe separado abaixo é do início da carreira da banda. Finished with the dogs , segundo full-lenght lançado e a música tem o mesmo nome do álbum. Embora já tenham tocado em vários festivais grandes, é legal vê-los tocando em um palco bem menor, com uma aparelhagem de som não muito boa, e os fãs tentando subir e fazer mosh. Não é o ideal, mas a realidade de muitos shows de heavy metal. 


Espanha:
Leonardo Cantarelli
O futebol feminino na Espanha passou pelos mesmos problemas que em muitos lugares do mundo: a dificuldade para a prática e as boas estruturas para desenvolver o esporte local.
Apenas em 1983, a Real Federación Española de Fútbol, criou de fato uma seleção feminina espanhola.


Os resultados aos poucos vem aparecendo, principalmente nas categorias de base. São 7 títulos europeus (3 pelo sub-19 e 4 pelo sub-17) e 1 Mundial sub-17 (2018). Tudo isso a partir de 2004!  
Profissionalmente a melhor campanha foi uma semifinal de Eurocopa em 1997. Las soñadoras debutaram em Copa do Mundo somente em 2015 e não passaram da primeira fase. A meta agora é ao menos sonhar com uma vaga nas oitavas de final.  Será que é possível? Pelos bons resultados na base é possível pensar grande.

Já no heavy metal as grandes referências ficam por conta do folk do Mago de Oz, o power metal do Tierra Santa e também do Dark Moor, além do lendário Barón Rojo que tem uma grande influência da NWOBHM.
E bandas com mulheres? O destaque aqui fica para Wurdalak. O grupo oriundo de Valencia pratica um power metal muito envolvente e rico musicalmente. Maria José Romero é quem dá voz a essa banda que possui 6 álbuns. O clipe destacado leva o mesmo nome do grupo e foi lançado no cd ‘Como si no hubiese mañana’ (2016).


África do Sul
Leonardo Cantarelli
A seleção feminina da África do Sul surgiu, de forma oficial, em 1993. Os grandes feitos até o momento foram disputar a Olimpíada de Londres em 2012 (onde não passaram da primeira fase) e a classificação para a Copa do Mundo de 2019. As Banyana Banyana disputarão pela primeira vez um Mundial. Entretanto, o futebol feminino africano ainda é muito fraco e a principal meta é fazer uma campanha meramente digna.

Até o momento em 10 jogos realizados em 2019, as sul-africanas empataram 4 e perderam 6. A última partida, 2 de junho, antes do início da competição, foi um revés de 7 a 2 para a Noruega.
Já pelo heavy metal, a cena da África do Sul surpreende por ter várias bandas e de muita qualidade. E grupos com mulheres? Sim, existem e é fácil encontrar. Difícil escolher apenas um.

A recomendada nesta matéria é Adorned in Ash. O quarteto oriundo de Pretória  (onde fica a sede do Poder Executivo da África do Sul) executa um BrutalDeath/Black  que não deve em nada para muitas bandas grandes.
Adorned in Ash possui apenas um álbum : ‘The Dead Walk Among Us’ (2014) e o clip abaixo é referente a música: Broken Glass Reflection


China
Flávio Diniz
Em Copas do Mundo, seus maiores feitos são um vice-campeonato em 1999 e um quarto lugar em 1995. As chinesas conquistaram também uma medalha de prata nos jogos olímpicos de 1996 e foram duas vezes vice campeãs do mundo na categoria sub-20 (2004 e 2006). Na Copa da Ásia, no entanto, o país reina soberano. Em dezenove edições do torneio, a China chegou à dez finais e foi campeã oito vezes, mais que o dobro da segunda colocada, Coreia do Norte, com três conquistas. Um dos momentos mais marcantes para a seleção no torneio mundial foi justamente no ano em que conquistaram o segundo lugar, quando registraram uma das maiores goleadas da história das Copas Femininas, um imponente 7x0 sobre a seleção de Gana. Ainda nesta edição, eliminaram Rússia e Noruega nas quartas de final e semifinal respectivamente, além de classificar-se em primeiro lugar com três vitórias sobre Suécia, Austrália e a já citada Gana. Em 2019, no entanto, para superar suas campanhas anteriores, as chinesas tem a tarefa nada fácil de encarar no jogo de estreia a seleção três vezes finalista e bicampeã do mundo, a seleção da Alemanha.

Com muito virtuosismo e presença bem notável dos teclados e sintetizadores, a banda Black Lake executa um Death Metal Melódico com diversas influências aqui e ali, como Heavy Metal/Melódico e Progressivo. Seu único registro é um EP lançado em 2014, intitulado “Fight Battle War”.  (“Wáng càn” de acordo com o Google Tradutor) é a tecladista da banda e tem a às vezes dura tarefa de se inserir nas composições quase ecléticas do Black Lake, que definitivamente bebe de inúmeras fontes ao criar. O termo Death Metal Melódico é muito vago para definir sua sonoridade. Há momentos em que o instrumental executa um Thrash Metal pegado ao mesmo tempo em que o vocal segue uma linha Black Metal cru com  teclado e baixo injetando peso e notas sinfônicas acompanhadas de coros. É uma música às vezes complexa e até difícil de entender de primeira, mas longe de ser ruim. No mínimo vale a pena dar uma chance ao trabalho dos chineses.

Música sugerida: The Immortal Vow :


Grupo C
Austrália
Flávio Diniz

A seleção australiana de futebol feminino não é uma grande protagonista dentre os times classificados para o torneio deste ano. Dentre seus grandes feitos no mundial estão um sexto lugar em 2007 e a participação em todas as edições da Copa do Mundo desde 1995. Suas melhores campanhas foram em 2007, 2011 e 2015, quando chegaram às quartas de final. O mesmo se repete nos Jogos Olímpicos. Participaram de três edições e também nunca avançaram além das quartas de final. Seus títulos ficam restritos à uma Copa da Ásia (2010) e três conquistas do Campeonato da Oceania (1995, 1998 e 2003). No entanto, mesmo sem grandes conquistas, as Matildas (maneira como são chamadas as jogadoras australianas) são consideradas favoritas do grupo C, que tem ainda Brasil, Itália e Jamaica. Lideradas pela craque do time, Sam Kerr, a seleção cresce junto com a empolgação do país com o esporte. Atualmente o futebol é o esporte mais jogado em clubes da Austrália, vencendo até mesmo o Rugby e o Críquete. Uma boa campanha neste mundial certamente fará a popularidade do esporte aumentar ainda mais.
Sem nenhum nome figurando entre os principais do mainstream mundial, a cena australiana do metal resume-se à inúmeras boas bandas do underground. Suas principais referências no rock são, obviamente o AC/DC e o Airbourne, que segue uma linha parecida com a primeira. Na parte mais subterrânea da música pesada, escavamos o Black Like Vengeance. Oriunda de Melbourne e fundada em 2005, a banda não é um exemplo de produtividade. Possuem apenas uma demo e um álbum, mas qualidade sim, possuem de sobra. Sua música transita entre o Melodic Death/Thrash Metal, com a nervosa Sheri Vengeance atrás dos microfones, destilando uma boa variedade de vocais, gutural grave, rasgado e até agudo limpo. Nota-se uma influência de Arch Enemy e uma pitada de Lamb of God em suas composições. “Snuff Is My Business” é uma faixa do álbum “Empty As The Day”, lançado em 2007 e dá uma boa ideia do que é a banda. Ouça abaixo:


 Itália
Flávio Diniz
Se a seleção masculina de futebol está entre as três maiores vencedoras da história, com um tetracampeonato mundial ao lado de Alemanha e um título atrás do Brasil, a feminina está bem longe disso. Dentre suas melhores campanhas estão dois vice campeonatos da Eurocopa (1983 e 1999). De sete edições realizadas até o momento, as italianas só marcaram presença duas vezes e somente em sua primeira participação, em 1991, foram além da fase de grupos, ficando pelo caminho ao encarar a Noruega. Com o atual aumento de patrocínios para a seleção e incentivo de público e mídia, a Itália aspira voos mais altos e busca sua melhor campanha.
Terra natal de bandas como Rhapsody, Lacuna Coil, Luca Turilli e Graveworm, a Itália viu em 1988 o surgimento de uma banda obscura, que abordava temas como ocultismo, bruxaria, magia negra e paganismo. Essa banda era o Opera IX. Em 1992, juntou-se à banda a vocalista Cadaveria, com vocais rasgados, agressivos e atmosféricos que casavam perfeitamente à musicalidade sombria do grupo. Cadaveria gravou três álbuns com o Opera IX, o último intitulado “The Black Opera: Symphoniae Mysteriorum in Laudem Tenebrarum” é considerado um de seus melhores trabalhos. Em 2001 a vocalista e o baterista Flegias deixaram a banda, para iniciar a carreira solo de Cadaveria. Seu primeiro álbum, “The Shadow’s Madame” foi bem recebido por fãs e mídia. Sua nova música manteve a essência do que cantava anteriormente, mas com mais liberdade para explorar outras áreas. O som da Cadaveria é, no geral, mais comercial que do Opera IX, não tão obscuro e denso, apostando em levadas e peso em certos momentos, com diferentes influências e que dão um grande resultado final. Sua voz limpa também é mais explorada atualmente. Cadaveria possui cinco álbuns lançados. A faixa “Strangled Idols” retirada de “Silence” (2014) ganhou um bem produzido videoclipe.
Confira abaixo:

Brasil
Flávio Diniz
O país do futebol ainda está atrás de seu primeiro título mundial no futebol feminino. A seleção brasileira, liderada pela capitã Marta, a maior jogadora de futebol de todos os tempos, ostentando cinco prêmios de melhor jogadora do mundo (sendo quatro consecutivos) e uma Bola de Ouro da FIFA possui muitas conquistas, mas na Copa do Mundo, suas melhores campanhas foram um segundo lugar em 2007 e terceiro em 1999. As brasileiras também nunca conquistaram um ouro olímpico, mas possuem duas medalhas de prata (2004 e 2008). No entanto, sobram com folga na América do Sul. Em oito edições realizadas até o momento, o Brasil chegou em todas as finais e levou nada menos do que sete títulos. Seis, de maneira invicta. Invictas também foram as três conquistas das medalhas de ouro dos jogos Pan-Americanos. As brasileiras serão mais uma vez comandadas pelo contestado técnico Vadão. Longe de ser uma unanimidade e com uma péssima campanha recente, tendo perdido nove dos últimos dez jogos, o técnico ainda ganhou os holofotes de forma negativa ao fazer uma confusão geográfica, relacionado a Jamaica, que está em seu grupo à África. Vadão à parte, a esperança da torcida fica, mais uma vez sobre Marta, Cristiane, Formiga e companhia.
Destacar uma única banda no Brasil, com ou sem mulheres em sua formação não é nada fácil. Existe um número imenso de bandas de qualidade e escolher apenas uma parece injusto. Focando em grupos com mulheres em sua formação, o que parece é que nunca houve um melhor momento do que o atual. Durante a escolha, passamos por nomes óbvios e excelentes que poderiam ilustrar essa matéria fácil e merecidamente, como Nervosa, Torture Squad, Hatefulmurder, Miasthenia, Sacrificed, etc. O power trio da Nervosa é sempre o nome de destaque quando o assunto é bandas de metal com mulheres. Certamente no Brasil é a banda mais ativa e por que não, famosa? Estão sempre excursionando na Europa, América do Norte e demais locais. Sua luta é tão merecida que achamos justo usar uma imagem da banda para ilustrar esta matéria. No entanto, a escolha caiu mais para o lado do gosto pessoal e o som que sugiro como representante BR é o brutal death metal da Valhalla. Fundada em Brasília em 1990, a banda contou com as três irmãs Andrea, Adriana e Alessandra Tavares desde seus primeiros registros. Passaram por diversas mudanças na formação. Das irmãs, a primeira a deixar o posto foi a vocalista Andrea em 2000. Alessandra, a guitarrista, permaneceu até 2018, deixando somente a guitarrista Adriana, que gravou também o baixo do último trabalho da banda, o EP “Evil Fills Me” (2014). Três bateristas homens passaram pela banda, dentre eles, Kayo Jon, ex-Dark Avenger. Nenhum dos três chegou a gravar nada com a banda. Atualmente a formação da Valhalla é: Adriana Tavares (guitarra), Ariadne Souza (bateria/vocal) e Michele Godinho (baixo). Ouça abaixo o último trabalho lançado pelas brasilienses.


Grupo D
Inglaterra
Flávio Diniz
Um terceiro lugar na Copa do Mundo de 2015 e dois vice campeonatos nas Eurocopas de 1984 e 2009 são os maiores feitos da seleção inglesa de futebol feminino. Atualmente ocupam a quarta posição no Ranking Mundial da FIFA, à frente até mesmo de duas campeãs mundiais, Japão e Noruega. As inglesas chegam à sua terceira copa do mundo empolgadas pela posição no ranking, pela busca ao primeiro título e pelo grande investimento milionário feito em seu país pelo Banco Barclays, patrocinadora da Premiers League. O valor divulgado para o futebol feminino inglês é de 10 milhões de Libras, o equivalente a mais de 51 milhões de reais. A quantia representa um recorde de investimento em um esporte feminino no Reino Unido. A Federação Inglesa considera que esse tipo de investimento será uma transformação no futuro do futebol feminino inglês. A meta é transformar a Womans Super League Barclays na liga de maior sucesso do mundo. Dentro e fora do campo.
Com uma carreira consolidada e uma das referências no estilo Gothic/Doom Metal, o My Dying Bride chegou esta semana a vinte e nove anos de estrada. A banda foi fundada em junho de 1990 na cidade de Halifax, localizada no Condado de West Yorkshire, com quase 90 mil habitantes. Com treze álbuns em sua discografia e diversos outros registros, os ingleses convidaram em 2007 a japonesa Lena Abé para assumir o baixo deixado por Adrian Jackson. A baixista, desde então, gravou três álbuns, além de outros EPs. Lena também passou por uma banda inglesa chamada Severed Head, de Death/Black Metal que conta somente com mulheres na formação. As letras do My Dying Bride abordam desespero, dor, romance e depressão. A música e a atmosfera da banda deixam tudo isso transparente e casam perfeitamente com os temas. “Feel The Misery” é o nome do último álbum de inéditas, lançado em 2015. Confira abaixo o videoclipe da faixa título deste trabalho. Um vídeo com uma grande produção, entregando à música um resultado pra lá de satisfatório.


Escócia:
Leonardo Cantarelli
O Queen’s Park é um modesto time da Escócia e atualmente irrelevante no cenário internacional. Entretanto esse clube de Glasgow é considerado um revolucionário no jeito de jogar futebol. Muito do que se parece comum dentro das 4 linhas atualmente, foi o Queen’s Park que implantou.
No final do século XIX, os clubes de futebol jogavam como as crianças fazem atualmente. Pegam a bola e vão correndo loucamente até a direção do gol. Foi o Queen’s Park que introduziu as trocas de passes e procurar outras estratégias para chegar à meta adversária. Outras sugestões dadas por esse clube foi o intervalo durante os 2 tempos de uma partida e sugeriu as cobranças de faltas.
O primeiro amistoso da história do futebol entre países foi Inglaterra x Escócia e foi idealizado pelo Queen’s Park. Tanto que as cores do time foram depois adotadas pela própria seleção escocesa (o tradicional azul-marinho). No momento, o clube disputa as divisões inferiores da Escócia e infelizmente seu país em competições entre nações está em um terceiro escalão.
Quem vem honrando a rica tradição da pequena nação britânica nos últimos anos são as mulheres. Em 2017, as escocesas participaram pela primeira vez da Eurocopa (não passando da fase de grupos) e agora estrearão em Copas do Mundo. Terão como adversárias, a arquirrival Inglaterra (onde ambas se enfrentaram na Eurocopa e as inglesas venceram por 6 a 0), a Argentina e o Japão. O grupo não é fácil e a meta é ao menos conseguir algum triunfo. Sonhar com uma vaga nas oitavas de final.
Sobre rock e heavy metal, o grande legado que os escoceses nos deixaram foi o Nazareth. Surgido no final dos anos 60, o quarteto de Dufermline é considerado um dos pioneiros do hard rock.
Atualmente o que predomina naquela região, são bandas de folk e power metal. O grande símbolo é o Alestorm que adora falar sobre bebedeiras, festas, aventuras e tudo que anima o ser humano.
Falando sobre mulheres, o grande destaque fica para The Amorettes. A banda toca um hard rock/metal extremamente cativante e que nos encanta logo no primeiro minuto de qualquer música. Há uma pitada de Runnaways e similaridades com a sueca Crucified Barbara (os vocais e riffs de guitarras).
O destaque fica para o clipe ‘Everything I learned- I learned from Rock and Roll.’



Argentina:
Leonardo Cantarelli
O futebol feminino no continente sul-americano ainda é muito fraco. Principalmente se comparado com outras potências como algumas seleções europeias, Estados Unidos e Japão. Na América do Sul o Brasil sobra, enquanto os outros países duelam por um honroso segundo lugar. Para se ter uma ideia dessa disparidade, na última Copa América, as brasileiras foram campeãs vencendo os 7 jogos que disputaram, anotando 31 gols e sofrendo apenas 2. As chilenas foram vice-campeãs, e a Argentina ficou em terceiro. Com isso, as argentinas fizeram uma repescagem contra o Panamá, para decidir uma vaga no Mundial da França em 2019. As Albicelestes bateram as centro-americanas e voltam ao principal torneio entre seleções, após 2 edições ausentes.
O sentimento no país vizinho é muito semelhante ao nosso em relação a conseguir melhores condições de trabalho para as jogadoras. Lutar, protestar e pedir mais igualdade em relação ao tratamento dado aos homens.
Logo, a expectativa não é grande na França, uma vez que não é favorita para avançar de fase.
Em se tratando de heavy metal, as principais bandas argentinas seguem sendo o Rata Blanca, com um som e letras extremamente melosos e o A.N.I.M.A.L. que nos primeiros álbuns praticava thrash metal e depois o estilo ficou próximo do new metal.
Já o metal entre as mulheres chama atenção o quão escasso é o número de bandas. Se encontram poucas e mesmo assim se nota que não possuem tanta popularidade. A mais famosa é a Boanerges que existe desde o começo dos anos 90 e estilo se classifica como white/power metal.
No entanto, a que destaco aqui é o Utópica. Uma banda fundada em 2016, na região de Buenos Aires, que pratica um metal sinfônico e tem como vocalista Karina Conicello.Com apenas um álbum lançado, ‘Memórias de Ficción`, o destaque fica para o clipe da música: Los Olvidados.
Confira:

Japão:
Leonardo Cantarelli
O futebol no Japão começou a crescer a partir dos anos 90. Até então o esporte preferido dos nipônicos era o baseball. Atualmente, os dois esportes dividem a população. No futebol masculino, desde 1998, os Samurais marcam presença em Copas do Mundo (sendo que co-sediaram uma em 2002 com a Coreia do Sul). Em 3 ocasiões já chegaram às oitavas de final. Na Ásia já são tetracampeões continentais e reconhecidamente uma das potências. Há jogadores que atuam em grandes ligas europeias como Shinji Kagawa e Shinji Okazaki.
Já as mulheres conseguiram um feito incrível que foi o título da Copa do Mundo de 2011. Após ficarem em segundo lugar na chave, as Samurais eliminaram nas quartas de final a anfitriã Alemanha e depois superaram a Suécia e na decisão, nos pênaltis, bateram os Estados Unidos. 3 triunfos sobre 3 favoritas ao título. Até hoje é a única seleção asiática (tanto no masculino como no feminino) a conquistar uma Copa do Mundo. Quatro anos depois, foram vice-campeãs do mundo, sofrendo a revanche diante das estadunidenses na final (5×2).
Diferente do futebol, o rock n’roll é uma ‘febre’ há muito tempo na Terra do Sol Nascente. Desde o primórdio as bandas de heavy metal conseguem sucesso em solos japoneses. Inclusive muitas brasileiras tem um grande nicho por lá.
O metal feminino no Japão chamou a atenção nos anos 80 com a Show-ya. Uma banda totalmente composta por mulheres que pratica um hard rock em alto nível e é consagrada no mundo todo.
Nos anos 2000 sugiram grupos com uma característica muito semelhante: mulheres com aparência de adolescentes/pré-adolescentes e com algum traje específico (colegiais, roupas que remetem a épocas mais históricas e etc.). Os sons variam de um pop/hard até um power metal. Como um todo, embora seja algo inovador no heavy metal, a qualidade deixa a desejar.
Entretanto, há grupos que praticam um metal mais tradicional e ‘à moda antiga’. O destaque aqui fica para as meninas do : Flagitious Idiosyncrasy In The Dilapidation.
O quarteto oriundo de Tóquio pratica um death/grind de impor respeito. O grupo existe desde 2001 e já lançou dois álbuns.
Confira abaixo um vídeo delas se apresentando em um festival de metal:

Grupo E
Canadá:
Flávio Diniz
Definitivamente o Canadá nunca foi um país de tradição no futebol. A seleção masculina participou de uma única edição de Copa do Mundo. O fato ocorreu em 1986 no México, quando foram eliminados ainda na fase de grupo após perder as três partidas para União Soviética, França e Hungria. A seleção feminina, no entanto, possui feitos mais notáveis. Em 2019, na oitava Copa do Mundo realizada, o país chega à sua sétima participação. Seu melhor desempenho ocorreu em 2003, quando as canadenses chegaram à semifinal, registrando a quarta posição do torneio. O Canadá foi o país-sede da última edição da Copa do Mundo de Futebol Feminino e avançou além da fase de grupos, ficando pelo caminho nas quartas de final, ao encarar a Inglaterra. Visando ganhar mais notoriedade no esporte, o país iniciou sua primeira liga profissional em 2019, deixando de ser, portanto, o único país de toda a América que não possui uma liga profissional. Em 2026, ao lado de México e Estados Unidos, o Canadá será o país sede da Copa do Mundo de Futebol. Portanto, já de olho no futuro próximo, os canadenses passam a investir e olhar mais para o esporte.
Se por um lado, o Canadá não tem tradição no futebol, no metal, a história é outra. Só para citar alguns nomes formados há muito tempo e na ativa até hoje, tendo conquistado o respeito de bangers e mídia, temos Anvil, Voivod, Exciter, Kataklysm e Annihilator. A cidade de Montreal também realiza o Heavy Montreal, evento anual que convida inúmeras grandes bandas do metal mundial. Também de Montreal vem a banda escolhida para representar o país neste especial. Com uma discografia curta, o Vehemal possui apenas um álbum. Lançado em 2014 e intitulado de “The Atom Inside”, o full-length exprime sonoramente um black metal de muita qualidade. Técnico e com uma proposta muito interessante, alternando entre inglês e francês suas letras sobre o cosmos, a via láctea, o universo e outros assuntos mais complexos. A banda possui duas mulheres em sua formação. Martine Bourque (vocalista dona de poderosos vocais rasgados) e Mélanie Goulet (tecladista). Essa última juntou-se à banda somente após o lançamento do álbum. Veja abaixo o videoclipe de “Cosmic Collision”.



Nova Zelândia
Leonardo Cantarelli
Ao falar sobre esportes na Nova Zelândia, sempre nos lembramos do rugby: o mais popular daquele país. A seleção, chamada de All Blacks, é famosa mundialmente por fazer aquela dança apelidada de Haka (originária dos Maori), antes dos jogos. Parece que os atletas estão ‘possuídos’. O rugby neozelandês é uma referência mundial.
Já o futebol, tanto o masculino como o feminino, tem a mesma característica: dominam a Oceania (a Austrália se filiou a Ásia) goleando facilmente seus oponentes, mas fora de seu continente sofrem para conseguir bons resultados. São meros coadjuvantes.
Esta será a quinta participação das All Whites em Copas do Mundo. A meta é ao menos conseguir uma vitória, o que não houve nas outras edições. Até o momento, as neozelandesas disputaram 12 jogos, empatando 3 e perdendo os outros 9. Foram 7 gols anotados e 29 sofridos. Será que farão história na França?

Já sobre o heavy metal, há vários grupos bons, embora não sejam populares no Brasil. O meu destaque fica para o Devilskin. O grupo oriundo de Hamilton (quarta maior cidade do País), possui 2 álbuns lançados. O grupo, que tem como vocalista, Jennie Skulander, pratica um Heavy Metal típico de muitas bandas surgidas nos anos 2000 (com ênfase maior nos riffs de guitarras e menor nos solos). A música que destaco é Never See the Light, do debut We Rise (2014).

Holanda
Leonardo Cantarelli
Tanto no futebol como no heavy metal a Holanda deixa o seu legado e a sua marca. Diversos nomes, times de futebol e bandas estão na história.
Falando das 4 linhas, os Países-Baixos possuem 3 vice-campeonatos de Copas do Mundo (1974,78 e 2010). Nos anos 70, a equipe que tinha como jogador principal Johan Cruyff, praticou um futebol brilhante, inovador e eficiente chamado ‘Carrossel Holandês’. Um esquema onde os jogadores não tinham posição fixa (exceção ao goleiro), todos participavam tanto no ataque como na defesa. Estilo conhecido também como futebol total. Embora, não tenha sido campeão, foi esse time, principalmente, que inspirou o Barcelona de Guardiola, multicampeão nos anos 2000.
No futebol feminino, as ‘Oranges’ vivem um grande momento, pois em 2017 faturaram o seu primeiro título: a Eurocopa (o time masculino faturou em 1988). Esta será a terceira participação em uma Copa do Mundo (foi semifinalista em 2009) e a meta é fazer uma campanha boa e ficarem na história, assim como o time masculino ficou. O destaque individual fica por conta da meia/atacante Lieke Martens, que atua no Barcelona e que já recebeu comparações com o craque Lionel Messi. Ela foi eleita pela Fifa a melhor jogadora do mundo em 2017.
Já no Heavy Metal a principal marca é o Metal Sinfônico. Geralmente quem canta é uma mulher. As mais famosas são a extinta After Forever e Épica. Floor Jansen (atualmente no Nightwish) e Simone Simmons são endeusadas mundo afora, por suas respectivas belezas, presenças de palco e por serem boas vocalistas.
No entanto, o que quero destacar aqui é o Delain. A banda fundada em 2002 possui 5 álbuns de estúdios e não deve nada para os grupos mais famosos.  A cantora Charlotte Wessels está no mesmo patamar de outras frontwoman.
Confira o clipe Stardust:




Grupo F
Estados Unidos
Flávio Diniz
As estadunidenses são a grande sensação do futebol feminino mundial. Possuem três títulos da Copa do Mundo, um vice-campeonato e por três vezes ficaram em terceiro lugar da competição. Quando se trata de jogos olímpicos, os números também impõem respeito. São cinco medalhas, sendo quatro de ouro e uma de prata. Pelo retrospecto, as americanas entram na competição como favoritas ao título. Mas se você acha que o tetra mundial é tudo que as jogadoras querem, você passou longe da realidade. Recentemente algumas atletas entraram em rota de colisão com a Federação Americana, abrindo um processo por equidade de gêneros, onde reivindicam melhorias salariais, de estrutura e até de tratamento de ambas equipes. Pelo favoritismo, elas sabem que tem a atenção dos holofotes neste momento e fazem uso disso para dar visibilidade à sua luta. Vinte e oito atletas entraram com uma ação contra a USSF (Federação de Futebol dos Estados Unidos) por discriminação de gênero.
Um verdadeiro reduto do metal extremo e de gigantes do metal mundial, como o big four (Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax), além de nomes como Cannibal Corpse, Death, Morbid Angel, Obituary e Deicide, as bandas com mulheres na formação se concentram mais no underground nos Estados Unidos. Décadas atrás, no entanto, algumas mulheres colocaram seus nomes em um lugar de grande importância no Heavy Metal e Rock n’ Roll mundial. Podemos citar como exemplo a banda de rock n’ roll, formada por quatro mulheres, The Runaways, que posteriormente rendeu uma carreira solo, mesmo que mais discreta, de Lita Ford; Chastain, que retomou as atividades em 2013, com a vocalista Leather Leone, que também segue carreira solo; além da vocalista Wendy O. Willians, vocalista performática que executava um hard rock/punk e foi a responsável por introduzir o moicano na cena punk americana. A banda Plasmatics possuía performances polêmicas com explosões de equipamentos e nudez nos palcos. Com uma sonoridade bem diferente e uma cultura um tanto distante daqueles anos, a banda que selecionamos é de Massachussetts e foi fundadada em 2005. O som da Abnormality é um Death Metal brutal, técnico e na velocidade da luz que remete à bandas como Dying Fetus e Suffocation. A responsável pela voz do fim do mundo é Malika Sundaramurthy, com um gutural de respeito que chega a lembrar ao de Mayara Puertas, do Torture Squad. A Abnormality possui três álbuns lançados. O último “Sociopathic Constructs” foi lançado em maio deste ano. A faixa “Curb Stomp” é a última do full-length. Confira o videoclipe abaixo.


Tailândia
Leonardo Cantarelli
Ao ter que falar do futebol da Tailândia, lembrei –me de um período em que entrevistei, em momentos diferentes, brasileiros que atuaram por equipes de lá.  O foco era saber o motivo de irem à Tailândia e o que achavam do futebol local. Me diziam que havia um grande investimento para a evolução do esporte e eles têm como meta disputar pela primeira vez uma Copa do Mundo. Inicialmente, a intenção era em 2022, pois havia a notícia que iria ter um aumento de 32 para 48 participantes. Recentemente a Fifa confirmou que esse aumento será apenas em 2026.
No entanto, os jogadores que tive contato não acreditavam em classificação a curto prazo, pois o nível técnico dos tailandeses ainda é muito fraco. Os tailandeses ainda tem muito o que evoluir para conseguirem chegar em uma Copa do Mundo.
Quando realizei as entrevistas era nítido que falávamos apenas do futebol masculino. Este ainda segue sendo um coadjuvante no esporte mais popular do planeta. Entretanto as mulheres já alcançaram esse objetivo e disputarão pela segunda vez uma vaga na Copa do Mundo e serão uma das representantes asiáticas na França em 2019.
O futebol feminino tem como investidora Nualpham Lamsam, conhecida como Madame Pang. Ela é banqueira, presidente de um time (Port F.C.) e manager da seleção feminina. A magnata ainda emprega as atletas em suas empresas.  Uma grande incentivadora da modalidade.
Yohei Shiraki, diretor técnico da seleção feminina da Tailândia, afirma que o objetivo dessa vez é buscar uma vaga nas oitavas de final.
“Esta será a nossa segunda participação em Copas do Mundo e estamos motivados para conseguir uma vaga às oitavas de final. Passar de fase será o nosso objetivo, já que em 2015 não conseguimos. Estamos confiantes e temos totais condições para isso”, disse o dirigente, que é japonês, em entrevista exclusiva para esta matéria.
Agora falando sobre heavy metal, o destaque fica para Dear Sinner que pratica um agradável Gothic/Sinfônico-Metal e possui duas vocalistas: Ning (principal) e Yew(soprano). O grupo oriundo de Bangkok possui 2 álbuns lançados. Sin foi o primeiro e saiu em 2010. O último foi o Faith em 2014.
O clipe abaixo é da música Crimson Moon do último disco gravado.

Chile
Flávio Diniz
Na oitava Copa do Mundo de Futebol Feminino, o Chile chega à sua primeira participação. Dentre as campanhas de destaque, as meninas ficaram duas vezes em terceiro lugar (1995 e 2010) e em outras duas ocasiões foram vice-campeãs da Copa América (1999 e 2018). A última vez, no ano passado, o segundo lugar ocorreu quando foram o país-sede da competição. A derrota na final para o Brasil, no entanto, pode não ter deixado um gosto tão amargo, já que a posição final lhes deu a classificação para a Copa do Mundo da França e uma vaga na repescagem para os jogos olímpicos de 2020 em Tóquio. As chilenas disputarão a vaga contra as segundas colocadas do Campeonato Africano de Futebol. Devido ao baixo investimento no futebol feminino do país, dez das vinte e duas jogadoras da equipe principal atuam fora do Chile. Com o nome já marcado na história da seleção feminina após a inédita classificação para o mundial, as chilenas terão pela frente as seleções da Tailândia, Suécia e a tricampeã Estados Unidos.
Conhecido por ser um país apaixonado pelo Heavy Metal, os shows em seus territórios sempre lotam estádios de bandas grandes, e assim, a capital Santiago foi o local escolhido para a gravação do CD/DVD “En Vivo!” do Iron Maiden, na turnê do álbum “The Final Frontier”. A gravação capta com maestria o fanatismo dos chilenos pela banda e pelo Heavy Metal. Além disso, é de conhecimento geral que o país também é a terra natal de Tom Araya (vocalista e baixista do Slayer). O Chile é lar de um enorme número de bandas de metal, dentre as mais conhecidas estão Ancestral e Sadism (ambas Death Metal), Concerto (Power Metal) e Nuclear (Thrash Metal). A busca por bandas com mulheres na formação não foi das mais fáceis, mas foi gratificante, pois assim pudemos conhecer o som de Siaskel. Fundada em 2003 em Santiago, a banda executa um Black Death Metal abordando mitologias, cosmos, morte e rituais antigos. Suas letras são cantadas em espanhol e o dialeto Ona, falado pelos Selk’nam, povo indígena da região patagônica do sul do Chile e da Argentina. A guitarrista Ma’hai Jippen juntou-se à banda em 2005 e gravou os três álbuns, além de outros registros. O último álbum da banda foi lançado em abril de 2019 e conta com quatro faixas. Mas não se trata de um registro de curta duração, o álbum possui cerca de trinta e nove minutos. A música mais curta possui mais de oito minutos. O quarteto destila um black metal denso com pitadas de death metal, veloz e muito bem executado altamente recomendável para fãs do estilo. Confira o álbum abaixo.




Suécia
Leonardo Cantarelli
Dentre os chamados países nórdicos, a Suécia, no masculino, é, sem dúvida, a nação que tem mais tradição no futebol. Os Blagults disputaram 12 Copas do Mundo, sendo 1 vez vice-campeão (1958) e 4 vezes semifinalista (1938,50,58 e 94).
No feminino, dentre as nórdicas, há uma boa disputa entre as suecas e norueguesas para ver quem é a melhor. Ambas estão entre as melhores do mundo também, embora as meninas da Noruega tenham tido mais êxito.
As Blagulas até o momento possuem 1 Eurocopa (1984) e 3 vices (87,95 e 2001). Em Copas do Mundo, a melhor colocação foi um 2º lugar em 2003. Sua última grande campanha foi nas Olimpíadas de 2016 no Brasil, onde faturaram a medalha de prata. Já é tida desde antemão como uma das principais forças nessa edição do Mundial que será realizado na França.
Já no Heavy Metal, a influência das bandas suecas é nítida no cenário mundial.  Dentre os nórdicos, os grupos suecos e finlandeses são os que mais se destacam.
Somente falando das suecas, temos destaques no hard/glam (Crashdiet ,The Poodles), no Power Metal (Hammerfall, Sabbaton), no Death Melódico de Gotemburgo (In Flames, Arch Enemy e Dark Tranquility), no Viking Metal (Amon Amarth) e no black metal (Bathory).
No metal feminino, o grande destaque fica por conta do Crucified Barbara. O quarteto de Estocolmo, entre 2005/14, lançou 4 álbuns de estúdio e fez um sucesso muito grande com o hard/metal. Mesmo com o término em 2016, elas seguem sendo uma referência para muitos garotos e garotas que querem ter uma banda de hard.
A música que separei é do primeiro álbum (In distortion we trust) e chama I need a cowboy from hell. Uma paródia com o hit mais famoso do Pantera. Para alguns, mais polêmicos, soou até como deboche com os rapazes texanos.



Obs:esse especial foi inicialmente publicado no Portal do Inferno