sexta-feira, 17 de abril de 2020

Exclusivo! Cantarele relembra carreira, fala sobre goleiros e o atual Flamengo

É comum, principalmente no meio esportivo, quando me apresento, vir na sequência uma pergunta: 'você é parente do ex-goleiro do Flamengo?'

Embora, todos os Cantarelli do Brasil tenham uma origem única, houve um espalhamento durante a imigração. Boa parte se concentrou no Sul e uma outra em Pernambuco. Uma minoria se instalou Brasil afora.

A família do ex-arqueiro rubro-negro é de Além Paraíba/MG, enquanto a minha vem do Rio Grande do Sul. Logo, o parentesco é bem distante.

Um outro fator comum com este sobrenome é sobre como se escreve. É com 2 'Eles (LL)'? Um só? Termina com E ou I?

O original é com 2 'Eles (LL)' e termina com I. Mas, alguns no Brasil, acabaram sendo registrados de forma errônea.  Um desses foi Antônio Luis Cantarele. Na imprensa , o sobrenome do ex-goleiro foi escrito de diversas formas e segundo o próprio, é com 1 'L'e termina com E.

"O meu nome foi registrado errado. Antigamente era comum o  escrivão não conhecer outra língua e acabava escrevendo de forma errada. Eu sou o filho mais velho dos meus pais e os meus outros 4 irmãos, tem o sobrenome Cantarelli registrado da forma correta. Só o meu que não", disse o ex-goleiro em entrevista exclusiva para este blog.

Cantarele afirmou não saber exatamente qual a localidade da Itália que vieram seus bisavós (e seu avô  quando era criança), mas acredita que tenha sido da Calábria. Fixaram residência em Além Paraíba, um município na divisa entre os estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Como muitas famílias brasileiras em meados do século passado, a vida era humilde e na roça. Cantarele estudava e gostava de jogar futebol. Escolheu o gol, por causa do Manga (ex-Botafogo, Inter e Seleção Brasileira), seu primeiro ídolo.

Naquele período, em que estudava no Senai pela manhã, treinava a tarde e a noite fazia o ginásio, o até então, jovem de 15 anos nunca imaginou que um dia moraria no Rio de Janeiro/RJ e jogaria em um clube grande como o Flamengo.

Até que uma partida entre dois times juvenis mudou o rumo de sua vida.

" Era uma partida na minha cidade. Eu estava com 15 anos e havia 2 olheiros do Rio. Um trabalhava para o Vasco e o outro para o Flamengo e também para o Botafogo. Inicialmente me levaram para fazer teste no Botafogo, mas lá acabaram não ficando comigo, pois alegaram que eu era muito novo.  No ano seguinte, o mesmo olheiro me levou para o Flamengo. Era um período de férias escolares, aí fiquei treinando e se não desse certo eu retornava para casa. No entanto, gostaram de mim e eu fiquei. Queria aproveitar a oportunidade", relembrou o ex-atleta nascido em 26/09/1953.

Como curiosidade, quem foi levado para fazer testes no mesmo período, mas no Vasco, e era conterrâneo de Cantarele, foi o goleiro Mazzaropi. Este faria história no Gigante da Colina e posteriormente no Grêmio/RS.

Cantarele fez parte de uma geração que seria a mais vencedora da história do Flamengo. Na base conviveu com futuros ídolos, como Júnior, Zico e Rondinelli.

A sua estreia no profissional, foi no Campeonato Carioca de 1973, diante do América. Vitória Rubro-Negra por 1 a 0. Na ocasião, a jovem promessa substituiria o goleiro Renato que estava a serviço da Seleção Brasileira.
Cantarele em seus tempos de goleiro do Flamengo


Em 1975, Renato acabou se transferindo para o rival Fluminense e Cantarele teve a primeira oportunidade como titular. Permaneceu até 1977 na meta, até que chegou Raul Plasmann e assumiu o posto. Esse time que viria a ser comandado por Cláudio Coutinho e com vários atletas formados na Gávea faturaria 3 Campeonatos Brasileiros (1980,82 e 83) e 1 Libertadores e 1 Mundial em 1981.

"Era uma geração vencedora e que gostava do Flamengo.Um time identificado com o clube, diferente de hoje, onde muitos jogadores beijam escudos de equipes, mas não a amam de verdade. Aquela equipe amava o Flamengo", relembrou o ex-goleiro.
Equipe do Flamengo campeã da Libertadores e do mundo em 1981


Cantarele acabou não participando da conquista do Brasileiro de 83, pois nesta temporada atuou por empréstimo ao Náutico. Por lá, acabou sendo vice-campeão estadual.

"Foi uma experiência boa e diferente. Morar em outro estado, outra região e atuar por um clube diferente. Fomos vice-campeões pernambucanos. Perdemos o título nos pênaltis para o Santa Cruz", contou.

Ao retornar em 84, Raul havia deixado o clube, mas chegou o argentino Fillol, titular da Argentina na conquista da Copa do Mundo de 1978.

" Com o Fillol houve uma disputa boa pela titularidade. Eu a ganhei em 1985, mas acabei lesionando o joelho em uma partida contra o Bangu em 1986. Fiquei um ano parado. Quando retornei,o Zé Carlos era o titular e não saiu mais. Fiquei até 1989 e depois resolvi me aposentar", relembrou.

Cantarele tem 557 jogos pelo Flamengo e é o goleiro que mais vezes vestiu a camisa rubro-negra.  Além dos títulos nacionais e internacionais acima, houve cinco conquistas estaduais (1974,78,79,81 e 86). Está entre os 10 atletas que mais jogaram pela Gávea. O ex-arqueiro ainda menciona que os torcedores, que o viram atuar, hoje quando o reconhecem o cumprimentam pela história que construiu.

"Aproveitei a oportunidade que a vida me deu. Jogar em um clube tão importante do Brasil e por tanto tempo.Mais de 500 jogos como titular. O torcedor daquela época quando me vê na rua, me cumprimenta, felicita e relembra aqueles bons tempos. Isso é bacana. Os mais novos, infelizmente não me conhecem, mas faz parte," comentou.

Como curiosidade, Cantarele atuou uma vez pela Seleção Brasileira, em 1976. Foi em um amistoso não-oficial,no Maracanã. O rival foi um combinado de jogadores de todo o mundo. Vitória brasileira por 3 a 1. Entretanto, o próprio afirmou não ter muitas recordações dessa partida

Após pendurar as luvas, Cantarele cursou educação física no Centro de Capacitação Física do Exercito, na Urca e começou a trabalhar em outras áreas do futebol. Inicialmente, participou de peneiras, onde era um dos avaliadores. Um nome que apareceu dentre tantos, que foi aprovado por ele, foi do Ronaldo Fenômeno, que viria a ser um dos maiores jogadores da história do futebol.

"Eu vi o Ronaldo atuando e o aprovei. Entretanto, o Flamengo não quis ficar com ele. Na época, eu não soube o motivo que fez com ele não ficasse no clube. Tempos depois, vi entrevista dele dizendo que ele morava muito longe do CT do Flamengo e a diretoria não quis custear o trajeto de ida e volta", contou.

Em 1991, Cantarele recebeu o convite do ex-atacante Amarildo, para ser treinador de goleiros do Al-Ain nos Emirados Árabes Unidos. O ex-arqueiro ficou no país asiático durante 2 anos.

"Foi muito boa a experiência no Emirados Árabes Unidos. Al-Ain era uma cidade pequena, universitária e agradável. Nosso goleiro era um cara muito alto, que agarrava bem, mas mal sabia bater tiro de meta. Precisava de umas aulas. Eu gosto de trabalhar com jogadores jovens e que gostam de aprender. Trabalhar com profissional é diferente, pois, não tem a mesma mentalidade de alguém que está nas categorias de base", continuou.

Ao retornar ao Brasil, se tornou preparador de goleiros do Flamengo. Em sua primeira passagem nessa função, trabalhou com nomes como Gilmar ( ex-Inter, São Paulo e Seleção Brasileira) e Roger, que passou também por São Paulo e Santos.

Ainda passou por Corinthians e Palmeiras, tendo trabalhado com dois pentacampeões do mundo com a Seleção Brasileira: Dida e Marcos.

No Japão, trabalhou no Kashima Anthlers e depois, a convite de Zico, foi o preparador de goleiros da Seleção da Terra do Sol Nascente na Copa do Mundo de 2006.

"Adorei a minha passagem pelo Japão. Pude passar muito do meu conhecimento para eles. Ensinei eles a cair e não se machucar,a antever uma jogada e forçar o atacante a fazer o que ele não quer, evitando assim um gol. De início eu tinha um intérprete que me ajudava na comunicação e um dos goleiros havia morado em São Paulo/SP e sabia português. Conforme o tempo passou, eu aprendi o básico da língua japonesa: o que era necessário para o dia a dia e para os treinamentos. Fica bem mais fácil para passar instrução ao jogador", contou.

Em 2010, trabalhou novamente no Flamengo e passaram pela sua mão nomes como Marcelo Lomba e Paulo Victor, hoje, respectivamente, no Internacional e no Grêmio.
Trabalhando como auxiliar-técnico no Flamengo


Entre 2013 e 14, foi auxiliar-técnico do clube carioca, quando Jayme de Almeida foi o comandante. Ganharam uma Copa do Brasil.

Depois se desligou do clube e hoje vive como aposentado e eventualmente ajuda amigos que possuem escolinhas e clubes de futebol a encontrar e peneirar talentos.

Vivendo e trabalhando com goleiros desde os anos 60, Cantarele falou sobre as diferença que houve na função de baixo das traves.

"Penso que é a posição que mais evoluiu no futebol. Hoje há muito mais estrutura de treinos para goleiros e uma preparação melhor do que no passado. Atualmente, o goleiro tem muito mais funções em campo. Goleiros hoje iniciam jogadas e atuam frequentemente com os pés, diferente do passado, onde usavam apenas as mãos. Em cruzamento na área, os goleiros hoje socam a bola para frente para seguir o jogo. Antigamente, a recomendação era agarrar a bola.Não saíam socando como fazem hoje.  Sem contar que o gramado é melhor, a bola mais leve e não encharca em dias de chuva. A chuteira também era mais pesada.  No entanto, acho que antigamente os goleiros, pela realidade que viviam, tinham mais intuição e isso se perdeu com a evolução dos treinos e materiais", opinou.

Cantarele segue acompanhando o Flamengo e se mostrou muito feliz com o trabalho que Jorge Jesus vem realizando. Desde a chegada do treinador português, o Rubro-Negro conquistou a Libertadores e o Brasileirão de 2019. Em 2020, já faturou a Recopa do Brasil, da Sul-Americana e o primeiro turno do Campeonato Carioca.

"Gosto muito de ver o Flamengo de Jorge Jesus jogar. E digo mais: antes da chegada do português, o Brasil não tinha aprendido nada com a derrota de 7 a 1 para a Alemanha na Copa de 2014.  Precisou um técnico europeu por um estilo de futebol moderno no nosso país. Depois daquela derrota na Copa, não abrimos os olhos para que tipo de futebol ainda estávamos praticando", finalizou.



Crédito das imagens: Divulgação/Internet

quinta-feira, 16 de abril de 2020

História! Jogadores relembram o vice-campeonato do Goiás na Sul-Americana!

2010 era um ano que poderia ter sido totalmente trágico para o Goiás e não foi. Também poderia ter sido épico, mas ficou no quase. No entanto, entrou para a história.
Goiás na final da Sul-Americana.Imagem: Assessoria da Federação Goiana de Futebol

No Estadual, o Alviverde ficou em 4° lugar. Na Copa do Brasil, parou nas oitavas de final diante do Vitória. No Brasileirão, foi rebaixado.  Entretanto, havia a Copa Sul-Americana e este torneio foi o que salvou a temporada do clube do centro-oeste.

" Era um ano para dar tudo errado para o Goiás. Sem conquistas e com o rebaixamento no Brasileirão. Time sem dinheiro. Mas na Sul-Americana a equipe engrenou , surpreendeu e fez uma bela campanha", disse Fernando Lima, jornalista da CBN/GO, que em 2010 cobriu os jogos pela Rádio Bandeirantes, em entrevista exclusiva à este blog.

"Foi um ano conturbado. Problemas políticos internos e saída de jogadores para outros clubes.Ficamos 12 partidas no Brasileirão sem vencer. Houve a pausa para a Copa do Mundo e não fizemos uma preparação ideal.Não nos preparamos bem nem fisicamente,nem tecnicamente nem e taticamente. Isso pesou na volta do Brasileirão. Era um time experiente e aguerrido, mas com o potencial pouco explorado", relembrou o ex-zagueiro Marcão, em entrevista exclusiva à este blog.

"Eu tive uma lesão no cotovelo e fiquei um bom tempo afastado.Quando voltei, a campanha no Brasileirão era ruim. Nós jogávamos bem, mas não conseguíamos os resultados necessários. A Copa Sul-Americana foi a competição que vimos como uma forma de salvar a temporada. Já estávamos mal no Brasileirão, logo, fizemos da Sul-Americana a competição da nossa vida. Como sempre fazíamos o primeiro jogo em casa, tentávamos usar o critério 'gol fora de casa' a nossa favor. Fazer um bom resultado em casa e depois buscar um gol como visitante e segurar o placar", explicou o ex-goleiro Harlei, em entrevista exclusiva à este blog.

A competição continental ainda não tinha tanto prestígio dos brasileiros como atualmente. Mas conforme, uma equipe ia avançando e sonhando com um título, acabava dando mais foco. Principalmente se no meio do caminho havia rivais gigantes do nosso continente. Como foi o caso em 2010.

Naquela edição, os times brasileiros entraram na segunda fase e houve confrontos caseiros. O adversário dos Esmeraldinos foi o Grêmio.

O primeiro embate ocorreu no dia 5 de agosto, no Serra Dourada e terminou empatado em 1 a 1. Os gaúchos abriram o marcador aos 35 minutos. O meia Douglas, entre o meio-campo e a grande área, faz um belo lançamento para Maílson, que dá um toque de calcanhar para Hugo, que finaliza, da área e anota: 1 a 0. Os anfitriões buscavam o empate, mas sem apresentar um grande futebol. O tento veio aos 33 minutos da segunda etapa, em cobrança de pênalti, de Rafael Moura.

O duelo da volta foi em Porto Alegre/RS, no antigo Estádio Olímpico e marcou a estreia de Renato Gaúcho no comando tricolor.  Mas a equipe de Émerson Leão, que entrou com força máxima nesta peleja, venceu por 2 a 0. Os gols foram anotados por Amaral, aos 9 do primeiro tempo e Everton Santos aos 45 da segunda etapa.

Nas oitavas de final, o adversário foi o tradicionalíssimo Peñarol. O primeiro encontro foi no dia 14 de outubro, no Serra Dourada. A equipe uruguaia contava com jogadores conhecidos, como Arévalos Rios , que defendeu a Seleção Uruguaia e teve uma rápida passagem pelo Botafogo, Fabián Estoyanoff (passagens por futebol espanhol e asiático) e o já veterano Santiago Solari, que fez história no Real Madrid e na Inter de Milão. Já o Alviverde tinha uma novidade no banco de reservas: Émerson Leão saiu e deu lugar a Jorginho (ex-lateral-direito campeão mundial de 94 com a Seleção Brasileira).

Neste confronto, os anfitriões partiram desde o início para cima dos uruguaios e o único gol saiu aos 21 minutos do primeiro tempo. Wellignton Saci cobrou escanteio, um jogador goiano cabeceou e a bola caiu nos pés de Rafael Moura que apenas concluiu para as redes.

O embate da volta aconteceu uma semana depois, no Estádio Centenário. O duelo entre uruguaios e brasileiros foi movimentado e terminou 3 a 2 para o time de Montevidéu.

Quem abriu o marcador foi Rafael Moura aos 17 minutos. O zagueiro Marcão, no meio-campo, faz um lançamento para He-Man, que na entrada da área, mata a bola no peito, domina-a, se livra de dois marcadores aurinegros, finaliza na saída do goleiro e faz 1 a 0. 

O empate veio aos 38 minutos, com Rámis cruzando na área,  Valmir Lucas afastando mal de cabeça, a bola sobrando  para Pacheco finalizar, Harlei tenta defender, mas dar rebote para Mathías Corujo chutar e fazer: 1 a 1.

Cinco minutos depois, em lateral a favor do Peñarol, a bola vai à área goiana, Ernando afasta mal, Sosa chuta e vira o marcador: 2 a 1.

O segundo gol dos Esmeraldinos veio só aos 31 minutos do segundo tempo. O meia Carlos Alberto (que havia entrado no lugar de Felipe),  recebe a bola no meio-campo, se livra de 4 marcadores e pelo lado direito do campo, finaliza na saída do goleiro, anotando um belo gol.

Aos 39 minutos, em mais um lançamento à área brasileira, a zaga do Goiás novamente afasta mal e a bola sobra para Martinuccio (com passagem por Fluminense e Cruzeiro) chutar e fazer 3 a 2. 

Derrota com sabor de vitória, pois devido ao fator 'gol fora de casa', os goianos avançaram às quartas de final.

"Depois dessa vitória, vimos que dava para ir longe. Esse jogo nos deu uma confiança muito grande. Foi pegado,difícil e falamos: 'é para a gente. Dá para ir longe'", afirmou Marcão, que atuava tanto na função de lateral como de zagueiro.

Nas quartas de final, o destino reservava um oponente brasileiro: o Avaí. 

As duas equipes lutavam contra o rebaixamento no Brasileirão e só os catarinenses se salvaram. 

O primeiro encontro entre os dois, pelo torneio continental, foi no dia 28 de outubro, na capital goiana.  

O placar foi aberto aos 29 minutos, quando a zaga do Avaí tenta sair jogando, mas é interceptada por um atleta goiano, que recupera a bola, faz um lançamento rasteiro para Rafael Moura, que chuta e anota: 1 a 0.

O empate da Azzurra veio no segundo tempo aos 6 minutos com Davi cobrando pênalti. Aos 25 minutos, Diego Orlando, no meio-campo, lança a bola para Marcelinho, que finta um adversário, e pelo lado direito, da entrada da área, finaliza por cima de Harlei, anotando um golaço.

Atrás do marcador, os Esmeraldinos foram para o ataque e nos acréscimos conseguiram o empate com Rafael Moura. Em um bate-rebate dentro da área, a bola sobrou para o centroavante finalizar e fazer: 2 a 2.

O duelo da volta aconteceu no dia 11 de novembro, em Florianópolis.As duas equipes partiram para cima e buscaram a classificação.Foi um jogo equilibrado e com chances para os dois lados.  Quem levou a melhor foi o time do Centro-Oeste. Aos 45 minutos do primeiro tempo, em escanteio cobrado, a bola sobrou para Rafael Moura finalizar e fazer o tento do triunfo e da classificação às semifinais.

Novamente, o próximo adversário era um brasileiro: o Palmeiras. 

O Palestra Itália priorizou a Copa Sul-Americana em detrimento do Brasileirão, pois, acreditava que era mais fácil garantir uma vaga na Libertadores de 2011. O campeão teria esse direito.

A primeira partida foi no dia 17 de novembro, no Serra Dourada. Artur Neto, que havia substituído Jorginho, mandou a campo: Harlei: Douglas, Rafael Tolói e Ernando; Wellington Saci,Marcão, Amaral, Carlos Alberto e Marcelo Costa; Felipe e Rafael Moura.

Já Luiz Felipe Scolari escalou: Deola; Márcio Araújo,Maurício Ramos, Danilo e Gabriel Silva; Edinho, Marcos Assunção,Tinga e Lincoln; Kléber e Luan.

Os paulistas foram melhores na partida e desde o início atacaram os Esmeraldinos. O grande diferencial da equipe do Sudeste era o volante Marcos Assunção, pois todas as jogadas passavam por ele e também decidia alguns jogos finalizando, tanto em faltas como em arremates de fora da área.  E neste confronto, foi mais um para a conta do meio-campista. Logo aos 2 minutos da segunda etapa, Assunção recebe a bola no meio-campo, avançava alguns metros, finaliza 'do meio da rua' e no ângulo! Sem chance para o goleiro Harlei.  O tento garantiu o triunfo dos visitantes.

Após esse revés, o Goiás enfrentou o Santos, pela antepenúltima rodada do Brasileirão, no dia 21 de novembro, em casa e acabou goleado por 4 a 1. A derrota fez com que o clube do Centro-Oeste fosse matematicamente rebaixado no Campeonato Brasileiro.

Essa foi a situação, que os goianos foram tentar se reabilitar diante do Palmeiras, no dia 24, no Pacaembu.

Os paulistanos foram a campo com a mesma escalação do confronto de ida.  Já os visitantes tiveram apenas uma alteração: Otacílio Neto no lugar de Felipe.

Com o apoio da torcida, o Palestra Itália começou partindo para cima do rival  e criou várias chances de gol. O placar foi aberto aos 33 minutos. Edinho, no meio-campo, faz um longo lançamento para Luan, que mata a bola no peito, corre junto a um marcador até a entrada da área, finaliza com força e faz: 1 a 0.

Nos acréscimos da primeira etapa, os Esmeraldinos tem uma falta a favor na entrada da área. Marcelo Costa bate, a bola vai ao travessão e no bate-rebate, a 'gorduchinha' sobra para Carlos Alberto cabecear e empatar. 1 a 1.

No segundo tempo, o Goiás voltou acreditando que podia se garantir na próxima fase e começou pressionando os palmeirenses. Já os comandados de Scolari conseguiram reequilibrar o duelo e quando pareciam dominar a partida, sofreram a inesperada virada.

Aos 36 minutos, uma falta no meio-campo a favor do Goiás foi cobrada na área e após um bate-rebate, ela sobra para Otacílio Neto tocar para Marcão, que vai até a linha de fundo, cruza, Rafael Moura toca de cabeça para Ernando cabecear para o fundo das redes.

A torcida que cantava no Pacaembu ficou em silêncio, não acreditando no que via em campo. Relembrando que naquele período, o Palmeiras vivia um período conturbado, com poucos títulos e muita pressão dos adeptos por dias melhores. A noite foi trágica para os paulistanos, mas de muita festa para os Esmeraldinos, que pela primeira vez disputariam uma final de um torneio internacional.
Rafael Moura, Carlos Alberto e Marcão comemorando a classificação à final. Imagem:Marcos Ribolli/Globoesporte.com


"Na primeira partida, em casa, não atuamos bem. Perdemos e todo mundo já dava o Palmeiras como classificado. Eu havia recém saído do Palmeiras e sabia como estava o ambiente: muita pressão.  No jogo da volta, quando o primeiro tempo acabou 1 a 1, no vestiário, falei que a gente só precisava de 1 gol e depois ficar segurando o resultado. A pressão ia ser grande e dificilmente eles iriam virar. Quando saiu o segundo gol, eu vi no semblante dos jogadores deles  o abatimento e que não iriam conseguir o empate e a classificação. Nosso time se defendeu de forma consciente e segura", revelou Marcão.

"Depois de perder em casa, nós entendemos que nada estava perdido e tínhamos que acreditar na classificação. Fomos para São Paulo/SP e lutamos até o fim. Tinha o critério do gol fora de casa e usamos a nosso favor", relembrou o ex-atacante Felipe em entrevista à este blog.

O rival da final seria o maior vencedor de Libertadores da história: o Independiente da Argentina.

Já sem objetivos no Brasileirão, o foco foi apenas na decisão que poderia salvar a temporada. Logo, o elenco foi poupado das últimas rodadas do torneio doméstico e se concentrou totalmente na final. Quase venceram. Foram jogos com muitos gols e muitas polêmicas.

O duelo de ida foi no primeiro dia de dezembro. Com um Serra Dourada lotado (diferente de outros jogos, onde em algumas ocasiões o público girava em torno de 2 mil pessoas), o Goiás entrou em campo com:  Harlei; Rafael Tolói, Ernando e Marcão; Douglas, Carlos Alberto, Amaral,Marcelo Costa e Wellington Saci; Otacílio Neto e Rafael Moura.

O time empurrando pela torcida partiu para cima dos portenhos e apresentou um futebol eficiente (o que fazia muitos se questionarem o porque de não jogarem assim ao longo do ano) e com 20 minutos anotou 2 gols.

O marcador foi aberto aos 14 minutos, onde um defensor da equipe argentina tenta afastar a bola, mas Carlos Alberto, intercepta e meio 'sem querer' acaba lançando para Rafael Moura, que finaliza na saída do goleiro e faz o seu sétimo gol pela Copa Sul-Americana.

Seis minutos depois, Marcelo Costa partiu para o ataque, tocou para Douglas que pela linha de fundo, lançou rasteiro a bola à área, passando por dois jogadores argentinos, sobrando para Otacílio Neto finalizar e fazer 2 a 0.

O Rey de Copas havia ido a campo com Navarro; Velásquez,Tuzzio e Galeano; Cabrera, Battion, Fredes, Godoi e Mareque; Parra e Silvera.

"No segundo tempo, o Independiente teve o atacante Silvera expulso. Penso que o técnico Artur Neto deveria ter colocado o time para frente para fazer o terceiro gol. Mas a preferência foi segurar o 2 a 0. Penso que se conseguisse fazer três, já matava a partida e o título ficaria bem mais próximo", comentou Fernando Lima, que só não cobriu in-loco, a partida contra o Peñarol no Uruguai.

"Fomos superiores o jogo todo. Jogamos com um a mais no segundo tempo e penso que poderíamos ter feito uma vantagem maior, embora tivemos o domínio da partida", emendou Harlei.

Já a volta foi no dia 8 de dezembro e este confronto até hoje é lembrado pelos jogadores do Goiás.Pelo lado negativo, principalmente.

Inicialmente, os diretores da equipe de Avellaneda informaram, por escrito, que os jogadores do clube brasileiro poderiam fazer um treinamento no Estádio Libertadores de América (palco da final).Fato que acabou não ocorrendo.

Depois, a delegação do clube do Centro-Oeste, não teve sossego no hotel,uma vez que na véspera da partida, torcedores da equipe vermelha soltaram rojões em frente aos quartos dos futebolistas e estes tiveram o sono prejudicado.

Para este decisivo encontro, Arthur Neto mandou a campo o mesmo time que venceu a ida por 2 a 0. Já Antonio Mohamed entrou com: Navarro; Velásquez,Tuzzio e Matheu; Cabrera, Battion, Fredes, Godoi e Martinez; Parra e Rodriguez.

O placar foi aberto aos 18 minutos. Em cobrança na entrada da área, Cabrera cobrou para o lado, um companheiro de time lançou a bola na área para Matheu, que finalizou para Harlei fazer uma boa intervenção, mas no rebote Parra fez 1 a 0!

Três minutos depois, os Esmeraldinos foram ao ataque com W. Saci, que cruzou na área para Rafael Moura de cabeça empatar a partida.Cinco minutos depois, Mareque vai ao ataque, tenta lançar a bola para Parra, a zaga do Goiás tenta dar o bote, mas sem querer põe a bola para dentro. Um lance bem esquisito. 2 a 1.

Aos 34 minutos, os argentinos vão novamente ao ataque, lançando a bola na área, a defesa do Goiás tenta afastar, mas Parra aproveita e faz 3 a 1.

Embora, o primeiro tempo tenha sido bem movimentado, a segunda etapa não houve gols. O regulamento previa que na final, o critério 'gol fora de casa' não seria usado em caso de desempate. Então, a disputa foi para a prorrogação, onde não houve gols e a decisão foi para os pênaltis.

El Rojo acabou vencendo por 5 a 3, faturando mais um título internacional em sua história. Felipe, que entrou no decorrer do jogo, acabou desperdiçando a terceira cobrança dos Esmeraldinos.

Brasileiros foram derrotados nos pênaltis. Imagem: Reuters


Entretanto, o Goiás acabou reclamando muito do trio de arbitragem comandado por Oscar Ruiz (Colômbia), onde segundo os jogadores, tendenciou demais a favor do time anfitrião.

"Em 2008, eu disputei a final da Copa Sul-Americana pelo Internacional e senti que o clube teve todo o apoio da CBF e dos bastidores. Com o Goiás, não. Senti que estávamos sozinho. Não tivemos nenhum apoio nos bastidores", disse o ex-zagueiro Marcão.

"Não pudemos treinar no Estádio do Independiente, ai fizemos um treino no CT do River Plate. Ali, tinha alguns torcedores que nos falaram: 'cuidado com o árbitro desse jogo'. Na hora não demos importância, mas durante o jogo percebemos a diferença. Qualquer toque nosso no adversário era falta. Já eles entravam duro em nós e não acontecia nada. Nunca marcava falta nossa em nosso campo de ataque. Eles tiveram várias faltas no campo de ataque. Toda hora o árbitro arrumava algo para parar a nossa jogada. Amarrar o jogo. Um gol deles em impedimento foi validado (nota: se referindo ao segundo). Na prorrogação, em um escanteio nosso a favor, fiz um gol de cabeça e um dos bandeirinhas anulou alegando impedimento do Rafael Moura, que estava dentro do gol e nem participou da jogada. A arbitragem estava com más intenções. Deu para perceber. Não é desculpa. Realmente aconteceu", continuou.

"Nós fomos à Argentina para jogar futebol, mas encontramos um outro cenário.Vivemos cenas de selvageria. Os torcedores atirando rojões ao redor do hotel. Outros, não sabemos como, entraram no hotel, foram em alguns andares e tacaram bomba. Com toda a passividade do hotel. Nosso ônibus foi apedrejado. Felizmente ninguém se feriu. Não houve escolta para a nossa equipe. Fomos assim para a decisão", revelou Harlei.

"Sobre as polêmicas dentro de campo. Eu era o capitão do Goiás. Logo na disputa do cara ou coroa, o Oscar Ruiz (árbitro), na hora de se dirigir a mim foi totalmente hostil e com o capitão do Independiente foi generoso.  Quando a bola rolou, ele não apitou igual para ambos os lados. Eu como capitão tinha que ir falar com o árbitro e ele sempre hostil, mandando eu ficar quieto e ameaçando me dar cartão e me expulsar. Com os jogadores argentinos, ele era mais generoso. Foi uma pena, pois tínhamos uma equipe melhor e que em condições normais teríamos ganhado. Seria o maior título da história do Goiás. Se a partida final tivesse sido no Serra Dourada, teríamos ganho facilmente deles", continuou o ex-camisa 1.

"Achei que o Goiás cometeu erros, como alojar os atletas em quartos do hotel em que a janela dá para a rua. Logo, os jogadores escutaram todo o foguetório da torcida. Algo comum por lá. E a arbitragem foi muito tendenciosa a favor do Independiente", emendou o jornalista Fernando Lima.

" Para o Goiás, foi muito ruim. Não se classificou à Libertadores, não entrou uma grana que seria boa e não deu para segurar o Rafael Moura, o grande destaque da equipe", seguiu Lima.

Já o ex-atacante Felipe falou sobre a cobrança de pênalti que foi desperdiçada e como lidou com esse momento.

"Sobre o jogo: é sempre muito difícil atuar lá. A pressão é muito grande. Tomamos uns gols estranhos. Acho que não era para a gente ser campeão, mesmo. Sobre o pênalti, eu  cobrei como sempre cobro. Infelizmente, a bola não entrou. Fazer o quê?  Se quisesse fugir da responsabilidade, nem batia. Só erra, quem arrisca", opinou.

"No vestiário, o elenco entendeu a situação, pois qualquer um pode passar por isso. Sobre a torcida: eu nem senti na época, pois acabou o jogo, nem voltei para Goiânia. Vim direto para casa. No começo de 2011, o Goiás não renovou o meu contrato e a oportunidade que me apareceu foi do Atlético/GO. Assinei. A ida ao rival, deixou a torcida mais brava do que o pênalti perdido", finalizou Felipe, que é oriundo de Ernestina/RS.

Como curiosidade, sem o Goiás na Libertadores, o Grêmio herdou a vaga e o Flamengo ficou com uma vaga na Copa Sul-Americana. Rafael Moura acabou retornando ao Fluminense, clube que detinha o seu passe.

Elenco do vice-campeonato:
Harlei: é o atleta que mais vezes vestiu a camisa do Goiás. Em 15 temporadas, foram 831 jogos. O mineiro de Belo Horizonte/MG, iniciou a carreira no Cruzeiro. Sem espaço na Raposa, o arqueiro teve uma rápida passagem pelo Comercial/SP e depois se transferiu para o  Vila Nova/GO. Na equipe Goiânia ficou 10 meses e ganhou o carinho dos torcedores. Entretanto, com problemas de pagamento, se transferiu para o rival Goiás, em 1999, deixando os adeptos do Vila revoltados com a troca. Pelo clube Esmeraldino, assegurou a vaga de titular durante a campanha do Brasileiro da Série B de 1999 e não largou mais. Pelo clube esmeraldino foram conquistados 7 estaduais, 3 Copas Centro-Oeste e 2 Brasileiros da Série B. Participou de campanhas históricas, como a única disputa da Libertadores em 2006 e o vice da Copa Sul-Americana de 2010. Deixou os gramados em 2014, aos 42 anos. Atualmente é gestor-executivo do Goiás e diretor geral do futebol feminino do clube.

Rafael Tolói: zagueiro oriundo das categorias de base do Goiás, é tido como uma das grandes revelações da equipe nos últimos anos. Suas boas atuações fizeram com que se transferisse para o São Paulo em 2012 e acabou fazendo parte do elenco que ganhou a Copa Sul-Americana de 2012. Após uma breve passagem pela Roma em 2014, voltou ao clube paulista  e em 2015 rumou novamente à Itália, desta vez para a Atalanta, onde está atualmente. Embora tenha vestido a camisa da Seleção Brasileira sub-20, recentemente em entrevista à uma rádio italiana disse que aceitaria vestir a camisa da Azzurra, caso fosse convocado. O chamado ainda não aconteceu.

Ernando: outro zagueiro revelado pelas categorias de base do Goiás. Profissionalmente, atuou entre 2006 e 13, faturando 4 estaduais, além do vice-campeonato da Sul-Americana.  Posteriormente, defendeu o Internacional, sendo 3 vezes campeão gaúcho. Em 2018 atuou pelo Sport e desde 2019 está no Bahia.

Marcão: lateral-esquerdo de origem, Marcão emplacou na carreira como zagueiro. Após um bom brasileiro pelo Juventude em 2003, Marcos Alberto Skavinski  se transferiu para o Atlético/PR, onde foi capitão do time vice-campeão da Libertadores de 2005. Após uma rápida passagem pelo mundo árabe, chegou ao Inter em 2007 e ficou até 2009, sendo bicampeão gaúcho e campeão da Copa Sul-Americana em 2008. Depois passou por Palmeiras e Goiás. Pelo Clube Esmeraldino encerrou a carreira em 2011. No momento é técnico da equipe sub-20 da Chapecoense.

Wellington Saci: jogador que pode atuar tanto como ala-esquerda, como volante, iniciou sua trajetória no modesto Venus/PA e depois se transferiu ao Remo/PA. Após se destacar pelo clube belenense, rodou o Brasil e defendeu camisas de times importantes como Corinthians, Atlético/MG, Atlético/PR, Goiás, Vitória, Sport e Figueirense. No momento, defende o Joinville/SC.

Carlos Alberto: volante com carreira extensa pelo futebol catarinense, se destacou pelo Figueirense em 2003. Pelo alvinegro ficou 4 temporadas, chegando a atuar pela Seleção Brasileira sub-20. Entretanto, em 2006, descobriu-se que o meio-campista era 'gato' e diferente do que contava em seus registros, ele não nasceu em 1983 e sim em 1978. Foi punido com 6 meses sem atuar e doação de 100 cestas básicas. Depois da pena, seguiu sua trajetória nos campos e jogou por Corinthians, Atlético/MG, Goiás  e Joinville, e posteriormente defendeu clubes de menor expressão do futebol.  Sua última equipe foi o Camboriú/SC em 2019.

Amaral: Willian José de Souza foi mais um jogador revelado na base do Goiás que participou da campanha do vice-campeonato da Sul-Americana. O atleta atuou profissionalmente pelo Esmeraldino entre 2005/14 faturando quatro estaduais e 1 Série B em 2012. Em 2015 se transferiu para o Palmeiras, onde foi campeão da Copa do Brasil no mesmo ano. Passou por Coritiba e desde 2017 defende a Chapecoense.

Marcelo Costa: oriundo das categorias de base do Juventude, Marcelo Costa se destacou para o Brasil, atuando pelo Grêmio, onde foi campeão brasileiro da Série B de 2005. Logo, em seguida, o futebolista oriundo de Campinas do Sul/RS se transferiu o Palmeiras. Ainda retornou ao Juventude/RS, antes de ir ao Goiás, ficando até 2011. Posteriormente, passou por São Caetano, Joinville e Paysandu, antes de encerrar a carreira em 2016.

Otacílio Neto: atuando em times pequenos do Brasil, desde o início dos anos 2000, Otacílio Neto, acabou contratado pelo Corinthians em 2008. Sem muitas oportunidades, acabou emprestado para diversos times e um deles foi o Goiás, participando do vice-campeonato da Sul-Americana. Após o término do vínculo com o Timão, o atacante rodou por clubes pequenos do País e em 2020, aos 37 anos, atua na Aquidauanense/MS.

Felipe: atacante revelado nas categorias de base do Passo Fundo/RS, apareceu para o futebol em 2006 jogando pelo Náutico. Fez dupla com Kuki, onde conseguiram o acesso à elite do brasileiro. Em 2009 se transferiu para o Goiás e fez parte do time vice-campeão da Copa Sul-Americana, atuando em vários jogos. Na temporada seguinte, se transferiu para o rival Atlético/GO. Passou pelo América/MG em 2013  e em 2014 retornou ao Passo Fundo para encerrar a carreira. Atualmente mora em Ernestina/RS e possui, junto a com a família,negócios relacionado a lavora.

Rafael Moura: atacante revelado pelo Atlético/MG, Rafael Moura tem uma carreira de altos e baixos. Se destacou em clubes como Paysandu, Goiás e Figueirense,e não foi bem em equipes como Corinthians, Fluminense e Internacional, por exemplo. Seu grande momento foi na Copa Sul-Americana, onde foi um dos principais destaques da equipe do Centro-Oeste. Retornou ao clube goiano em 2019, onde atua desde então.