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segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Júnior Caiçara fala sobre conquista do Campeonato Turco e ótimas passagens por Bulgária e Portugal

Uma das sensações da temporada 2019/20 da Europa foi o título do Campeonato Turco do Istambul Basaksehir. O clube de apenas 30 anos se sagrou campeão nacional pela primeira vez em sua história, sendo apenas a sexta equipe diferente a levantar a taça desta competição.

Um dos titulares da equipe foi o lateral-direito Júnior Caiçara, que atuou em 33 dos 34 jogos. O brasileiro está desde janeiro de 2017 no clube e pôde comemorar o inédito feito, após ter visto a taça 'escapar das mãos' na temporada 2018/19.

"Nós acreditávamos que poderíamos ser campeões, pois, há anos estamos brigando na parte de cima da tabela e encarando os principais clubes (Galatasaray, Fenerbahçe e Besiktas). Ano passado 'batemos na trave'. Lideramos boa parte da competição, mas no fim caímos e perdemos o título (Galatasaray campeão). Nessa temporada, houve mudança de treinador, mas a base seguiu a mesma e tivemos a sorte de que os três principais times tiveram um baixo rendimento. Nossa briga pela ponta desta temporada foi contra o Trabzonspor, que é outra equipe grande aqui da Turquia e que em sua história já ganhou o Campeonato Turco", afirmou o ala em entrevista exclusiva ao Arquivos e Histórias F.C.

                              Júnior Caiçara com o troféu do Campeonato Turco.Imagem: arquivo pessoal

A competição, assim como as demais do Velho Mundo, foi interrompida por conta da pandemia do Coronavírus, e foi retomada posteriormente.  Caiçara acredita que se não tivesse tido a interrupção, o Istambul Basaksehir poderia ter ido mais longe na Liga Europa. Estes acabaram eliminados nas oitavas de final. Antes da Pandemia, no dia 12 de março, houve o primeiro confronto diante do Copenhague e os turcos venceram por 1 a 0. A volta, foi reagendada apenas para o dia 5 de agosto, na Dinamarca, e os nórdicos ganharam por 3 a 0. O Campeonato Turco havia acabado uma semana antes do confronto pela Liga Europa.

"Embora tenha sido necessária a parada por conta da pandemia, isso nos prejudicou, pois, vínhamos de uma boa sequência de bons resultados. Nos clássicos fomos superiores e estávamos com uma confiança muito alta. Então, penso que se o duelo de volta contra os dinamarqueses tivesse acontecido ainda em março, acredito que teríamos passado. Chegamos para este jogo já desgastado fisicamente e não conseguimos a vitória. Entretanto, o mais importante era o título do Campeonato Turco e isso felizmente foi conquistado", emendou.

A equipe fica na região de Basaksehir, onde vivem os islâmicos de Istambul e tem como 'padrinho' Recep Erdogan (e sua família), atual presidente do país. Para atrair mais torcedores, Júnior Caiçara, afirma que muitas escolas levam os alunos para assistirem os jogos.

"Como o clube é novo, nossos torcedores são jovens. Besiktas, Galatasary e Fenerbahçe possuem a maior parte dos torcedores. Nos jogos da nossa equipe, há muitos estudantes. Muitas escolas levam os alunos para assistir os jogos.Com a boa campanha desse ano, espero que no futuro o Basaksehir tenha uma torcida enorme", explicou.

Este feito histórico, não é o único na carreira de Uilson de Souza Paulo Júnior. Antes de rodar a Europa, o paulista de Santos iniciou a trajetória em equipes de bairro até chegar ao Santo André. Ao chegar ao Ramalhão, acabou ganhando a alcunha de 'Caiçara' (termo usado para denominar pessoas que nasceram em cidades litorâneas). Foi na equipe do ABC, que o atleta deixou de ser meia e se fixou como lateral-direito. Ainda atuando na base, o santista chamou a atenção do Gil Vicente de Portugal e por lá foi vice-campeão da Copa de Portugal.

"Fui para o Gil Vicente ganhando apenas 500 euros. Minha intenção era a 'vitrine' que o clube poderia me proporcionar. Na primeira temporada (2010/11), fomos campeões da Segunda Divisão e na temporada seguinte fizemos uma boa campanha na elite e fomos vice-campeões da Copa de Portugal, perdendo na final para o Benfica de Jorge Jesus", relembrou o ala, que em alguns momentos, pelo clube lusitano atou pelo lado esquerdo.

Em 2012, o brasileiro recebeu a proposta do Ludogorets Rasgrad e viveu grandes momentos.  O clube búlgaro havia recebido investimentos milionários e buscava um 'lugar ao sol' tanto em seu país como na Europa. Entre 2013 e 15, o Ludogorets foi tricampeão nacional, além de conseguir uma Taça e uma Supercopa da Bulgária. Em 2014/15, os Alviverdes disputaram a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa e enfrentaram na primeira fase Real Madrid e Liverpool.

"Quando surgiu o convite do Ludogorets, eu procurei saber sobre o projeto do clube e vi que lá havia muitos brasileiros atuando. Foram três temporadas sensacionais, onde mantivemos sempre o bom nível e em todas conseguimos títulos, além de poder jogar a Liga Europa e a Champions League", relembrou o atleta nascido no dia 27/04/1989.

" Estrear na Champions League e contra os principais clubes europeus foi algo incrível. É o sonho de qualquer atleta e graças a Deus eu consegui. Foram jogos sempre equilibrados.Nosso primeiro jogo foi contra o Liverpool, em Anfield, e perdemos só de 2 a 1. Na volta, houve empate em 2 a 2. Contra o Real Madrid, em casa, perdemos só de 2 a 1. Isso mostra a força que tínhamos quando jogávamos como anfitriões", continuou.

                                                  Brasileiro em sua passagem pela Alemanha


Após, o bom período no Leste Europeu, Júnior Caiçara se transferiu para o Schalke 04, da Alemanha,onde ficou apenas uma temporada, antes de ir à Turquia.

"Foi muito boa a experiência de atuar em uma das melhores ligas do mundo.Tive bons momentos no Schalke, onde dei muitas assistências para o Huntelaar fazer gols (risos). Entretanto, houve troca de treinador durante a temporada e depois não tive tantas oportunidades quando eu gostaria. Até que veio a proposta do Istambul Basaksehir e vi que era um projeto ambicioso e estou muito feliz aqui", finalizou.



segunda-feira, 3 de agosto de 2020

Especial! Conheça o técnico Mano Polking: brasileiro que há 8 anos trabalha na Tailândia

A Tailândia segue sendo um país periférico no mundo do futebol. Entretanto, nos últimos anos, houve um grande investimento na modalidade, tanto no feminino quanto no masculino.  Isso fez com que a nação do sudeste asiático se tornasse o destino de muitos brasileiros. Dentre esses, quem vem fazendo história é o técnico Mano Polking. Desde 2012, o gaúcho de Montenegro/RS trabalha no futebol tailandês e desde 2014 está a frente do Bangkok United. Sob o comando de 3 equipes locais, Polking, já participou de 230 jogos pela Thai 1 League. 

Gaúcho está no Bangkok United desde 2014
Gaúcho está no Bangkok United desde 2014


No entanto, a trajetória de Alexandre Polking passou por quatro continentes. Como todo guri, inicialmente a tentativa foi dentro das quatro linhas.  O meia-esquerda iniciou a carreira em sua cidade natal, até que aos 18 anos, através de José Asmuz (ex´presidente do Inter/RS), fez teste no Benfica de Portugal. Passou seis meses atuando no time B e depois retornou ao Rio Grande do Sul, onde defendeu o Ypiranga de Erechim/RS e posteriormente o Taquari/RS (este na segunda divisão estadual). Sem sucesso no Brasil,  Mano Polking foi tentar a sorte na Alemanha, e atuou em clubes como  Armínia Bielefeld e Darmstadt 98.

"Eu sempre tive passaporte alemão, pois meu avô era oriundo da Alemanha, logo, através de parentes envolvidos com o futebol acabei conseguindo testes e joguei em clubes tradicionais como Armínia Bielefeld (2002/03 atuando na terceira divisão) e Darmstadt (2004-atuando na segunda divisão). Lá eles gostam muito de jogador brasileiro e isso ajudou na época. Mesmo não sendo times que estavam na primeira divisão, o salário era bom e oferecia uma boa condição de vida", relembrou o treinador de 44 anos em entrevista exclusiva a este blog.

Mano em sua passagem pelo Darmstadt 98 da Alemanha.Imagem: arquivo pessoal/Polking

Em 2004, Polking recebeu uma proposta do Chipre e lá viveria as suas melhores temporadas como atleta. Defendeu o Olympiacos Nicosia entre 2004/06 e 07/08 e o APOEL durante 2006/07.

"No Chipre foi onde vivi meu melhor momento como jogador. No APOEL disputei a repescagem da Liga dos Campeões da Europa e quase fomos à fase de grupos. Fomos eliminados pelo Trabzonspor-TUR. Entretanto, pude sentir a atmosfera de um jogo grande, entre times de 2 países e com estádios cheios. Já pelo Olympiacos, atuei ainda ao lado de Paulo Rink, que acabou se tornando um grande amigo meu", relembrou.

Ao término da temporada 2008, Polking pendurou as chuteiras e recebeu o convite de Winfried Schafer para ser auxiliar-técnico do Al-Ain dos Emirados Árabes Unidos.

"Eu e o Schafer já nos conhecíamos, pois, tínhamos o mesmos agente. O convite foi aceito também, pois, o Al-Ain na época, tinha mandado o Tite embora e o staff seguiria com alguns brasileiros, o que ajudaria na comunicação. Fiquei 2 anos e ganhamos 2 Copas e 1 Recopa. Por lá trabalhei com o Emerson Sheik e o Valdívia, dois craques em campo e com muita personalidade. Embora, seja difícil lidar em algumas situações com atletas assim, o futebol não se faz apenas com jogadores bonzinhos e exemplares.Precisa-se dos malucos geniais. Dá um pouco de trabalho, mas é o preço que se paga (risos)" , emendou.
Polking e  Winfried Schafer. Parceria que passou por 3 países.


Na temporada 2010/11 seguiu como auxiliar de Schafer, mas no FC Baku no Azerbaijão.  Entretanto, viver na nação do leste europeu não foi uma experiência agradável para Mano, por conta do inverno rigoroso e da frieza das pessoas.

"O Azerbaijão investe muito no futebol e querem serem presença constante na Champions League. Entretanto, embora tivesse uma boa estrutura no FC Baku, as pessoas pareciam sempre estar de 'cara amarrada', e lá faz muito frio", revelou.

Em 2011, o brasileiro recebeu o convite de Ernst Middendorp , para ser auxiliar do Golden Warriors, de Durban, na África do Sul, onde permaneceu durante uma temporada.

Em 2012 voltou a trabalhar com Schafer, mas na Seleção da Tailândia e foi auxiliar da principal e posteriormente comandante da sub-23. Até que em 2013 veio o convite para ser treinador do Army United, um modesto clube tailandês. Pela Thai 1, a equipe Verde ficou em sexto lugar, obtendo sua melhor colocação na história.  Em 2014, o brasileiro assumiu o comando do Suphanburi, onde saiu após 14 jogos, por conta de desentendimento com o presidente da equipe. Na ocasião, o clube estava na quinta posição do campeonato nacional.

"A boa campanha no Army United foi o que me fixou como técnico no mercado do futebol. Na temporada seguinte fui para o Suphanburi, mas mesmo com uma campanha boa, o presidente queria intervir no meu trabalho e eu não achei justo. Pedi demissão e em seguida fui para o Bangkok United, onde permaneço até o momento", emendou.

"O Bangkok United é um clube com pouca torcida, mas que na época havia sido adquirido por uma família rica da Tailândia. Quando assumi, o clube lutava contra o rebaixamento e conseguimos a permanência e desde então, há uma grande evolução e hoje estamos entre as principais equipes da nação", continuou.
Mano Polking sendo premiado na Tailândia. Imagem: arquivo pessoal/Polking


Por duas vezes, o Bangkok United foi vice-campeão nacional (2016 e 18) e 1 vez na Copa da Tailândia (2017). Por duas vezes, os Bangkok Angels disputaram a repescagem da Liga dos Campeões da Ásia. Em 2016, Mano Polking foi eleito o treinador do ano na Tailândia. 2016 também foi o ano que o campeonato não acabou, pois, houve a morte do Rei Rama IX e por conta do luto, todas as atividades no País foram suspensas. Logo, as três últimas rodadas foram canceladas.

" Para nós brasileiros é estranho pensar que tudo para por conta do falecimento de um rei. Mas vivendo na Tailândia se percebe essa adoração e compreende o luto deles", explicou.

Em 2020, houve 4 rodadas da Thai 1, e o BUFC liderava a competição, ao lado do Ratchaburi Mitr Phol, com 12 pontos. Entretanto, a competição foi suspensa devido ao surto da COVID-19. Os jogos retornarão apenas no dia 12 de setembro. 

"Temos como meta conquistar o título. É o que falta para coroar o nosso bom trabalho. Batemos duas vezes na trave. Penso que uma hora a sorte estará ao nosso favor. Sei também que sou um treinador 'muito faceiro' e tenho procurado ter uma solidez defensiva maior. Sou adepto de sempre ter a bola e com isso, o adversário fica sem objetivo. Criar espaços e chances de gol é o caminho mais fácil para conseguir a vitória. Claro que um trabalho a longo prazo, como o nosso, ajuda na construção de ideia de jogo", falou Polking.

Os técnicos brasileiros não estão nos principais clubes europeus e as críticas em relação aos seus trabalhos vem aumentando depois da derrota da Seleção Brasileira para a Alemanha por 7x1 na Copa do Mundo de 2014 e por conta do ótimo trabalho de Jorge Jesus realizado no Flamengo em 2019. O comandante gaúcho acredita que para os treinadores brasileiros falta estudar mais o que vem acontecendo no mundo do futebol.

"Eu sou muito crítico em relação aos técnicos brasileiros e não é coincidência que não haja nenhum brasileiro comandando os principais clubes europeus. Penso que devemos estudar mais e abrir um pouco mais a mente para aceitar que precisamos sempre seguir aprendendo. É claro, que há exceções, mas no geral, penso que podemos ser melhores", opinou.

O contrato do sul-americano com a equipe asiática vai até o final de 2021. Mano pensa em retornar ao Brasil, mas não neste momento. O projeto para voltar ao país de origem seria a longo prazo.

" Para o Brasil só volto quando eu estiver feito a independência financeira. No Brasil, ainda se atrasa muito salário e trabalhar em um ambiente assim não é bom. Aqui na Tailândia em 8 anos, nunca atrasaram um mês sequer. Além disso, há uma demissão muito constante dos técnicos em clubes brasileiros, que é difícil ver em outros países,e isso pesa na hora de voltar ao Brasil", continuou.

Polking trabalhou na Seleção da Tailândia, tanto a principal como a sub-23, e vem acompanhando o desenvolvimento do esporte no país. A equipe masculina tailandesa ainda não disputou uma Copa do Mundo e embora haja uma concorrência forte, o gaúcho acredita que poderemos vê-los debutar no principal torneio de seleções.

"Em 2026 serão 48 participantes. Haverá um aumento de vagas para cada continente e com esse aumento, acredito sim que poderemos ver a Tailândia em uma Copa do Mundo", finalizou.












segunda-feira, 8 de junho de 2020

Goleiro Raphael Mello fala sobre início no Vasco, boa campanha pelo CF Canelas em Portugal e muito mais!

A maioria das pessoas tem contato com o futebol desde criança. Tanto jogando bola na rua como vendo os jogos profissionais pela TV ou no estádio. Escolhem um time para torcer e muitos sonham em se tornar atletas de grandes equipes. Poucos conseguem atingir o nível profissional.

Raphael Mello em ação pelo CF Canelas de Portugal, sua atua equipe.


Entretanto, sempre há exceções e o caso de Raphael Mello chama atenção, pois desde os 7 anos já se dedicava ao gol e com 9 anos já defendia o Vasco da Gama.

"Eu comecei a jogar futebol aos 6 anos. Futebol de salão. Um dia faltou o goleiro do meu time e eu fui o substituto. Atuei em dois clubes da minha cidade natal (Niterói/RJ) e aos 9 anos recebi o convite para defender o Vasco. Aos 11, já dividia entre o campo e o futsal. Aos 13 anos foquei exclusivamente no campo", relembrou o arqueiro, em entrevista exclusiva à este blog.

"Na infância, muitos acompanham o futebol, torcem para um time e depois pensam em se tornar profissionais. Comigo foi diferente, pois desde pequeno, eu sempre tive em mente me tornar um jogador profissional e sempre estive atuando e defendendo a camisa de um grande clube. Logo, não tive essa fase de torcedor. Sempre tive o foco de me tornar um profissional", continuou.

Raphael Mello nasceu em 1992 e sua geração foi uma das mais vencedoras da base do Gigante da Colina. Entre 2003 e 06, a 'Geração 92' foi tetracampeã carioca. O grande destaque cruz-maltino era o meia Phillipe Coutinho, com passagens por Barcelona, Liverpool, Bayern Munique e Seleção Brasileira.

"Aquela geração ganhou 4 estaduais consecutivos e este era o campeonato que tínhamos regularmente. Os torneios nacionais de base eram esporádicos e não fixos como atualmente.  Sobre o Phillipe Coutinho, ele sempre teve uma qualidade acima da média. Se destacava muito", revelou o niteroiense.

Fotomontagem do período do goleiro no Vasco.Última foto à esquerda, Mello e Phillipe Coutinho. Imagem: arquivo pessoal/Raphael Mello


Na equipe de São Januário, Raphael Mello, ficou  até os 17 anos e se mostra agradecido pela formação que teve como pessoa, jogador e estudante.  Em seguida, acabou indo para o Duque de Caxias, onde fez sua estreia como profissional.

"Minha infância e adolescência foi toda no Vasco. Eu praticamente passava o dia em São Januário. Meus pais me buscavam e me levavam de carro. De manhã, eram os treinos e a tarde aula lá mesmo. O Vasco sempre teve uma preocupação social muito grande. Não formar só o atleta, mas também o cidadão. A escola que o Vasco tinha era muito boa. Eu ingressei lá na 8ª série e fiz até o final do ensino médio. Sou muito grato ao Vasco por tudo que me fez e quem sabe um dia eu possa voltar lá e atuar como profissional", continuou, para explicar sua saída do clube.

"Em 2008, houve mudança na presidência do clube e a gestão foi modificada a partir de 2009. Muitas pessoas saíram. Muitos atletas foram liberados e eu fui um deles. Uma parte desses profissionais foi trabalhar no Duque de Caxias, que na época, jogava a Série B do Campeonato Brasileiro. Essa mesma equipe técnica indicou alguns atletas liberados do Vasco, eu fui um deles e aceitei", emendou.

"É claro, que o Duque de Caxias não tinha mesma estrutura dos principais clubes do Rio. Mas , a mentalidade do time era vencedora. Disputava a Série A do Carioca e depois a Série B do Campeonato Brasileiro. Eu vi ali uma grande chance de terminar a minha base e poder fazer minha estreia no profissional", prosseguiu.

No clube da Baixada Fluminense, o arqueiro ficou até 2014. Fez sua estreia na equipe principal em 2011. Em 2013, foi campeão da Copa Rio, torneio que ocorre no segundo semestre entre as equipes menores do estado.

" Em 2013, enquanto a equipe principal disputava a Série C do Brasileiro, uma equipe 'B' jogava a Copa Rio e eu era o titular .Em 2 partidas fui o capitão da equipe. Depois, os principais jogadores entraram na reta final. Fico feliz em ter ajudado a conquistar a Copa Rio e que nos deu uma vaga na Copa do Brasil, a primeira vez que o clube iria disputar este torneio", contou.

Comemorando o título da Copa Rio de 2013. Imagem: divulgação. 


Em 2015, Raphael Mello, se transferiu para o Bonsucesso para a disputa do Campeonato Carioca.  Iniciou na reserva, mas terminou como titular da equipe. Após o estadual, veio a chance de atuar em Portugal, onde permanece até o momento. 

Sua primeira equipe, em terras lusitanas, foi a União Desportiva Oliveirense.A equipe do distrito de Aveiro, no norte do País, estava disputando a Segunda Divisão. Depois, se transferiu para o Cesarense, também de Aveiro, ficando mais duas temporadas e desde 2019 está no C.F. Canelas. A sua atual equipe é de Vila Nova de Gaia e vinha jogando a terceira divisão de Portugal. No entanto,se destacou chegando até às quartas de final da Taça de Portugal. Passaram por 4 fases, antes de ficar entre os 8 melhores do País.

"O Canelas é um time tradicional em Portugal, que fica localizado em um centro maior que Aveiro e mais próximo de Porto. A cidade acompanha a equipe e ficaram orgulhosos com a nossa campanha chegando até às quartas de final da Taça de Portugal" , explicou, para depois, dizer as diferenças entre o futebol praticado em Portugal e no Brasil.

"Aqui em Portugal, o futebol é mais tático que técnico.  Por aqui se preza mais o jogo coletivo do que individual. Isso foi bom para mim, pois aprendi a ver o jogo de futebol de uma forma mais tática. Uma visão diferente de futebol. Mesmo na posição de goleiro, os preparadores focam muito em posição em campo e detalhes que serão utilizados durante um jogo. No Brasil, os treinos aos arqueiros são mais focados em técnica e agilidade", contou o brasileiro.

Mesmo Brasil e Portugal serem nações com culturas semelhantes, sempre há algum problema no início da adaptação, inclusive com o idioma.

" O português fala muito rápido e mesmo já vivendo aqui há 5 anos, às vezes, quando eles falam muito rápido é difícil de entender.  Quando um brasileiro chega aqui, sempre fazemos uma tradução dos termos da língua portuguesa em Portugal. Eu no meu primeiro dia aqui fui informado pelo diretor do clube que o pequeno-almoço do hotel era servido às 8h. Eu fiquei imaginando o que seria o tal pequeno-almoço. Teria arroz e feijão, por exemplo? Ai, claro, vi depois que é como eles denominam o café da manhã", contou.

Em 2019, Portugal voltou os olhos ao futebol brasileiro, mais especificamente ao trabalho do técnico Jorge Jesus no Flamengo. Mello disse que percebeu esse aumento por assistir os jogos no Brasil e que isso se deve ao fato dos lusitanos gostarem muito de Jesus.

"O Jorge Jesus é uma figura muito querida pelos portugueses. Gostam muito dele. Logo, sempre que podem, acompanham o trabalho dele. Por isso, aqui passaram a falar muito do Flamengo", contextualizou.

Por conta da pandemia do coronavírus, as divisões inferiores de Portugal foram canceladas. O CF Canelas estava em nono lugar na Terceira Divisão.  Visando já a próxima temporada, o brasileiro recentemente renovou seu contrato com a equipe de Vila Nova de Gaia.

Aos 27 anos, Mello ainda não pensa em pendurar as luvas, entretanto, visando o futuro, já fez faculdade de jornalismo na Estácio de Sá, em Niterói/RJ e também já fez o nível 1 do curso de treinador da UEFA, que dá licença para ser técnico das categorias de base.

"Eu ainda não penso em me aposentar como jogador. Tenho 27 anos e ainda quero seguir jogando por muito tempo. Entretanto, gosto de sempre pensar no pós-carreira. Sempre concilio a profissão de jogador com estudos em paralelo. Consegui terminar a faculdade de jornalismo no Brasil e aqui já iniciei o curso de treinador da UEFA. No primeiro nível, foram 2 anos. 1 ano de aulas teóricas e práticas e o outro de estágio.Sempre que puder, vou conciliando o trabalho com estudos. Isso também me ajuda a entender o jogo melhor e serve para a minha carreira como jogador", finalizou.




quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Exclusivo! José Leão fala sobre seu período no Inter e no futebol catarinense!

Foram 14 anos (2001/15) trabalhando no Internacional. Os três primeiros atuando na escolinha de futebol do Colorado e os outros nas categorias de base. Chegou até o sub-20.

Pelo seu comando passaram atletas como os laterais William e Gefferson (este atualmente no Vitória),o volante Rodrigo Dourado, os meias Andrigo, Gustavo Ferrareis e Valdívia , dentre outros.

Sob o comando do lado vermelho de Porto Alegre/RS foi 9 vezes campeão gaúcho, 2 Brasileiros ( sub-14 e sub-20). Foi também treinador da Seleção Gaúcha sub-15 em 2011 vencendo o Torneio da Amizade contra o Uruguai.

José Luis Baptista Leão se formou em educação física pela UFRGS em 2001. O treinador de 40 anos é pós-graduado em técnico desportivo em futsal e futebol. 
Crédito: divulgação/P2Assessoria 

Nesta entrevista, o gaúcho de Porto Alegre/RS fala de sua experiência e títulos no comando do Colorado, os trabalhos e suas rápidas passagens pelo profissional da Caçadorense/SC (2015), equipe sub-20 do Tubarão/SC e Criciúma (auxiliar-técnico em 2016), seu último clube. 

Também foi abordado o momento atual do Inter e a situação dos técnicos no Brasil.

Confira:
1) Chegou ao Internacional em 2001 e permaneceu até março de 2015.O que mais te marcou em sua passagem pelo Inter e na sua opinião quais os títulos mais importantes que conquistou?

Cheguei ao Inter em 2001 através de ex-colegas de faculdade que estavam trabalhando na escolinha do clube. Fiquei lá quase 14 anos e muitos dos jogadores que estão subindo ao profissional, principalmente a geração nascida entre 1995/96 , passaram pelas minhas mãos. O mais marcante mesmo é ver os atletas subindo ao profissional e dando certo.

Sobre os títulos, disputei 11 Campeonatos Gaúchos e ganhei 9. Venci dois Brasileiros. Um Brasileiro sub-14 em Votorantim/SP e o Campeonato Brasileiro sub-20 de 2014. O título do sub-20 foi o auge da minha carreira.

2) Esse título do Brasileiro sub-14 em Votorantim/SP tem um fato curioso em que o Inter calou a torcida adversária que já dava como certa a vitória, correto?
A semifinal foi contra o Votorantim/SP, time que da cidade-sede do torneio.O estádio estava cheio. No tempo normal o jogo foi 1 a 1. Na prorrogação eles fizeram 2 a 1. Nós estávamos com dez em campo, pois o zagueiro Eduardo (atualmente no profissional do Inter) foi expulso. Quando o fim do jogo foi se aproximando a torcida começou a comemorar. Estavam eufóricos e já pensando na final. Faltando menos de um minuto para acabar a prorrogação, o meia Gustavo Ferrareis estava no meio do campo e arriscou um chute e acertou o gol! Foi um gol improvável! Calou o estádio. A decisão foi para os pênaltis e vencemos. Essa história é incrível!

3)Dentre os vários jogadores que você trabalhou na base, um que você descobriu foi o volante Rodrigo Dourado. Como foi essa descoberta?
Na verdade, eu tinha um colega no Inter que disputava torneios estaduais  de futsal e em um desses jogos, pelas suas andanças no estado, viu um torneio de meninos e se impressionou com o Dourado, até então com 11 anos e me falou sobre ele. Eu pedi para que fossem atrás do garoto para que fizesse um teste no Inter. Ele fez e passou.

Diria que quem deu aval para que o Dourado entrasse no Inter fui eu. Trabalhei com o atleta desde os seus 11 anos de idade. É muito gratificante ver que se tornou um dos principais jogadores do profissional.

4)Em 2015 o Internacional viveu possivelmente seu último grande momento com o time semifinalista da Libertadores. Naquela equipe havia vários atletas das categorias de base que trabalharam contigo, como os laterais William e Geferson e os meio-campistas Rodrigo Dourado e Valdívia. O time era muito bom e por pouco não foi para a decisão. Um ano e meio depois esses mesmos atletas entraram para a história do clube com o inédito rebaixamento à Série B do Brasileiro. Primeiro, gostaria que você me disse porque acha que esses atletas que viveram um auge em 2015 caíram de produção, principalmente o Geferson? Como viu esses atletas, que você os formou, terem feito parte do rebaixamento? Por fim, como viu essa queda do Inter?

Em 2015 o técnico era Diego Aguirre e com Campeonato Gaúcho e Libertadores ao mesmo tempo  houve um rodízio com os atletas. Nessa variação de escalações vários garotos da base se firmaram no profissional como William, Geferson, Dourado e Valdívia, por exemplo. Na Libertadores, o time era forte. Mesclava juventude com experiência.  Esses atletas mais novos tiveram sua afirmação no profissional e sua valorização. Sobre a queda de rendimento, infelizmente o time como um todo acabou caindo de produção.

Sobre o rebaixamento do Inter, fico muito chateado em ver um clube onde trabalhei por muito tempo indo para a segunda divisão.Não sei exatamente os motivos que levaram o Inter à Série B, pois já não trabalhava mais lá. É duro, mas foi um ano triste para a história do Internacional.

5)Ainda tem contato com alguns jogadores da base do Inter, como Dourado e Valdívia, por exemplo? Se sim, chegou a conversar com eles sobre o rebaixamento? O que um técnico fala para um jogador quando este participa de um rebaixamento? Principalmente se tratando de um time grande como o Inter?
O contato que tenho com eles é mais pela internet. Por redes sociais. Sobre o que falar é um pouco difícil, pois eu não estava mais no clube. Logo eu não sei detalhes do que houve com o rebaixamento. Agora como alguém que está de fora, mas os conhece das categorias de base eu diria para eles reverem os erros do rebaixamento e que ficassem no Inter para devolvê-lo à Série A do Brasileiro. Infelizmente, o rebaixamento é uma marca negativa na carreira dos jogadores e o melhor jeito de amenizar é subindo com o Inter para a Série A.

6)Falando sobre o Valdívia,o meia vivia um ótimo momento em 2015 . Era um dos principais jogadores do elenco e ídolo da torcida. No fim de 2015 sofreu uma lesão grave em um dos joelhos e ficou 8 meses afastado do futebol. Até então não voltou a ter a mesma sequência boa de jogos que tinha. O quão a lesão dificulta a volta de um jogador a atuar em alto nível?
 Ele sofreu uma lesão grave no joelho. Estava no auge da carreira quando se lesionou. Certamente se não tivesse tido esse problema seria convocado para disputar a Olimpíada pela Seleção Brasileira.Todo jogador que está no auge e se lesiona, quando se recupera dificilmente volta a atuar em grande nível em pouco tempo . A vantagem dele, se é que tem vantagem em lesão (risos), é que é um jogador jovem (nascido em 1994), se recupera mais rápido e tem tempo para resgatar a confiança, pois no início todos ficam ressabiados. Creio que se não tivesse tido essa lesão, o Inter não seria rebaixado no Brasileiro.

7) Falando sobre categorias de base,há muitos jogadores que se destacam no infantil, juvenil, juniores e não vingam como profissionais. O que leva alguns atletas tidos como promessas da base de um clube a não conseguir ser profissional? Um treinador consegue identificar se um jogador tem potencial só na base e não no profissional?
São vários fatores que interrompem um jogador de chegar ao profissional. As vezes é lançar no profissional antes do tempo. Antes de estar pronto. Um exemplo foi o volante Rodrigo Dourado que fez sua estreia no profissional em 2012 em uma partida contra o Sport/PE. Dourado não foi bem e seguraram mais um pouco. Precisava de um tempo maior para atuar no time de cima. Como treinador de base temos que ter cuidado e saber o momento certo de lançar o jogador. Outro exemplo foi ano passado com o atacante Bruno Baio que estreou contra o Fluminense no Maracanã. Também não foi bem. Já o meia Fred fez sua no Inter contra o Atlético/GO no Beira-Rio. Foi o ano que o clube goiano foi rebaixado no Brasileirão e foi uma estreia mais fácil para o Fred (atualmente no Shaktar Donetsk-UCR).

Essa identificação, de saber o momento certo, não é muito fácil.  Conseguimos ter alguns sinais, como personalidade e conhecimentos técnicos e táticos que o jogador tem. Amadurecimento do entendimento de um jogo. Tem que ver a estrutura familiar do garoto. Como o empresário gere a carreira dele.

Em geral,a maioria dos jogadores que chegam aos juniores de um time grande tem totais condições de virarem profissionais. Estando nos juniores de um clube grande, dificilmente não se torna profissional. Eles estão bem assessorados e bem monitorados para virarem profissionais.

8)Como já mencionado nesta entrevista, sua trajetória começou em 2001.O que acha que mudou no trabalho de categoria de base de lá para 2017?
Hoje o futebol é mais estudado. Há inúmeros detalhes e uma integração maior entre diversas áreas como psicologia, nutrição e fisioterapia, por exemplo.

Atualmente no futebol rola muito mais dinheiro.Jogadores da base com altos salários. Com certeza os jogadores estão mais focados e dedicados na afirmação de suas carreiras.

Em sua passagem pelo Criciúma.Créditos: Fernando Ribeiro/Site oficial do E.C.Criciúma


9)Sobre sua carreira, em 2015 teve uma curta passagem pelo profissional do Caçadorense e em 2016 treinou o time sub-20 do Tubarão/SC e na sequência foi auxiliar-técnico do Marcelo Mabília do Criciúma na Série B do Brasileiro. Como foram essas experiências?

Em 2016, Mabília foi contratado para dirigir o Tubarão na Série B do Catarinense e me indicou para trabalhar no time sub-20.

Quem administra o Tubarão é a empresa K2 Soccer. É um projeto inovador e interessante.Tem tudo para dar certo.

Foi muito bom trabalhar lá. Recebia o salário em dia e tinha total liberdade para treinar a minha equipe.

Já no Criciúma, o Paulo Pelaipe me levou para ser auxiliar do técnico Roberto Cavalo.Cheguei no segundo turno da Série B do Brasileiro . Foi a minha primeira experiência como profissional. Ajudou bastante na minha carreira. Era uma realidade diferente das categorias de base. É uma preparação diferente de jogo e de treinamentos. Vou levar essa experiência para o resto da minha vida no profissional.

Por fim, em dezembro passado ainda voltei ao Tubarão e fui auxiliar de Marcelo Mabília na Série B do Catarinense. Nos desligamos do clube em fevereiro deste ano.

10) Detalhe mais sobre essas diferenças da rotina entre treinar um time de base e um profissional.
No profissional você lida com atletas já formados, alguns parando e que não querem mais aprender. É necessário ter habilidade para saber lidar com essa realidade que existe no profissional.

Nos jogos, muitas situações que ocorrem os jogadores já vivenciaram. Muitas situações não são novidades para eles. Diferente da base onde muitos vivem suas experiências pela primeira vez.

11) Em 2016 alguns clubes brasileiros quebraram o círculo vicioso de técnicos e apostaram em jovens treinadores como o Flamengo com Zé Ricardo e o Botafogo com Jair Ventura. Ambos foram bem, conseguindo classificação para a Libertadores e mostrando um futebol ofensivo. Nesta temporada, o Corinthians efetivou Fábio Carille. Isso dá esperança para que você consiga seu espaço furando esse círculo vicioso?
Torço muito para que esses treinadores tenham sucesso,pois vieram da base como eu. Com esses técnicos tendo bons resultados, se abrirão portas para uma nova geração de treinadores.

12)Trabalhou muito tempo no futebol gaúcho e desde de 2015 tem experiência no futebol catarinense. Como vê o futebol desses dois estados?
Acho que o Campeonato Catarinense está mais equilibrado, com pelo menos cinco equipes lutando pelo título.Equipes menores com uma estrutura boa de trabalho e melhor que as equipes pequenas do Rio Grande do Sul. Diria hoje que o futebol catarinense está um pouco a frente do futebol gaúcho.

13)Por fim, o que planeja para a sua carreira em 2017?
Quero seguir como auxiliar-técnico de um time profissional ou ser de fato o treinador. Estou me preparando muito para o momento de ser treinador de uma equipe profissional.



sábado, 28 de janeiro de 2017

Arquivo!Raphael Mello fala sobre sua experiência no Oliveirense!

Nesta postagem trago uma entrevista que fiz em 2015 para o FutNet com o goleiro Raphael Mello. Na ocasião, o arqueiro de 24 anos havia recém se transferido para o futebol português, defendendo o Oliveirense, equipe da 3ª Divisão (na época da reportagem o clube estava na 2ª Divisão).

Mello em seu atual clube

O niteroiense conta com passagem pelas categorias de base do Vasco e profissionalmente jogou no Duque de Caxias/RJ (2010/13) e Bonsucesso (2014/15).

Confira:
Nesta semana trago uma reportagem com o goleiro Raphael Mello atualmente no Oliveirense de Portugal.
O atleta de 23 anos se diz muito feliz com sua primeira experiência no exterior e explicou as diferenças de treinos que ocorre no Brasil e em terras lusitanas.
“Após o Campeonato Carioca (jogou pelo Bonsucesso), surgiu essa oportunidade. Logo aceitei, não pensei duas vezes. Sempre tive a vontade de ter uma oportunidade no exterior, sempre trabalhei visando isso. As pessoas na cidade me receberam muito bem... Tanto dentro como fora do clube. Então isso só te deixa a vontade pra realizar um bom trabalho. Aqui o estilo é mais objetivo. Define-se uma tática, que é trabalhada durante toda a semana pra ser realizada no jogo. Não existe muito o improviso, que estamos acostumados a ver no Brasil. Vemos muitos vídeos dos adversários, são passadas informações mais detalhadas... Não que no Brasil não aconteça, mas aqui é mais intenso o preparo extra campo”, explicou o fluminense de Niterói, que também atuou profissionalmente pelo Duque de Caxias/RJ.
Mello ainda contou que os treinos em Portugal acontecem apenas em um período do dia e a parte mais pesada de atividades fica na pré-temporada.
“O Bruno Souza é o técnico da equipe, é ex-jogador do clube. Na pré-temporada realizamos muitos treinos em período integral e tivemos muitos jogos-treino. Durante a competição tem sido apenas um período. Muito pelo fato da grande carga de jogos. O campeonato que disputamos é muito longo, são muitos jogos. 46 rodadas no total. Então é jogo atrás de jogo. Quando existe a parada nas Datas-Fifa, a equipe técnica visa mais a recuperação dos atletas. Aqui focam os treinamentos mais na parte tática e na qualidade dos fundamentos básicos”, contou.
A Oliveirense disputa a Liga 2 de Portugal, o equivalente à segunda divisão e ocupa a última colocação (24ª) com 13 pontos ganhos em 20 jogos realizados. São 2 vitórias, 7 empates e 11 derrotas. Os cinco últimos são rebaixados.
“Infelizmente hoje estamos na zona de rebaixamento. O primeiro objetivo do clube era a manutenção no campeonato. Estamos em busca disso. Os jogadores estão se empenhando bastante pra reverter logo essa situação. Ainda tem muito campeonato pela frente. Tenho certeza que no final dará tudo certo e confiante que o clube possa vir muito mais forte na próxima temporada”, explicou o brasileiro.
Por fim, a equipe de Raphel Mello fica em uma cidade que se chama Oliveira de Azeméis, está no norte de Portugal, na Região Metropolitana de Porto e possui em torno de 68 mil habitantes. O arqueiro afirmou que a população está sempre apoiando o time, tanto dentro como fora de casa.
“Os portugueses gostam muito de futebol. Estão sempre no estádio, acompanhando. Nosso estádio não tem a capacidade muito grande, mas está quase sempre cheio. E quando vamos jogar na casa dos adversários, a torcida deles também sempre comparece. Muito bom jogar assim, o jogador gosta. No dia a dia, os torcedores na rua falam, cobram, apoiam. Estão sempre ligados no que está acontecendo”, finalizou



terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Arquivo! Meia Ernane fala sobre Vasco, Bahia, Seleção e muito mais!

Bastidores: Estava esses dias procurando uma matéria na internet e sem querer encontrei outra. Uma entrevista com o meia Ernane. Achei que essa já havia sido deletada do mundo virtual. Entretanto, portal NetVasco, ainda a mantêm. Fica aqui o meu agradecimento ao portal por manter a publicação online.

Confira:


Nesta sexta-feira, o FutNet traz um bate-papo com o meia Ernane, que possui passagens por Bahia, Vasco, Seleção Brasileira de base e atualmente está no Catar. 

O atleta de 29 anos é natural de Nilópolis/RJ e foi em Porciúncula/RJ, cidade onde se criou, que deu seus primeiros passos no futebol. Inicialmente era atacante, mas em um jogo no município que fica na divisão com Minas Gerais, sua equipe local precisou de um meia,este se prontificou e foi bem, se fixando na posição. Ao longo de sua carreira, Ernane Ferreira Carvalheira Campos também jogou como segundo volante e até lateral-direito. 
Crédito: divulgação


Aos 14 anos, o meio-campista foi dispensado do Tombense/MG e seu irmão mais velho, Ernanci defendia o Bahia e pediu ao Bobô, ex-jogador e dirigente na época, para ele fazer um teste e acabou contratado. 

No Tricolor Soteropolitano, o boleiro ficou até os 20 anos de idade, sendo um dos destaques nas categorias de base e sendo convocado para a Seleção Brasileira. Na equipe Salvador/BA foi campeão da Copa Nordeste em 2002, seu único título profissional. 

Após o Mundial Sub-20 na Holanda, onde o Brasil ficou em terceiro lugar, em 2005, Ernane chamou a atenção do Vasco que o contratou. 

“ Aquele Mundial ficamos em terceiro lugar, perdemos a semifinal para a Argentina. O Brasil tinha um elenco forte. Lembro que joguei com, Rafinha (atualmente no Bayern), Fillipe Luis, Arouca, Diego Tardelli, Rafael Sóbis, Renan (goleiro atualmente no Goiás), dentre outros. O Vasco me viu atuar nesta competição e me contratou”, disse o jogador, que afirmou que o Bahia é o time, dentre os quais defendeu que mais se identifica. 

“O Bahia é o time que eu mais me identifico hoje. Foi quem me deu a chance de ser profissional e que me levou para a Seleção Brasileira. Até hoje acompanho a equipe. Tenho amigos lá. Penso que eles tem condições de fazer um bom Brasileirão em 2014”, revelou. 

No Gigante da Colina, Ernane ficou entre 2006 e 08, onde mantinha uma boa relação com Eurico Miranda e atuou ao lado de grandes jogadores como Edmundo, Ramon, Pedrinho e especial Romário. 

“ Comecei a jogar futebol vendo a Copa do Mundo de 1994 e o Romário foi minha inspiração. Com 20 anos de idade, poder atuar em uma mesma equipe que ele foi uma honra. Um sonho. Romário é uma pessoa muito boa e no elenco do Vasco sempre ajudava os mais jovens. Dava apoio a todos”, relembrou. 

Em 2008, Eurico Miranda saiu do Vasco e entrou Roberto Dinamite. O ex-jogador resolveu fazer uma reformulação do elenco, Ernane perdeu espaço e teve seu contrato rescindido. O que chateou o meio-campista foi que o atual mandatário cruz-maltino não pagou todo o valor da quebra de vínculo e que ainda lhe deve dinheiro. 

O nilopolitano afirma que se Eurico Miranda seguisse no poder o Vasco não teria caído duas vezes para a Série B do Brasileiro. 

“O Eurico Miranda tem seu jeito durão, de cobrar muito os jogadores, mas sempre cumpria com a palavra. É uma boa pessoa. Ele podia atrasar salário, mas nunca deixou de pagar os jogadores. Já o Roberto Dinamite pediu para eu sair do Vasco, acertamos a rescisão de contrato e no dia que eu assinei ele me pagou uma parte que me devia e avisou que iria quitar o restante nos próximos meses. Ate hoje não vi a cor do dinheiro. Se o Eurico tivesse seguido no poder o Vasco não teria caído para a Série B. Para o Vasco melhorar, creio que o Eurico precisa voltar ao poder”, contou. 

Após sair do Vasco, o boleiro nascido no dia 2 de maio de 1985 teve uma rápida passagem pela Cabofriense/RJ ,depois jogou pelo Figueirense (em 2010), onde guarda boas recordações, conseguindo o acesso à Série A do Brasileiro , atuou por Tombense/MG e Aparecidense/GO antes de ir para o Catar em 2012. 

“ Meu empresário mostrou um vídeo meu para um pessoal do Catar e o Al-Shahaniya gostou e comprou meu passe. É um clube médio daquele país. Na temporada 2012/13 não conseguimos o acesso para a primeira divisão. Agora na última atingimos este objetivo e pela primeira vez na história a equipe vai jogar a elite local”, contou o jogador, que em seguida falou das vantagens e desvantagens de atuar no país asiático. 

“ No Catar eles tem muito dinheiro e estão investindo forte no futebol. A situação aqui ainda está se ‘engatinhando’. Eles pagam bons salários aos jogadores, mas ainda falta muita coisa. Por exemplo, os estádios vazios. Minha estreia como profissional no Bahia foi para 55 mil pessoas. Aqui jogo para 50 ou 100. É estranho chegar em um estádio e não ver torcida, não tem ninguém gritando, incentivando o time. Quase não há jornalistas nos estádios e pouquíssimos vão aos treinos. Os próprios jogadores do meu time não se dedicam exclusivamente ao futebol. Um é policial, outro trabalha em cartório e assim vai. Isso ocorre porque eles não enxergam ainda o futebol como uma atividade profissional e sim algo a mais para se fazer. Mesmo que pagando bem. A maioria dos clubes não tem categoria de base. Muitos vão tentar a vida no futebol com 19 anos. Muito tarde! Precisa mudar essa mentalidade”, afirmou o brasileiro. 

Ernane ainda afirmou que os catarenses estão empolgados com a Copa do Mundo de 2022 e que vão realizar um grande evento. 

“Eles estão empolgados em poder sediar a Copa de 2022. Estão investindo muito para organizar um grande Mundial. Vão surpreender muita gente. Os estádios aqui são muito bons. Mesmo assim estão construindo outros bem melhores. O único problema é o período que a Copa ocorre que é entre junho/julho onde é muito calor. Mas tenho certeza que eles darão um jeito nisso”, revelou. 

Seu vínculo com o Al-Shahaniya terminou no dia 30 de abril. O sul-americano ainda não sabe onde atuará no segundo semestre. Mas sua vontade é seguir no Catar onde já está adaptado. Caso renove contrato com a sua atual agremiação, poderá ganhar o passaporte local e não ser um atleta estrangeiro. Além de Hernane, o Al-Shahaniya tem o atacante brasileiro Fábio Lopes, o marfinense Amanju e o treinador brasileiro Alexandre Gama como não-catarenses. 

“ Cada clube que está na Primeira Divisão do Campeonato Local tem direito a dois jogadores estrangeiros para se naturalizar catarenses. O meu clube está vendo essa possibilidade. Depende de autorização da federação que cuida dos campeonatos daquele país. Se eu conseguir, a chance de eu seguir no Al-Shahaniya”, finalizou o jogador. 

Em tempo: Em 2015 Ernane deixou o Catar e defendeu o Itumbiara. No momento está sem clube.

domingo, 18 de dezembro de 2016

Exclusivo! Atacante Vinicius fala sobre período no Coritiba e retorno ao Palmeiras

Vinicius Santos Silva Souza fez toda a sua formação como atleta no Palmeiras. Chegou aos 12 anos e sua estreia profissional pelo Palestra Itália foi Campeonato Paulista de 2010. Naquela ocasião, o Alviverde venceu o Rio Branco por 2 a 1. Nesta mesma temporada, anotou seu primeiro tento, em um triunfo sobre o Noroeste, pelo Estadual, por 2 a 1. Isso fez com que o futebolista até então com 17 anos  7 meses e 6 dias se tornasse o segundo jogador mais jovem a marcar com a camisa do Verdão. Perde por 1 dia para o famoso Mazzola.

Crédito: Coritiba/Divulgação
O paulistano ainda integrou os elencos campeões da Copa do Brasil 2012 e da Série B do Brasileiro de 2013.

No entanto, pouco aproveitado, acabou atuando em outras equipes como Vitória/BA, Capivariano/SP, Ceará/CE e recentemente no Coritiba/PR.

O futebolista de 23 anos se mostrou feliz com sua passagem pelo Coxa-Branca, principalmente quando Carpegiani assumiu o comando, o colocando para atuar como meia-atacante.

Vinicius ainda tem vínculo com o Palmeiras, mas não sabe se atuará em 2017 pelos atuais campeões brasileiros.

Confira:


1)Em 2016 atuou, por empréstimo, no Coritiba. Como avalia sua passagem pelo Coxa-Branca?

Foi uma boa temporada. No primeiro semestre tive muitas oportunidades e acabei obtendo destaque na competição estadual. No segundo semestre tive algumas dificuldades para me manter na equipe titular, fui para o banco e, depois, recuperei a confiança da atual comissão técnica. Isso me ajudou a ganhar novas oportunidades. Tanto que, com o Carpegiani, fui mais utilizado.

E a temporada foi boa também porque no Coritiba atuei numa posição nova, como meia-atacante. Aprendi muito e pude ajudar a equipe.


2)Nesta temporada, o Coritiba teve três treinadores: Gilson Kleina, Pachequinho e Carpegiani. Como foi trabalhar com cada um deles? Diga as diferenças e semelhanças em seus trabalhos?

O Gilson sempre depositou muita confiança no meu trabalho e me ajudou muito no Coritiba. Com o Pachequinho acabei tento poucas oportunidades, mas o Carpegiane me ajudou na retomara positiva. Tanto que entrei e dei o passe para o gol do Kleber, o de empate contra o Flamengo, no Maracanã. Entre outros jogos que atuei mais.

3) Com o término do empréstimo do Coritiba retornará ao Palmeiras em 2017. Acredita que terá uma chance no clube paulista?
Retorno ao Palmeiras. Acho que retorno num elenco que já tem a sua base feita, campeã. Isso, de fato, pesa para ter oportunidades. Acho que volto mais maduro e posso ajudar o clube. Mas isso vai depender da comissão técnica atual. Vou fazer o meu trabalho.

4)Chegou a estar presente no elenco do Verdão campeão da Copa do Brasil e da Série B. O que recorda destas conquistas?

Foram conquistas importantes para a minha carreira. Cresci muito com elas. Acredito que isso foi um fator importante na minha carreira, mas infelizmente não tive mais sequências com a camisa do Palmeiras.

5) Ainda teve passagem pelo Vitória (2014) e Ceará (2015). Como foram esses períodos nos clubes nordestinos?

Também foram períodos importantes, principalmente no meu caso. Sou um atleta novo ainda, mas que tem uma bagagem considerável. O futebol do nordeste tem a sua particularidade. E isso agrega ao atleta. Fiquei muito feliz de ter vestido essas camisas.

6) Por fim, está com 23 anos. O que ainda almeja no futebol?

Almejo, sempre, títulos pelos clubes que represento. O jogador fica marcado pelas conquistas. Ainda não sei qual será o meu novo destino, porém, sei que estou num ótimo caminho de amadurecimento profissional e pessoal. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Exclusivo! Lateral Ernani fala sobre a boa temporada do Juventude, relembra título pelo Vasco e muito mais!

Em 1994 o Juventude se sagrou campeão brasileiro da Série B e iniciou um período em que foi a terceira força do Rio Grande do Sul.  A equipe gaúcha, que tinha investimento da Parmalat, permaneceu por 13 temporadas na elite do futebol nacional. Neste bom momento de sua história, a equipe de Caxias do Sul se sagrou campeã estadual em 1998 e da Copa do Brasil em 1999 (decisão no Maracanã diante do Botafogo), este último, o título mais importante de sua história. É verdade que também em 1999 acabou rebaixado à Série B do Brasileiro, mas não a disputou na temporada seguinte, pois foi um dos beneficiados pela 'virada de mesa' que culminou com a Copa João Havelange.

Com o fim do apoio da empresa italiana, o clube fundado em 1913 sofreu para 'andar com as próprias pernas' e em 2007 acabou rebaixado à Série B do Brasileiro. Dois anos depois desceu para a Série C e em 2011 estava na D. Os Jaconeros haviam se tornado coadjuvantes no futebol brasileiro.

 Em 2013, o Alviverde foi vice-campeão da Quarta Divisão, retornando à Terceira.

Em 2016, tivemos a impressão de ver novamente aquele Juventude dos anos 90 e começo dos anos 2000: vice-campeão gaúcho, quadrifinalista da Copa do Brasil (superando o São Paulo e eliminado pelo Atlético/MG  nos pênaltis) e semifinalista da Série C, garantindo o acesso à B em 2017.

O clube de Caxias do Sul/RS volta a figurar entre os 40 principais times do País e para falar deste bom desempenho, o Arquivos e Histórias F.C. conversou com o lateral-esquerdo Ernani que defendeu o time no segundo semestre.
Crédito da foto: E.C.Juventude


Dentre outros assuntos abordados, o atleta de 32 anos relembrou o título da Série B pelo Vasco em 2009 e acredita que no próximo ano os cruz-maltinos estarão na elite do futebol nacional .  O ala natural de São João da Barra/RJ não renovou seu vínculo com os rio-grandenses e ainda não sabe onde irá atuar em 2017.

Confira:
1)O Juventude teve uma boa temporada em 2016, sendo vice-campeão gaúcho, chegando até as quartas de final da Copa do Brasil e conseguindo o acesso à Série B do Brasileiro. Ao que se deve essa boa campanha?
O Juventude é um clube de muita tradição e merecia um ano como esse. Foi montado um grupo de muita qualidade, aliado a uma comissão técnica boa. A união e o respeito no clube fizeram a diferença e por isso tivemos uma ótima temporada.


2) O técnico do Alviverde foi Antônio Carlos Zago. Como foi trabalhar com o ex-zagueiro?
Falar do Antônio Carlos é muito fácil, pois se trata de um ídolo como jogador (passagens pelos 4 grandes de São Paulo e Roma-ITA). Como treinador  se destaca também pelo seu modo de conduzir o grupo. Seus treinos são curtos, porém intensos e todos os atletas participam. Isso motiva todo o plantel e o torna mais forte e competitivo. A relação de Zago com os jogadores é de respeito e seriedade.

3) Como via a pressão da torcida em Caxias do Sul/RS para que o Juventude voltasse a figurar entre as principais equipes do futebol brasileiro?
 A pressão era grande por se tratar de um clube de tradição e que precisava de uma resposta do grupo que foi montado, em alguns momentos a paciência ficou no limite, mas nos jogadores entendíamos que a carência da torcida era grande e conseguimos controlar bem isso. Graças a Deus nos conseguimos os resultados, buscamos o tão sonhado acesso e com isso marcando história no clube.

4)Sendo oriundo do estado do Rio de Janeiro, já atuou em várias equipes cariocas e de outras localidades, como agora o Rio Grande do Sul. Mesmo em um mundo globalizado, ainda vê diferenças em atuar no futebol carioca e gaúcho por exemplo?
O futebol hoje não tem diferenças. Todos os estados estão buscando melhorar cada vez mais as estruturas dos clubes e das competições. Eu já participei de vários clubes no Rio e no Sul.A diferença do futebol do Rio é que tem mais cadencia e mais qualidade. No sul é um jogo mais na força e mais pegado.Eu particularmente prefiro o futebol jogado. Até pelo meu estilo de jogo.Mas nós que estamos nessa 'guerra diária' não podemos escolher. Temos que nos adaptar a qualquer situação.

5)Em 2009 esteve no elenco do Vasco campeão da Série B do Brasileiro. O que recorda daquela campanha? Como avalia este Vasco que vem tendo dificuldades no segundo turno da Série B e vê ameaçado o acesso?
Foi um ano inesquecível, um grupo diferenciado em todos os aspectos. Me recordo de cada momento como se fosse hoje. Passamos momentos difíceis também, mas tínhamos um grupo muito bom e passamos pelos obstáculos, conseguimos o acesso e depois o título. O Vasco é grande e vai subir novamente, está passando um momento difícil, mas certamente estará na série A no ano que vem.Tenho um carinho muito grande pelo clube e torço para que de tudo certo para todos envolvidos.

6) Por fim, está com 32 anos. O que ainda almeja no futebol?
Estou na melhor fase da minha vida como jogador e como pessoa também. Almejo muitas coisas boas que podem acontecer. Quero jogar em alto nível e acumular mais conquistas, se Deus quiser em 2017 vai ser ainda melhor do que foi .

Em tempo: Ernani do Nascimento Germano conta com passagens por Americano/RJ, Iraty/PR, Marília/SP, Joinville/SC, América/RJ,Vitória/BA, Boavista/RJ, Duque de Caxias/RJ, Rio Branco/SP, Cuiabá/MT, Ypiranga/RS, dentre outros.

sábado, 12 de novembro de 2016

Exclusivo! Atacante Breitner conversa com o blog!

A grande sensação do futebol brasileiro em 2010 era o bom e bonito futebol praticado pelo Santos. O Alvinegro Praiano encantava a todos com o chamado 'futebol-arte'. Os comandados de Dorival Jr. mostravam um ótimo entrosamento em campo e sempre atuando de forma ofensiva.  Houve resultados expressivos no Campeonato Paulista como a vitória por 9x1 sobre o Ituano, 4x0 sobre o Rio Branco, 6x3 sobre o Bragantino e 5x0 no Monte Azul. Pela Copa do Brasil, teve a goleada sobre o Naviraiense/MS por 10x0, 8x1 sobre o Guarani/SP e 4x0 sobre o Remo/PA. O time que revelava Neymar e Ganso para o futebol acabou faturando os dois campeonatos citados acima. 

Breitner em seu atual clube: União da Madeira


Entre os vários jovens que estavam no plantel, tinha um atacante venezuelano com nome de dois futebolistas alemães: Overath Breitner. A primeira homenagem é referente ao meia vice-campeão do mundo em 1966 e a outra a um atacante campeão da Copa de 1974.

Breitner, como é conhecido, é filho de Roberto da Silva Fariñas, ex-futebolista brasileiro que saiu cedo do nosso país e fez a carreira na Venezuela. Retornou a sua nação de origem em 2001 quando seu filho foi atuar nas categorias de base da equipe que revelou Pelé para o mundo.

Sua estreia como profissional foi no triunfo sobre o Rio Branco por  4x0 (o mesmo citado acima). Seu primeiro tento foi diante do Guarani, pela Copa do Brasil, na vitória do Peixe por 3 a 2.

O atleta natural de Barcelona-VEN ainda jogou por Criciúma/SC, Figueirense/SC, Náutico/PE, Araxá/MG, XV de Piracicaba/SP, Mineros-VEN e desde a metade de 2015 defende o União da Ilha da Madeira-POR.

Neste bate-papo com o Arquivos e histórias F.C.,  Overath Breitner Medina da Silva falou sobre sua vida em Funchal-POR, a situação de seu país, tanto dentro como fora de campo, sua pretensão na carreira e claro, seu amor pelo Santos, clube que o revelou.

Confira
1) Esta é a sua segunda temporada no União da Madeira. Como tem sido esse período em Portugal?

 Graças a Deus tem sido muito bom. Muito aprendizado. Uma cultura diferente a que estava acostumado, tanto no futebol quanto na vida pessoal!

2) Qual o objetivo do União da Madeira nesta temporada? Tem condições de lutar pelo acesso à elite do futebol lusitano?

Sabemos que é um campeonato muito longo, e que todas as equipes tem chances de lutar pelo acesso, e nós também estamos com esse pensamento. Trabalhamos todos os dia pra sempre estar no primeiros colocados e tentar o acesso!

Obs: No momento, o União é o 13º colocado com 17 pontos ganhos em 14 disputados. Tem treze a menos que o vice-líder Aves. Apenas os dois primeiros sobem para a elite. 22 clubes disputam a Série B.

3) Descreva como é o União da Madeira para trabalhar, em termos de estrutura, diretoria, salário e condições de trabalho?

 O União da Madeira, proporciona ao jogador de futebol todas as condições necessárias que precisa para fazer o seu trabalho. Temos um centro de treinamento completo com tudo o que precisamos no dia a dia. Tudo o que  foi prometido até o dia de hoje está sendo cumprido pela diretoria. Salário sempre em dia! Excelentes condições para trabalhar!!

4) Há outros dois times em Funchal, além do União, que são o Marítimo e o Nacional. Como funciona a rivalidade entre os três? Como é a torcida na cidade pelos três clubes?
Apesar de serem três times considerados médios em Portugal, aqui na Ilha é uma rivalidade bem grande. Sempre que antecedem  "clássicos" se fala muito sobre isso, é muito bom para o futebol!
  
5) Funchal é a terra de Cristiano Ronaldo, um dos melhores jogadores da atualidade e um grande ídolo de Portugal.O quão reverenciado o atacante é em sua cidade natal?
Todas a pessoas da Ilha amam o Cristiano Ronaldo. Tanto que tem uma estátua dele numa das principais avenidas da cidade. Há um museu contando a história do atacante e recentemente inaugurou um hotel com o nome dele. É um cara muito querido por todos! Parece que o ano que vem o aeroporto vai se chamar Cristiano Ronaldo! Ele é o cara de Portugal e da Ilha da Madeira. Merecidamente! Craque!
 
No museu que homenageia Cristiano Ronaldo
6) Falando um pouco sobre o seu país de origem, a Venezuela está muito mal nas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Como tem acompanhado essa campanha ruim? Por quê de surpresa em outras edições passou a decepção nessa? O que espera do compromisso contra a Bolívia nesta quinta-feira?
  O momento da Seleção Venezuelana é o reflexo do que o país está vivendo neste período.Muitos problemas políticos que acabam afetando toda a população, e querendo ou não acaba afetando a seleção também! Neste jogo contra a Bolívia vai ser difícil, mas a Venezuela vai sair vitoriosa, dificilmente perde para a Bolívia! 

Obs: As perguntas foram mandadas antes do início da 11ª rodada das Eliminatórias. Atuando em Maturín-VEN, os anfitriões venceram os bolivianos por 5 a 0. Foi o primeiro triunfo da Vinho Tinto no qualificatório e no momento é a penúltima colocada com 5 pontos. A lanterna é a Bolívia com 4.

7) Seu primeiro time como profissional foi o Santos e em 2010, época em que Neymar e Ganso apareceram para o futebol, junto com outros atletas, onde foram campeões paulista e da Copa do Brasil. Por quê aquele time jogava um futebol tão bonito e ofensivo? O que recorda daquela equipe, tanto dentro como fora de campo?

Em 2010, posso dizer que jogávamos por diversão e tínhamos um treinador que nos dava total liberdade para o que quiséssemos dentro campo é claro que com responsabilidade. Isso facilitou muito a nós mais jovens fazer esse ano maravilhoso dentro do Santos! Era um grupo muito unido independente que entrava pra jogar estávamos sempre todos com o mesmo pensamento, muito se deve ao Dorival, era o nosso pai! (risos)
 
Neymar, Zé Love e Breitner: Santos campeão Paulista e Copa do Brasil em 2010

8) Tem acompanhado o Santos no Brasileirão? O que tem achado da campanha dos comandados  de Dorival Jr.?
Acompanho praticamente todos os jogos, tenho um carinho muito grande pelo clube, se eu sou o Breitner hoje que todos conhecem, devo muito ao Santos, clube que me formou como atleta e principalmente como homem.Pude conquistar títulos importantes na vida de um atleta, nunca pensei que ia ficar marcado na história de um clube tão grande como o Santos, e de uma geração de grandes jogadores! Hoje o time do Santos está muito bem, vive um excelente momento, os jogadores assim como nós em 2010, conseguiram entender rapidamente a forma do "pai" Dorival trabalhar e por isso tem colhido grandes resultados. Aliado, claro, a grande qualidade de jogadores que tem o Santos, o time encaixou perfeitamente! Fico muito feliz que o Dorival tenha voltado ao Santo. Excelente treinador e como pessoa sem palavras, Top!

9) Por fim, tem 27 anos, o que ainda almeja na carreira?
Para mim aos 27 anos, espero continuar crescendo como jogador. Todos sabem que no futebol aprendemos coisas novas todos os dias, eu trabalho sempre para melhorar e conseguir coisas melhores na minha profissional, e o futebol é muito dinâmico. Hoje estou aqui em Portugal, e daqui a 6 meses posso estar na China! Então é seguir fazendo meu trabalho como tenho feito que coisas boas irão sempre aparecer. Cheguei na Europa e posso ir mais longe. Esse sempre e o pensamento!