Sabendo que todos adoram histórias, curiosidades, estatísticas e cultura inútil sobre Copas, em 2014 organizei vários especiais sobre este evento e pretendo reproduzir alguns aqui no Arquivos e Histórias F.C.
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| Crédito: reprodução |
Este tipo de matéria sempre rende acessos e bons retornos aos portais de notícias futebolísticas.
O primeiro material que reproduzo são as maiores zebras da Copa do Mundo. Aqueles resultados inesperados, onde David derrotou Golias e até hoje se comenta sobre estes feitos inesquecíveis.
Esquadrões insignificantes que estão com o seu 'nome' gravado na história das Copas do Mundo por um único feito.
Confira:
1938- Cuba 3(2)x3(1) Romênia
Era a terceira edição de Copas do Mundo. O evento realizado na França contou com 16 seleções e o sistema era mata-mata.
Um dos jogos da primeira fase era entre Cuba e Romênia. Os caribenhos eram os únicos representantes da Concacaf.
Futebol nunca foi popular na ilha cuja capital é Havana. A preferência até os dias atuais é o beisebol.
Os romenos, que já haviam atuado no Mundial de 1930, eram os favoritos para o embate.
A peleja que aconteceu no dia 5 de junho em Toulouse terminou empatada em 2 a 2. O jogo foi para a prorrogação, cada esquadra anotou um gol e no agregado encerrou em 3 a 3. Como na época não havia disputa por pênaltis, houve uma partida extra. As duas equipes voltaram a se encontrar no dia 9 de junho no mesmo local. Stefan Dobay abriu o marcador para os romenos, mas Hector Socorro e Tomáz Fernández viraram o placar, garantiram os caribenhos nas quartas de final e a primeira zebra na história da competição organizada pela Fifa.
Na sequência, Cuba duelou contra a Suécia e acabou derrotada por 8 a 0.
Foi a única participação dos cubanos em Copas do Mundo. Terminaram com uma honrosa oitava colocação.
1950- Inglaterra 0x1 EUA
Para muitos, o confronto ocorrido no dia 29 de junho, no estádio Independência em Belo Horizonte/MG teve o resultado mais improvável da história das Copas do Mundo.
A Inglaterra, por ser a inventora do futebol, sempre se considerou uma nação acima das outras com a bola nos pés. Se negou a jogar as três primeiras Copas, por achar que era superior aos outros países. O English Team se classificou para a edição no Brasil e chegou como um dos favoritos ao título.
Em sua chave, os adversários eram Chile, Espanha e Estados Unidos. Na estreia, os comandados de Walter Winterbottom venceram os chilenos por 2 a 0.
Na segunda rodada, o rival era o Estados Unidos. O futebol na Terra do Tio Sam ainda não era profissional e os norte-americanos levaram uma equipe amadora. No primeiro jogo sofreram revés para a Espanha por 3 a 1.
O confronto entre colônia e ex-colônia ocorreu no dia 29 de junho. Os britânicos eram a atracão em Minas Gerais e o Horto estava lotado para vê-los.
O English Team mantinha a posse de bola e atuava como se fosse vencer a qualquer momento. Nas vezes em que finalizou, parou nas boas defesas do goleiro Frank Borghi (um dos heróis do jogo). No entanto, em um contra-ataque dos ianques, a bola sobra para Joe Gaetjens finalizar e fazer 1 a 0 aos 38 minutos do primeiro tempo.
Na segunda etapa, a Inglaterra voltou pressionada para buscar a virada e o triunfo. Mas a bola teimou em não entrar e conforme passava o tempo a ansiedade aumentava. Em vão. O impossível aconteceu: o desacreditado time americano bateu os favoritos ao título. O jogo até hoje é conhecido como "O milagre de Belo Horizonte".
Muitos jornais ao redor do mundo não acreditavam no placar.Periódicos britânicos acreditando ser falha na comunicação do Telex publicaram que sua equipe havia ganho por 1 a 0. Pasmem houve até um que publicou: 10 a 1!
Já os atletas ingleses foram para a última rodada abalados pelo vexame histórico, perderam para a Espanha por 1 a 0 e estavam eliminados da competição. Apenas o líder de cada chave avançava de fase e isso coube aos espanhóis que venceram os seus três confrontos.
O curioso é que os Estados Unidos enfrentaram o Chile na última jornada, foram goleados por 5 a 2 e terminaram na lanterna da chave!
Vale ressaltar que os EUA só voltaram a jogar uma Copa do Mundo em 1990. Ficaram 40 anos sem participar do torneio organizado pela Fifa.
Já os ingleses seguiram marcando presença no evento e em 1966 foram os organizadores e campeões.
Em 2005, o jogo histórico virou filme de Hollywood e levou o nome 'The Game of Their Lives' (Duelo de campeões, no Brasil). A película narra a trajetória dos americanos, desde a formação da equipe até o jogo contra a Inglaterra.
1962- União Soviética 4x4 Colômbia
A União Soviética era uma das grandes seleções daquele período e os atuais campeões da Eurocopa (1960). A Colômbia era debutante em Mundiais e um mero 'saco de pancadas'. O grupo A ainda tinha Uruguai e Iugoslávia.
Na estreia, a URSS bateu os iugoslavos por 2 a 0. Já no confronto entre sul-americanos, a Celeste Olímpica superou os colombianos por 2 a 1.
Na jornada seguinte, houve o embate entre soviéticos e colombianos. Os europeus terminaram o primeiro tempo vencendo por 3 a 1 e no início da segunda etapa anotaram o quarto tento. No entanto, em um intervalo de 10 minutos (22 e 32 minutos), os sul-americanos empataram a partida!
O lendário goleiro Lev Yashin, para muitos o maior arqueiro da história do futebol mundial, falhou em dois gols dos cafeteros e foi tido como um dos vilões deste vexame.
Na jornada de encerramento, a URSS venceu o Uruguai por 2 a 1 e acabou na liderança da chave. Já os colombianos foram goleadas pela Iugoslávia por 5 a 1 e terminaram na lanterna do grupo com apenas um ponto.
A Colômbia só voltaria a disputar uma Copa do Mundo em 1990.
1966- Itália 0x1 Coreia do Norte
O Grupo 4 era tido como um 'grupo da morte' e foi onde ocorreu uma das maiores zebras das Copas do Mundo. Um resultado lamentado até hoje pelos italianos.
Os integrantes eram, além da Itália, União Soviética, Chile e Coreia do Norte. Os asiáticos eram tidos como o 'saco de pancadas'da chave. Na estreia acabaram perdendo para a URSS por 3 a 0. A 'Bota' bateu os sul-americanos por 2 a 0.
Na segunda jornada, a Azzurra sofreu revés para a equipe Vermelha por 1 a 0. No outro confronto, sul-americanos e norte-coreanos empataram em 1 a 1.
No encerramento, os até então bicampeões do mundo (1934 e 38) precisavam de um simples empate sobre os debutantes em Mundiais para irem às quartas de final. A Itália, como era previsto, se mandou ao ataque e teve várias chances de gol. Mas não conseguiu furar o bloqueio adversário. No entanto, aos 42 minutos, em ataque dos asiáticos, a bola é lançada na grande área dos europeus, Pak Doo-Ik domina e finaliza de primeira anotando um tento histórico e inesquecível! Na segunda etapa, os comandados de Edmondo Fabri voltaram pressionando em busca do gol de empate, mas este não veio!
A notícia foi melhor para a Coreia do Norte, pois a União Soviética venceu o Chile por 2 a 1 e garantiu para aqueles a classificação ao mata-mata.
O rival dos asiáticos na fase seguinte foi Portugal. Os comandados de Myung Rae-Yun chegaram a abrir 3 a 0 diante dos lustianos, mas tomaram a virada e foram derrotados por 5 a 3.
Nada que apagasse a honrosa campanha , que culminou em um oitavo lugar. Esta seleção só voltaria a jogar uma Copa do Mundo em 2010, onde acabaria eliminada na primeira fase perdendo todos os jogos.
Já na Itália o revés foi muito sentido. Os atletas ao chegarem à Itália foram recebidos com vaias e inclusive receberam 'tomatadas da torcida'!
Neste vídeo postado no youtube há algumas declarações de jogadores italianos daquele elenco sobre o vexame. Eles admitem que menosprezaram a Coreia do Norte e acreditaram que a vitória viria facilmente.
1974- Alemanha Ocidental 0x1 Alemanha Oriental
O evento foi realizado na Alemanha Ocidental. A anfitriã estava no grupo 1 e tinha sua co-irmã, Chile e Austrália como adversários. As duas Alemanhas se encontraram no último jogo da jornada de encerramento da chave e já garantidas na fase seguinte. O duelo em Hamburgo seria apenas para definir quem ficaria em primeiro lugar.
A peleja em Hamburgo contou de um lado com os representantes de uma germana capitalista e que tinha em seu elenco grandes astros como Sepp Meier, Paul Breitner, Franz Beckenbauer, Gerd Muller, dentre outros. Já os orientais representavam o lado comunista daquela nação e eram mais fracos tecnicamente.
O jogo,que temiam ser uma guerra, acabou sendo disputado, mas com pouca tensão. A Alemanha Ocidental com um time bem melhor partiu para o ataque e teve várias chances de abrir o marcador. Já a Oriental em alguns contra-ataques chegou a finalizar, mas muito mal nas pontarias.
A segunda etapa seguiu no mesmo ritmo, até que aos 23 minutos, Jurgen Sparwasser recebeu a bola na entrada da área, passou por três marcadores, tocou na saída de Meier e fez 1 a 0.
Os ocidentais até tiveram chance de empatar, mas não conseguiram.Os 60 mil presentes em Hamburgo viram a festa dos Orientais e a grande zebra daquela Copa.
Até hoje este jogo gera polêmica e teorias da conspiração. Há quem acredite e defenda que a Alemanha Ocidental perdeu de propósito, pois passando em segundo lugar cairia em um grupo mais fácil na próxima fase. E foi o ocorrido. Os anfitriões enfrentaram Iugoslávia, Suécia e Polônia, enquanto a Alemanha Oriental teve como rivais Brasil, Holanda e Argentina.
A Alemanha Ocidental avançou para a semifinal, depois para a decisão e se sagrou bicampeã da Copa do Mundo. Já a Oriental ficou na lanterna da chave da segunda fase e teve como glória vencer seu co-irmão no torneio.
Por outro lado, há os que dizem que o clássico não foi perdido de propósito, pois havia muito mais que um jogo em campo: uma disputa ideológica política e social e que ninguém iria entregar o jogo fácil para um suposto arquirrival.
1978-Tunísia 3x1 México
Era a estreia dos tunisianos em Copas do Mundo. Era a primeira rodada do grupo 2 (que ainda tinha Polônia e Alemanha). O México por todo o seu histórico e tradição era favorito para o embate ocorrido no dia 2 de junho em Rosário (Argentina). Os norte-americanos abriram o marcador aos 45 minutos do primeiro tempo em uma cobrança de pênalti de Velásquez Ayala.
Os africanos voltaram melhor para a etapa final e aos 10 minutos em cruzamento na área do México, a bola sobra para Ali Kaabi dominar a bola, ajeitá-la e finalizar de forma rasteira e no canto direito. Era o primeiro tento das Águias de Cartago no torneio mais importante de futebol.
A virada veio aos 34 minutos, onde em um ataque da Tunísia, Néjib Gommidh recebe um belo passe na entrada da grande área, faz jogada individual e toca na saída do arqueiro, virando o marcador. Aos 43 minutos, Mohktar Dhouib vai até à área e livre de marcação, recebe a bola, finaliza e faz 3 a 1, garantindo o resultado mais inesperado daquela edição ocorrida na Argentina.
Na sequência, os tunisianos acabaram derrotados pela Polônia por 1 a 0 e empataram sem gols com a Alemanha. As equipes europeias acabaram avançando de fase.
Os Alvirrubros voltariam a disputar um Mundial em 1998. Somaram apenas um ponto em 3 jogos. A mesma campanha em 2002 e 06. Ou seja a única vitória da nação cuja capital é Tunis foi na sua estreia. 40 anos depois terá a chance, na Rússia, de acabar com esse jejum.
1982- Argélia 2x1 Alemanha Ocidental
Novamente um africano estreando em Copas do Mundo. Novamente era a primeira rodada do grupo 2. A Argélia iria encarar a Alemanha Ocidental, até então bicampeã do mundo e uma das favoritas ao título. O dia 16 de junho chegou e os germanos, favoritos na peleja, pressionaram o rival que apenas limitava a se defender. O primeiro tempo terminou sem gols. A segunda etapa começou igual a inicial. No entanto, aos 8 minutos, em uma jogada iniciada no campo de defesa argelino, Zidane saiu em disparada, lançou a bola para Belloumi que finalizou na grande área, Schumacher defende e no rebote Madjer fez 1 a 0. O primeiro tento anotado pela Argélia em Copas do Mundo.
Aos 22 minutos, a Alemanha vai ao ataque e em um cruzamento, na linha de fundo, de Felix Magath, a bola sobra para Rummenigge empatar o confronto.
Entretanto, no minuto seguinte, a Argélia partiu para o ataque e novamente em bola lançada na área, Belloumi chutou e deixou os africanos novamente na frente do marcador e em seguida garantiria o triunfo dos debutantes em Copas do Mundo.No outro jogo desta chave, os austríacos venceram os chilenos por 1 a 0.
Na segunda jornada, as Raposas do Deserto seriam derrotadas pela Áustria por 2 a 0. Já os alemães bateriam o Chile por 4 a 1.
No encerramento, os africanos bateram os sul-americanos por 3 a 2. Já o clássico europeu terminou 1 a 0 para a Alemanha Ocidental. Esse duelo entre os esquadrões do Velho Continente gerou muita polêmica, pois nos minutos finais, os jogadores souberam que este placar classificaria ambos para a segunda fase e 'pararam de jogar' . Apenas tocavam a bola esperando o apito final do árbitro. Esta atitude 'imoral' fez com que os presentes no estádio El Molinón, em Gijón vaiassem os futebolistas.
Os alemães chegaram até a final e acabou derrotada pela Itália por 3 a 1.
Como curiosidade, Argélia e Alemanha voltariam a se encontrar pelo torneio mais importante do planeta em 2014, nas oitavas de final. Os africanos eram uma das sensações da competição sediada no Brasil e no duelo em Porto Alegre/RS deu muito sufoco aos futuros campeões.
Sabendo da qualidade do elenco germano, a Argélia jogou fechado e deu pouco espaço para os comandados de Joachim Low. O jogo truncado e disputado acabou empatado em 0 a 0. O placar seria aberto apenas no primeiro minuto do segundo tempo da prorrogação com André Schurrlle. Ozil aos 14 minutos faria 2 a 0, para logo em seguida Djabou marcar o de honra dos argelinos. Partida que para muitos ficou conhecida como ' A Batalha do Beira-Rio'.
1990-Camarões 1x0 Argentina
A presença dos africanos em Copas do Mundo ainda era muito tímida. Os poucos bons feitos vinham dos países do Norte, como Egito, Argélia e Tunísia.
Faltava um feito importante para a chamada ' África Negra'. A década de 1990 foi muito importante para esta região do planeta que viu muitas de suas nações triunfarem.
Camarões teve a honra de ser a primeira seleção desta região a ganhar um jogo de Copa do Mundo.
A estreia na edição ocorrida na Itália foi no dia 8 de junho e diante da Argentina, atual detentora do título e que tinha Diego Maradona, melhor do mundo e ídolo em Napoli.
Os Leões Indomáveis desde o início mostraram um futebol que consagrou o 'DNA africano': Jogar solto, leve e sempre ofensivamente.
Os sul-americanos levaram perigo a defesa camaronesa, mas não conseguiam ser efetivos.
O tento saiu aos 22 minutos da segunda etapa. Em cobrança de falta, a bola é alçada na área argentina,Omam-Biyik cabeceia fraco, mas o goleiro Ney Alberto Pumpido falha feio (frango histórico) e o placar é aberto. 1 a 0.
Ao final, os camaroneses conseguiram segurar o resultado histórico e fizeram a festa no San Siro em Milão.
Os africanos ainda venceriam na primeira fase a Romênia e depois perderiam para a União Soviética, mas nada que tirasse a liderança do grupo. Nas oitavas de final ainda passou pela Colômbia e acabaram parando nas quartas pela Inglaterra (3 a 2).
Por fim, os argentinos venceriam a URSS e empatariam com os romenos, se garantindo no mata-mata (única equipe eliminada da chave seria a Romênia). No mata-mata,eliminou adversários de peso como Brasil, Iugoslávia, Itália (anfitriã) e acabaria derrotada na decisão para a Alemanha Ocidental por 1 a 0.
1994-Itália 0x1 Irlanda
A primeira vez da Irlanda em uma Copa do Mundo foi em 1990. Sua participação foi curiosa, pois na primeira fase empatou os três jogos e mesmo assim avançou às oitavas de final. No mata-mata, empatou com a Romênia e a superou nos pênaltis. Nas quartas de final acabou eliminada pela Itália ao perder por 1 a 0.
4 anos depois, as duas nações europeias voltaram a se encontrar em uma Copa do Mundo. Desta vez,no dia 18 de junho, em Nova Jersey-EUA. A Azzurra era a favorita para o duelo, mas os irlandeses de forma surpreendente venceram por 1 a 0. O gol foi anotado por Houghton aos 11 minutos do primeiro tempo.
Foi o primeiro triunfo da Irlanda em Mundiais.
Este grupo ainda contava com Noruega e México e houve um empate quadruplo. Todos os integrantes terminaram com 4 pontos. Os norte-americanos passaram em primeiro e depois veio a Irlanda e na sequência a Itália (naquela ocasião eram 6 grupos com 4 seleções e avançavam os dois melhores de cada chave mais os 4 terceiros melhores colocados).
Nas oitavas, os irlandeses acabaram eliminados pela Holanda. Já a Itália, que tinha atletas de renome como Gianluca Pagliuca, Franco Baresi e Roberto Baggio (até então o melhor do mundo) chegou até a decisão e perdeu nos pênaltis para o Brasil. O Tetracampeonato viria apenas em 2006.
2002-Senegal 1x0 França
Esse duelo é daqueles que passam as fronteiras do mero jogo de futebol. Houve muitos significados na peleja que abriu a Copa do Mundo de 2002.
De um lado a França que vivia o seu melhor momento. Atual campeã da Copa e da Eurocopa, com a melhor geração de sua história e tida como uma das favoritas a erguer o troféu no evento realizado conjuntamente entre Japão e Coreia do Sul.
Do outro, Senegal. Um estreante, sem grandes jogadores renomados e tido como um possível 'saco de pancadas'.
Um confronto entre um ex-colonizador contra um ex-colonizado. Os principais jogadores dos Bleus atuavam em grandes equipes europeias, enquanto os senegaleses defendiam pequenas esquadras francesas.
Entretanto dias antes de inciar o Mundial, o grande astro do futebol em 2002, Zinedine Zidane se lesionou e era desfalque certo na primeira rodada.
A França sentiu muito a ausência de seu craque e líder. Mesmo assim os europeus iniciaram o confronto ocorrido no dia 31 de maio pressionando o seu rival. Os Leões Africanos se defendiam e saiam nos contra-ataques.
Em um desses contra-ataques, Diouf aos 31 minutos, vai até a linha de fundo, cruza na área, Diop chuta, Barthez tenta defender, mas dá rebote Leboef tenta tirar e não consegue, a bola volta pro próprio Diop que faz 1 a 0. Alegria geral e nítida nos debutantes em Mundiais.
Na segunda etapa, a equipe do Velho Continente voltou pressionando e buscando o tento da igualdade, mas esbarrou em boa atuação de Tony Silva. No final, os senegaleses com a bandeira do país deram uma volta no estádio de Seoul comemorando o feito histórico. Logo na primeira rodada um resultado que mexeu com o ânimo de todos. O ex-colonizado vencendo o ex-colonizador. Situações que só o futebol propicia.
No outro jogo da chave, a Dinamarca bateu o Uruguai por 2 a 1. Na sequência, sul-americanos e franceses empataram em 0 a 0, enquanto os nórdicos ficaram no 1 a 1 com Senegal.
No encerramento, os dinamarqueses venceram os até então campeões do mundo por 2 a 0, enquanto na outra peleja houve empate em 3 a 3. Dinamarca e Senegal seguiram adiante no torneio.
Senegal ainda faria história ao vencer a Suécia por 2 a 1 e ir até às quartas de final. Feito este até então realizado anteriormente por um africano,Camarões em 1990 e posteriormente por Gana em 2010.
O próximo rival seria outra surpresa da competição: a Turquia!
Após 90 minutos sem gols, a peleja foi para a prorrogação e Mansiz aos 4 minutos anotou o tento que garantiu os turcos na semifinal.
Mesmo com a eliminação, Senegal 'saiu de cabeça erguida' do Mundial e com a simpatia de muitos amantes do futebol.
Infelizmente esta é até o momento a única campanha de destaque dos Leões no futebol. Ausentes dos Mundiais de 2006,10 e 14, os senegaleses tem a chance de fazer uma boa campanha em 2018 na Rússia.
2010-Suíça 1x0 Espanha
Era o grande auge da melhor Seleção da Espanha de todos os tempos. Um time que tinha como base o 'tik-taka' do multicampeão Barcelona, coordenado pela dupla Xavi-Iniesta e algumas estrelas do Real Madrid como o goleiro Iker Casillas, por exemplo. A estreia era contra a Suíça, no dia 16 de junho, em Durban, na África do Sul. Os suiços praticavam um futebol pragmático. Se defendendo e esperando uma bola para contra-atacar.
Os comandados de Ottmar Hilzfed conseguiram segurar a Fúria e ainda aos 6 minutos do segundo tempo anotaram o tento da vitória com Gelson Fernandes.
Os espanhóis tentaram furar a retranca adversária, mas em vão. A partir deste jogo começaram a dizer que a Espanha novamente iria amarelar e que isso era rotineiro na vida desta seleção.
Entretanto, nas jornadas seguintes do grupo H, a Espanha venceu respectivamente, Honduras e Chile, por 2 a 0 e 2 a 1. Terminou na liderança ao lado dos chilenos, com 6 pontos, mas por ter um saldo de gols ( 2 a 1) melhor ficou com a ponta. Já a Suíça, acabou derrotada pelo Chile por 1 a 0, empatou sem gols com Honduras e terminou na terceira posição com 4 pontos.
Os comandados de Vicente Del Bosque sofreram a única zebra do torneio, mas avançaram ao mata-mata e todos lembram o desfecho desta campanha.
