sexta-feira, 12 de agosto de 2016

Arquivo! Ex-atacante Sávio relembra sua trajetória no futebol

Bastidores: Sonho realizado! Foi essa a sensação que tive ao terminar a entrevista que durou mais de uma hora com o Sávio. Me atendeu bem e foi ótima a entrevista.

Muito legal fazer uma reportagem com um ex-atleta que se acompanhou a carreira e anos depois estar com o próprio publicando um material.

Nessas horas, se diz o quão vale a pena ir atrás de suas metas. 

crédito da foto: Arquivo pessoal
Confira:
Nesta sexta-feira, o FutNet segue seu especial entrevistando ex-jogadores que fizeram história no futebol. 

O 'bola da vez' é o ex-atacante Sávio, revelado pelo Flamengo e com passagens por Real Madrid, Zaragoza, Seleção Brasileira, dentre outras equipes.

Atualmente o capixaba de Vila Velha está com 39 anos, vivendo em Florianópolis/SC. Na capital catarinense, possui negócios imobiliários, financeiros, além da Savio Soccer, que cuida da carreira de atletas (orienta tanto jovens e profissionais a ter uma boa carreira e como administrar o dinheiro que ganham) e ser um dos gestores do Guarani, de Palhoça/SC.

Nessa reportagem, Sávio Bortolini Pimentel, falou sobre o amor que sente pelo Flamengo e ao mesmo tempo criticou o clube que segundo o próprio, acumula más gestões atrás de más gestões. Falou da diferença entre atuar no Flamengo de 95 (que não deu certo no segundo semestre) e no Real Madrid (time cheio de estrelas e que deu certo no período que esteve por lá).

Também disse sobre o amor à primeira vista que teve com o Zaragoza e sua passagem pelo Anorthoshis Famagusta, onde pela primeira vez na história um time do Chipre se classificou para a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa (e quase foram às oitavas). 


Confira
1)Conte um pouco da sua vida e como iniciou a carreira de futebol até chegar ao Flamengo.
Comecei em torno de 8 ou 9 anos jogando futebol em Vila Velha/ES, na minha cidade natal. Minha posição na época era ponta esquerda, como se diziam antigamente. Meu primeiro time foi o Fluminensinho, equipe fundada pelo meu pai, que é torcedor do Fluminense/RJ. Era um dos destaques daquela equipe, até que fui para a Desportiva, um dos times mais tradicionais do Espírito Santo. Por lá fiquei uns três anos e me destaquei em um torneio que chamava Copa A Gazentinha Internacional. Fomos campeões vencendo o River Plate-ARG. O Flamengo me viu jogando e me chamou para treinar no clube. Eu com 14 anos fui morar na Gávea.

2)Como foi a adaptação longe de casa, sendo outro estado e o período nas categorias de base do Flamengo?
No início foi muito difícil, bem diferente de hoje em dia. Eu fui para o Flamengo em 1988. Naquela época não existia computador nem celular. A minha família era muito unida e apegada. Sair de casa aos 14 anos não é fácil. Para me comunicar com meus familiares era só por telefone e daqueles de ficha, que eram caros. Ou seja, eu falava com meus pais duas vezes por semana e cinco minutos cada ligação!

Nas categorias de base sempre procurei me dedicar ao máximo. No meu primeiro ano fui campeão carioca infantil. No juvenil fui campeão estadual novamente e também nacional. Até que em 1992 subi para os profissionais e integrei o elenco que foi campeão brasileiro. Não cheguei a jogar, mas fiz parte daquele time. Em 1993, voltei para atuar nos juniores onde joguei o carioca e no segundo semestre voltei ao time profissional e não sai mais.

3) Fale um pouco sobre aquele time campeão de 1992, o seu convívio com jogadores mais velhos. Você se recorda quando foi seu primeiro gol como profissional?
Naquela época não era tão fácil subir ao profissional como hoje. Nos atuais clubes é comum ver jogadores de 17, 18 anos atuando no time de cima. Antigamente, não. Então, para um garoto como eu estar atuando ao lado de atletas experientes, como o goleiro Gilmar, o lateral-esquerdo Júnior, o zagueiro Wilson Gottardo,o meia Zinho, dentre outros, era muito gratificante. Creio que mais do que hoje. Fui bem recebido por todos e o respeito que tinham por mim era grande. Agradeço ao técnico Carlinhos por ter me dado essa oportunidade.

Meu primeiro gol no profissional, que eu considero foi em 1994, no quadrangular final do Campeonato Carioca, onde entrei no segundo tempo e fiz o último gol do Flamengo na vitória sobre o Fluminense por 3 a 1. A partir dali eu me firmei no time profissional.

1994 foi um muito bom para mim e ruim para o Flamengo. Foi onde eu me dei bem individualmente, sendo um dos artilheiros do Brasileirão. Já o Flamengo foi muito mal, um time muito jovem e que não fez boas campanhas. Foi um ano difícil para aquele time.

4) Em 1995 você fez dupla de ataque com Romário. Na época você um jovem atleta, enquanto o Baixinho era tetracampeão do mundo com a Seleção Brasileira e conhecido em todo o planeta. Depois veio o Edmundo. Como foi atuar com esses atletas e o que não deu certo neste time montado no centenário da equipe?
Na verdade no primeiro semestre o time foi bem sim. No começo era só eu e o Romário no ataque e o time deu certo. O problema é que perdemos o título carioca para o Fluminense por 3 a 2, com aquele gol de barriga do Renato Gaúcho e o revés foi tratado como um desastre.

O Flamengo que sempre teve dificuldade em montar uma boa diretoria e fazer uma boa gestão, resolveu mudar tudo. Trazendo, 4 ou 5 reforços de peso, um deles o Edmundo, como você mencionou. No entanto, o ego entre vários jogadores falou mais alto e não conseguimos montar um bom time. Pensaram primeiro em si, depois no Flamengo. Quando isso acontece nenhum time dá certo.

Mesmo assim chegamos na final da Supercopa (um extinto torneio sul-americano que reunia os campeões da Libertadores) e perdemos a final para o Independiente-ARG.

Sobre o Romário, atuei com ele até 1997 e nos demos muito bem. Esses tempos ele citou em uma entrevista que eu fui um dos melhores parceiros de ataque que ele já teve. Isso foi bem legal de saber.

5)Em 1996 o ano do Flamengo foi melhor e você ainda jogou as Olimpíadas. O que lembra daquela época e mesmo passado um bom tempo, por quê o Brasil perdeu aquela semifinal para a Nigéria?
Em 1996 a situação mudou na Gávea. Chegou Joel Santana e melhoramos, sendo campeão carioca invicto. Ainda ganhos uma Copa Ouro disputada em Manaus, onde batemos o São Paulo na decisão. 

Naquele ano ainda fui campeão pré-olímpico com a Seleção Brasileira, onde vencemos a final na Argentina, contra a Argentina e isso foi muito legal.

Sobre a Olimpíada, ter perdido aquele jogo para a Nigéria por 4 a3, na prorrogação, são coisas do futebol. Acontecem.

6) 1997 foi seu último ano no Flamengo. Como você foi parar no Real Madrid?
1997 foi um ano bom, onde fomos vice-campeões da Copa do Brasil, perdendo a decisão para o Grêmio no saldo de gols. Naquela época não havia disputa de pênaltis. Fizemos um bom Brasileirão, terminando na terceira colocação.

Sobre o Real Madrid, nesta temporada já havia especulações de interesse deles, do La Corunã, do Valencia e de equipes da Itália no meu futebol. Dois meses antes de me transferir para o clube Merengue, o Flamengo foi à Espanha jogar dois torneios, o Palma de Mallorca e o Trofeo Naranja. Vencemos o Real Madrid e o Valencia, sendo eu um dos destaques. Depois a equipe da capital espanhola me fez uma proposta e fechamos o acordo.

7) Imagino que não deve ter sido fácil jogar no Real Madrid, um clube cheio de estrela e conhecido mundialmente.
Aí que você se engana! Eu quando fui pensava a mesma coisa e não é. Ao menos na minha época. Joguei ao lado de grandes jogadores como Hierro, Raúl, Zidane, Figo, Roberto Carlos, Ronaldo, Makelele e Seedorf, por exemplo. Os anos que fiquei lá foram especiais. Todo mundo se dava bem e não havia guerra de vaidades.Não foi a toa que ganhamos 3 Champions League (na primeira vez, o Real Madrid não vencia há 32 anos), 1 Mundial de Clubes em cima do Vasco, 1 Campeonato Espanhol e 1 Supercopa da Espanha.

Jogando no Real Madrid eu vi a diferença de pensamento com relação ao Flamengo de 1995. Os atletas do Real Madrid pensavam primeiro no time, depois neles. Naquele Flamengo era o contrário.

8)Um clube que você se deu muito bem foi no Zaragoza. Conte como foi sua passagem por lá?
Sim! Depois do Real Madrid, eu fui para o Bordeaux, da França, onde fiquei na temporada 2002/03. Foi muito boa a experiência lá. Depois recebi uma proposta do Zaragoza e aceitei, pois queria voltar a morar na Espanha. A minha relação com o time até hoje é muito forte. Foi amor à primeira vista. A expectativa da torcida era muito grande, pois sabiam do meu passado no Real Madrid. Eu consegui superar e hoje a torcida me adora. Fomos campeões da Copa do Rey da Espanha, da Supercopa da Espanha, além de um vice de outra Copa do Rey. No meu jogo de despedida, dei uma volta olímpica e toda a torcida me enalteceu. Bem emocionante!

9) O que acha da atual situação do time?
Fico triste em ver que o Zaragoza caiu para a segunda divisão. Infelizmente, a equipe vive nesses altos e baixos. Na minha época era um time mais forte, mais qualificado.

10)Saiu do Zaragoza em 2006 e veio para o Flamengo onde ficou um semestre. Como foi a volta' à casa'?
Não foi legal. Não fui bem recebido e alguns dirigentes do clube não me queriam lá. Aquele velho problema do Flamengo em não ter uma boa diretoria. Historicamente o clube sempre teve más gestões. Nos primeiros seis meses, recebi apenas salário de um. Tinha contrato de um ano e meio, mas fiquei apenas 6 meses e fui para a Real Sociedad. Joguei uma temporada e meia lá e acabei em 2008 me transferindo para o Chipre.

11)Foi bom ter ido jogar no Chipre? Um país pouco conhecido no Brasil
Cheguei no Anorthosis Famagusta com status de estrela. Lá eles adoram futebol e todo mundo sabia quem era o Sávio Bortolini (na Europa ele é conhecido também pelo seu sobrenome). Tive que jogar bem e mostrar para eles que estava lá para ajudar o clube e não para fazer turismo como se fosse um ex-jogador em atividade.

Mas a adaptação lá foi um pouco difícil. Quando mudo de país sempre procuro saber da cultura local que vou viver. Mesmo assim, aguentar o inverno rigoroso não foi fácil. 

Na região onde eu vivia, eles falam grego e eu aprendi muito pouco sobre o idioma. Me comunicava em inglês com o técnico e havia atletas espanhóis, franceses e portugueses no elenco e com esses me comunicava melhor.

12)Dentro de campo como foi?
Foi muito bom, pois o Anorthosis foi o primeiro time do Chipre a disputar a fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa! Caímos em uma chave com Inter de Milão-ITA, Werder Bremen-ALE e Panathinaikos-GRE. O grupo ficou equilibrado com os quatro times tendo condições de avançar às oitavas de final na última rodada. Nós enfrentaríamos na última rodada o Panathinaikos e se vencêssemos passávamos em primeiro na chave. Perdemos e ficamos em quarto lugar!

Obs: Naquela chave, o Panathinaikos terminou em primeiro lugar com 10 pontos, a Inter em segundo com 8, o Weder Bremen em terceir com 7 e o Anorthosis em último com 6. Nos seis jogos que cipriotas disputaram, foi uma vitória, três empates e duas derrotas.

13)Veio encerrar a carreira no Avaí. Como foi seu último ano de jogador e foi tranquilo ter que 'pendurar as chuteiras'?
Em 2010 vim para o Avaí, onde fui campeão catarinense. Mas no segundo semestre sofri duas lesões que atrapalharam minha sequência de jogos e não pude ajudar o clube na Série A do Brasileiro.

Ao término do ano vi que estava na hora de parar e investir em outras áreas. Escolhi morar em Florianópolis, pois a cidade é muito bonita, de fácil adaptação e dei início aos meus projetos.

14) Se sente realizado como jogador de futebol?
Totalmente. Vida de boleiro não é fácil, ver o que eu ralei e conquistei, não foi pouco. Os anos que passei no Flamengo e hoje ter uma torcida que me adora, é muito gratificante. Depois no Real Madrid os títulos que ganhei. Sinto que fui feliz em minha carreira.

15) Acredita que poderia ter tido mais chance na Seleção Brasileira?
Penso que sim. Em 1998 e 2002 acho que tinha condições de jogar uma Copa do Mundo. Estava bem. No entanto, a concorrência era muito grande naquela época e os treinadores optaram por outros atletas. Normal, respeito e entendo a opinião deles. Mas pela profissional cheguei a jogar amistosos e disputar uma Copa América. Isso me satisfaz.

16) De todos os times que atual, qual que você mais gostou e tem mais identificação?
Bom, o Flamengo considero a minha segunda casa. Adorei ter jogado no Real Madrid. No Zaragoza foi tudo muito intenso e muito bom. A experiência na Real Sociedad e no Chipre foram bem legais. Mas não posso negar que o time que ainda me identifico mais é com o Flamengo, por tudo que ele representa na minha vida!

17)Por fim, como você avalia o futebol brasileiro, de um modo geral, da época em que você começou a jogar e agora?
Melhorou em vários aspectos, mas ainda há o que fazer. É legal que hoje há mais cobertura da mídia. A televisão passa mais partidas e com a internet sabemos os resultados de vários jogos pelo Brasil.

O nosso calendário melhorou bastante. A adoção dos pontos corridos no Brasileirão foi muito boa. Eu gosto muito de jogar pontos corridos. Todo país precisa de um campeonato de pontos corridos e os mata-matas que serão feitos com a Copa do Brasil e os torneios internacionais. 

Mas tem coisa para se fazer ainda. Primeiro os estaduais, que não tem o mesmo valor de antes. O ideal era desinchá-los, deixando com poucas equipes, mas boas. Mais qualidade nas equipes e menos quantidade. Menos datas. Também não podemos parar um Campeonato Brasileiro durante um mês por causa de uma Copa das Confederações. Precisa melhorar isso.

Por fim, os clubes mesmo precisa haver uma fiscalização maior em seus gastos. Há equipes que fazem dívidas, atrás de dívidas e nada acontece com os dirigentes. Eles seguem lá e os times ficam endividados. Isso não pode. Precisa ter um balanço financeiro melhor e punição rigorosa com quem não cuida do dinheiro do clube.

terça-feira, 9 de agosto de 2016

Arquivo! Atacante Guly do Prado conta fatos interessantes do futebol inglês e italiano!


Em clima de inicio de temporada do futebol europeu trago uma entrevista com o atacante Guly do Prado com passagem marcante pelo futebol italiano e que na época (fevereiro de 2013) estava atuando no Southampton da Inglaterra.

O paulista de 34 anos falou sobre sua experiência na `Bota`e na Terra da Rainha. As diferenças entre as ligas,torcidas e filosofia de jogo.

Em 2015, o atleta natural de Campinas/SP defendeu o Chicago Fire-EUA e atualmente está no Ituano/SP.

Confira:  


Nesta sexta-feira, o FutNet traz com exclusividade uma entrevista com o atacante Guly do Prado, que atualmente defende o Southampton, da Inglaterra.

O brasileiro de 31 anos saiu do Brasil com 21 anos e foi atuar no Catania-ITA. Ficou na Itália, até 2010, onde na sequência foi jogar no futebol inglês.

Ele comenta sobre início de carreira, futebol na Itália e na Inglaterra, além das lesões que sofreu na carreira. No momento, Guly está com uma lesão no joelho direito, ocorrida na última sexta-feira, o que lhe tirou dos gramados por um período de três semanas.

Confira

1-Até o final dos anos 90 e o começo dos anos 2000 era muito difícil ver um brasileiro atuando na Inglaterra. Um dos poucos exemplos era o Juninho Paulista no Middlesbrough. No começo deste século, a situação começou a mudar, principalmente entre os clubes maiores e mais ricos. Nos times menores como Southampton, por exemplo, é mais difícil de ver um brasileiro atuando. Como você vê o mercado de brasileiros ai na Inglaterra?

O mercado do futebol inglês para os brasileiros cresceu muito aqui nos últimos anos. Com a Seleção Brasileira jogando em Copas do Mundo, ganhando destaque, eles começaram a olhar melhor para nossos atletas. Quando eles assistem um Neymar, por exemplo, jogando, eles ficam encantados. Isso faz com que haja mais espaço para os jogadores brasileiros virem para a Inglaterra.

2-Fale um pouco sobre como é a estrutura do Southampton e a torcida. A cidade apóia o clube, ou torcem para equipes mais famosas?

O Southampton tem uma boa estrutura para treinamentos. A torcida aqui é fanática pelo clube. Eles apoiam o time tanto dentro como fora de casa. O Southampton é um clube muito importante na Inglaterra, tem vários torcedores por aqui. Teve um período muito ruim, que levou o clube à falência e foi salvo por um banqueiro, Nicola Cortese, que hoje é presidente do clube. Com esta salvada financeira, o clube saiu da terceira para a primeira divisão com dois acessos consecutivos.

3-Você chegou ao clube quando este estava na Championship League (o equivalente a Série B) e subiu à Série A. Conte como foi sua chegada ao The Saints e todo esse período.

Na verdade eu cheguei no meio da temporada retrasada quando o time estava na terceira divisão e conseguimos o acesso à segunda. Depois na Championship fomos vice-campeões e hoje estamos na Premier League. Tenho orgulho de dizer que jogo no Southampton. Quando estava na Itália, me destacando no Cesena, recebi propostas de times de ponta como Lazio e Roma, mas preferi ir para a Inglaterra para ajudar o Southampton. Muitas pessoas acharam errado essa minha ideia. Eu sabia que não era. Não me arrependo e quem falava que era errado, sabe hoje que fiz uma grande escolha.

4- Jogar na Premier League é um sonho de vários atletas e poucos conseguem, principalmente brasileiros.

Sim, me imaginava antes só atuando na Itália. Achava a Premier League um sonho mais distante. Mas hoje fazer parte deste campeonato, onde poucos brasileiros tem esse privilégio, é uma honra.

5- De todos os adversários que você enfrentou na Inglaterra, quais você acha que tem as torcidas mais fanáticas e que mais empurram suas equipes?

Em geral, os torcedores aqui não são fanáticos como no Brasil e na Itália, por exemplo. São mais comedidos, comportados. Mas dos que eu enfrentei, as torcidas que mais me chamaram a atenção foi a do Everton e do Manchester City.

6- Na Inglaterra qual defensor que você teve mais dificuldades em enfrentar? Qual que era mais difícil de sair da marcação?
Kompany, do Manchester City. O belga é acima da média. Fora de série.

7-Bom, fale um pouco mais sobre suas características em campo. Quem tipo de atacante você é? É mais centroavante ou joga fora da área?

Para falar a verdade, a minha origem mesmo é meio-campista. Mas na Europa nunca joguei nessa função. Na Itália, me colocaram para atuar como atacante, pois viram que eu sabia fazer gol. E sou atacante que atua mais fora da área. Não gosto de ficar na área. Ultimamente tenho jogado também como ponta direita e ponta esquerda. Confesso que não gosto de atuar nesta posição, mas se o técnico mandou então eu obedeço.

8-No momento, o Southampton está na 16ª colocação da Premier League com 23 pontos. Três a mais que o Wigan, primeira equipe na zona de rebaixamento. Qual a meta do clube até o final da temporada? Apenas escapar do rebaixamento?

No momento é só escapar do rebaixamento mesmo. Estamos crescendo na competição,e temos condições de permanecer na Premier League. Se por acaso, tivermos uma ascensão muito grande, podemos pensar em outras ambições como vaga em Liga Europa, mas por enquanto está muito difícil.

9-O Southampton recentemente teve troca de técnicos. Chegou Maurício Pochettino. O que achou do novo técnico?

Nosso time melhorou muito com a chegada do Pochettino. Ele é um ex-jogador e que fala a língua dos boleiros, sabe como lidar com os atletas. Todos nós jogadores estamos gostando dele. Não que o antecessor, Nigel Adkins, fosse ruim. Muito pelo contrário, ele levou o The Saints da terceira para a primeira divisão, mas acho que precisávamos de ideias novas. Renovação. Ás vezes uma troca de comando faz bem.

Obs: Maurício Pochettino atualmente treina o Tottenham-ING e foi sondado para comandar a Seleção da Argentina.

10- Fale um pouco do início de sua carreira. Você saiu jovem do Brasil e foi para a Itália. Como isso ocorreu?
Eu comecei na Portuguesa Santista em 2002 e fomos na Itália para uma excursão. O Catania gostou do meu futebol e se interressou. A priori, segui na Briosa, mas o clube paulista entrou em uma crise financeira muito forte e me vendeu para o Catania, no ano seguinte.

Depois, me venderam para o Perugia, um time que estava na Série A. Fiquei duas temporadas e com a falência da equipe fui para a Fiorentina, onde não tive muito sucesso. Tive duas lesões graves no joelho e praticamente não pude atuar. Fui conseguir reencontrar meu futebol no Cesena em 2009, levando o time de volta à Série A do Campeonato Italiano após 20 anos de ausência.

11-Você chegou na Itália, em um período onde o Campeonato Italiano era o mais visto no mundo. Depois perdeu espaço para o futebol inglês, espanhol e alemão. Na sua opinião, ao que deveu essa queda?

A Itália precisa passar por uma reformulação no futebol. O grande problema por lá são as pessoas que rodeiam os presidentes dos clubes. Pessoas corruptas que só querem o dinheiro. Isso fez com que o futebol decaísse muito. Os jogadores estrangeiros, ficam sabendo que na Itália há muita manipulação de resultados, corrupções, salários atrasados e não querem atuar por lá.

Eu já vi entrevista de muitos jogadores que atuam na Itália, dizendo que o futebol lá não está em decadência. O que é uma mentira, na minha opinião. Precisa de uma mudança geral, nos clubes e em quem comanda o futebol por la.

12- Imagino que você tenha percebido a diferença, em termos de estruturas em atuar em clube inglês para um italiano.
Sim, no geral os clubes ingleses são melhores estruturados que os italianos. Com exceção de alguns grandes times da Itália, que tem boas estruturas, não dá para comparar o que se tem na Inglaterra com o que tem por lá.[

13- Dentro de campo sentiu diferença também entre atuar em um país e outro?
Sim. Na Inglaterra, em geral, os jogos são mais bonitos, com torcida perto do campo assistindo a partida. Há bastante gols. Já na Itália, eles priorizam muito o jogo tático, com marcação. Se percebe isso, o quanto de partidas terminaram empatadas, principalmente com 0 a 0.

14- Das torcidas da Itália, quais são as mais fanáticas?
O jeito de torcer do italiano é muito parecido com o brasileiro. Eles incentivam o tempo todo. Lá todas as torcidas são fanáticas. Mas destacaria, Lazio e Roma,onde eles cantam os 90 minutos, tacam bomba, incentivam, e também o Spezia (atuou na temporada 2007/08) que está na Série B.

15-Por fim, seu contrato com o Southampton termina no meio de 2014. O que pretende fazer após o término?
Gostaria de renovar meu contrato por mais algumas temporadas. Gosto do time, da cidade e pretendo ficar mais alguns anos por aqui. Mais para o final da carreira eu pretendo atuar no futebol brasileiro, em um clube de ponta.

segunda-feira, 8 de agosto de 2016

Arquivo! Eric Botteghin fala sobre sua carreira no futebol holandês

Bastidores: Relembro nesta postagem um bate-papo com o zagueiro brasileiro Eric Botteghin que saiu desconhecido do nosso País e faz sucesso na Holanda.

O defensor que completará no final de agosto 29 anos passou pelas categorias de base do Grêmio Barueri e Internacional/RS.



Confira o bate-papo realizado em 2014:
Nesta quinta-feira, o FutNet traz mais uma reportagem com brasileiros que foram jovens para o exterior e são poucos conhecidos na nossa nação.



O entrevistado da vez é o zagueiro Eric Botteghin que é oriundo das categorias de base do Grêmio Barueri e até o momento fez toda sua carreira profissional na Holanda.


O atleta quando pequeno atuou em várias funções em campo e a partir dos 14 anos se fixou na defesa.


“Inicialmente joguei em várias posições: como atacante, meia, lateral, mas desde os 14 anos que sou zagueiro. Gosto dos duelos um a um com o centroavante, e sou bom nas antecipações. Sou um cara que falo com o time o tempo todo durante a partida, organizando a equipe. Gosto das bolas aéreas, e sou bem tranquilo na saída de jogo”, revelou.

Pela equipe da grande São Paulo, o defensor atuou nos juniores e juvenil, sendo semifinalista da Taça São Paulo de Juniores. A boa campanha chamou a atenção do Internacional que o levou por empréstimo de um ano. Do Rio Grande do Sul veio a mudança para a Holanda.

“ No Internacional atuei um ano e por empréstimo. Nesse período deu para aprender bastante e joguei ao lado de grandes jogadores como Alexandre Pato e Taison. Em 2007 disputamos um torneio na Holanda, o Eurovoetbal e fomos campeões. Um empresário local me viu atuar e fez um convite para eu ir ao Zwolle, uma equipe pequena de lá. Inicialmente eu não sabia nada sobre o time, a cidade, nem sua história. Vim mais por uma porta que estava se abrindo na Europa, e pela oportunidade de jogar no profissional. Foi um tempo de adaptação onde aprendi a língua, cultura, esquema tático, jeito de jogar e pensar dos holandeses. De destaque fomos vice-campeões da segunda divisão na temporada 2010/11. Foi no Zwolle que me formei um jogador estilo da Holanda,” explicou o paulistano de 26 anos.

Pelo Zwolle foram 140 partidas disputadas em quatro temporadas. Sua primeira oportunidade em atuar na divisão de elite dos Países-Baixos foi no NAC Breda. Ficou por empréstimo durante dois anos e conheceu uma das torcidas mais fanáticas daquela nação.

“O NAC Breda foi onde comecei na Eredivisie. Eles possuem uma das melhores torcidas da Holanda, um time do povo. Foram dois anos bem intensos e onde pude me firmar na Eredivisie”, emendou.

Na temporada 2013/14 o brasileiro foi contratado pelo Groningen, uma das sensações da competição local. No primeiro turno terminou em sexto lugar e agora é o oitavo com 39 e luta por uma vaga na próxima Liga Europa.

“Nosso objetivo é terminar o campeonato entre os oito melhores e conseguir uma vaga para os play-offs locais e que garantem uma vaga na Liga Europa. Tivemos uma pequena queda nesse segundo turno, mas aos poucos estamos tomando o mesmo rumo que tivemos no turno inicial. A vitória sobre o PSV, em Eindhoven, no último final de semana, por 3 a 2, foi a prova disso”, afirmou.

Eric até o momento tem sido eleito pela torcida local como o melhor jogador do clube na temporada.

“ Esse reconhecimento me deixa muito feliz e confiante em seguir fazendo uma grande temporada com o Groningen”, revelou.

Sobre o futuro, Botteghin espera conseguir jogar em clube de ponta na Europa e não descarta uma volta ao Brasil.

“Estou focado nessa vaga na Liga Europa para o Groningen. Mais a frente espero poder atuar em uma equipe que dispute títulos, seja aqui na Holanda como em outro país da Europa. Também estou aberto a propostas do Brasil,” finalizou.

Atualização: Botteghin foi campeão da Copa da Holanda com o Groningen na temporada 2014/15 e desde a metade do ano passado defende o Feyenoord.

Crédito da foto: site oficial do Feyenoord

sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Arquivo! Meia Robert fala sobre sua carreira e a boa passagem pelo Santos

 Bastidores: Essa entrevista aconteceu por telefone. Robert estava em Belo Horizonte/MG para um compromisso profissional (não me recordo o que era exatamente). Ele estava no carro, mas no passageiro (segundo informações do próprio). Durante a conversa a ligação caiu e não consegui retorno.

Somente no dia seguinte foi restabelecido contato com o atleta com passagem marcante pelo Santos/SP. Robert me pediu desculpas pelo ocorrido e disse que a situação está mais tranquila para falar.

Só por este motivo que a entrevista publicada no final de 2014 foi dividida em duas partes.

Atualmente Robet tenta a carreira de treinador de futebol e está no Corinthians -USA.

Confira: 

Nesta sexta-feira, o FutNet segue seu especial com ex-atletas que fizeram história no futebol. 

Esta edição, que foi dividida em 2 partes, relembra a trajetória do meia Robert, campeão brasileiro pelo Santos em 2002.

O soteropolitano de 42 anos foi revelado pelo Olaria/RJ e no Santos em 1995 ficou conhecido nacionalmente. O meia-esquerda ainda falou das frustrações dos vice-campeonatos brasileiro de 1995 pelo Alvinegro da Vila Belmiro e da Libertadores em 2002, pelo São Caetano.

Ainda sobre o Azulão, o ex-futebolista contou um caso curioso: "Quando fui assinar o contrato de empréstimo, disse para a diretoria do São Caetano que tinha um atacante surgindo no Santos, chamado Robinho e que era muito bom de bola. Falei que eles tinham que pegar emprestado também para reforçar o elenco para a Libertadores. Naquela época, o Robinho nem era promessa ainda e os diretores disseram que por ele não ter nome,não compensava trazer. No fim do ano, Robinho foi um dos destaques na conquistado do Brasileirão!"

Confira:
1)Comece falando da sua vida, aonde iniciou a sua carreira e qual foi seu primeiro clube.
Nasci em Salvador/BA, mas com 1 ano de idade minha família se mudou para o Rio de Janeiro/RJ, onde cresci.
Meu primeiro clube foi o Olaria em 1986 (o atleta nasceu em 1971) e fiz categoria de base lá mesmo. Sempre atuei como meia-esquerda. No entanto, em meu primeiro jogo como profissional, contra o Mesquita em uma competição que envolvia apenas os pequenos do Rio de Janeiro, eu joguei de lateral-esquerdo. O titular estava machucado. Havia uma jogada ensaiada entre os alas, em que eles trocavam de posição e em uma dessas jogadas, a bola sobrou para eu chutar e acertei o gol! Ou seja, meu primeiro gol no profissional foi fora da minha posição. Depois desse jogo, atuei na meia, onde me destaquei e consegui uma transferência para o Guarani. Um dirigente do Bugre me viu atuando em um duelo contra o Fluminense e pediu a minha contratação.

2) Atuou em uma época boa do Guarani, onde se relevou grandes jogadores como Djalminha, Luizão, Edílson. O que tinha de bom neste clube de Campinas, que revelou estes atletas?
No Guarani fiquei entre 1992 e 1994 e vi grandes atletas surgirem como os que você citou, mais o Amoroso. Foi um período muito bom do Bugre, onde se tinha uma boa estrutura para treinos e os salários eram pagos em dia. Nos primeiros anos atuei na equipe aspirante e em 1994 tive mais oportunidade no profissional.Uma pena o time nessa má situação. Lamento pelas más administrações e dívidas acumuladas. Torço para eles se reestruturarem.
Voltando a minha carreira, em 1995 fui emprestado ao Rio Branco/SP e fui um dos destaques no Paulistão, marcando gols e dando assistência para outros. Isso fez com que chamasse a atenção do Santos e eu fosse para o litoral.

3)Participou do polêmico vice-campeonato brasileiro, onde os santistas reclamam até hoje da arbitragem de Márcio Rezende de Freitas, na decisão!
Sim. Lembro que cheguei no Santos e nos três primeiros jogos fiquei no banco de reservas. Até que o Cabralzinho assumiu o comando e me deu oportunidade entre os titulares e não saí mais. Chegamos na final e por conta da arbitragem de Márcio Rezende de Freitas ficamos com o vice-campeonato. Infelizmente, este árbitro sempre teve péssimas atuações em decisões, prejudicando outras equipes e conosco não foi diferente em 1995 contra o Botafogo. Nosso time arrancou bem e não alcançou o título.
Final do Brasileiro de 1995

Obs: No jogo de volta da final, Márcio Rezende de Freitas validou um gol de Túlio Maravilha, que estava impedido e invalidou um tento legal de Camanducaia. A partida terminou empatada em 1 a 1. Como o Fogão venceu o duelo de ida por 2 a 1, se sagrou campeão.
Os cariocas se defendem, dizendo que no confronto de ida, Sidrack Marinho anulou um gol legítimo de Túlio Maravilha.

4)Guarda mágoas por conta do ocorrido?
Não guardo. Só lamento a péssima arbitragem.

5) Naquele período o Santos vivia uma seca de títulos. Como era lidar com isso?
A pressão realmente era grande. A torcida do Santos era acostumada a comemorar vários títulos e em meados dos anos 80 o Alvinegro passou por um período de seca. Acredito que aquela geração de 95 ajudou a resgastar o orgulho santista. Eu, Giovanni, Camanducaia, Jamelli e muitos outros. Depois deste vice, ainda fomos campeões em 1997 do torneio Rio-São Paulo e depois (sem Robert no elenco) ganharam a Conmebol em 1998.

6)Falando ainda do Brasileiro de 1995 como foi aquela semifinal épica contra o Fluminense, onde o Santos perdeu o primeiro jogo por 4 a 1 e depois, com um show de Giovanni, venceu por 5 a 2 e foi à final?
Aquela partida do Pacaembu foi sem dúvida a mais emocionante que eu vi ao vivo na minha vida! 
No primeiro confronto, onde perdemos por 4 a 1, eu e o Jamelli fomos expulsos e não pudemos atuar no duelo em São Paulo/SP.
Ficamos na arquibancada vendo tudo. Sofrendo. O legal foi que a torcida apoiou o time e lotou o Pacaembu. Muita gente não acreditava na nossa classificação, mas a nossa torcida sim! Eles sabiam que podíamos ir à final. Lembro quando acabou o primeiro tempo ninguém foi para o vestiário. Ficamos ali na beira do gramado para sentir o calor da torcida. Fizemos 5 a 2, com dois gols do Giovanni e três assistências dele! 
Lembro que eu e o Jamelli nos abraçávamos, chorávamos, depois que conseguimos aquela épica classificação. Sem dúvida, um dos maiores jogos da história do futebol brasileiro.

7)Giovanni era craque?
Sim! E um dos maiores jogadores que eu tive o prazer em atuar.

8)Falando em Santos ainda, você retornou ao clube em 2002, onde foi campeão brasileiro. Era um time desacreditado que chegou ao título. O que lembra daquele período?
Eu me lembro que iniciamos muito mal a temporada, sendo eliminado de forma vexatória no torneio Rio-São Paulo. Ficamos três meses sem atividade. Depois no Brasileirão, fomos aos poucos nos ajeitando. Mas era um time basicamente de garotos. Me lembro de um jogo, contra o São Paulo, na primeira fase, onde perdemos (3 a 2), comigo entrando no segundo tempo e fazendo gol, onde jogamos bem. O São Paulo era o grande time do momento, com Rogério Ceni, Luis Fabiano, Kaká e nós fizemos uma boa partida. A partir dali vi que poderíamos ir longe. Na quartas de final, nos classificamos em oitavo e pegamos o próprio São Paulo, que foi líder, vencemos os dois jogos e fomos avançando. Chegamos a final e fomos campeões!
Me sinto honrado com este título. Foi a recompensa por não ter vencido em 1995!

9)O que achou do rumo que muitas revelações daquele Brasileirão tiveram? Lembrando, por exemplo, que Diego e Robinho, para muitos ficaram abaixo do que podiam produzir.
Acredito que foram muito bem em suas respectivas carreiras. Diego, Robinho, Elano, Alex, Renato foram para Europa e foram campeões pelos seus clubes. Chegaram a atuar na Seleção Brasileira. 
A única coisa que se exigiu e esperou era que o Robinho fosse ser o melhor do mundo e isso não aconteceu. Mas ele teve sim uma grande carreira assim como os demais atletas.

10) Em 2010 houve outro timaço do Santos que encantou o Brasil, onde surgiu Neymar, Ganso, André dentre outros. O que achou daquela equipe?
Era espetacular ver aquele time atuando. Era um time leve, solto e que fazia vários gols. Ganharam o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil. Se tivessem jogado a Libertadores, creio que poderiam disputar o título. O Robinho era o mais experiente e ao seu lado surgiram, Ganso, Neymar, André, Wesley, dentre outros. Era muito bonito de ver jogar.

11)Daquela equipe, o Neymar se firmou como o grande craque do Brasil. O que você espera do Ganso e do André?
O Ganso para mim é um grande jogador e se tiver em boas condições físicas e ter sequência de jogo pode ser o Ganso de 2010. As lesões o atrapalharam. Agora no São Paulo ele vem tendo boa sequência e vem sendo um dos destaques do time. Ele é novo e tem muito a evoluir no futebol.
O André um grande goleador. Voluntarioso. No entanto, nota-se que ele depende mais da parte física para render bem. Se ele entender isso, conseguirá ser o grande atleta que se espera.

12)Como você mesmo lembrou, fez parte daquele time do São Caetano vice-campeão da Libertadores em 2002. Como surgiu a oportunidade de atuar no Azulão e por que o time do ABC não foi campeão?
Como dito acima, o Santos ficou três meses em inatividade. Para não ficar parado, me apareceu essa oportunidade de empréstimo do São Caetano para jogar o mata-mata da Liberadores e eu aceitei. 
Chegamos até a final e perdemos aquela decisão para o Olímpia/PAR. Foi uma final fatídica. Ganhamos no Paraguai por 1 a 0 e em São Paulo/SP saímos ganhando por 1 a 0 e no segundo tempo tomamos a virada. A decisão foi para os pênaltis e perdemos! Foi uma pena. Era para coroar o grande trabalho que aquela diretoria fez no início dos anos 2000. Nosso time era muito bom tecnicamente e fisicamente. 

13)Como foi trabalhar com Jair Picerni? Como eram as características dele como treinador?
Ele era um técnico mais motivador e enfatizava muito a marcação dentro de campo. Fez bons trabalhos no São Caetano e faltou um título grande para ele se consagrar.

14)Então valeu a pena atuar naquele curto período no São Caetano?
Sim, valeu! Foi bom para dar ritmo de jogo para retornar ao Santos. Uma situação curiosa é que quando fui assinar o contrato de empréstimo, disse para a diretoria do São Caetano que tinha um atacante surgindo no Santos, chamado Robinho e que era muito bom de bola. Falei que eles tinham que pegar emprestado também para reforçar o elenco para a Libertadores. Naquela época, o Robinho nem era promessa ainda e os diretores disseram que por ele não ter nome,não compensava trazer. No fim do ano, Robinho foi um dos destaques na conquistado do Brasileirão!

Na parte 2, Robert fala sobre sua triste passagem pelo Grêmio, o bom momento vivido no Atlético/MG e muito mais!


Nesta sexta-feira, o FutNet segue seu especial com o meia Robert, iniciado na última semana. Na última parte, o atleta fala de sua ruim passagem pelo Grêmio, pelo bom momento vivido em 1999, além da trágica final da Taça Guanabara em 2006.

Confira:
1)Em 1998 você teve uma passagem conturbada pelo Grêmio. O que houve naquele período?
Minha passagem pelo Grêmio não foi boa. Joguei muito pouco. Tive uma lesão no ligamento cruzado do joelho e demorei para recuperar. Fiquei mal emocionalmente com isso, chegando até ter depressão. Só fui conseguir recuperar meu futebol no Atlético/MG em 1999.

2)No Galo você é lembrado até hoje pela sua passagem por lá.
Sim. 1999 foi um ano maravilhoso para mim. Comecei no plantel do Grêmio que foi campeão da Copa Sul e do Gaúcho. Depois fui para o Atlético/MG, onde ganhei o Campeonato Mineiro, o que não ocorria há três anos, e me destaquei no vice-campeonato brasileiro de 1999. Até hoje é legal ver a torcida do Atlético/MG vir falar comigo daquela campanha no Brasileirão. Minha passagem pelo Galo foi muito boa!

3)Após o título Brasileiro de 2002 (pelo Santos), você teve sua única experiência no exterior que foi no Consadole Sapporo. Como surgiu a oportunidade de ir para o Japão?
No final daquele ano recebi uma proposta do Japão e financeiramente era muito boa e resolvi aceitar. Foi um ano muito bom. Uma experiência ótima viver lá. Queria ter ficado mais tempo, mas ao término do contrato não houve interesse do clube pela minha renovação. Voltei ao Brasil para defender o Corinthians no Brasileirão de 2003. O campeonato já estava em andamento, mas o time sofreu um desmanche de jogadores e com o problema de entrosamento entre os novos atletas, caímos de rendimento na competição e não terminamos bem o ano. Foi bem difícil.

4)Como foi seu período no Bahia?
Após o termino de contrato com o Corinthians, recebi uma proposta do Bahia e me transferi. Queria jogar lá, atuar na terra onde nasci. Foi muito legal. A torcida do Bahia é muito fanática e sempre apoia o time, não importa se está mal, se está bem. É tão fanática quanto a do Atlético/MG.
Naquela ocasião, a equipe havia recém rebaixada à Série B do Brasileiro. Quase conseguimos o acesso de volta. No duelo decisivo contra o Brasiliense, tomamos um gol no final, que nos tirou a classificação à elite. Uma pena! 
Criei uma identificação forte com o Bahia e até hoje torço para eles ficarem na primeira divisão!

5)Você iniciou a carreira no Olaria e acabou no América, dois times de menor expressão do Rio de Janeiro. No Mecão fez parte do time vice-campeão da Taça Guanabara. O que guarda de recordação daquela boa campanha?
Quando terminou meu vínculo com o Bahia fiquei em dúvida se encerrava a carreira. Até que o técnico Jorginho (atualmente na Ponte Preta) ligou me convidando para atuar no América. Fomos bem e no primeiro turno chegamos até a final, onde fomos bastante prejudicados. Fizemos uma boa partida contra o Botafogo, mas o juiz (William de Souza Nery) nos sacaneou muito(derrota por 3 a 1). Não deu pênalti a nosso favor, não expulsou jogador do Botafogo quando deveria. Fizeram de tudo para o Botafogo ganhar aquele jogo. Uma das piores arbitragens que eu já presenciei. 

6)Após aquele Campeonato Carioca, você encerrou a carreira. Se sente realizado?
Na realidade quando comecei a jogar bola minha meta era ir para um país, tipo a Arábia Saudita e ganhar um dinheiro e abrir uma loja no Brasil. Normalmente jogador quando inicia a carreira em time pequeno é assim que eles pensam. Conheço alguns casos. Mas eu fui mais longe do que eu imaginava! Atuei em vários clubes grandes, cheguei em três finais de Campeonato Brasileiro, ganhei uma, fui convocado para a Seleção Brasileira em 6 oportunidades, sendo que uma delas foi a Copa das Confederações em 2001. Me sinto realizado sim!

7) De todos os times que atuou, qual você tem mais identificação?
Tenho forte identificação com Atlético/MG, Bahia, São Caetano, América, mas o maior é o Santos. Atuei durante seis anos no time da Vila Belmiro, fui campeão brasileiro, minha primeira convocação foi quando jogava por lá. A torcida do Santos é a que mais vem falar comigo, relembrar os bons momentos. Muita gente também me associa dizendo: ‘Olha o Robert ,ex-Santos’.

8)Por fim, o que faz atualmente e aonde vive?
No momento, moro em Santos/SP. Escolhi morar aqui, pois é onde vivem meus filhos. Tem um de 16 anos que joga nas categorias de base do Santos (Patrick Gomes Almeida, atacante) e quero acompanhar o início da carreira dele.
Depois que me aposentei dos gramados, fiz uma prova para ser agente Fifa e passei em 2007. São seis anos nessa profissão. No entanto, estou fazendo cursos para virar técnico e espero em 2014 encontrar uma equipe para treinar. Quero voltar a sentir o futebol mais de perto. A adrenalina de um jogo.

Arquivo! Ex-lateral Léo fala sobre sua carreira e amor pelo Santos

Bastidores: Entrevista realizada poucos meses depois de anunciar aposentadoria (em 2014), devido a problemas físicos.

Nesta publicação, o ex-atleta fala sobre sua vida em Campos/RJ, carreira marcante pelo Santos, boa passagem pelo Benfica, dentre outros assuntos.
Foto: Ricardo Saibun/ Santos F.C.


Confira: Nesta sexta-feira, o FutNet traz mais um especial com ex-atletas que relembram sua trajetória no futebol. Chegou o momento do recém-aposentado lateral-esquerdo Léo recordar sua passagem pelo esporte mais popular do mundo.



Leonardo Lourenço Bastos, 39 anos, falou sobre sua vida em Campos/RJ até chegar à Vila Belmiro, onde virou ídolo. No momento, o ex-futebolista se prepara para ser gestor esportivo.

1)Fale um pouco sua vida na infância. Como era sua família, como viviam e seus primeiros contatos com o futebol (posições que atuou nas categorias de base até chegar na lateral-esquerda) e sua chegada no Americano?

Tive uma infância e adolescência típicas de classe média. Meus pais não deixavam faltar nada em casa, mas sem luxo. Era um aluno mediano e desde cedo tive a atenção despertada para o futebol. Minha família sempre me apoiou. Quando às posições, joguei muito como atacante e meia pela esquerda, antes de ir para a lateral.

2) O que recorda de seu período profissionalmente no Americano e o que achou da transferência para o União São João?

O Americano foi a base. Jogar em um clube de minha cidade natal é motivo de grande orgulho até hoje. A transferência para o União surgiu após um confronto entre os dois clubes pela Série B do Brasileiro. Fui bem e depois e recebi a proposta para ir para São Paulo.

3)No União, você ficou até 2000. O que recorda de sua passagem pela equipe de Araras?

Foi um momento importante para que eu amadurecesse como profissional e mesmo como pessoa, pois ainda era muito jovem e, pela primeira vez, estava longe de casa. Outro detalhe importante é que foi no União que me fixei como lateral esquerdo.

4)Seus dois primeiros times, Americano e União São João vivem fase terríveis. Longe do que foram nos anos 90 e até início dos anos 2000. Ainda os acompanha? O que houve com eles na sua opinião para estarem nesta situação?

É uma pena. O Americano se afastou dos campeonatos nacionais e o União, atualmente, está na Segunda Divisão de São Paulo, que na verdade é a quarta. É difícil analisar o que aconteceu, pois não vivi o dia a dia desse período de declínio. Estou na torcida para que os dois clubes voltem aos seus melhores tempos.

5) Você ainda teve uma passagem pelo Palmeiras onde não atuou. O que aconteceu?

Cheguei em um momento de transição de elenco e de comissão técnica. Acabou não dando certo. Mas encaro como coisa do destino. Pois logo em seguida fui para o Santos e deu no que deu.

6) Em 2000 chegou na Vila Belmiro onde posteriormente se tornou ídolo. Quando recebeu a proposta imaginou que teria uma passagem tão marcante?

Eu cheguei cheio de vontade, motivado, mas se dissesse que imaginava o que poderia acontecer, estaria mentindo.

7) Antes do Brasileirão de 2002, o Santos vivia uma pressão muito forte por conquistas de títulos, pois nos anos 90 foram raras e de poucas expressão. Como os jogadores encaravam esse momento? 

Foi um período difícil, de muita cobrança dentro e fora do campo, faixas de torcida de cabeça pra baixo, vaias e até invasão de vestiário da Vila e dos campos do CT. Era complicado jogar no Santos naquela época. Tinha que ter personalidade.

8) Quando iniciou o Brasileirão de 2002, o Santos tinha o elenco jovem e com jogadores desconhecidos. Você era um dos mais experientes. Antes do início da competição, acreditava em busca de título e qual foi o segredo daquele time?

O objetivo da diretoria era não ser rebaixado, mas o Leão acreditou na qualidade do time. E, com o passar dos jogos, a confiança foi aumentando com os bons resultados. Deu tudo certo, foi um campeonato maravilhoso. Os segredos foram a humildade e a união do elenco e o comando forte do Leão.

9) Esta base foi mantida em 2003 e foi vice-campeã da Libertadores. O que recorda daquela campanha e na sua opinião porque o título não veio?

Em 2003 nosso elenco estava ainda mais encorpado e experiente. Chegamos à final invictos, mas a derrota no primeiro jogo, em Buenos Aires, foi determinante. Mas vale lembrar que aquele time do Boca Juniors-ARG era espetacular.

10)Em 2004 veio o Bi-Brasileiro na última rodada. O que mais recorda daquela conquista e quais as diferenças daquele time para o de 2002, na sua visão?

De 2004 foi aquela coisa do “contra tudo e contra todos”. Sequestro da mãe do Robinho, perda de mando de vários jogos e o Atlético Paranaense na liderança na maior parte do campeonato. Mas o grupo segurou as pontas e superou tudo isso. O elenco era mais cascudo. Se fosse um grupo quase que só de garotos, como em 2002, acho que não teríamos sido campeões.

11) Em 2005 se transferiu para o Benfica onde atuou até 2009. O que achou de jogar em Portugal e inicialmente viu diferença no futebol praticado no Brasil e lá?

Quando fui para o Benfica já não era nenhum garoto. Foi a grande oportunidade de jogar no exterior e fazer o chamado “pé de meia”. Gostei muito de jogar em Portugal e me adaptei fácil.

12) Como você descreve a torcida do Benfica (maior de Portugal) e a sua relação com ela hoje?

A torcida do Benfica é maravilhosa e me “abraçou” desde o primeiro dia. Até hoje recebo mensagens de amigos de Lisboa e tenho contato com jogadores e dirigentes daquela época.

13) Em 2009 voltou ao Santos e no ano seguinte fez parte do grande time que encantou o Brasil e revelou Neymar e Ganso. Por quê aquele time era tão brilhante? Foi o melhor time em que você atuou?

Em 2010 o Neymar e o Ganso estavam “voando”. E contaram com o “auxílio luxuoso” do Robinho e do Wesley. Tive a felicidade de estar nesses três grandes momentos, de 2002, de 2004 e o de 2010/2011. É difícil dizer qual era o melhor.

14)Em 2011 foi campeão da Libertadores pelo Santos. Foi o título mais expressivo que você ganhou? E a final do Mundial contra o Barcelona, o que você recorda?

A Libertadores foi histórica e, de certa forma, compensou a frustração de 2003. Mas eu ainda considero o Brasileirão de 2002 como o mais marcante, pelo fato de ter encerrado aquela “fila” de 18 anos. Muito do que aconteceu nos anos seguintes foi um pouco consequência daquela conquista nacional.

15) Pela Seleção Brasileira foi campeão da Copa das Confederações de 2005. Como avalia sua passagem pela Amarelinha e acredita que poderia ter tido mais oportunidade?

Naquela época enfrentei a concorrência de laterais esquerdos de muita qualidade. Mas me considero realizado. Participar da conquista da Copa das Confederações de 2005 foi um momento de muita alegria.

16) Em 2014 encerrou sua carreira, muito por conta das lesões. Se sente realizado com sua carreira?

Com certeza. Joguei no clube pelo qual me apaixonei e entrei para história. E ainda ajudei minha família a ter uma vida melhor. Me sinto realizado e feliz.

17) Por fim, o que planeja para a sua vida agora que se aposentou dos gramados? 

Estou me preparando para assumir uma função na gestão esportiva. É nisso que pretendo trabalhar em breve.

Confira a ficha técnica
Nome: Leonardo Lourenço Bastos
Naturalidade: Campos/RJ
Nascimento: 06/07/75
Clubes:1996 - Americano (RJ)
1997/2000 - União São João (SP)
2000/2005 - Santos (SP)
2005/2008 - Benfica (Portugal)
2009/2014 - Santos (SP)
Seleção Brasileira

Títulos:
2002 - Campeão Brasileiro - Santos (SP)
2003 - Vice-campeão da Copa Libertadores - Santos (SP)
2004 - Campeão Brasileiro - Santos (SP)
2005 - Campeão da Copa das Confederações - Seleção Brasileira
2007- Campeão do Torneio de Dubai - Benfica (Portugal)
2007 - Campeão do Torneio de Guadiana - Benfica (Portugal)
2008 - Campeão do Torneio Cidade de Guimarães - Benfica (Portugal)
2010 - Campeão Paulista - Santos (SP)
2010 - Campeão da Copa do Brasil - Santos (SP)
2011 - Campeão Paulista - Santos (SP)
2011 - Campeão da Copa Libertadores - Santos (SP)
2012 - Campeão Paulista - Santos (SP)
2012 - Campeão da Recopa Sul-Americana

Arquivo! Atacante Alberto fala sobre sua carreira e título brasileiro pelo Santos

Bastidores: Jornalismo é uma profissão dura, mas que tem seus privilégios. Como por exemplo, ficar próximo de uma pessoa famosa, mesmo de um nicho restrito. É muito legal quando aquele jogador que víamos apenas atuar de repente esta próximo de ti e relembrando sua carreira.

Agendei a conversa, por Skype, com o ex-atacante Alberto em uma terça-feira a noite. 

Trabalhei de dia e a noite o esperaria. Foram em torno de 4 horas de conversa. Alberto passou a impressão de uma pessoa boa e tinha como característica ser 'engraçado involuntariamente'. Aquela pessoa que conta algo cômico, você ri e ela fica séria. Dá a impressão que apesar de ser engraçado, ele não quis fazer uma piada com o fato relatado.


Durante a conversa eu ainda percebi uma grande gafe que cometi. Como de costume a noite em casa sempre fico de pijama. E não é que no meio da entrevista, com a câmera ligada eu percebi que estava de pijama?  Não sabia se seguia assim mesmo ou dava o famoso 'migué' e me trocava. Mas já havia passado algumas boas horas e não aconteceu nada e segui... 

Eis que na hora que me despedi e agradeci pela atenção....Alberto se despediu e brincou comigo: ' Boa noite e imagino que queria dormir..afinal está de pijama ( e sorriu)'. Eu não soube aonde enfiar a cara...rsss...mas vida que seguiu.

Por fim, Alberto tem escolas de futebol para garotos, sendo duas franqueadas pelo Santos Futebol Clube.


Confira:

Nesta sexta-feira, o FutNet segue seu especial com ex-atletas que fizeram histórias no futebol.


O 'bola da vez' é o ex-atacante Alberto, que atuou em vários clubes, mas sua passagem memorável foi pelo Santos, onde foi campeão brasileiro de 2002 e fez o gol mais bonito daquele torneio, em um duelo diante do Corinthians, na primeira fase.

Ele ainda contou as dificuldades que passou durante a carreira, falou sobre os times do Santos de 2002 e o de 2010.No momento, ele tem uma escolinha de futebol chamada Meninos da Vila, que é franqueada com o Alvinegro Praiano e fica em São José do Rio Preto. O ex-atleta ainda faz curso para ser técnico de futebol e se mostra preocupado com as categorias de base no Brasil.

1)Comece falando um pouco sobre sua vida e como iniciou a carreira no futebol
Sou natural de Campo Grande/MS e te diria que comecei a carreira por acaso. Jogava bola na escola e no meu bairro. Um dia, quando tinha em torno de 10 anos, uns amigos me avisaram de um teste que ia ter em um clube da minha cidade. Me recordo que fui de bicicleta até o local. Não sabia nem que posição iria jogar. Depois acabei me destacando na ponta-esquerda e de todos os meus amigos, fui o único que passei! Nos campeonatos eu me destacava e quando tinha de 11 para 12 anos eu fui para o Comercial/MS. O nosso time era forte. Lembro de ter disputado uma Copa Rio e na nossa chave tinha o Grêmio, Vasco e o Rio Bonito/RJ. Perdemos todos os jogos de 1 a 0. Ali valeu a experiência por disputar um torneio fora do estado. Mas creio que minha carreira deslanchou mesmo quando eu fui convidado pelo clube dos oficiais da PM da minha cidade a jogar um Campeonato Brasileiro de base em São Carlos/SP. Ali me destaquei e fui convidado a treinar um período na Seleção Brasileira de base, em São Carlos, mesmo. Eu me recordo que aquela convocação foi tão festejada que até meu pai, que sempre foi muito sério, sorriu. Até então não me recordava do meu pai feliz daquele jeito. Depois dos treinamentos, não tive dinheiro para voltar para casa e fiquei um tempo em São Carlos/SP (onde houve as atividades) na casa de um amigo meu. Após a convocação me dediquei bastante e fui para um clube em Penápolis que jogava a Série B-2 do Paulista, depois passei por Ituano, voltei para Penápolis, ai com 16 anos fiquei um período treinando no Olympique de Nymes-FRA . Depois de um ano retornei para Penápolis e fui novamente ao Ituano. Lá, aos 18 anos, eu tive minha primeira chance na equipe profissional.

2)Recorda do seu primeiro gol como profissional?
Foi pelo Ituano, logo no meu primeiro ano, em uma partida contra o Corinthians. Lembro que no final do jogo eu ganhei um motorádio por ter sido o destaque do duelo. No entanto, perdemos de virada aquela partida. Me recordo de uma falta na entrada da grande área onde o Marcelinho Carioca cobrou e o Maisena fez uma grande defesa. O juiz mandou voltar, sei lá por qual motivo e o Marcelinho cobrou novamente e fez o tento da vitória. Falta dali para o Marcelinho era como pênalti!

3)Depois do Ituano foi jogar aonde?
Acabou o Campeonato Paulista, meu empresário levou eu e o zagueiro Batata (com passagem pelo Corinthians) para um período de testes no Monterrey, no México, mas fomos parar no La Piedad, onde íamos ganhar cinco mil dólares. O contrato era de um ano, mas ficamos quatro meses sem receber e voltamos para o Brasil. Consegui uma oportunidade novamente no Ituano, onde jogamos a Série C do Brasileiro, mas fomos desclassificados logo no início. Na sequência desci para a base do Ituano, onde disputamos a A2 dos Juniores e fomos campeões! Foi o primeiro título da base conseguido pelo Ituano!

Em 1996 fui para o Paulista de Jundiaí e lá joguei a Taça São Paulo de Juniores onde chegamos até a semifinal, perdendo para o Cruzeiro. O Paulista naquela época era muito forte, mais que o Ituano, . Logo em seguida me transferi para o Internacional/RS, onde fiquei um ano e meio e fui campeão gaúcho. Estava no elenco principal e participei de alguns jogos. Acabou meu contrato lá e não quiseram renovar. Lá chegaram a me atrasar salário também. 

Com isso voltei para o México.

4)Como foi sua segunda passagem pelo país norte-americano?
Lá eu atuei no Atlante durante uma temporada. Naquela época, um irmão meu (4 anos mais velho que Alberto) era zagueiro do Necaxa. Lembro de um jogo que eu o enfrentei e ao término do primeiro tempo o treinador lhe tirou de campo, dizendo que ele estava 'aliviando' para mim.

Depois de uma temporada, fiquei sem contrato e consegui uma vaga no Necaxa B, por causa do meu irmão. Joguei a Segunda Divisão e fui o artilheiro do time. Mas a equipe não fez uma boa campanha. Depois voltei ao Brasil. Fui para Porto Alegre tentar receber o que o Inter me devia, mas acabamos só fazendo um acordo. Depois retornei a Campo Grande/MS, onde fiquei 4 meses desempregado, até que me apareceu uma oportunidade no Paulista de Jundiaí, que na época era o Etti.

5)Lembro dessa época do Etti, onde era forte e busca um espaço no futebol paulista...
Sim, era forte, pagava em dia, cumpria com os compromissos e naquela ocasião, em 1999, o time fez uma boa temporada. No começo tive um pouco de azar, é verdade. Lembro que sai do Mato Grosso do Sul de carro até Jundiaí e quando cheguei na concentração do Etti, não conhecia o pessoal e fiquei com medo que roubassem as minhas coisas. Então deixei tudo no meu carro. No dia seguinte roubaram meu carro com tudo dentro! Inclusive coisas do México, que tinha lá! Naquela hora pensei: que fase a minha!

Depois me concentrei nos treinamentos. Na época, o Etti estava na Série A-2 do Paulista e eu ganhei espaço no time em um jogo contra o Grêmio Sãocarlense, onde saímos perdendo de 2 a 0 e eu entrei no segundo tempo e fiz três dos quatro gols da nossa virada! Naquele time jogava o Neto, hoje comentarista de futebol. Tenho até hoje um recorte de jornal de nós dois abraçados comemorando um dos gols. Quase subimos para a divisão de elite, fomos eliminados pelo forte time do São Caetano, que depois foi base que encantou o Brasil nos anos 2000.

No segundo semestre, muitos jogadores saíram e disputamos com um elenco mais jovem a Copa Paulista, onde fomos campeões e eu artilheiro do time! Acabou o ano e fiquei sem emprego novamente.

6) Pelo que conta, isso foi um problema na sua vida, o fato de não renovarem contratos.Por quê?
Não sei te responder, só sei que passei várias vezes por isso. No início de 2000 tinha uns amigos que estavam treinando no Rio Branco/SP e fui visita-los. Lá o técnico Edu Marangon me chamou para fazer parte do plantel e eu aceitei. 

Fiz um bom estadual e teve um duelo contra o Palmeiras que vencemos por 5 a 2, onde me destaquei, inclusive dando caneta no Argel. O Felipão disse que me conhecia dos tempos de Internacional, quando ele treinava o Grêmio. Meses depois eu estava no Palmeiras. Fui apresentado junto com o meia Lopes (que depois passou por Flamengo, Fluminense, Santos e futebol japonês). No entanto, era época do bom e barato no Verdão, que sem patrocínio, perdeu muitos jogadores. Fomos com um elenco desconhecido jogar a Copa dos Campeões (extinto torneio que ocorreu entre 2000/02 que reunia os campeões estaduais e regionais e o campeão se classificava para a Libertadores) e ganhamos. Vencemos o Sport na final e eu fiz o gol do título, de perna direita, sendo que sou canhoto. Na sequência, o Felipão foi para o Cruzeiro e o Murtosa dirigiu o time nos cinco primeiros jogos na Copa João Havelange e saiu. Veio o Marco Aurélio e ele me encostou no elenco.

Depois fui emprestado para o Náutico e em 2001 participamos da reestruturação do clube e fomos campeões pernambucanos, quebrando a hegemonia do Sport, que vinha de cinco campeonatos pernambucanos consecutivos. Lá só o Timbu é hexacampeão e impedimos o hexa deles. Foi bem legal! No início o treinador era o Julio Espinosa e depois veio o Muricy Ramalho. Muricy é um treinador que eu gostei muito de trabalhar!

7)O que veio depois do Náutico?
Fiquei sem clube novamente e me aliei com uns empresários picaretas, que disseram que iam me levar para a Itália e nada. Naquela época eu ainda não era conhecido, não tinha feito meu 'pé de meia' e precisava sempre me agarrar a uma oportunidade de trabalho. Para a minha sorte me ligaram do Botafogo/SP para disputar o Brasileirão. O clube recém havia sido vice-campeão paulista. No entanto, muitos jogadores foram negociados, houve troca na presidência, atraso de salários e nada deu certo. Acabamos rebaixados para a Série B.

Em 2002 fui para o Rio Branco. No início relutei, mas me disseram o seguinte: dê um passo atrás para poder dar dois para frente. Ai eu aceitei. Disse para a diretoria que tinha que fazer uma cirurgia de miopia e mesmo assim eles deixaram eu assinar contrato. Fui a Campo Grande/MS fazer a cirurgia, depois recebi apoio do clube, me recuperei bem e fiz um bom Paulista. Me apareceu uma proposta da Coreia do Sul, mas vi que era furada e não aceitei. Quando estava negociando com o Guarani, chegou uma oferta do Santos e me mandei.

8)Como foi o início no Santos? E a preparação para o Brasileirão?
O início foi bem difícil. Cheguei lá me deixaram em um hotel três estrelas, quando na verdade os jogadores ficam em um de cinco. Achei estranho e quando fui ver ia receber um salário inferior do que tinha no Rio Branco! Pedi um apartamento para morar e não me deram. Tive que alugar um. Estávamos sem treinador e eu vi pela televisão que tinham contratado o Émerson Leão. Eu nunca havia trabalhado com ele e nem o conhecia. Logo nos primeiros treinos, por conta de excesso de jogos no Paulista e pouco tempo de descanso, senti a coxa e fiquei no departamento médico do Santos. Ali começou a pressão sobre a minha pessoa. Pois eu era um desconhecido que estava lesionado. No 10º dia o Leão foi até o DM e me questionou: Como está a recuperação? O que vamos fazer com você? E eu disse que no dia seguinte estaria apto a treinar. Foi o que ocorreu.

O Santos estava em crise e enxugando uma folha salarial que era em torno de R$ 4 milhões. Havia dispensado atletas renomados como Rincón, Narciso e estava apostando nas categorias de base. Diego era o mais conhecido até então . Era a estrela e com passagens na Seleção Brasileira de base. Robinho era habilidoso, magrelo e tinha fama de pipocar para zagueiro. No gol Júlio Sérgio ia ser o titular, pois Fábio Costa estava lesionado. Lembro do André Luis, zagueiro, que era perseguido pela torcida e tinha que andar com seguranças na rua. 
Os dirigentes do clube falaram que a meta era apenas escapar do rebaixamento. Na nossa preparação fizemos um amistoso contra o Corinthians e surpreendentemente vencemos por 3 a 1 , com Vampeta irritado dando tapas no Robinho. Depois fomos ao EUA onde enfrentamos o Glasgow Rangers, que tinha sido campeão escocês e apesar de apanhar muito em campo vencemos por 1 a 0. Aquilo foi muito positivo para nós.

No Brasileirão , mesmo não fazendo uma campanha regular, 'enchíamos os olhos de quem nos assistia'. Aos poucos foi surgindo o apelido, os Meninos da Vila. Na última rodada, enfrentamos o São Caetano. Eu por estar mal, fiquei no banco de reservas e o Douglas foi o titular. No entanto, ele estava mal na partida e eu entrei no segundo tempo, dei um passe para o William que sofreu pênalti. Eui fui para a cobrança e fiz o segundo gol do nosso time. Perdemos por 3 a 2 e saímos cabisbaixos. No vestiário nos disseram que o Gama, já rebaixado, havia goleado o Coritiba por 4 a 0 e que estávamos nas quartas de final. 

No mata-mata enfrentamos o líder São Paulo, de Rogério Ceni, Kaká e Luís Fabiano e vencemos os dois jogos. Depois passamos por Grêmio e vencemos o Corinthians na final. No segundo jogo eu não atuei por estar suspensão. Foi a terceira decisão da minha carreira que não joguei por estar suspenso (obs: as outras duas foram pelo Inter em 1997 e Etti em 1999).

9)Foi seu melhor momento na carreira?
Eu diria que sim. Até hoje só os torcedores do Santos me procuraram e conversam comigo sobre o que fiz no clube. Joguei no Palmeiras, Corinthians e Inter e os torcedores desses times nem falam comigo.

10)Nesse Brasileirão ainda teve um gol de bicicleta pelo Corinthians que foi eleito o melhor do Brasileirão. Fale mais sobre esse gol!
Esse gol tem uma historia curiosa. Nos iríamos para São Paulo enfrentar o Corinthians. Na véspera eu peguei uma gripe depois de um rachão e me atrasei para o ônibus que nos levaria para a capital do estado. Me ligaram faltando cinco minutos e o ônibus partiu sem mim. Tive que ir de carro até o hotel onde ficaríamos concentrados. Lembro que a Imigrante estava fechada e tive que dar a volta e sair pela Anchieta. Cheguei às 20h no hotel. Na porta, estava o Leão me esperando e ele só mandou eu ir jantar. Pensei: ferrou!

O treinador não deu pistas alguma se eu ia jogar o clássico. Só soube no vestiário quando vi a minha camisa junto com a minha chuteira. Eu acabei fazendo o quarto gol do time, de bicicleta. Vencemos por 4 a 2. Foi uma noite maravilhosa! A partir dali creio foi onde começaram a acreditar mais no Santos.

11)Daquela geração campeã de 2002, muito se esperavam das jovens promessas que surgiram e não vingaram tudo que se imaginava. Esperava-se por exemplo, Diego e Robinho, na Seleção Brasileira e não estão. Outro que eu acreditava era no Alex, zagueiro, embora tenha uma carreira de sucesso na Europa, não virou titular da Seleção Brasileira. O que você acha que houve com essa geração?
Bom, discordo de você em partes. Muitos deles foram para a Seleção Brasileira e tiveram bons momentos. O Robinho atuou no Real Madrid e agora está no Milan. O Diego foi bem na Alemanha, depois foi para Juventus e voltou à Alemanha. O Alex teve passagens boas por PSV-HOL e Chelsea-ING, o André Luís teve a oportunidade de atuar no O.Marselha, o maior clube da França.Poucos atletas tem essas oportunidades. O Elano chegou a jogar Copa do Mundo. O Júlio Sérgio foi para a Roma, o Renato fez história no Sevilla. Já o Paulo Almeida, este realmente sumiu.

É verdade que muita gente depositava esperança que estes fossem a base do Brasil, no entanto, o tempo diz qual é o limite de cada um e ainda há a concorrência com outros atletas que surgem. 

Então eu diria a você, que eles vingaram sim, pela carreira que fazem, pelo dinheiro que ganharam. Talvez esperasse mais, mas creio que foram longe sim.

12)Em 2010 surgiu outros Meninos da Vila, que foi a geração de Neymar e Ganso e encantou o Brasil aplicando goleadas atrás de goleadas. O que achava daquele time e até onde acha que os jogadores possam chegar?
Aquele time tinha o Robinho que era experiente e um jogador acima da média que é o Neymar. Quando se tem dois jogadores como os citados, mais um time entrosado, tudo dá certo. Aquele jogador mediano passa a jogar bem. Foi isso que aconteceu.

Alguns atletas que surgiram naquele time como o P.H.Ganso, o atacante André e o volante Wesley, eles estão ai agora tendo que provar que são acima da média. Em um time arrumado é mais fácil dar certo. Em equipe desarrumada, em crise ou quando não é entrosado com os companheiros, se nota quem é bom e quem não é. O Neymar já provou que é muito bom jogador. Os outros precisam mostrar seus valores.

13) O que achou do Santos fazer o amistoso contra o Barcelona, onde foi goleado por 8 a 0?
Aquele jogo mostrou mais uma vez a realidade do futebol praticado por clubes brasileiros. Um futebol lento e com pouca obediência tática.

Quando vem um agente do exterior interessado em jogador brasileiro ele já sabe dessas falhas. Mesmo que você o diga que o tal atleta é craque, a pessoa interessada responde: ' mas está jogando no futebol brasileiro. Quero ver na Europa'.

Tem muito o que melhorar no nosso trabalho de base.

14)Bom voltando a sua carreira, em 2002 após o título você se transferiu para a Rússia. Por quê não ficou no Santos?
Na verdade não renovaram meu contrato e me apareceu uma proposta do Dinamo Moscou e me fui. Joguei o primeiro ano e em 2004 peguei uma pneumonia bacteriana que era muito grave e fiquei três meses em tratamento. Quando voltei à Rússia em meados de 2004, o treinador disse que eu ia ser aproveitado, mas não fui. Briguei com ele e fui emprestado para o Corinthians. Cheguei em agosto daquele ano e uma das poucas oportunidades que o Tite me deu, eu torci o joelho sozinho num jogo contra o Vasco. Em 2005, tudo mudou no Corinthians. Chegou a MSI. Quando estava perto de voltar o técnico Daniel Passarella conversou comigo e afirmou que me daria chances. Mas logo em seguida o argentino caiu e veio o Márcio Bittencourt e não me utilizou. Com empréstimo encerrado voltei à Rússia. Lá o Dinamo Moscou me emprestou para o Rostov Nadanu, contra a minha vontade. Pois na equipe moscovita, me disseram que eu ia ser aproveitado e nem fui inscrito para as competições que o clube ia disputar. Achei uma sacanagem. No Rostov foi uma porcaria, me machuquei e não cuidaram da minha lesão. Terminou meu contrato com o Dinamo, voltei ao Brasil. Sai do Dinamo com eles me devendo salário.

15) Depois atuou por Atlético/MG e Coritiba. Como foi esse período?
No Brasil, os dirigentes sacaneiam muito os jogadores. No Atlético/MG joguei o estadual e perdemos a decisão para o Cruzeiro. Assim como em muitos lugares do Brasil, perder uma decisão em clássico, é um desastre e nenhum jogador presta. Lembro depois que estávamos em um ônibus me comunicaram que eu iria ser emprestado ao Coritiba. Fizeram toda a transação sem me consultar. Não gostei daquilo. Desci do ônibus e cheguei no Coritiba, onde fui bem recebido dizendo que precisavam de um matador. Lembro que estreei no dia do meu aniversário e fiz dois gols. Melhor estreia impossível. No entanto, em um jogo contra o Paulista, em Jundiaí, pela Série B do Brasileiro, eu fui expulso e me mandaram embora. O presidente do Coxa, na época,Giovani Gionédis, apontou o dedo na minha cara e disse que eu não ia receber nada. Inventaram um monte de coisa para me incriminar e só consegui receber o que tinha direito, na justiça, seis anos depois.

16) Como foi atuar no Japão e depois o final da carreira?
Foi bom viver lá, mas atuei em um time pequeno, o Kofu e fiz contrato de 1 ano para ver se aparecia algo melhor. Não obtive retorno, ai vim para o Brasil. Na época o ex-jogador Jamelli, era dirigente do Grêmio Barueri e me procurou. Lá fui campeão paulista do Interior, depois joguei a Série B do Brasileiro. Em 2009 apareceu uma proposta do Ceará e joguei o estadual, mas fomos vice naquela temporada e como já falei, quando se perde torneio para o maior rival, ninguém serve. Não durei muito. Já estava com 34 anos e resolvi encerrar a carreira. Primeiro fui para Campo Grande/MS, depois fui viver em Jundiaí/SP, terra da minha esposa. Alguns meses depois o Grêmio Catanduvense me procurou para disputar o estadual. No começo relutei, mas vieram jogadores como o experiente volante Amaral e o Dedimar conversar comigo e aceitei. As condições lá eram precárias, não recebi nada do que me prometeram, ainda me machuquei em um jogo contra o São Bento e não pagaram meu tratamento. Ali foi onde encerrei de vez a carreira.

17)O que faz atualmente?
Vivo em Jundiaí/SP e tenho duas escolas de futebol franqueadas com o Santos. Uma em São José do Rio Preto/SP e outra no Mato Grosso do Sul. Esta última estou me desfazendo, pois tive problemas lá. Também tenho a empresa Alberto Sport Clube, onde cuido de jovens atletas e levo para fazer testes em times de futebol. Quando ocorre a transação fico com um percentual pelo atleta.

No Sindicado dos Técnicos do Estado de São Paulo já fiz 40 horas de curso e vou fazer mais 40 horas no final deste ano. Pretendo ser treinador . Também penso em fazer um curso de gestão no futebol.

Quero muito melhorar as categorias de base no Brasil. Melhorar os treinamentos, a estrutura para receber os atletas. Muita coisa precisa ser feita. Tem jogador que sai ganhando um alto salário nas categorias de base, já tem empresário , mídia em cima e depois não vinga no esporte. Precisa de mais 'pé no chão'.