quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Arquivo! Uma entrevista com ex-atacante Kuki!

Bastidores: Quem não se recorda lá no começo dos anos 2000 quando via um jogador chamado Kuki fazendo vários gols pelo Náutico?  Passava ano e entrava ano e o atacante seguia atuando pelo Timbu. Me perguntava como não aparecia nenhum time brasileiro (sul e sudeste) ou do exterior interessado nesse jogador?

Até que um dia eu descubro que Kuki já havia passado dos 30 anos. Chocado ao ver que era um veterano para o futebol, mas entendi o motivo de outras equipes não quererem sua contratação.

Nesse bate-papo, Sílvio Luiz Borba da Silva fala sobre seu início de carreira (aos 22 anos) e a perambulação por equipes pequenas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, antes de chegar ao Náutico, virar ídolo e se tornar o jogador que mais atuou pelo Capibaribe..

O cearense 'por acidente' e gaúcho de origem e vivência ainda falou que foi reprovado em testes da dupla Gre-Nal, pois o consideravam muito baixinho para ser futebolista.



Crédito da foto: Diário de Pernambuco

Confira:
Nesta sexta-feira, o FutNet segue seu especial com atletas que fizeram história no futebol. O 'bola da vez' é o ex-atacante Kuki, que começou sua trajetória no futebol gaúcho e fez carreira em Pernambuco, se tornando o atleta que mais vezes atuou na história do Náutico (389 jogos) e o terceiro maior artilheiro do clube com 184 gols.

Atualmente, Kuki trabalha na comissão-técnica do Timbu. O auxiliar-técnico aprovou a ida do clube para Arena Pernambuco e garante que o Alvirrubro vai sair da zona de rebaixamento.

Confira
1) Gostaria que você começasse falando um pouco sobre sua vida, como iniciou a carreira de futebol, por quais clubes passou nas categorias de base e a origem do apelido Kuki.

Eu nasci em Cratéus/CE, mas em torno de sete meses de vida me mudei para o Rio Grande do Sul, estado de origem da minha família. Meu pai era militar e meus pais moraram um período no Ceará, por isso que nasci lá.

Jogo bola desde os 7 anos de idade e sempre atuei como atacante. Nunca fiz categoria de base, sempre joguei futebol amador. Meus primeiros trabalhos foram em fábricas, até que aos 22 anos, em 1993 eu fui tentar a sorte no Encantado/RS, clube da cidade homônima e vizinha de Roca Sales, onde me criei e morava.

Meu apelido Kuki eu tenho desde criança e sempre me chamaram assim.

2) Você ainda atuou pro vários clubes gaúchos no início de sua carreira. Quais times ou campanhas mais te marcaram? Chegou a atuar na Primeira Divisão do Gauchão?
Na Primeira Divisão eu atuei pelo Ypiranga, de Erechim, em 1996 e pela Lajeadense em 1999. Também pela Lajeadense eu fui campeão da Copa Abílio Reis em 1998. Uma passagem marcante foi pelo Palmeirense (clube de Palmeiras das Missões) onde fui artilheiro da Segunda Divisão do Campeonato Gaúcho e conseguimos o acesso! No Rio Grande do Sul atuei ainda por Veranópolis e Grêmio Santanense.

3) Chegou a fazer teste no Grêmio ou Inter?
Fiz sim, mas fui reprovado. Disseram que eu era muito baixinho.

4) No início dos anos 2000 você atuou por Santa Catarina. Como foi aquele período?
Joguei pela Inter de Lages em 2000 onde fui campeão da Série B e artilheiro do torneio com 32 gols. Ainda tive uma passagem pelo Brusque antes de ir para o Náutico.

5) Como você foi parar no Náutico?
Fui através do treinador Júlio Espinosa que foi contratado para dirigir o Náutico em 2001 e havia me visto atuar em Santa Catarina. Foi indicação dele.

6) Naquela época o Timbu vivia um mal momento, chegando a disputar a Série C do Brasileiro em 1999, sem títulos e via o Sport,até então dominar Pernambuco. Queria que descrevesse o que encontrou naquela época e como encarou o desafio de atuar no Alvirrubro?
O momento do Náutico era péssimo. A estrutura era básica, o clube tinha apenas três atletas no elenco e vi uma torcida muito triste com a situação. Cheguei vindo de outro estado e não tinha dimensão do que ia encontrar. No entanto, não tinha tempo para lamentar, apenas para trabalhar para reverter essa situação e foi o que aconteceu.

Obs: O Náutico foi campeão pernambucano em 2001, 2002 e 2004. Kuki foi artilheiro do estadual em 2001, 03 e 05.

7) Você ainda teve uma breve passagem pela Coreia do Sul. Como foi viver e atuar em outro país?
Fiquei cinco meses jogando pelo Chonbuk. Foi muito legal morar em outro país, conhecer outra cultura. O povo sul-coreano é muito educado e me trataram bem lá. O futebol é jogado igual no mundo inteiro, não tem tanta diferença. O legal lá foi que eu atuei no começo de 2002 e peguei o clima da Copa do Mundo que estava chegando, deu para ver a empolgação deles na expectativa do torneio começar. No entanto, depois de cinco meses resolvi voltar para o Náutico.

8)Voltando ao Náutico você participou de dois momentos históricos no clube. A tão falada Batalha dos Aflitos em 2005 diante do Grêmio e no ano seguinte, quando levou o Alvirrubro de volta à elite nacional (o que não acontecia desde 1994). Queria que você descrevesse esses dois momentos.
Bom, com relação a Batalha dos Aflitos, nada de anormal, coisas do futebol. Em 2006 foi a nossa redenção. Uma resposta para quem não acreditava no nosso time.

9) Em 2007, atuou por empréstimo pelo Santa Cruz na Série B do Brasileiro. Por quê foi para o Tricolor e teve problemas com a torcida, uma vez que era um jogador identificado com o Náutico?

Atuei lá, porque o Náutico estava mal e acabaram me emprestando. Foi legal atuar no Santa Cruz e não tive problemas com a torcida. Eles me trataram bem.

10) Depois ainda voltou para o Náutico onde encerrou a carreira e hoje trabalha na comissão técnica do clube. Como foi para você encerrar a carreira, pois tem jogadores que não conseguem e como surgiu o convite de trabalhar no Náutico?
Para mim foi tranquilo encerrar a carreira. Sabia que já estava na hora. Cheguei no Náutico em 2001, me identifiquei muito com o clube e desde então pensava em seguir trabalhando aqui depois que eu parasse de atuar. Estou gostando muito de ser auxiliar.

11) Pensa em trabalhar como técnico no futuro?
Nem pensar! Gosto de ser auxiliar!

12) Como é o seu relacionamento com os treinadores no período em que você está na comissão técnica? Eles conversam contigo, te pedem conselho,te escutam?
Eu ainda estou começando na profissão. Portanto eu mais escuto do que falo. Os treinadores tem mais experiência que eu, e eu tenho muito a aprender.

13)Falando agora do atual momento do Náutico. O clube é o lanterna com 4 pontos ganhos. Como você vê a situação do rebaixamento? Vai dar para o Náutico escapar da Série B de 2014?
O Náutico vai sair da zona de rebaixamento.

Obs:O Náutico acabou na lanterna do Brasileirão de 2013 e foi rebaixado.

14) O que achou do Náutico mandar seus jogos na Arena Pernambuco e não mais nos Aflitos?
Boa. A Arena Pernambuco é um estádio muito bom. De outro mundo.

15) Não acha muito diferente do que era o Aflitos, tanto as dimensõe do campo, quanto a torcida em cima?
O campo da Arena Pernambuco é muito bom e a torcida do Náutico segue ficando perto do gramado para apoiar o time. A torcida de Pernambuco é muito fanática e vai apoiar o Náutico neste Brasileirão.

16) Por fim, como avalia sua carreira de jogador? Se sente realizado ou acha que faltou algo? Quais os planos que faz para o futuro?
Minha carreira de jogador foi ótima! Conquistei tudo que planejei e me sinto realizado. Com relação ao futuro, pretendo seguir no Náutico. Amo esse clube. Tenho muita gratidão pelo Náutico e digo que lá é a minha segunda casa.

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