Nesta conversa com Cidimar em 2013, para o FutNet, o que mais me chamou a atenção foi o fato dele querer desmentir a história que o Inter o contratou do Matsubara-PR e como 'brinde' veio também o Nilmar. O atleta natural de São Paulo afirma que isso não é verdade, pois este se transferiu para o clube gaúcho em 2001 e Nilmar estava lá desde 2000.
Até hoje há pessoas que creem nessa história. Boatos e suas dificuldades de desmenti-los.
Por fim, Cidimar passou por vários clubes pequenos da Alemanha e desde 2014 está no Biel-Bienne, da Segunda Divisão da Suíça.
Confira:
Nesta sexta-feira, o FutNet traz uma reportagem com o atacante Cidimar, revelado pelo Internacional e que atualmente defende o VSF Aalen, equipe recém-promovida à 2.Bundesliga.
Natural de São Paulo/SP, o atleta iniciou sua carreira aos 9 anos no futsal. Cinco anos depois foi tentar a vida no futebol de campo e após realizar vários testes em equipes, conheceu alguns empresários e acabou indo parar no Matsubara, uma equipe do norte do Paraná e que atualmente está licenciada do esporte.
Após seis meses foi para o Internacional/RS, onde viveu momentos conturbados e foi 'vítima' de um factoide que,segundo próprio, precisa desmentir até hoje. A de que foi contratado pelo Colorado e como bonificação, o clube paranaense cedeu o também atacante Nilmar.
"Alguém, provavelmente da imprensa, inventou essa história de que eu fui para o Internacional e como contrapeso veio o Nilmar junto. Até hoje vem gente me perguntar dessa história. Não é verdade. O Nilmar saiu do Matsubara para o Inter em 2000 e eu fui só ano seguinte. Não viemos juntos para cá", explica o jogador de 29 anos.
O início de sua vinda ao clube de Porto Alegre não foi fácil. Ao passar no teste, o paulistano foi aprovado mas acabou não sendo inscrito no time juvenil que foi disputar um torneio em Macaé/RJ. Isso fez com que o acordo entre a equipe gaúcha e a paranaense não fechasse e o atleta acabou indo parar no Fluminense. A contragosto, como o mesmo salientou.
Chegando nas Laranjeiras, Cidimar integrou o elenco que foi disputar uma Copa do Brasil de juniores (uma categoria acima da sua), em Volta Redonda/RJ. Sua equipe encontrou o Internacional nas quartas de final e acabou perdendo por 5 a 3. No entanto, o atacante anotou um dos gols e foi um dos destaques do duelo. Após a peleja, a jovem promessa conversou com o treinador das categorias de base do Colorado, Mano Menezes e falou que queria voltar para o sul do Brasil.
" Após a derrota para o Internacional, o Mano Menezes perguntou se eu queria voltar para o Internacional e eu disse que sim. Ele acabou conversando com a direção do Inter e enquanto isso eu expliquei minha situação ao Fluminense e ao Matsubara. No final, após muitas reuniões eu acabei conseguindo retornar ao Inter", explicou o futebolista, que emendou dizendo o motivo que quis ir tanto para o Colorado.
"Quando fui em julho de 2001 para lá eu fui muito bem recebido. Me identifiquei com o lugar. Tinha uma boa estrutura e queria jogar lá."
Em janeiro de 2002 mesmo ainda sendo juvenil, acabou indo disputar a Copa SP de Juniores sob o comando de Mano Menezes. A campanha do time não foi boa, sendo eliminado na primeira fase, mas Cidimar se destacou, anotando dois gols.
Em 2003, fez sua primeira atuação no profissional e seu primeiro gol no time de cima foi contra o Flamengo, no Maracanã. No início de 2004 acabou emprestado ao Caxias, para ganha experiência e durante a disputa da Série B do Brasileiro voltou a trabalhar com Mano Menezes ajudando a equipe a se livrar do rebaixamento e quase conseguindo uma classificação às quartas de final.
O atleta ainda passou por Paysandu e Guarani, antes de terminar seu contrato com o tricampeão brasileiro. Ele ainda falou sobre sua vida em Campinas/SP e Belém/PA, onde teve grandes momentos, mas saiu por conta de salários atrasados.
"Em 2005 fui atuar no Guarani e tive a oportunidade de marcar um lindo gol no clássico campineiro. Acertei um chute de 'uns 32m' de distância do gol e a bola entrou. Me lembro do goleiro Lauro me chamando de 'largo', após o tento anotado. No entanto, durante o período na Série B, a diretoria do Bugre começou a atrasar os salários e eu fiquei 4 meses sem receber. Rescindi o contrato e voltei ao Inter. Mas sem espaço no time principal fiquei na equipe B jogando a Copa FGF. Em 2006 fui ao Paysandu que seria dirigido por Carlos César, que tinha sido técnico das categorias de base da Seleção Brasileira. Ele soube de mim através do Guto Ferreira, que trabalhava nas divisões de base do Internacional. No entanto, o Carlos César durou três jogos e acabou demitido. Depois trouxeram outro treinador que ficou mais uns quatro e saiu também. Depois veio outro que ficou até o final do estadual, onde fomos campeões paraenses. Os Bicolores passavam por um momento conturbado, onde o time tinha recém caído para a Série B do Brasileiro e houve troca na diretoria. Também teve problemas financeiros e meu salário também atrasou o que fez com que eu deixasse a equipe durante a disputa da Série B. Novamente fiquei no Inter, jogando pelo time B, até o fim de 2006 quando encerrou meu vínculo", explicou o atleta, que depois trocou o Brasil pela Alemanha.
Em 2007 Cidimar foi fazer um teste no Greuther Furth, uma equipe do sul da Alemanha. Um dirigente da equipe o havia visto atuar pela equipe B do Internacional e o convidou à ir ao clube europeu. Como o boleiro não estava no time principal, teve que passar por um período de avaliação. Acabou passando, mas o sul-americano afirmou que não foi fácil se adaptar no Velho Continente.
Em seu período no Greuther Further |
" Cheguei em janeiro de 2007, onde era a pausa do Campeonato Alemão. O meu clube estava na segunda divisão e o primeiro mês do ano é sempre parado por conta do inverno rigoroso. Enfrentar aquele frio não foi fácil. Além disso, eu não dominava o idioma e ainda estava longe da família e dos amigos.Dentro de campo eles exigem muito do condicionamento físico e da parte tática, o que não ocorre tanto no Brasil. Me fizeram um contrato de seis meses, podendo prorrogar por mais dois anos", disse o agora ex-colorado, que se deu bem em seu primeiro semestre em terras germânicas, chegando a ganhar destaque da revista Kicker.
" Aos poucos fui conseguindo meu espaço no Greuther Furth. Entrava no segundo tempo e fazia uns gols. Era tido como o 12º jogador da equipe. Naquela temporada não conseguimos o acesso. Subiam quatro agremiações e ficamos em quinto lugar. No entanto, a revista Kicker (especializada em futebol) me elegeu como o melhor coringa da 2.Bundesliga. Fiquei feliz com esse destaque," disse o atacante.
Após passar pela Baviera, Cidimar se transferiu para o FSV Frankfurt, onde jogou até 2012 e se transferiu para o Dynamo Dresden, ficando meia temporada, neste último. Até que no início de 2013 foi para o VRF Aalen, onde conquistou o acesso à Série B da Bundesliga e se diz muito feliz em sua atual equipe.
Exceção ao período que jogou a terceira divisão, em todos os outros clubes participou da segunda. Ao ser questionado sobre qual deles mais gostou de jogar, o atleta cita todos os pontos positivos em suas passagens.
"No Greuther Furth foi onde tudo começou. Eu me dei bem lá, a minha filha nasceu lá e até hoje a torcida me adora. Na temporada 2013/14, o Aalen enfrentou o Grether Furth e a torcida compareceu ao nosso estádio e lá começaram a gritar meu nome. Eu achei bem legal aquilo. Eles ficavam dizendo: 'Da Silva, Da Silva' (na Alemanha os jogadores são conhecidos pelos seus sobrenomes). No FSV Frankfurt eu vivi o meu melhor momento na carreira. No Dynamo Dresden encontrei uma torcida muito fanática, que lembrava a do Internacional, sempre empurrando o time durante as partidas. Mas lá tive poucas oportunidades e acabei indo para o Aelen, que é uma cidade pequena e bem legal de se viver. A população apoia bastante o nosso time", falou o sul-americano que revelou que em outubro irá tirar o passaporte alemão.
Sobre o futuro, o paulistano afirma que pretende voltar ainda a jogar no futebol brasileiro, no qual ele ainda acompanha bastante.
"Ainda tenho vontade de jogar em um clube brasileiro. No futebol do meu país. Em geral, aos domingos, eu vejo dois jogos do Brasil. Penso que mesmo voltando mais experiente posso atuar em um clube de Série A. Só ver que há muitos veteranos se destacando na elite do futebol brasileiro. Penso que posso fazer o mesmo", salientou Da Silva, que não descarta uma volta ao Internacional.
" Tenho boas lembranças do Inter. Foi o clube que me projetou ao futebol. Se estou na Alemanha hoje, devo ao Inter. Tenho vontade sim de voltar para lá um dia. Seria uma boa ideia," finalizou.
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