Em clima de inicio de temporada do futebol europeu trago uma entrevista com o atacante Guly do Prado com passagem marcante pelo futebol italiano e que na época (fevereiro de 2013) estava atuando no Southampton da Inglaterra.
O paulista de 34 anos falou sobre sua experiência na `Bota`e na Terra da Rainha. As diferenças entre as ligas,torcidas e filosofia de jogo.
Em 2015, o atleta natural de Campinas/SP defendeu o Chicago Fire-EUA e atualmente está no Ituano/SP.
Confira:
Nesta sexta-feira, o FutNet traz com exclusividade uma entrevista com o atacante Guly do Prado, que atualmente defende o Southampton, da Inglaterra.
O brasileiro de 31 anos saiu doBrasil com 21 anos e foi atuar no Catania-ITA. Ficou na Itália, até 2010, onde na sequência foi jogar no futebol inglês.
Ele comenta sobre início de carreira, futebol na Itália e na Inglaterra, além das lesões que sofreu na carreira. Nomomento , Guly está com uma lesão no joelho direito, ocorrida na última sexta-feira, o que lhe tirou dos gramados por um período de três semanas.
Confira
1-Até o final dos anos 90 e o começo dos anos 2000 era muito difícil ver um brasileiro atuando na Inglaterra. Um dos poucos exemplos era o Juninho Paulista no Middlesbrough. No começo deste século, a situação começou a mudar, principalmente entre os clubes maiores e mais ricos. Nos times menores como Southampton, por exemplo, é mais difícil de ver um brasileiro atuando. Como você vê omercado de brasileiros ai na Inglaterra?
O mercado do futebol inglês para os brasileiros cresceu muito aqui nos últimos anos. Com a Seleção Brasileira jogando em Copas do Mundo, ganhando destaque, eles começaram a olhar melhor para nossos atletas. Quando eles assistem um Neymar, por exemplo, jogando, eles ficam encantados. Isso faz com que haja mais espaço para os jogadores brasileiros virem para a Inglaterra.
2-Fale um pouco sobre como é a estrutura do Southampton e a torcida. A cidade apóia o clube, ou torcem para equipes mais famosas?
O Southampton tem uma boa estrutura para treinamentos. A torcida aqui é fanática pelo clube. Eles apoiam o time tanto dentro como fora de casa. O Southampton é um clube muito importante na Inglaterra, tem vários torcedores por aqui. Teve um período muito ruim, que levou o clube à falência e foi salvo por um banqueiro, Nicola Cortese, que hoje é presidente do clube. Com esta salvada financeira, o clube saiu da terceira para a primeira divisão com dois acessos consecutivos.
3-Você chegou ao clube quando este estava na Championship League (o equivalente a Série B) e subiu à Série A. Conte como foi sua chegada ao The Saints e todo esse período.
Na verdade eu cheguei no meio da temporada retrasada quando o time estava na terceira divisão e conseguimos o acesso à segunda. Depois na Championship fomos vice-campeões e hoje estamos na Premier League. Tenho orgulho de dizer que jogo no Southampton. Quando estava na Itália, me destacando no Cesena, recebi propostas de times de ponta como Lazio e Roma, mas preferi ir para a Inglaterra para ajudar o Southampton. Muitas pessoas acharam errado essa minha ideia. Eu sabia que não era. Não me arrependo e quem falava que era errado, sabe hoje que fiz uma grande escolha.
4- Jogar na Premier League é um sonho de vários atletas e poucos conseguem, principalmente brasileiros.
Sim, me imaginava antes só atuando na Itália. Achava a Premier League um sonho mais distante. Mas hoje fazer parte deste campeonato, onde poucos brasileiros tem esse privilégio, é uma honra.
5- De todos os adversários que você enfrentou na Inglaterra, quais você acha que tem as torcidas mais fanáticas e que mais empurram suas equipes?
Em geral, os torcedores aqui não são fanáticos como no Brasil e na Itália, por exemplo. São mais comedidos, comportados. Mas dos que eu enfrentei, as torcidas que mais me chamaram a atenção foi a do Everton e do Manchester City.
6- Na Inglaterra qual defensor que você teve mais dificuldades em enfrentar? Qual que era mais difícil de sair da marcação?
Kompany, do Manchester City. O belga é acima da média. Fora de série.
7-Bom, fale um pouco mais sobre suas características em campo. Quem tipo de atacante você é? É mais centroavante ou joga fora da área?
Para falar a verdade, a minha origem mesmo é meio-campista. Mas na Europa nunca joguei nessa função. Na Itália, me colocaram para atuar como atacante, pois viram que eu sabia fazer gol. E sou atacante que atua mais fora da área. Não gosto de ficar na área. Ultimamente tenho jogado também como ponta direita e ponta esquerda. Confesso que não gosto de atuar nesta posição, mas se o técnico mandou então eu obedeço.
8-No momento, o Southampton está na 16ª colocação da Premier League com 23 pontos. Três a mais que o Wigan, primeira equipe na zona de rebaixamento. Qual a meta do clube até o final da temporada? Apenas escapar do rebaixamento?
No momento é só escapar do rebaixamento mesmo. Estamos crescendo na competição,e temos condições de permanecer na Premier League. Se por acaso, tivermos uma ascensão muito grande, podemos pensar em outras ambições como vaga em Liga Europa, mas por enquanto está muito difícil.
9-O Southampton recentemente teve troca de técnicos. Chegou Maurício Pochettino. O que achou do novo técnico?
Nosso time melhorou muito com a chegada do Pochettino. Ele é um ex-jogador e que fala a língua dos boleiros, sabe como lidar com os atletas. Todos nós jogadores estamos gostando dele. Não que o antecessor, Nigel Adkins, fosse ruim. Muito pelo contrário, ele levou o The Saints da terceira para a primeira divisão, mas acho que precisávamos de ideias novas. Renovação. Ás vezes uma troca de comando faz bem.
O brasileiro de 31 anos saiu do
Ele comenta sobre início de carreira, futebol na Itália e na Inglaterra, além das lesões que sofreu na carreira. No
Confira
1-Até o final dos anos 90 e o começo dos anos 2000 era muito difícil ver um brasileiro atuando na Inglaterra. Um dos poucos exemplos era o Juninho Paulista no Middlesbrough. No começo deste século, a situação começou a mudar, principalmente entre os clubes maiores e mais ricos. Nos times menores como Southampton, por exemplo, é mais difícil de ver um brasileiro atuando. Como você vê o
O mercado do futebol inglês para os brasileiros cresceu muito aqui nos últimos anos. Com a Seleção Brasileira jogando em Copas do Mundo, ganhando destaque, eles começaram a olhar melhor para nossos atletas. Quando eles assistem um Neymar, por exemplo, jogando, eles ficam encantados. Isso faz com que haja mais espaço para os jogadores brasileiros virem para a Inglaterra.
2-Fale um pouco sobre como é a estrutura do Southampton e a torcida. A cidade apóia o clube, ou torcem para equipes mais famosas?
O Southampton tem uma boa estrutura para treinamentos. A torcida aqui é fanática pelo clube. Eles apoiam o time tanto dentro como fora de casa. O Southampton é um clube muito importante na Inglaterra, tem vários torcedores por aqui. Teve um período muito ruim, que levou o clube à falência e foi salvo por um banqueiro, Nicola Cortese, que hoje é presidente do clube. Com esta salvada financeira, o clube saiu da terceira para a primeira divisão com dois acessos consecutivos.
3-Você chegou ao clube quando este estava na Championship League (o equivalente a Série B) e subiu à Série A. Conte como foi sua chegada ao The Saints e todo esse período.
Na verdade eu cheguei no meio da temporada retrasada quando o time estava na terceira divisão e conseguimos o acesso à segunda. Depois na Championship fomos vice-campeões e hoje estamos na Premier League. Tenho orgulho de dizer que jogo no Southampton. Quando estava na Itália, me destacando no Cesena, recebi propostas de times de ponta como Lazio e Roma, mas preferi ir para a Inglaterra para ajudar o Southampton. Muitas pessoas acharam errado essa minha ideia. Eu sabia que não era. Não me arrependo e quem falava que era errado, sabe hoje que fiz uma grande escolha.
4- Jogar na Premier League é um sonho de vários atletas e poucos conseguem, principalmente brasileiros.
Sim, me imaginava antes só atuando na Itália. Achava a Premier League um sonho mais distante. Mas hoje fazer parte deste campeonato, onde poucos brasileiros tem esse privilégio, é uma honra.
5- De todos os adversários que você enfrentou na Inglaterra, quais você acha que tem as torcidas mais fanáticas e que mais empurram suas equipes?
Em geral, os torcedores aqui não são fanáticos como no Brasil e na Itália, por exemplo. São mais comedidos, comportados. Mas dos que eu enfrentei, as torcidas que mais me chamaram a atenção foi a do Everton e do Manchester City.
6- Na Inglaterra qual defensor que você teve mais dificuldades em enfrentar? Qual que era mais difícil de sair da marcação?
Kompany, do Manchester City. O belga é acima da média. Fora de série.
7-Bom, fale um pouco mais sobre suas características em campo. Quem tipo de atacante você é? É mais centroavante ou joga fora da área?
Para falar a verdade, a minha origem mesmo é meio-campista. Mas na Europa nunca joguei nessa função. Na Itália, me colocaram para atuar como atacante, pois viram que eu sabia fazer gol. E sou atacante que atua mais fora da área. Não gosto de ficar na área. Ultimamente tenho jogado também como ponta direita e ponta esquerda. Confesso que não gosto de atuar nesta posição, mas se o técnico mandou então eu obedeço.
8-No momento, o Southampton está na 16ª colocação da Premier League com 23 pontos. Três a mais que o Wigan, primeira equipe na zona de rebaixamento. Qual a meta do clube até o final da temporada? Apenas escapar do rebaixamento?
No momento é só escapar do rebaixamento mesmo. Estamos crescendo na competição,e temos condições de permanecer na Premier League. Se por acaso, tivermos uma ascensão muito grande, podemos pensar em outras ambições como vaga em Liga Europa, mas por enquanto está muito difícil.
9-O Southampton recentemente teve troca de técnicos. Chegou Maurício Pochettino. O que achou do novo técnico?
Nosso time melhorou muito com a chegada do Pochettino. Ele é um ex-jogador e que fala a língua dos boleiros, sabe como lidar com os atletas. Todos nós jogadores estamos gostando dele. Não que o antecessor, Nigel Adkins, fosse ruim. Muito pelo contrário, ele levou o The Saints da terceira para a primeira divisão, mas acho que precisávamos de ideias novas. Renovação. Ás vezes uma troca de comando faz bem.
Obs: Maurício Pochettino atualmente treina o Tottenham-ING e foi sondado para comandar a Seleção da Argentina.
10- Fale um pouco do início de sua carreira. Você saiu jovem do Brasil e foi para a Itália. Como isso ocorreu?
Eu comecei na Portuguesa Santista em 2002 e fomos na Itália para uma excursão. O Catania gostou do meu futebol e se interressou. A priori, segui na Briosa, mas o clube paulista entrou em uma crise financeira muito forte e me vendeu para o Catania, no ano seguinte.
Depois, me venderam para o Perugia, um time que estava na Série A. Fiquei duas temporadas e com a falência da equipe fui para a Fiorentina, onde não tive muito sucesso. Tive duas lesões graves no joelho e praticamente não pude atuar. Fui conseguir reencontrar meu futebol no Cesena em 2009, levando o time de volta à Série A do Campeonato Italiano após 20 anos de ausência.
11-Você chegou na Itália, em um período onde o Campeonato Italiano era o mais visto no mundo. Depois perdeu espaço para o futebol inglês, espanhol e alemão. Na sua opinião, ao que deveu essa queda?
A Itália precisa passar por uma reformulação no futebol. O grande problema por lá são as pessoas que rodeiam os presidentes dos clubes. Pessoas corruptas que só querem o dinheiro. Isso fez com que o futebol decaísse muito. Os jogadores estrangeiros, ficam sabendo que na Itália há muita manipulação de resultados, corrupções, salários atrasados e não querem atuar por lá.
Eu já vi entrevista de muitos jogadores que atuam na Itália, dizendo que o futebol lá não está em decadência. O que é uma mentira, na minha opinião. Precisa de uma mudança geral, nos clubes e em quem comanda o futebol por la.
12- Imagino que você tenha percebido a diferença, em termos de estruturas em atuar em clube inglês para um italiano.
Sim, no geral os clubes ingleses são melhores estruturados que os italianos. Com exceção de alguns grandes times da Itália, que tem boas estruturas, não dá para comparar o que se tem na Inglaterra com o que tem por lá.[
13- Dentro de campo sentiu diferença também entre atuar em um país e outro?
Sim. Na Inglaterra, em geral, os jogos são mais bonitos, com torcida perto do campo assistindo a partida. Há bastante gols. Já na Itália, eles priorizam muito o jogo tático, com marcação. Se percebe isso, o quanto de partidas terminaram empatadas, principalmente com 0 a 0.
14- Das torcidas da Itália, quais são as mais fanáticas?
O jeito de torcer do italiano é muito parecido com o brasileiro. Eles incentivam o tempo todo. Lá todas as torcidas são fanáticas. Mas destacaria, Lazio e Roma,onde eles cantam os 90 minutos, tacam bomba, incentivam, e também o Spezia (atuou na temporada 2007/08) que está na Série B.
15-Por fim, seu contrato com o Southampton termina no meio de 2014. O que pretende fazer após o término?
Gostaria de renovar meu contrato por mais algumas temporadas. Gosto do time, da cidade e pretendo ficar mais alguns anos por aqui. Mais para o final da carreira eu pretendo atuar no futebol brasileiro, em um clube de ponta.
10- Fale um pouco do início de sua carreira. Você saiu jovem do Brasil e foi para a Itália. Como isso ocorreu?
Eu comecei na Portuguesa Santista em 2002 e fomos na Itália para uma excursão. O Catania gostou do meu futebol e se interressou. A priori, segui na Briosa, mas o clube paulista entrou em uma crise financeira muito forte e me vendeu para o Catania, no ano seguinte.
Depois, me venderam para o Perugia, um time que estava na Série A. Fiquei duas temporadas e com a falência da equipe fui para a Fiorentina, onde não tive muito sucesso. Tive duas lesões graves no joelho e praticamente não pude atuar. Fui conseguir reencontrar meu futebol no Cesena em 2009, levando o time de volta à Série A do Campeonato Italiano após 20 anos de ausência.
11-Você chegou na Itália, em um período onde o Campeonato Italiano era o mais visto no mundo. Depois perdeu espaço para o futebol inglês, espanhol e alemão. Na sua opinião, ao que deveu essa queda?
A Itália precisa passar por uma reformulação no futebol. O grande problema por lá são as pessoas que rodeiam os presidentes dos clubes. Pessoas corruptas que só querem o dinheiro. Isso fez com que o futebol decaísse muito. Os jogadores estrangeiros, ficam sabendo que na Itália há muita manipulação de resultados, corrupções, salários atrasados e não querem atuar por lá.
Eu já vi entrevista de muitos jogadores que atuam na Itália, dizendo que o futebol lá não está em decadência. O que é uma mentira, na minha opinião. Precisa de uma mudança geral, nos clubes e em quem comanda o futebol por la.
12- Imagino que você tenha percebido a diferença, em termos de estruturas em atuar em clube inglês para um italiano.
Sim, no geral os clubes ingleses são melhores estruturados que os italianos. Com exceção de alguns grandes times da Itália, que tem boas estruturas, não dá para comparar o que se tem na Inglaterra com o que tem por lá.[
13- Dentro de campo sentiu diferença também entre atuar em um país e outro?
Sim. Na Inglaterra, em geral, os jogos são mais bonitos, com torcida perto do campo assistindo a partida. Há bastante gols. Já na Itália, eles priorizam muito o jogo tático, com marcação. Se percebe isso, o quanto de partidas terminaram empatadas, principalmente com 0 a 0.
14- Das torcidas da Itália, quais são as mais fanáticas?
O jeito de torcer do italiano é muito parecido com o brasileiro. Eles incentivam o tempo todo. Lá todas as torcidas são fanáticas. Mas destacaria, Lazio e Roma,onde eles cantam os 90 minutos, tacam bomba, incentivam, e também o Spezia (atuou na temporada 2007/08) que está na Série B.
15-Por fim, seu contrato com o Southampton termina no meio de 2014. O que pretende fazer após o término?
Gostaria de renovar meu contrato por mais algumas temporadas. Gosto do time, da cidade e pretendo ficar mais alguns anos por aqui. Mais para o final da carreira eu pretendo atuar no futebol brasileiro, em um clube de ponta.
Nenhum comentário:
Postar um comentário