O atleta de 30 anos iniciou sua carreira na escolinha do ex-zagueiro Oscar Bernardi e em 2002 se transferiu para o Guarani que o formaria como atleta profissional.
" Nosso time fez um amistoso contra o Guarani e venceu por 4 a 2. Fiz dois gols e isto despertou a atenção do Guarani", recordou o meio-campista em entrevista exclusiva ao blog Arquivos e histórias F.C.
Guará ainda enalteceu o tempo que trabalhou na equipe que atuava com o nome de Amparo (que só trabalha com categoria de base) e o período que conviveu com Oscar Bernardi.
" Na época em que atuei por lá, havia uma estrutura muito boa. Enfrentávamos de igual os times grandes. Fiquei entre 2000 e 2002. O Oscar é uma pessoa muito honesta e sempre procurou nos ajudar. Oscar nos dizia sempre que o maior empresário que um jogador pode ter é o próprio jogador. Vale lembrar que na base tive um grande treinador chamado Juarez Sobreiro Leite que foi um 'paizão' para os meninos e nos ensinava muito dentro de campo", disse o futebolista natural de Guaranésia/MG
Já no Bugre, Emerson trabalhou no juvenil e nos juniores com o técnico Luis Carlos Barbieri. O comandante em 2003 foi promovido ao time profissional dos campineiros e na temporada seguinte deu a primeira chance a Guará na equipe principal.
"A minha estreia como profissional foi em 2004. Foi em um jogo contra o Marília, pelo Campeonato Paulista, onde empatamos em um 1 a 1. Atuei todo o segundo tempo. Barbieri disse que tive um bom desempenho e por isso na rodada seguinte diante do Mogi Mirim iniciei entre os titulares," recordou.
Guará seguiu no plantel do Bugre, mas perdeu espaço na temporada com a chegada de Joel Santana. Segundo o próprio jogador, o novo comandante priorizou atletas mais experientes e por isso não teve oportunidade.
Sem ser aproveitado, Guará deixou o Bugre em 2007 e voltou a trabalhar com Oscar Bernardi que havia fundado o Brasilis F.C . Sobre o clube campineiro, o meia diz ter um grande carinho e espera poder retornar e encerrar sua carreira lá.
"Quando cheguei ao Guarani em 2002 a realidade do clube era outra. Sempre estava na Série A do Brasileiro e ficando entre os dez primeiros colocados. No entanto, a gestão não era boa e tinha atrasos de salários. Cheguei a ficar quatro meses sem receber. Acompanhei todo o declínio do time e lamentei por isso. No entanto, a nova diretoria está reestruturando a equipe. Tenho um amigo que está atuando no Guarani e me fala muito bem do ambiente no clube. O resultado foi o acesso à Série B do Campeonato Brasileiro conquistado no último final de semana. Foi merecido. Tenho um carinho muito grande pelo Guarani e seria muito legal poder encerrar minha carreira lá", revelou.
Em seu 'retorno' ao Brasilis, Guará defendeu o clube na Série B do Campeonato Paulista (o equivalente a quarta divisão) em 2007 e 08, não conseguindo o acesso. O objetivo viria em 2009 e com o título do estadual, mas atuando pelo Red Bull F.C.
" Em 2009 participei do primeiro título e acesso do Red Bull. Atuei em 29 dos 32 jogos do estadual e fiz 8 gols. Com a boa campanha, fiquei esperando uma renovação, que até hoje não sei o motivo, não houve. Cheguei a recusar propostas, com a intenção de renovar, mas nunca apareceu", afirmou o futebolista.
Em 2010, defendeu o CRAC no Campeonato Goiano, onde atuando como segundo atacante fez 9 gols em 13 jogos. O clube de Catalão ficou na sexta posição.
Encerrado o Campeonato Goiano, Guará defendeu a Inter de Bebedouro novamente na Série B do Campeonato Paulista e se sagrou campeão.Em 17 partidas anotou 8 gols.
Após passar 2011 também na Inter de Bebedouro, na temporada seguinte teve sua primeira experiência no exterior. Foi atuar no C.D. FAS de Santa Ana, o maior e mais popular time de El Salvador.
" Em El Salvador atuei por 6 meses. Joguei a liga local e a Concachampions (o principal torneio envolvendo times da América Central, Norte e Caribe). No campeonato nacional chegamos até a semifinal. Já no continental enfrentamos o Olímpia de Honduras e o Dínamo Houston dos Estados Unidos. Tínhamos um investimento menor que nossos adversários e por isso não passamos de fase. Apesar das dificuldades de estrutura de trabalho em El Salvador, foi muito boa a experiência de viver em outro país, conhecer outra cultura e aprender um novo idioma," recordou o jogador.
O brasileiro em sua equipe de El Salvador |
Após retornar ao Brasil, Guará arrumou seu novo clube no final de 2013 e para um destino pouco conhecido dos brasileiros: Myanmar!
" Fui a Myanmar através da indicação de um amigo chamado Cézar (atuaram juntos no Red Bull) e seu empresário Fábio Luciano Silva,pois o Yangon United precisava de um meia. Fiquei feliz ao ser lembrado. Vivi o melhor momento da minha carreira lá e foi nas temporadas 2014 e 15. Em 2014 atuei em 31 jogos, anotando 19 gols e dando assistência para outros 15. Fomos vice-campeões. Na temporada seguinte, veio o título. Emplacamos 16 vitórias consecutivas e nos sagramos campeões com duas rodadas de antecedência. Anotei sete gols e fiz 14 assistências", relembrou o brasileiro.
Emerson contou sobre como foi viver no país localizado no sul da Ásia.
"Myanmar é um país que ficou fechado para o mundo por muitos anos e está em reconstrução. Lá ou você fala inglês ou o idioma local (birmanês). Foi ai que comecei a tentar aprender inglês, pois birmanês é muito difícil, pois tem muitos sons nasais. O que me ajudou na adaptação foram os mianmarenses que são muito receptivos com os estrangeiros. Eles também são muito apaixonados por futebol e sempre vão aos jogos.Outra situação curiosa é que em 8 meses do ano, Myanmar faz um calor muito forte chegando aos 40 graus. Nos outros quatro meses chove todos os dias", contou o sul-americano.
Atuando em Myanmar |
Com o contrato encerrado com a equipe asiática, Guará teve uma proposta para atuar no FK Sarajevo. O atleta se mostrou feliz em pela primeira vez poder atuar na Europa.
"Fiquei surpreso e feliz com a proposta feita pelo FK Sarajevo. Trabalhei duro para ter esse reconhecimento e essa oportunidade. Saí dos 40 graus de Myanmar e fui para os -10 graus da Bósnia. Situações que só o futebol proporciona", contou, para depois dizer que não teve uma boa passagem pelo Leste Europeu.
" Cheguei a ter uma sequência de jogos pelo FK Sarajevo, mas houve uma troca de treinadores e perdi espaço. Ficamos em quarto lugar no campeonato local e a torcida ficou insatisfeita, pois um time grande sempre tem que ser campeão. Brigar por títulos. Ao término da temporada fiz uma rescisão amigável de contrato. Valeu pela experiência em viver em uma cidade linda como Sarajevo e dentro de campo, o futebol local não é muito bom tecnicamente, é mais força, vontade e marcação. Evolui muito no quesito marcação", emendou.
Guará está de 'malas-prontas' para retornar ao Yangon United e embarcará em novembro onde inicia a pré-temporada. O atleta explicou o motivo que o faz retornar a Myanmar.
" Retorno a Myanmar, pois conheço bem o país e a liga de futebol. É a chance que tenho de voltar a fazer uma boa temporada. Há alguns lugares de Myanmar que quero vistar e não tive a oportunidade, como Bagan que tem mais de 3 mil templos religiosos", finalizou.
Crédito das fotos: página oficial de Emerson Guará no Facebook: https://www.facebook.com/emersonguara10/?fref=ts
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