Entre os vários atletas jovens que estavam neste elenco e é praticamente desconhecido do público brasileiro é o atacante Bruno Moraes. O atleta, que atualmente está no Paralimni da Série B do Chipre, acredita que poderia ter tido um destaque maior na carreira, como obtiveram Diego e Robinho, por exemplo.
"2002 foi um ano de aprendizado.Meu primeiro ano como profissional, no time de coração e da cidade que nasci. Acho que poderia ser melhor aproveitado no time profissional e tinha condições de atuar igual ou melhor que Diego e Robinho, pelo menos foi isso que demonstrei na base", disse com exclusividade ao Arquivos e Histórias F.C., o futebolista de 32 anos.
Em 2003, Bruno dos Santos Moraes se transferiu para o Porto/POR. O brasileiro chegou a equipe lusitana que era treinada até então pelo desconhecido José Mourinho. O paulista explicou as diferenças que viu no futebol praticado no Brasil e em Portugal, sobre os treinos do 'Special One' e o título da Liga dos Campeões da Europa.
"No Santos gostava de jogar mais solto, como um atacante completo. No Brasil, a maioria das equipes atuam com dois atacantes, diferente na Europa, especialmente em Portugal, onde os clubes atuam com pontas e um centroavante. Isso fez com que meu estilo de jogo fosse modificado, jogando mais como centroavante entre dois zagueiros adversários. Na temporada 2006/07 atuei em vários posições, inclusive no meio-campo", recordou o jogador.
"Sobre José Mourinho, os treinos dele naquela época (2003/04, título da Champions) já eram bem avançados, comparados inclusive ao futebol jogado na Europa. Lembro que até então os treinos físicos eram separados das atividades com bola. Com o Mourinho foi a primeira vez que tive físico e técnico juntos", emendou o atleta tupiniquim, para depois falar da conquista europeia.
"Evidente que no início, o Porto não era favorito a conquista da Champions. No entanto, mostramos nossa força ao eliminarmos Manchester United e Lyon, por exemplo. Na decisão, enfrentamos uma outra 'zebra'que foi o Monaco e vencemos sem dificuldades (3x0). Aquele time do Porto era muito forte coletivamente e tinha José Mourinho no comando, um treinador arrojado e ambicioso", explicou o sul-americano.
Na temporada seguinte, Moraes, buscando jogar com mais regularidade foi emprestado ao Vitória de Setúbal. Pelos Sadinos, participou de 28 partidas e balançou a rede em 9 oportunidades. Com isso, os Dragões Azuis renovaram seu vínculo.
"Com a mudança de treinador no Porto, corria o risco de ficar mais uma temporada sendo pouco aproveitado. Queria atuar com mais regularidade.Precisava mostrar meu valor. O Porto sugeriu meu empréstimo ao Vitória de Setúbal Consegui atuar com frequência e antes de terminar a temporada, o Porto me chamou para renovar meu vínculo e aceitei", disse o jogador.
Seguiu por mais três temporadas na equipe do norte de Portugal e sua melhor recordação foi na temporada 2006/07, onde em um clássico contra o Benfica, vencido por 3 a 2, Moraes fez o tento que decidiu o triunfo.
"No Porto vivi um pouco de tudo. Tive períodos bons e outros mais difíceis. A temporada mais marcante foi a 200607, onde tive boas atuações na Liga dos Campeões da Europa e pelo Campeonato Português fiz o terceiro gol em uma vitória diante do Benfica por 3 a 2", contou o atleta, que naquela temporada foi campeão lusitano.
Na terra de Luís de Camões, o santista ainda passou por Rio Ave, Naval, União de Leiria e Gil Vicente. No meio desse 'troca-troca'de clubes, em 2010 teve no Velho Continente sua primeira experiência fora da nação da Península Ibérica, atuando na Romênia. Mais especificamente no Glória Bistrita. A passagem não foi boa.
" Fui atuar no Gloria Bistrita por indicação do meu irmão (Júnior Moraes,29 anos, atacante também revelado no Santos e que está no Dinamo Kiev/UCR), estava voltando de lesão, queria jogar e aceitei o contrato. No entanto, não gostei de atuar lá. Após quatro meses me liberaram e eu abri mão de receber um mês de salário tamanha insatisfação. O futebol romeno é muito desorganizado e instável. O Gloria era um time pequeno, que apesar das suas dificuldades, tentava ser organizado. Bistrita é uma cidade pequena (por volta de 80 mil habitantes) e quase não há opções de lazer", afirmou o filho de Aluísio Guerreiro, ex-jogador e com passagem pelo Santos no início dos anos 80.
Em 2013, o atacante nascido em 07/07/1984, voltou a se aventurar no leste europeu e o destino foi o modesto Ujpest da Hungria.
"Na Hungria vi uma situação melhor se comparado com a Romênia. Morei na capital (Budapeste) e o clube tinha uma estrutura melhor. Tive um bom início, onde nos quatro primeiros jogos anotei quatro gols.No entanto, sofri uma lesão em um dos braços e fiquei três meses sem poder entrar em campo. Retornei e o Ujpest já não brigava na parte de cima da tabela, havia tido troca na diretoria e eu acabei rescindindo meu contrato um mês antes de seu vencimento", contou.
Em 2014, após muitos anos no exterior, Moraes retornou ao Brasil para atuar na Portuguesa na Série B do Brasileiro. Naquele período, a Lusa havia sido rebaixada no campeonato nacional pela escalação irregular do atacante Heverton na última rodada da edição de 2013.
" A Portuguesa foi o pior clube que atuei. Só tive prejuízos. Não recebi os salários, joguei pouco e ainda tinha a torcida querendo brigar com os jogadores no final dos treinos. Por conta da polêmica ocorrida em 2013, a Portuguesa estava condenada, maltratada, com atraso de salário e sem estrutura alguma de trabalho.Todo dia tinha ameaça de greve. Foi terrível. No início de 2014, eu estava em Portugal e me recuperando de lesão. Estava sem mercado (a última equipe havia sido o Gil Vicente) e a proposta que apareceu foi da Portuguesa. Isso é uma pena, pois a Lusa é um time grande, de tradição e que não merecia estar passando por isso", disse.
Moraes ainda explicou o motivo que o levou a ir ao Chipre e se mostra feliz com esta experiência.
"Nos últimos anos quando estava em Portugal, apareceram propostas de algumas equipes para atuar no Chipre. No entanto, vivia um bom momento dentro de campo e não tinha interesse em me transferir. No final da última temporada apareceu a oportunidade de jogar no Paralimni e em julho fui conhecer a cidade (localizada na região da Famagusta, onde se fala grego) e gostei muito.Fiquei feliz com o projeto que me apresentaram e aceitei o contrato.
Por fim, o jogador afirma que ainda não faz planos para aposentadoria, mas diz que gostaria de retornar ao Santos e ao encerrar a carreira dentro dos campos, pensa em se tornar técnico ou empresário de futebolistas.
"Ainda tenho vontade de atuar no Santos. Seria muito bom se essa oportunidade aparecesse. Não faço planos para aposentar, mas sei que um dia isso irá acontecer. Enquanto estiver me sentindo bem, vou seguir atuando. Quando me aposentar, penso em ser treinador (já fez o primeiro nível de treinadores em Portugal) ou ser empresário de jogadores.", finalizou.
Em 2003, Bruno dos Santos Moraes se transferiu para o Porto/POR. O brasileiro chegou a equipe lusitana que era treinada até então pelo desconhecido José Mourinho. O paulista explicou as diferenças que viu no futebol praticado no Brasil e em Portugal, sobre os treinos do 'Special One' e o título da Liga dos Campeões da Europa.
"No Santos gostava de jogar mais solto, como um atacante completo. No Brasil, a maioria das equipes atuam com dois atacantes, diferente na Europa, especialmente em Portugal, onde os clubes atuam com pontas e um centroavante. Isso fez com que meu estilo de jogo fosse modificado, jogando mais como centroavante entre dois zagueiros adversários. Na temporada 2006/07 atuei em vários posições, inclusive no meio-campo", recordou o jogador.
"Sobre José Mourinho, os treinos dele naquela época (2003/04, título da Champions) já eram bem avançados, comparados inclusive ao futebol jogado na Europa. Lembro que até então os treinos físicos eram separados das atividades com bola. Com o Mourinho foi a primeira vez que tive físico e técnico juntos", emendou o atleta tupiniquim, para depois falar da conquista europeia.
"Evidente que no início, o Porto não era favorito a conquista da Champions. No entanto, mostramos nossa força ao eliminarmos Manchester United e Lyon, por exemplo. Na decisão, enfrentamos uma outra 'zebra'que foi o Monaco e vencemos sem dificuldades (3x0). Aquele time do Porto era muito forte coletivamente e tinha José Mourinho no comando, um treinador arrojado e ambicioso", explicou o sul-americano.
Na temporada seguinte, Moraes, buscando jogar com mais regularidade foi emprestado ao Vitória de Setúbal. Pelos Sadinos, participou de 28 partidas e balançou a rede em 9 oportunidades. Com isso, os Dragões Azuis renovaram seu vínculo.
"Com a mudança de treinador no Porto, corria o risco de ficar mais uma temporada sendo pouco aproveitado. Queria atuar com mais regularidade.Precisava mostrar meu valor. O Porto sugeriu meu empréstimo ao Vitória de Setúbal Consegui atuar com frequência e antes de terminar a temporada, o Porto me chamou para renovar meu vínculo e aceitei", disse o jogador.
Seguiu por mais três temporadas na equipe do norte de Portugal e sua melhor recordação foi na temporada 2006/07, onde em um clássico contra o Benfica, vencido por 3 a 2, Moraes fez o tento que decidiu o triunfo.
"No Porto vivi um pouco de tudo. Tive períodos bons e outros mais difíceis. A temporada mais marcante foi a 200607, onde tive boas atuações na Liga dos Campeões da Europa e pelo Campeonato Português fiz o terceiro gol em uma vitória diante do Benfica por 3 a 2", contou o atleta, que naquela temporada foi campeão lusitano.
Na terra de Luís de Camões, o santista ainda passou por Rio Ave, Naval, União de Leiria e Gil Vicente. No meio desse 'troca-troca'de clubes, em 2010 teve no Velho Continente sua primeira experiência fora da nação da Península Ibérica, atuando na Romênia. Mais especificamente no Glória Bistrita. A passagem não foi boa.
Moraes em sua passagem ruim pela Romênia |
" Fui atuar no Gloria Bistrita por indicação do meu irmão (Júnior Moraes,29 anos, atacante também revelado no Santos e que está no Dinamo Kiev/UCR), estava voltando de lesão, queria jogar e aceitei o contrato. No entanto, não gostei de atuar lá. Após quatro meses me liberaram e eu abri mão de receber um mês de salário tamanha insatisfação. O futebol romeno é muito desorganizado e instável. O Gloria era um time pequeno, que apesar das suas dificuldades, tentava ser organizado. Bistrita é uma cidade pequena (por volta de 80 mil habitantes) e quase não há opções de lazer", afirmou o filho de Aluísio Guerreiro, ex-jogador e com passagem pelo Santos no início dos anos 80.
Em 2013, o atacante nascido em 07/07/1984, voltou a se aventurar no leste europeu e o destino foi o modesto Ujpest da Hungria.
"Na Hungria vi uma situação melhor se comparado com a Romênia. Morei na capital (Budapeste) e o clube tinha uma estrutura melhor. Tive um bom início, onde nos quatro primeiros jogos anotei quatro gols.No entanto, sofri uma lesão em um dos braços e fiquei três meses sem poder entrar em campo. Retornei e o Ujpest já não brigava na parte de cima da tabela, havia tido troca na diretoria e eu acabei rescindindo meu contrato um mês antes de seu vencimento", contou.
Em 2014, após muitos anos no exterior, Moraes retornou ao Brasil para atuar na Portuguesa na Série B do Brasileiro. Naquele período, a Lusa havia sido rebaixada no campeonato nacional pela escalação irregular do atacante Heverton na última rodada da edição de 2013.
Bruno Moraes em sua curta e conturbada passagem pela Lusa |
" A Portuguesa foi o pior clube que atuei. Só tive prejuízos. Não recebi os salários, joguei pouco e ainda tinha a torcida querendo brigar com os jogadores no final dos treinos. Por conta da polêmica ocorrida em 2013, a Portuguesa estava condenada, maltratada, com atraso de salário e sem estrutura alguma de trabalho.Todo dia tinha ameaça de greve. Foi terrível. No início de 2014, eu estava em Portugal e me recuperando de lesão. Estava sem mercado (a última equipe havia sido o Gil Vicente) e a proposta que apareceu foi da Portuguesa. Isso é uma pena, pois a Lusa é um time grande, de tradição e que não merecia estar passando por isso", disse.
Moraes ainda explicou o motivo que o levou a ir ao Chipre e se mostra feliz com esta experiência.
"Nos últimos anos quando estava em Portugal, apareceram propostas de algumas equipes para atuar no Chipre. No entanto, vivia um bom momento dentro de campo e não tinha interesse em me transferir. No final da última temporada apareceu a oportunidade de jogar no Paralimni e em julho fui conhecer a cidade (localizada na região da Famagusta, onde se fala grego) e gostei muito.Fiquei feliz com o projeto que me apresentaram e aceitei o contrato.
Por fim, o jogador afirma que ainda não faz planos para aposentadoria, mas diz que gostaria de retornar ao Santos e ao encerrar a carreira dentro dos campos, pensa em se tornar técnico ou empresário de futebolistas.
"Ainda tenho vontade de atuar no Santos. Seria muito bom se essa oportunidade aparecesse. Não faço planos para aposentar, mas sei que um dia isso irá acontecer. Enquanto estiver me sentindo bem, vou seguir atuando. Quando me aposentar, penso em ser treinador (já fez o primeiro nível de treinadores em Portugal) ou ser empresário de jogadores.", finalizou.
Crédito das fotos: Tática Assessoria
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