Fui resgatá-lo apenas em um notebook antigo, onde tinha salvo o texto. Agora republico aqui.
Por fim, também tenho um grande carinho por esse texto, pois até hoje foi o único que fiz e recebi apenas comentários de mulheres. No mínimo curioso.
Confira:
Neste dia 8 de março,resolvi fazer um post para tentar entender sobre o porquê que o futebol feminino é tão difícil de engrenar tanto no Brasil quanto no mundo. Por que relutamos em aceitar que uma mulher pratique futebol?
Antes de virem os clichês
de que não tem patrocínio, apoio, incentivo e blá, blá, blá…é bom saber que
isso tudo é um preconceito embutido na sociedade. Temos aquelas duas frases que
crescemos ouvindo: Futebol é coisa de homem e mulher não joga futebol.
Quando criança, menino
ganha uma bola de futebol, enquanto menina recebe uma boneca. Em aulas de
Educação Física nas escolas, raramente as meninas praticam futebol. Quando
praticam, muitos acham um absurdo por não ser esporte do sexo feminino.
Enfim, por esse grande
preconceito é que o futebol feminino não deslancha no mundo . No entanto, como
em muitas situações em que elas superaram e quebraram tabus ao longo da
história da humanidade, no futebol já houve também muita evolução.Ainda falta o
‘entrar em campo’.
Antigamente, as mulheres
não frequentavam estádios (em alguns lugares do mundo isso ainda é proibido),
hoje elas não só frequentam como torcem fanaticamente para seus times e sabem a
escalação. Tempos depois elas foram inseridas nas mídias esportivas. Seja como
repórter em campo, seja como comentarista (não vi nenhuma narrando ainda!).
Para deixarem elas mais próximas do campo e atrair mais espectadores aos
estádios, nós brasileiros implantamos uma cultura dos EUA que ao meu ver não
deu certo por aqui, as cheerleaders. Ok, na Terra do Tio Sam, as meninas com
aqueles pom poms fazem sucesso. Aqui a ideia não colou. Ninguém repara nelas.
Se tirarem elas de cena acredito que 90% das pessoas não sentirão falta e a
mídia daria no máximo uma nota de rodapé falando sobre o assunto. Outra ideia
implantada foi a Miss Equipe A, a Miss Equipe B. Cada time do Campeonato Brasileiro
tem uma Miss que participa de um concurso em um programa de televisão para ver
a campeã. Não pegou também. Eu não assisto, não dou a mínima e normalmente isso
vira chacota dos torcedores adversários dizendo que isso é prêmio de
consolação. No entanto, outra implantação desta vez muito boa, foram colocá-las
para apitar e bandeirar os jogos. Muito legal isso. Mas o fator elas em campo
com bola rolando ainda não pegou…
No Brasil, nação que se
considera o país do futebol (não somos!) não há uma mínima estrutura para a
prática deste esporte para as mulheres. Isso que estamos em 2012 (para muitos o
último ano do planeta). Não há campeonatos chamativos. Não há times de
expressão e nem incetivo para as pessoas irem aos estádios. Também não tem
campeonatos de longa datas e que durem anos. Muitos começam e por falta de
incentivo não tem continuidade. A mídia não divulga. Ninguém tem o mínimo
interesse.
Voltando ao tópico do começo do texto, crescemos em uma sociedade que quando se fala
de mulher querendo jogador futebol, sempre pensamos em um monte de lésbica
querendo pagar de machão (desculpem o preconceito da frase, mas é assim que
pensamos mesmo). Ver futebol feminino? Para que? Só tem jogos ruins! É uma
várzea!
Isso dito acima faz com que
a ‘coisa não ande para frente’.
E olha que nós brasileiros
já produzimos grandes jogadoras de futebol. Temos hoje a Marta, que já foi
considerada a melhor do mundo e para muitos ainda é (se os homens não são os
melhores, pelo menos as mulheres colocam o nosso País no topo), e já falaram
até que é o ‘Messi de saia’. Pela diferença técnica perante as suas adversárias
a comparação não é exagerada. Temos também a Cristiane, mais antigamente a
Pretinha e por ai vai…
Infelizmente as brasileiras
vão ao exterior (EUA, Europa e até Ásia) tentar a vida, porque por aqui não tem
como. No entanto, descobrem que nesses lugares citados, há também os mesmo
problemas enfrentado no Brasil, de uma maneira mais amenizada. Se vê por
exemplo as europeias de vez em quando reclamando da falta de apoio, por
exemplo. Em outros lugares, os campeonatos não tem muita duração. Apesar de eu
focar no Brasil, o problema é mundial.
O que fazer para mudar essa
situação? Bom, cada um pode tentar fazer a sua parte. Eu por exemplo sou uma
pessoa que gosto de tudo que é futebol. Quem acompanha meu blog deve perceber
isso. Falo aqui do nosso São Carlos, dos quatro grandes de São Paulo, dos
outros clubes brasileiros, sul-americanos, europeus…por que eu não iria gostar
de futebol feminino? Qual problema em ver a mulherada jogando bola?
Óbvio que não sou
espectador assíduo de futebol feminino até porque não há tantas opções assim.
Mas por exemplo, ano passado assisti alguns jogos da Copa do Mundo Feminina
disputada na Alemanha. Não tem a mesma qualidade que a dos homens, mas se vê
grandes jogadas, boas jogadoras, times bem montados. Vale a pena acompanhar.
Acho que se perdêssemos
este preconceito de assistir, já ajudaria muito. É claro, preconceito não se
perde da noite para o dia, é uma coisa enraizada em nossa mente.
Crescemos com aquelas ideias. Não é fácil tirar da cabeça. Por exemplo: Ninguém
acorda e pensa :hoje não sou mais homofóbico!
A pessoa tenta não ter
preconceito com homossexuais, mas por exemplo, em uma briga de trânsito este
mesmo cidadão vai proferir palavras de baixo calão ao outro motorista e uma
delas de repente é: seu viado! (está é uma prova de que isto está enraizado na
mente de qualquer pessoa).
É claro que com esforço e
força de vontade tudo se supera. Hoje eu já aceito bem melhor a ideia de que
futebol é para mulheres sim.
Meia Gaetane Thiney: bela e boleira |
Finalizando este texto,
queria dizer aos homens que é possível sim uma mulher ser bonita e boa
futebolista. Quem viu o mundial de 2011, percebeu o time da França que além de
ser muito bom tinha muitas gatas em campo. Então, aos homens, não tem coisa
melhor que assistir uma partida do melhor esporte do mundo com um monte de gata
em campo!
Crédito das fotos: divulgação
Crédito das fotos: divulgação
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