terça-feira, 2 de maio de 2017

Exclusivo! David Silva fala sobre futebol em Malta, Irlanda e Kuwait!

Nesta postagem, o Arquivos e Histórias F.C.  retrata a trajetória do atacante David Aparecido Silva que, como muitos brasileiros, lutou para conseguir seu espaço no futebol e se firmou no Kuwait.

Passou por muitas dificuldades, como falta de pagamento, lesões, transferências mal-sucedidas e chegou até pensar em desistir da vida de boleiro.

Inicialmente , ainda garoto, atuou como lateral-direito. No entanto, era veloz e tinha vocação para atuar ofensivamente, o que fez com que se fixasse como atacante,

David Silva em seu atual clube no Kuwait


Sua primeira equipe foi o Atlético Mogi/SP onde fez dois jogos como profissional. Depois, ainda em 2009, teve uma rápida passagem pelos juniores do Oeste de Presidente Prudente/SP e na sequência fez um acerto verbal para atuar na A.D. Guarulhos para disputar a Quarta Divisão do Paulista. Entretanto, uma fratura em um dedo do pé, fez com que o acordo não fosse fechado. Demorou dois meses para se recuperar do problema.

"Nesse período da minha vida, onde estava lesionado, sem clube, sem emprego pensei em desistir do futebol. Os clubes que atuei até me deviam e devem dinheiro. Quem me ajudou nesse momento foi o meu padrinho Hovannes que sempre me apoiou como podia. Me acompanhava nos jogos, tanto em São Paulo quanto em Minas Gerais.Ele sempre esteva comigo. Meus outros familiares sempre me apoiaram, mas me aconselhavam a estudar, pois os resultados não vinham e eu estava sofrendo muito. Quem também me deu força para seguir foi a minha esposa. Conheci ela nesse período difícil da minha vida e ela falava para eu sempre tentar a carreira de futebol. Eu já queria retornar aos estudos,mas ela falou para eu insistir que iria dar certo no futebol. Enfatizava que eu não era louco para desistir dos meus sonhos (risos)", recordou o futebolista em entrevista exclusiva a este blog.

Após estar 100% fisicamente, David Silva recebeu uma proposta para atuar no Poços de Caldas no módulo II do Campeonato Mineiro. Pelo Vulcão viveu uma situação curiosa e única na carreira, que não o agradou.

" Eu já estava treinando e esperando minha situação ser regularizada para estrear. Um dia o meu treinador perguntou se eu podia ser goleiro, pois não tínhamos um reserva. A situação não foi uma coisa que eu queria e não foi aceita de uma forma tranquila. Eu estava preparado fisicamente e mentalmente para atuar na minha posição. Vale ressaltar que eu fiquei sabendo um pouco antes de iniciar o jogo. Ninguém acreditou que o técnico estava fazendo aquilo comigo. Era ruim, pois ele não estava contando comigo como atacante. Fiquei com muita raiva e não acreditando que estava passando por aquilo.Isso foi no inicio do campeonato. Depois, no final, atuei na minha função, fui um dos principais jogadores do time e ajudei a permanecer no Módulo II do Campeonato Mineiro", revelou Silva, que pela primeira vez fala sobre sua carreira para um veículo de comunicação brasileiro.

Visando crescimento na carreira, o brasileiro teve em 2011 sua primeira experiência no exterior. Atuou em Malta e na Irlanda. Entretanto, a passagem pela Europa não foi muito bem sucedida.
David está em um grande momento na carreira


"Fui para  a Europa através de um empresário. A adaptação foi difícil. Não falava inglês, estava sem dinheiro e sozinho. Passei alguns apuros. Inicialmente fiquei em Malta (Birkikara F.C.) e pouco tempo depois fui para o Shelbourne da Irlanda. Na Irlanda cheguei no meio da temporada e lá o calendário é igual no Brasil (temporada começa em janeiro e termina em dezembro) e em janeiro de 2012 voltei para Malta (metade da temporada lá) para jogar a segunda divisão. Ao término da temporada 2011/12 resolvi voltar ao Brasil. Sobre estilos de jogo, o irlandês lembra muito o futebol inglês, muito contato físico e campos pequenos. Já o de Malta lembra mais o espanhol, muito corrida, velocidade e passes em profundidade", disse o futebolista oriundo de Guarulhos/SP.

Ao retornar ao futebol brasileiro, o atleta atualmente com  27 anos, foi para a Ferroviária disputar a Série A-2 do Campeonato Paulista. Entretanto, houve problemas burocráticos devido as suas andanças no exterior e este não pode defender as cores da equipe de Araraquara/SP. 

"Quando retornei de Malta e acertei com a Ferroviária,as transferências internacionais em pouco tempo (Malta-Irlanda-Malta-Brasil) me trouxeram alguns problemas burocráticos e fiquei impedido de entrar em campo.Perdi o contrato e fiquei quase um ano desempregado. Entretanto, tive um amigo onde atuamos juntos em Minas Gerais que ajudou a resolver essa situação e posteriormente pude atuar no Joseense na Quarta Divisão do Paulista. Fomos vice-campeões e conseguimos o acesso à Série A-3. Considero uma volta por cima, pois não foi fácil ficar sem jogar e sem perspectiva de seguir a carreira", explicou o atacante.

Após conseguir se firmar como jogador de futebol, David foi novamente atuar fora do Brasil. Em 2016 teve uma rápida passagem pelo Japão e na sequência foi para o Kuwait, onde está atualmente.

"No Japão atuei no Zweigen Kanazawa, mas fiquei pouco tempo.  Fui na metade da temporada de 2016 e tive problemas com lesões. Os treinos eram muito intensos, me machuquei e praticamente não atuei. Nesse período apareceu uma proposta do Al Quadisiya do Kuwait. Este clube já havia entrado em contato comigo antes, mas eu havia preferido ir ao Japão. Com este segundo convite, eu aceitei e me mudei de país novamente. Ao contrário do que muitos pensam, o nível do futebol no Kuwait não é baixo. O futebol hoje está globalizado e não tem mais bobo nenhum", afirmou o sul-americano, que se mostra feliz e adaptado a vida na Ásia.

"Aqui tive oportunidade que não tive no Brasil. Sou respeitado aqui. Me tratam bem. É um país muito agradável de viver. Em termos de segurança e conforto é muito melhor que no Brasil. Pode andar na rua tranquilamente. A maioria da população é muçulmana, quase que 100%. Eles não te obrigam a virar muçulmano.  Há um respeito muito grande pelo estrangeiro e a sua cultura. A única coisa que pedem é que respeitem seus costumes religiosos. Por exemplo,não passar na frente deles quando estiverem rezando e nem colocar música alta. Eles rezam cinco vezes por dia", contou o brasileiro, para depois falar do amor dos kuwaitianos pelo futebol.

"O futebol aqui é muito popular. Os estádios antigamente estavam sempre cheios. Recentemente houve um problema com a Fifa e houve uma diminuição do público. Mas se Deus quiser os estádios estarão cheios novamente. A equipe onde atuo é a mais popular do País e a que tem mais torcida.Sempre está na briga por títulos. A federação local dá uma cota para os clubes e premiações por conquistas. As outras receitas vem dos sheiks, que ricos, dão o dinheiro seja como patrocínio ou amor a um clube.Querem ver seus clubes do coração serem campeões, "finalizou.

No momento, David Silva tem 20 gols anotados. 14 deles pelo Campeonato Nacional. Em 23 rodadas disputadas o Al Quadisiya é o vice-líder com 52 pontos. Dois a menos que o primeiro colocado,Al Kuwait. São 15 times na disputa.


 Crédito das fotos: divulgação

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