quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

Exclusivo! José Leão fala sobre seu período no Inter e no futebol catarinense!

Foram 14 anos (2001/15) trabalhando no Internacional. Os três primeiros atuando na escolinha de futebol do Colorado e os outros nas categorias de base. Chegou até o sub-20.

Pelo seu comando passaram atletas como os laterais William e Gefferson (este atualmente no Vitória),o volante Rodrigo Dourado, os meias Andrigo, Gustavo Ferrareis e Valdívia , dentre outros.

Sob o comando do lado vermelho de Porto Alegre/RS foi 9 vezes campeão gaúcho, 2 Brasileiros ( sub-14 e sub-20). Foi também treinador da Seleção Gaúcha sub-15 em 2011 vencendo o Torneio da Amizade contra o Uruguai.

José Luis Baptista Leão se formou em educação física pela UFRGS em 2001. O treinador de 40 anos é pós-graduado em técnico desportivo em futsal e futebol. 
Crédito: divulgação/P2Assessoria 

Nesta entrevista, o gaúcho de Porto Alegre/RS fala de sua experiência e títulos no comando do Colorado, os trabalhos e suas rápidas passagens pelo profissional da Caçadorense/SC (2015), equipe sub-20 do Tubarão/SC e Criciúma (auxiliar-técnico em 2016), seu último clube. 

Também foi abordado o momento atual do Inter e a situação dos técnicos no Brasil.

Confira:
1) Chegou ao Internacional em 2001 e permaneceu até março de 2015.O que mais te marcou em sua passagem pelo Inter e na sua opinião quais os títulos mais importantes que conquistou?

Cheguei ao Inter em 2001 através de ex-colegas de faculdade que estavam trabalhando na escolinha do clube. Fiquei lá quase 14 anos e muitos dos jogadores que estão subindo ao profissional, principalmente a geração nascida entre 1995/96 , passaram pelas minhas mãos. O mais marcante mesmo é ver os atletas subindo ao profissional e dando certo.

Sobre os títulos, disputei 11 Campeonatos Gaúchos e ganhei 9. Venci dois Brasileiros. Um Brasileiro sub-14 em Votorantim/SP e o Campeonato Brasileiro sub-20 de 2014. O título do sub-20 foi o auge da minha carreira.

2) Esse título do Brasileiro sub-14 em Votorantim/SP tem um fato curioso em que o Inter calou a torcida adversária que já dava como certa a vitória, correto?
A semifinal foi contra o Votorantim/SP, time que da cidade-sede do torneio.O estádio estava cheio. No tempo normal o jogo foi 1 a 1. Na prorrogação eles fizeram 2 a 1. Nós estávamos com dez em campo, pois o zagueiro Eduardo (atualmente no profissional do Inter) foi expulso. Quando o fim do jogo foi se aproximando a torcida começou a comemorar. Estavam eufóricos e já pensando na final. Faltando menos de um minuto para acabar a prorrogação, o meia Gustavo Ferrareis estava no meio do campo e arriscou um chute e acertou o gol! Foi um gol improvável! Calou o estádio. A decisão foi para os pênaltis e vencemos. Essa história é incrível!

3)Dentre os vários jogadores que você trabalhou na base, um que você descobriu foi o volante Rodrigo Dourado. Como foi essa descoberta?
Na verdade, eu tinha um colega no Inter que disputava torneios estaduais  de futsal e em um desses jogos, pelas suas andanças no estado, viu um torneio de meninos e se impressionou com o Dourado, até então com 11 anos e me falou sobre ele. Eu pedi para que fossem atrás do garoto para que fizesse um teste no Inter. Ele fez e passou.

Diria que quem deu aval para que o Dourado entrasse no Inter fui eu. Trabalhei com o atleta desde os seus 11 anos de idade. É muito gratificante ver que se tornou um dos principais jogadores do profissional.

4)Em 2015 o Internacional viveu possivelmente seu último grande momento com o time semifinalista da Libertadores. Naquela equipe havia vários atletas das categorias de base que trabalharam contigo, como os laterais William e Geferson e os meio-campistas Rodrigo Dourado e Valdívia. O time era muito bom e por pouco não foi para a decisão. Um ano e meio depois esses mesmos atletas entraram para a história do clube com o inédito rebaixamento à Série B do Brasileiro. Primeiro, gostaria que você me disse porque acha que esses atletas que viveram um auge em 2015 caíram de produção, principalmente o Geferson? Como viu esses atletas, que você os formou, terem feito parte do rebaixamento? Por fim, como viu essa queda do Inter?

Em 2015 o técnico era Diego Aguirre e com Campeonato Gaúcho e Libertadores ao mesmo tempo  houve um rodízio com os atletas. Nessa variação de escalações vários garotos da base se firmaram no profissional como William, Geferson, Dourado e Valdívia, por exemplo. Na Libertadores, o time era forte. Mesclava juventude com experiência.  Esses atletas mais novos tiveram sua afirmação no profissional e sua valorização. Sobre a queda de rendimento, infelizmente o time como um todo acabou caindo de produção.

Sobre o rebaixamento do Inter, fico muito chateado em ver um clube onde trabalhei por muito tempo indo para a segunda divisão.Não sei exatamente os motivos que levaram o Inter à Série B, pois já não trabalhava mais lá. É duro, mas foi um ano triste para a história do Internacional.

5)Ainda tem contato com alguns jogadores da base do Inter, como Dourado e Valdívia, por exemplo? Se sim, chegou a conversar com eles sobre o rebaixamento? O que um técnico fala para um jogador quando este participa de um rebaixamento? Principalmente se tratando de um time grande como o Inter?
O contato que tenho com eles é mais pela internet. Por redes sociais. Sobre o que falar é um pouco difícil, pois eu não estava mais no clube. Logo eu não sei detalhes do que houve com o rebaixamento. Agora como alguém que está de fora, mas os conhece das categorias de base eu diria para eles reverem os erros do rebaixamento e que ficassem no Inter para devolvê-lo à Série A do Brasileiro. Infelizmente, o rebaixamento é uma marca negativa na carreira dos jogadores e o melhor jeito de amenizar é subindo com o Inter para a Série A.

6)Falando sobre o Valdívia,o meia vivia um ótimo momento em 2015 . Era um dos principais jogadores do elenco e ídolo da torcida. No fim de 2015 sofreu uma lesão grave em um dos joelhos e ficou 8 meses afastado do futebol. Até então não voltou a ter a mesma sequência boa de jogos que tinha. O quão a lesão dificulta a volta de um jogador a atuar em alto nível?
 Ele sofreu uma lesão grave no joelho. Estava no auge da carreira quando se lesionou. Certamente se não tivesse tido esse problema seria convocado para disputar a Olimpíada pela Seleção Brasileira.Todo jogador que está no auge e se lesiona, quando se recupera dificilmente volta a atuar em grande nível em pouco tempo . A vantagem dele, se é que tem vantagem em lesão (risos), é que é um jogador jovem (nascido em 1994), se recupera mais rápido e tem tempo para resgatar a confiança, pois no início todos ficam ressabiados. Creio que se não tivesse tido essa lesão, o Inter não seria rebaixado no Brasileiro.

7) Falando sobre categorias de base,há muitos jogadores que se destacam no infantil, juvenil, juniores e não vingam como profissionais. O que leva alguns atletas tidos como promessas da base de um clube a não conseguir ser profissional? Um treinador consegue identificar se um jogador tem potencial só na base e não no profissional?
São vários fatores que interrompem um jogador de chegar ao profissional. As vezes é lançar no profissional antes do tempo. Antes de estar pronto. Um exemplo foi o volante Rodrigo Dourado que fez sua estreia no profissional em 2012 em uma partida contra o Sport/PE. Dourado não foi bem e seguraram mais um pouco. Precisava de um tempo maior para atuar no time de cima. Como treinador de base temos que ter cuidado e saber o momento certo de lançar o jogador. Outro exemplo foi ano passado com o atacante Bruno Baio que estreou contra o Fluminense no Maracanã. Também não foi bem. Já o meia Fred fez sua no Inter contra o Atlético/GO no Beira-Rio. Foi o ano que o clube goiano foi rebaixado no Brasileirão e foi uma estreia mais fácil para o Fred (atualmente no Shaktar Donetsk-UCR).

Essa identificação, de saber o momento certo, não é muito fácil.  Conseguimos ter alguns sinais, como personalidade e conhecimentos técnicos e táticos que o jogador tem. Amadurecimento do entendimento de um jogo. Tem que ver a estrutura familiar do garoto. Como o empresário gere a carreira dele.

Em geral,a maioria dos jogadores que chegam aos juniores de um time grande tem totais condições de virarem profissionais. Estando nos juniores de um clube grande, dificilmente não se torna profissional. Eles estão bem assessorados e bem monitorados para virarem profissionais.

8)Como já mencionado nesta entrevista, sua trajetória começou em 2001.O que acha que mudou no trabalho de categoria de base de lá para 2017?
Hoje o futebol é mais estudado. Há inúmeros detalhes e uma integração maior entre diversas áreas como psicologia, nutrição e fisioterapia, por exemplo.

Atualmente no futebol rola muito mais dinheiro.Jogadores da base com altos salários. Com certeza os jogadores estão mais focados e dedicados na afirmação de suas carreiras.

Em sua passagem pelo Criciúma.Créditos: Fernando Ribeiro/Site oficial do E.C.Criciúma


9)Sobre sua carreira, em 2015 teve uma curta passagem pelo profissional do Caçadorense e em 2016 treinou o time sub-20 do Tubarão/SC e na sequência foi auxiliar-técnico do Marcelo Mabília do Criciúma na Série B do Brasileiro. Como foram essas experiências?

Em 2016, Mabília foi contratado para dirigir o Tubarão na Série B do Catarinense e me indicou para trabalhar no time sub-20.

Quem administra o Tubarão é a empresa K2 Soccer. É um projeto inovador e interessante.Tem tudo para dar certo.

Foi muito bom trabalhar lá. Recebia o salário em dia e tinha total liberdade para treinar a minha equipe.

Já no Criciúma, o Paulo Pelaipe me levou para ser auxiliar do técnico Roberto Cavalo.Cheguei no segundo turno da Série B do Brasileiro . Foi a minha primeira experiência como profissional. Ajudou bastante na minha carreira. Era uma realidade diferente das categorias de base. É uma preparação diferente de jogo e de treinamentos. Vou levar essa experiência para o resto da minha vida no profissional.

Por fim, em dezembro passado ainda voltei ao Tubarão e fui auxiliar de Marcelo Mabília na Série B do Catarinense. Nos desligamos do clube em fevereiro deste ano.

10) Detalhe mais sobre essas diferenças da rotina entre treinar um time de base e um profissional.
No profissional você lida com atletas já formados, alguns parando e que não querem mais aprender. É necessário ter habilidade para saber lidar com essa realidade que existe no profissional.

Nos jogos, muitas situações que ocorrem os jogadores já vivenciaram. Muitas situações não são novidades para eles. Diferente da base onde muitos vivem suas experiências pela primeira vez.

11) Em 2016 alguns clubes brasileiros quebraram o círculo vicioso de técnicos e apostaram em jovens treinadores como o Flamengo com Zé Ricardo e o Botafogo com Jair Ventura. Ambos foram bem, conseguindo classificação para a Libertadores e mostrando um futebol ofensivo. Nesta temporada, o Corinthians efetivou Fábio Carille. Isso dá esperança para que você consiga seu espaço furando esse círculo vicioso?
Torço muito para que esses treinadores tenham sucesso,pois vieram da base como eu. Com esses técnicos tendo bons resultados, se abrirão portas para uma nova geração de treinadores.

12)Trabalhou muito tempo no futebol gaúcho e desde de 2015 tem experiência no futebol catarinense. Como vê o futebol desses dois estados?
Acho que o Campeonato Catarinense está mais equilibrado, com pelo menos cinco equipes lutando pelo título.Equipes menores com uma estrutura boa de trabalho e melhor que as equipes pequenas do Rio Grande do Sul. Diria hoje que o futebol catarinense está um pouco a frente do futebol gaúcho.

13)Por fim, o que planeja para a sua carreira em 2017?
Quero seguir como auxiliar-técnico de um time profissional ou ser de fato o treinador. Estou me preparando muito para o momento de ser treinador de uma equipe profissional.



sábado, 11 de fevereiro de 2017

Exclusivo! Atacante João Figueiredo fala sobre São Paulo, Galo e muito mais!

Prólogo: Conheci João Figueiredo em Alvorada/RS, onde o Atlético/MG enfrentou Internacional, na terceira rodada da fase de grupos da Copa Ipiranga sub-20 (que já foi chamada de Copa do Brasil, Copa FGF, dentre outros nomes).

O Galo encarou um Colorado B (poupou os principais jogadores por conta do curto intervalo de tempo entre um jogo e outro) e não teve dificuldades para vencer por 4 a 2.

A Morada dos Quero-Queros, que sempre teve um público baixo, estava cheia e os torcedores vaiaram a péssima apresentação do clube gaúcho.
João Figueiredo na goleada de 4 a 2 do Galo sobre o Inter. Créditos: Leonardo Cantarelli


Pelo lado mineiro, um dos destaques do jogo foi João Figueiredo. O atacante foi um dos destaques anotando dois dos quatro tentos de sua equipe.  Eu estava fazendo um trabalho para uma assessoria que tinha clientes na equipe alvinegra. Um deles era o atleta citado.

Ao ser substituído no decorrer da segunda etapa, me apresentei e expliquei o trabalho. Simpático, perguntou meu nome e pediu que eu mandasse as fotos pelo seu Facebook. Desse diálogo nasceu uma pequena amizade.

O Galo avançou de fase, mas João lesionado não pode atuar no mata-mata. Ficava na arquibancada torcendo por seus companheiros. Eu sempre fiquei próximo dele e conversávamos bastante. O clube de Belo Horizonte foi vice-campeão.

Em 2016, o paulistano. teve sua primeira chance no profissional. No dia 29 de maio, o garoto atuou no empate do Atlético/MG diante do Vitória, no Barradão/BA, por 1 a 1, pela quarta jornada do Braasileirão. Atuaria ainda no empate também por 1 a 1 diante do Fluminense, no Independência e no 4 a 4 contra o Sport na Ilha do Retiro.

No início deste ano, disputou a Flórida Cup. Na estreia, entrou no decorrer da partida, onde o Atlético/MG perdeu para o Bayer Leverkusen-ALE por 1 a 0. A mesma situação ocorreu no triunfo do Galo sobre o Tampa Bay Rowdies-EUA por 2 a 0.

Para ganhar experiência, o futebolista está disputando o Campeonato Mineiro pelo Democrata de Governador Valadares.

Nesta reportagem, o jogador falou sobre seu início de carreira no São Paulo, passagem pelo Galo e a expectativa no Estadual pela equipe valadarense.

Confira:
Desde pequeno João Figueiredo teve contato com o futebol e visando se tornar um atleta profissional seus pais o matricularam na escolinha do São Paulo F.C quando tinha 10 anos. No mesmo ano se destacou e já foi chamado para defender o clube do Morumbi. Com isso, o atleta passou a treinar no C.T. de Cotia/SP.

"Fiquei sete anos na base do São Paulo. Atuei como meia direita,meia central, atacante pelas beiras e centroavante (onde atua no momento) e ganhei vários títulos. A estrutura de Cotia é muito boa e cresci muito como atleta lá", disse o futebolista nascido no dia 27 de maio de 1996.

João em seus tempos de São Paulo.Crédito: arquivo pessoal do jogador


Aos 17 anos, sem espaço no time juvenil do São Paulo, foi liberado e em seguida acertou com o Atlético Mineiro.

"Eu não estava sendo aproveitado no time juvenil e pedi para sair. Me liberaram. No dia seguinte, a diretoria do Atlético Mineiro entrou em contato com o meu pai (Luis Figueiredo, até então quem cuidava carreira do filho) e pediu para eu ir a Belo Horizonte fazer um teste. Fui aprovado e no outro dia assinei vínculo com o clube", disse o jogador que se mostrou chateado ao sair do clube do Morumbi.

"Fiquei chateado de sair do São Paulo. Entretanto, dias depois assinei contrato com o Galo a chateação passou. Creio que aprendi muito no Atlético Mineiro. Gosto muito de Belo Horizonte. Uma cidade boa de se viver", emendou João Vitor Brandão Figueiredo.

Pelo Galo, um de seus treinadores foi Rogério Micale campeão olímpico com a Seleção Brasileira em 2016. Figueiredo diz que é um treinador de ponta e que aprendeu muito com ele.

" Micale é diferenciado. Um treinador de ponta. Toda vez que saíamos do treino era como se tivéssemos uma aula de futebol. Sabe muito de futebol, tanto tecnicamente como taticamente.Os jogadores gostam dele. Ele passa muita confiança aos atletas. Torci muito para que ele ganhasse a medalha de ouro nas Olimpíadas. Foi merecido", disse o jovem atleta.

Em 2016, O Atlético Mineiro foi excursionar à Europa e ganhou dos torneios. Um na Alemanha e outro na Holanda. João Figueiredo foi destaque em ambos. Nas duas competições, o paulistano foi artilheiro. Tanto nos Países-Baixos como na nação germânica houve quatro jogos e em ambos os casos, Figueiredo fez cinco gols.

" O mais marcante foi, sem dúvida, no torneio na Holanda, onde vencemos o Feyenoord, anfitrião da competição, por 1 a 0 eu fiz o tento do título e foi no final do jogo", recordou.

" Nessa excursão à Europa enfrentei várias equipes de ponta como Chelsea, Borussia Dortmund, Feyenoord, Olympiacos-GRE, Liverpool, dentre outras. Me chamou a atenção os clubes alemães. Eram os melhores e muito bem organizados taticamente. Um futebol eficiente", emendou.

Após retornar ao Brasil, o  Galo estava com vários jogadores lesionados e isso abriu espaço para que João Figueiredo fosse relacionado pelo time principal. A primeira vez foi na terceira rodada do Brasileirão contra o Grêmio, mas não entrou em campo. Já na quarta jornada, diante do Vitória em Salvador/BA, ficou no banco de reservas e aos 39 minutos fez sua estreia no time principal, entrando no lugar de Carlos. O ex-são-paulino fala sobre esses dez minutos em campo.

"Me lembro que estava aquecendo para entrar em campo e o Marcelo Oliveira (técnico) falou para eu jogar leve e tranquilo.  Foi uma experiência muito boa. Um sonho realizado. Senti um pouco a diferença de um jogo profissional, pois é um jogo mais pensado e tático", afirmou o centroavante.

Na quinta rodada, Marcelo Oliveira o relacionou novamente diante do duelo contra o Fluminense no Independência. Outro empate em 1 a 1 e Figueiredo entrou aos 38 minutos no lugar de Patric.

Atuando contra o Fluminense pelo Brasileiro de 2016. Crédito: arquivo pessoal do jogador


" Entrei com o jogo já empatado e tentamos o gol da vitória, mas o Fluminense estava muito bem encaixado defensivamente. Não teve como", contou.


Pela sexta rodada, na Ilha do Retiro, o Galo enfrentou o Sport e outra igualdade no marcador: 4 a 4. Aos 39 minutos, João Figueiredo entrou em campo no lugar de Patric. Os oito tentos já haviam sido anotados no cotejo.

"Foi um jogo difícil, onde abrimos o placar, mas deixamos o Sport empatar. Entrei logo após o quarto gol do Sport e não conseguimos sair com a vitória", resumiu.

Aos poucos, os jogadores lesionados estavam recuperados, o atacante Fred foi anunciado como reforço e isso fez com que João Figueiredo não entrasse mais em campo pelo profissional em 2016. O atleta exaltou o período em que passou treinando com o time principal e diz que a temporada terminou de forma frustrante para o Galo por não ter conseguido um título na temporada.

" Fiquei treinando com o elenco profissional, mas com a volta dos principais jogadores perdi meu espaço. No entanto, foi muito bom treinar com jogadores de renome como Robinho, Fred, Lucas Pratto, dentre outros. Todos no elenco sempre ajudaram os mais novos. O Galo terminou o ano sem títulos e isso foi frustrante, pois sabíamos do potencia do time ", revelou João Figueiredo.

No início de 2017, o Galo excursionou com um time B aos Estados Unidos para jogar o torneio amistoso 'Florida Cup'. O Alvinegro, que havia se sagrado campeão em 2016, enfrentou o Bayer Leverkusen e o Tampa Bay Rowdies. Os brasileiros perderam para os alemães por 1 a 0 e ganharam dos estadunidenses por 2 a 0. Figueiredo entrou no decorrer das duas pelejas.

"Foi muito bom representar o time profissional do Atlético Mineiro em um torneio internacional. Atuei nos dois jogos e foi muito bom para ganhar experiência", resumiu o centroavante.

Na sequência, João Figueiredo foi emprestado ao Democratas de Governador Valadares para  a disputa do Campeonato Mineiro. Ao término da competição, deverá retornar ao C.A.M.

" Fui para o Democratas, pois sabia que o técnico Roger Machado não iria me utilizar. O Atlético Mineiro queria me emprestar para me dar rodagem e queria que fosse para uma equipe de Minas Gerais para poder me monitorar de perto", contou.

Até o momento, em dois jogos pelo Estadual a Pantera sofreu duas derrotas. Ambas por 2 a 0. Na estreia, em casa, contra o América/MG e depois contra o Uberlândia. O próximo compromisso é neste domingo, 12/01,contra o URT em Patos de Minas.

"Nosso time foi formado há pouco tempo e ainda estamos buscando o entrosamento. Até o momento fui reserva nos dois primeiros jogos, mas para o duelo contra o URT tenho a expectativa de começar entre os titulares", finalizou.




sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Exclusivo! Atacante Marcelo Fernandes fala sobre Palmeiras,Vietnã e muito mais!

Nesta postagem trago uma reportagem com o centroavante Marcelo Fernandes com passagem pelo time B do Palmeiras e desde 2016 vive na Ásia, onde jogou em Myanmar e  atualmente está no Vietnã.

Brasileiro em sua rápida passagem pela Áustria


O Arquivos e Histórias F.C. teve a honra de ser o primeiro veículo midiático a contar a trajetória futebolística deste paranaense de Cascavel.

Confira:
Como ocorre em muitos lares brasileiros os meninos desde pequeno sempre jogam futebol tanto no quintal de casa  como nas ruas. A situação não foi diferente para Marcelo Fernandes.


A primeira equipe que defendeu foi a 'Escolinha do Parque São Paulo' que era do bairro que vivia em Cascavel/PR. Disputava torneios organizado pelo município paranaense e uma vez por ano participava de competições estaduais.
Aos 7 anos atuando em seu primeiro clube: Escolinha do Parque São Paulo


Em seu último ano de infantil foi contratado pelo Toledo Colônia Work (atualmente Toledo F.C.) situado também no oeste do Paraná. Por lá, o jogador nascido no primeiro dia de 1991  foi vice-artilheiro do Paranaense Juvenil de 2008 e na mesma temporada foi promovido ao time profissional.

"Minha estreia profissional foi em 2008 pela Copa do Paraná. Na ocasião, o Toledo venceu o Cianorte por 2 a 1 e entrei no segundo tempo. No entanto, fiquei pouco tempo no elenco profissional, pois no fim daquele ano o Toledo firmou parceria com o São Paulo trazendo muitos atletas do Tricolor para atuar em 2009. Sem espaço fui emprestado para o São Bernardo. O que me chamou a atenção foi poder disputar uma Taça São Paulo de Juniores, uma grande vitrine para quem está iniciando a carreira", disse o centroavante, que no infantil chegou a atuar com meia direita.

Após duas temporadas pelo clube do ABC paulista, o cascavelense se transferiu para o Palmeiras, onde em 2011 atuou pela equipe B na Série A-2 do Campeonato Paulista. Foi pelo Palestra Itália que anotou seu primeiro gol como profissional. O tento foi histórico também por questões familiares.

"Meu primeiro gol anotado foi em um jogo diante da União Barbarense em 2011 pela Série A-2 do Paulista. Um dia antes um tio meu havia falecido. No momento do jogo estava ocorrendo o velório. Anotar aquele gol foi emocionante e uma forma de mandar força para os familiares com essa boa notícia", contou.

Fernandes chegou a treinar com o time principal e participou de alguns amistosos. Mesmo não disputando nenhum jogo pelo elenco principal, o futebolista se mostra feliz em ter passado pelo Palestra Itália,

"Meu período no Palmeiras foi muito bom. Treinei ao lado de grandes jogadores como o goleiro Marcos e o meia Valdívia. É um sonho realizado estar naquele elenco. Meu pai é palmeirense e para ele foi um motivo de orgulho eu estar lá. Eu não acreditava no que estava acontecendo. Queria que todos os meus amigos e companheiros do futebol, que ralaram comigo, estivessem lá também. Que eles tivessem também esta oportunidade. O técnico era o Felipão e ele tratava todo mundo muito bem. Conversava e dava motivação aos mais novos para sempre dar o máximo nos treinos", afirmou o atleta.
Fernandes em um amistoso pelo Palmeiras. Atleta está ao lado do ex-jogador Galeano


Sem oportunidade no Verdão e precisando ter sequência de jogo, Marcelo aceitou a proposta recebida pelo Bangu e participou do Carioca de 2012. Na ocasião, o Alvirrubro foi semifinalista do segundo turno o que fez com que escapasse do rebaixamento no estadual.

" Atuar no Bangu foi sensacional.  Foi uma campanha inacreditável. No primeiro turno não ganhamos nenhum jogo e para livrar do rebaixamento precisávamos ir à semifinal do returno e foi o que aconteceu. Foi incrível! Fazia muito tempo que o Bangu não ficava entre os quatro melhores de um turno no Carioca. Por lá, atuei com grandes jogadores como o meia Almir, onde temos uma grande amizade,o atacante Thiago Galhardo (ambos ex-Botafogo), e o atacante Fabinho Alves (ex-Cruzeiro, Joinville e atualmente no ABC/RN). Para os profissionais  e os torcedores aquela semifinal foi tão comemorada como se fosse um título", relembrou.

Após se destacar no time carioca, Fernandes recebeu uma proposta para atuar na Áustria. No entanto, sua passagem pelo Wacker Innsbruck não foi boa. O brasileiro sofreu uma lesão no tornozelo e foi pouco utilizado.

"Atuei na primeira divisão da Áustria,mas não foi uma experiência boa. No inverno a temperatura chegou a -28 graus. Nunca havia passado por isso antes.O futebol lá é diferente do praticado no Brasil. Havia muita marcação e exigência tática. Por fim, ainda sofri uma lesão no tornozelo o que fez com que eu atuasse pouco.  Sei que poderia ter tido um rendimento melhor. Um exemplo foi  a partida contra o Mattesburg,onde perdíamos por 1 a 0 e entrei faltando dez minutos para o encerramento. Fiz o gol de empate e dei um passe para o tento da virada", contou o jogador, que após seis meses retornou ao Brasil para atuar no Caxias/RS.

" Sempre tive o sonho de atuar no futebol gaúcho e apareceu a oportunidade do Caxias. Adorei viver em Caxias do Sul e tive uma boa passagem pelo Caxias. Guardo boas recordações", emendou.

Após seis meses, Marcelo retornou ao Bangu/RJ e em 2015 recebeu a proposta para atuar no Atibaia pela Série A-3 do Paulista. Pelo Falcão conseguiu o acesso à A-2. No entanto, em 2016, o clube da Região Metropolitana de Campinas teve problemas em adequar seu estádio para jogar a Série A-2 e teve que participar novamente da A-3.

"Acaba sendo frustrante ver que o Atibaia não pôde disputar a Série A-2 em 2016. Trabalhamos e dedicamos muitos dias para alcançar o acesso e ver que não pode participar da A-2 é muito triste. São coisas que infelizmente acontecem no futebol", lamentou.

No segundo semestre de 2015, defendeu o Guaratinguetá na Série C do Brasileiro. O centroavante chegou para a disputa do segundo turno  e ajudou a equipe do Vale do Paraíba, que era dada como rebaixada, a permanecer na terceira divisão.

Em janeiro de 2016, o brasileiro recebeu outro convite para atuar no exterior. Desta vez em Myanmar. Mais precisamente no Yangon United F.C. O clube mais popular da Birmânia.

" Aceitei vir para Myanmar, pois vi que seria uma grande oportunidade em um mercado que está crescendo muito. Tenho chances de poder atuar contra equipes da China, Japão e Coreia do Sul.Potências da Ásia. Os clubes mianmarenses tem contratado muitos técnicos estrangeiros e vejo que os jogadores aqui são muito obedientes e tem muita vontade de aprender. Os jogadores daqui já tem uma força física fora do normal. Um diferencial para eles. Tudo isso faz com que o futebol aqui siga evoluindo. Não tenho dúvida que um dia será uma potência mundial", disse o sul-americano, que depois falou sobre sua adaptação e costumes locais.

"A língua local (birmanês) é muito difícil. Aprendi as palavras principais como 'obrigado', 'saudações' e outras necessárias para o entendimento em campo. O povo mianmarense é muito acolhedor. Quando gostam de ti fazem de tudo para agradar. Ajudam muito o estrangeiro a se adaptar a cultura local.  É verdade que eles tem alguns costumes estranhos como comer ratos, cachorros e sapos. Me ofereceram, mas eu não me arrisquei a comer (risos)."

Pelo Yangon United F.C., Fernandes pela primeira vez em sua carreira disputou uma competição continental. Sua equipe atuou nos playoffs da Champions League Ásia e foi eliminado na prorrogação pelo Chonburi da Tailândia. Apesar do revés, o brasileiro guarda com carinho esse duelo.

"Apesar do placar negativo, eu tive uma grande atuação. Fiz o primeiro gol de nossa equipe e dei o passe para o segundo. Infelizmente fomos eliminados na competição e não fomos para a fase de grupos", recordou.

O Yangon também atuou na AFC Cup, o equivalente à Copa Sul-Americana, e na fase de grupos ficou em terceiro lugar somando 8 pontos. Apenas os dois primeiros de cada chave avançavam ao mata-mata. Nos seis jogos realizados, Marcelo anotou cinco gols.

Já em âmbito doméstico, sua equipe faturou a Recopa de Myanmar e foi vice-campeão tanto da Liga Nacional como da Copa Nacional.

Essa boa temporada fez com que recebesse uma proposta do Saigon FC do Vietnã.

Fernandes em seu atual clube no Vietnã

Desde janeiro em terras vietnamitas, o brasileiro já entrou em campo quatro vezes e anotou dois gols e deu assistência para outros dois tentos. Todos os duelos foram pelo Campeonato Nacional.

"Decidi, junto com os meus representantes, vir para o Saigon FC, porque tem uma estrutura muito boa e um projeto ambicioso. Comecei bem a temporada  e isso me dá ânimo para atingir meus objetivos. Aqui o povo é bastante acolhedor, muito parecido em Myanmar. Também contratam técnicos e jogadores estrangeiros visando desenvolver o futebol local. Sinto-me feliz por ter meu futebol reconhecido aqui na Ásia", explicou o futebolista, para depois dizer que se sente realizado com a sua carreira.

"Sou muito grato ao futebol por tudo que me proporcionou e me ensinou. Pelas pessoas que conheci e pude trabalhar. Conhecer outros países, outras culturas. Olho para trás e vejo tudo que passei e o que fiz para chegar onde estou, me faz sentir um vencedor. Deus tem sido muito bom para mim. Tenho fé que muitas coisas boas estão por vir.  Também quero agradecer a minha família, minha namorada e os meus amigos que sempre me apoiam e torcem por mim.Pagamos um preço alto ao escolher ser jogador de futebol, pois temos que viver longe das pessoas que amamos.Mas sei que no futuro estarei perto deles e com todos os meus objetivos alcançados", finalizou.

Prorrogação:

1) Melhor liga que atuou: Austrian Bundesliga
2) Treinador que marcou sua carreira: Sr. Doraci, meu primeiro treinador lá na Escolinha do Parque São Paulo. Me ensinou tudo que eu precisava para ser um grande jogador e acima de tudo uma grande pessoa.
3) Melhor parceiro de ataque: Reisnaldo no Toledo Colônia Work. Nos entendíamos muito bem em campo.Com ele de parceiro no ataque eu fui vice-artilheiro do Juvenil Paranaense em 2008.
4)Um jogo inesquecível: Yangon United F.C. 2x3Chonburi-TAI.

Crédito das fotos: arquivo pessoal de Marcelo Fernandes