sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Exclusivo! Atacante Guilherminho fala sobre passagens por Bahrein, Omã e Turquia!

O futebol para muitos não é apenas um esporte. É a chance que os jovens tem de sair da pobreza e ajudar seus familiares a obter uma vida mais digna. Diversos atletas se aventuram por países desconhecidos em busca de uma condição financeira melhor e estável.

Várias histórias já foram relatadas neste espaço e com o atacante Guilherminho a situação não é diferente.

Aos 11 anos, deixou Lavras/MG, sua cidade natal, e foi até Belo Horizonte/MG defender o Atlético/MG. Por lá ficou dois anos e em 2007 se transferiu para o América/MG.
Guilherminho,ao lado do goleiro Lucas, em seu início de carreira no Atlético/MG


Pelo Coelho, Guilherme Acácio Carvalho da Silva se destacou na Copa Integração. Em 11 jogos anotou 11 gols. Na sequência teve a Taça BH  e o centroavante fez 6 gols em 6 partidas.

Com esse bom retrospecto, Guilherminho se transferiu para o Grêmio. Chegou a treinar algumas vezes com os profissionais, mas nunca teve oportunidade. 

Em 2012 foi defender as cores do Caxias/RS. Inicialmente iria integrar o elenco principal, mas só atuou na base. 

Em sua breve passagem pelo Grêmio

Sem chances nos Pampas, o atleta atualmente com 26 anos retornou ao seu estado de origem para defender o Poços de Caldas na Segunda Divisão do Campeonato Mineiro. A equipe caldense havia feito um investimento alto. Contratou atletas renomados como o volante Amaral (ex-Palmeiras, Corinthians e Seleção Brasileira) e o atacante Finazzi (passagem marcante pelo Corinthians). O técnico seria o ex-zagueiro Cléber (marcou época nos anos 90 pelo Palmeiras). 

O Vulcão, no entanto, não cumpriu com o que prometeu e pouco antes de iniciar o estadual começou a debandada de jogadores. Os parceiros não honraram seus compromissos, dando calote na diretoria e nos futebolistas. Amaral se desligou do clube antes da estreia. Cléber e Finazzi 'pularam fora' após o primeiro jogo (derrota para o Social por 4 a 1). Na sequência, o Poços de Caldas abandonou a disputa.

"A dupla de ataque era eu e o Finazzi. Fiquei super mal com o que aconteceu. Fizemos pré-temporada e criamos expectativas de conseguir o acesso à elite. Infelizmente os objetivos não foram alcançados, por pessoas maldosas que se aproveitam do futebol para se darem bem. No entanto, aprendi muito com essa história. Dinheiro eu não vi. Mas  aprendi muito convivendo com jogadores experientes. Eles nos aconselhavam e nos davam força", disse o atacante em entrevista exclusiva ao Arquivos e Histórias F.C. 

Em seguida, Guilherminho foi defender a Francana na Série A-3 do Campeonato Paulista e fez o gol que livrou a equipe do rebaixamento para a Quarta Divisão.

"Cheguei na reta final da Série A-3 para defender a Francana. Anotei o gol contra o Votuporanguense que nos livrou do rebaixamento, no fim do jogo. Essa sequência foi boa para mim, pois me transferi para a Matonense, onde fiz história", relembrou o futebolista.

"Pela Matonense eu consegui o acesso da Quarta Divisão para a Série A-3 do Paulista e no ano seguinte subimos para a Série A-2.Foi onde finalmente consegui uma boa sequência de jogos na carreira",emendou.
Pela Matonense onde foi campeão da Quarta Divisão Paulista


Após uma rápida passagem pelo Novo Horizonte, da Segunda Divisão de Goiás, o desportista mineiro se transferiu para o Icasa/CE para a disputa da Série C do Brasileiro. Por lá, viveu bons e maus momentos.

"Foi no Icasa que atuei contra grandes equipes do futebol brasileiro como Fortaleza, América/RN e um amistoso contra o Flamengo que foi televisionado.Foi muito bom para a minha carreira. Entretanto houve atraso de salário. Não é fácil atuar sem receber. Mas via aquilo como uma grande oportunidade na carreira Eu saí cedo de casa e sei que o futebol não é feito só de bons momentos. Eu não me abalei por isso (o Icasa acabou rebaixado para a Série D do Brasileiro)", comentou.

Ainda em 2015, o brasileiro teve a sua primeira oportunidade no exterior: Al-Najma Club do Bahrein.

Na ocasião, a equipe da capital daquele país do Golfo Pérsico estava na Segunda Divisão. Guilherminho foi um dos destaques do acesso e artilheiro do time com 15 gols em 16 jogos.

"Eu fui para o Bahrein através de um amigo meu que mostrou um DVD para o clube que gostou e me contratou. Eram três sheiks que comandavam o time. Eles tinham bastante dinheiro e investiram alto para ir para a primeira divisão. Felizmente me adaptei rapidamente ao futebol de lá e anotei 15 gols em 16 jogos. O que lamentava apenas era que os estádios estavam sempre vazios", disse o sul-americano que mudou seu estilo de jogo quando foi para a Ásia.

"Sempre atuei como centroavante, mas no exterior por eu ser mais franzino queriam me colocar atuando pelas pontas. Eu aceito normalmente atuar como atacante pelos lados, mas confesso que prefiro ser centroavante", revelou.

Após uma boa temporada no Bahrein, Guilherminho se transferiu para o Saham Club de Omã. 

"Em Omã encontrei um futebol mais competitivo e times com mais torcidas. No entanto, houve alguns problemas em relação ao que a diretoria prometeu e não cumpriu e eu acabei saindo", explicou, para depois dizer como se adaptou em países islâmicos, uma cultura bem diferente da América do Sul.

"No Bahrein foi um pouco mais fácil, pois havia mais brasileiros lá. Isso ajudou. No início se estranha algumas situações, como no vestiário, onde os jogadores não se trocam na frente dos outros. Há uma preservação do corpo muito grande por lá. As mulheres respeitam demais os maridos. Um fato que estranhava lá era pegar elevador, pois se uma mulher vê um homem entrando (não sendo o marido) ela não vai junto. Espera o homem usar para depois poder subir.  Com o passar do tempo, vamos nos acostumando a essas situações", contou.

No meio de 2017, Guilherminho se transferiu para o Hekimoglu Doganspor da Turquia. A equipe da cidade de Trabzon disputa as divisões inferiores do campeonato turco.Até o momento o brasileiro em 4 jogos deu assistência para um gol em um clássico local e está em busca de balançar as redes.

"O que me chama atenção na Turquia é o fanatismo dos torcedores pelo futebol. Incrível como eles adoram o esporte e os times. Torcem de uma maneira muito intensa.O bom é que aqui as pessoas falam inglês e é mais fácil para se comunicar. Isso faz com que eu desenvolva melhor o meu inglês também. Vou dominando melhor o idioma", explicou, para depois dizer os planos que ainda faz para a carreira.

"Pretendo trabalhar cada dia mais e ser melhor que 'ontem' e alcançar sempre os melhores resultados no futebol e sempre que puder ajudar os mais necessitados. É sempre isso que eu penso para o meu futuro", finalizou.

Crédito das fotos: arquivo pessoal/Guilherminho

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