quinta-feira, 6 de abril de 2017

Exclusivo! Willyan Barbosa, de Altamira/PA, passando por Turim à Ilha da Madeira

O futebol é visto como uma salvação financeira para muitas famílias. Jovens, inclusive crianças, deixam seu lar e sua cidade em busca do tão sonhado objetivo de se tornarem jogadores e claro, ajudar financeiramente seus entes queridos.

Quem convive no meio futebolístico já ouviu várias histórias assim.

O caso de Willyan Barbosa não é diferente. O atleta aos 10 anos de idade deixou para trás Altamira/PA e foi tentar a sorte em Belém/PA. Após um período em uma escolinha na capital paraense, o meia-atacante foi jogar no Real Minas/MG. De Belo Horizonte/MG o nortista foi emprestado ao Leme/SP para o torneio Viareggio na Itália. O brasileiro que estava perto de completar 14 anos chamou a atenção de vários clubes da `Bota`e aceitou o convite do Torino.

Willyan atuando pelas categorias de base do Torino

"Após o torneio vários times me procuraram. Torino, Milan, Fiorentina, Chievo , dentre outros. O Torino foi o primeiro a me convidar para fazer um teste. Após alguns dias, pediram para eu ficar. Houve acordo com o meu empresário e passei a ser jogador do Torino", explicou Willian da Silva Barbosa, em entrevista exclusiva ao Arquivos e Histórias F.C.

"Quando sai de casa eu tinha 10 anos. Fui atrás do meu sonho que era ser jogador de futebol. Cheguei na Europa próximo de completar 14 anos.O mais difícil foi a saudade da família. Estar longe dos pais e amigos não é fácil. Dentro de campo eu penso que o lado negativo é que sou desconhecido no Brasil. Logo, é difícil arrumar um clube grande brasileiro e também chegar na Seleção Brasileira. Apesar disso tudo, não me arrependo da minha escolha. O Torino me recebeu muito bem, onde me pagou um curso para aprender italiano e em cinco meses já dominava bem o idioma. Dentro de campo aprendi muito sobre tática. Aprendi a defender, atacar e jogar em equipe. Tudo que sei devo aos meus treinadores no Torino", disse o meia que também atua como segundo atacante e que pela primeira vez dá entrevista falando sobre sua carreira, em detalhes, para um veículo de comunicação brasileiro.

O sul-americano afirma que durante seu período na equipe de Piemonte viu muitos brasileiros passarem pelas categorias de base.

"Vi muitos brasileiros passarem pela base do Torino. Vieram em busca do mesmo sonho que o meu. Mas nenhum ficou. Durante o período que estive lá eu era o único brasileiro das categorias de base. A maioria eu perdi contato e nem sei se vingaram no futebol", revelou.

Barbosa afirmou que gostava do apoio maciço que a população de  Turim dava para a equipe Grená. Maior que para a rival Juventus, segundo o próprio.

"Na Itália, a Juventus tem a maior torcida. Isso é fato. Mas em Turim a torcida do Torino é maior.Nos jogos do juvenil e juniores, a torcida do Torino sempre comparecia em peso. Quando tinha clássico contra a Juventus, aumentava ainda mais o público. Sempre nos apoiavam de forma fanática. Adorava jogar no Torino", revelou o futebolista nascido no dia 17 de fevereiro de 1994.


Na temporada 2013/14, sem espaço no clube italiano, Willyan foi emprestado ao Beira-Mar que estava na segunda divisão de Portugal. Pela equipe lusitana fez sua estreia como profissional.

"No início estranhei a diferença de futebol jogado entre Itália e Portugal.Na Itália é um jogo mais tático e com mais posse de bola. Em Portugal é mais correria. Tem que estar sempre correndo.Mas aos poucos fui me acostumando", contou.

Pela equipe de Aveiro, Willyan fez 39 jogos e anotou 7 gols. Na temporada seguinte, o brasileiro foi atuar na Ilha da Madeira pelo Nacional, clube que defende atualmente. Nesse período, o grande destaque individual foram os clássicos contra o Marítimo, onde em cinco embates foram duas vitórias e três empates, anotando três gols.

Em ação pelo Nacional. Créditos: divulgação

" Nunca perdi um clássico contra o Marítimo. Toda temporada que estive aqui houve o clássico e eu sempre fui bem", explicou para dizer depois que apesar das duas equipes serem tradicionais do futebol lusitano, a população da Ilha ainda tende a torcer mais para Benfica e Porto.

"Aqui se encontra torcedores do Nacional e do Marítimo. Torcedores que apoiam e vão aos jogos. Entretanto, quando enfrentamos Benfica e Porto, por exemplo, é nítido que a maioria no estádio torce para eles. São os dois principais clubes daqui e tem torcida por toda parte de Portugal", afirmou.

Em 2016 Portugal faturou pela primeira vez a Eurocopa. Willyan estava presente no país  e falou da emoção de todos ao levantar o troféu mais importante daquele continente.

"Eu particularmente fiquei feliz pela conquista. Portugal tinha sediado em 2004 e ficado com o vice-campeonato.No dia do título aqui foi uma bagunça. Estávamos em pré-temporada e o nosso treinador nem quis dar treino no dia seguinte. Aqui na Ilha da Madeira a festa foi maior ainda, pois Cristiano Ronaldo é daqui ( cidade de Funchal). Ele é 'o cara` na Ilha. Atuou nas categorias de base do Nacional (entre os 10 e 12 anos) e há aqui CT, três campos de futebol e estádio com o nome dele. O reconhecimento é grande e o povo adora ele", explicou.

No momento, o Alvinegro é o penúltimo posicionado do Campeonato Português com 17 pontos ganhos em 27 rodadas realizadas. Tem quatro pontos a menos que o Moreirense, primeira equipe fora da zona de rebaixamento. Faltando sete rodadas, a meta é evitar seu inédito rebaixamento em sua curta carreira de jogador.

"O Nacional é um clube tradicional e sempre luta por uma vaga na Liga Europa. Infelizmente, a campanha deste ano está aquém do esperado. É uma situação complicada e que eu nunca havia vivido. É difícil, pois mal consigo dormir pensando em como evitar o descenso.  Mas tenho certeza que no final vamos conseguir nos livrar do rebaixamento e na próxima temporada voltar a buscar uma vaga na Liga Europa", afirmou.

Por fim, o meio-campista ressalta que pretende encerrar a carreira no futebol brasileiro. Também revelou que gostaria de atuar em seu estado natal e de preferência no Paysandu.

"Gostaria de encerrar a carreira no Brasil. Estar perto da minha família.Se um dia puder quero jogar em um clube no Pará. Poder atuar no Paysandu , estando na Série A ou B do Brasileiro. É um time que leva muitos torcedores ao estádio. Enquanto isso não acontece eu vou fazendo a minha vida na Europa", finalizou.

terça-feira, 4 de abril de 2017

Exclusivo! Lateral-direito Diego fala sobre amor pelo Botafogo e adaptação no México

Havia apenas 9 minutos de jogo quando Henrique lançou a bola para Diego Jardel, que no meio de três adversários, repassou para Diego, de cabeça e pelo lado direito  do campo,cruzar na área para Sassá, também de cabeça, fazer 1 a 0 para o Botafogo.

`"Naquele jogo o Botafogo utilizou um time B. Era a minha estreia como profissional.Todo jogador sonha com esse momento e eu pude fazer isso pulando o último ano dos juniores.  Eu lembro de tudo desse jogo. Lance a lance.Fui muito feliz dando assistência para o Sassá marcar o primeiro gol do jogo", relembrou o ala Diego em entrevista exclusiva ao Arquivos e Histórias F.C.

A partida era válida pela Copa do Brasil de 2015 e o Fogão venceu por 2 a 1. Todos sonham estar em campo em um jogo profissional pela primeira vez. Diego teve essa oportunidade neste confronto. Talvez não fosse esperado que acontecesse contra o Capivariano em Capivari/SP. Um adversário que cruzou apenas esta vez o caminho da história do Alvinegro de General Severiano. Na volta, os cariocas ganharam por 3 a 0 e eliminaram os paulistas.
Crédito: divulgação 


Naquela temporada a Estrela Solitária disputava a Série B do Brasileiro. Como todo time grande que não está na elite sempre há uma pressão para que retorne logo à Série A. De preferência com título. Foi o que aconteceu com o Botafogo.

"Tem a pressão de sempre ganhar, porque a maioria dos times da Série B são inferiores aos times grandes do Brasil.Mas internamente a diretoria confiava no nosso time e sabíamos que poderíamos sair como campeões da Série B", relembrou Diego Ferreira Matheus.

Das 38 rodadas, o ala disputou sete, vencendo duas, empatando quatro e perdendo uma.

"O jogo mais marcante para mim foi o empate contra o Sampaio Corrêa por 2 a 2 . Dei assistência para os dois gols do Botafogo, sendo um anotado pelo Neílton e outro pelo Navarro", disse o futebolista de 21 anos.

Diego nasceu em Niterói/RJ, mas foi criado em São Gonçalo/RJ onde iniciou sua carreira futebolística. Em 2007 treinava na escolinha do Fluminense no bairro Pachecos (onde vivia).Após um ano foi levado ao Botafogo onde fez quase toda a sua categoria de base. Em 2012 foi campeão carioca sub-20 e convocado para a Seleção Brasileira  juvenil, treinando por uma semana e fazendo amistosos com Flamengo e Fluminense. Dois anos depois foi novamente campeão estadual sub-20.

Voltando ao profissional, Diego trabalhou com Renê Simões e posteriormente com Ricardo Gomes em 2015. Em 2016 o comandante foi Jair Ventura que levou o Botafogo até à Libertadores. Vale lembrar que o Alvinegro era  tido como um candidato ao rebaixamento.

" Sou grato eternamente ao Renê Simões por ter me dado a chance de estrear pelo profissional.Tanto o Renê como o Ricardo Gomes são treinadores excelentes e foram ótimas experiências. Ambos tem muita vontade de vencer. Sobre o Jair Ventura e a boa campanha no Brasileirão de 2016, acredito que se deve ao fato dele escalar sempre o time de forma ofensiva e acreditar muito nas jovens promessas.Por isso que com ele o time subiu de produção", afirmou o futebolista.

"Sobre a vaga na Libertadores, comemorei muito com os meus companheiros o objetivo alcançado. Não tive muitas oportunidades com o Jair, mas fico feliz com o bom trabalho que fez e ainda está  fazendo", contou o ala que em 2016 entrou em campo em 16 oportunidades (Estadual, Copa do Brasil e Brasileirão).

Em 2017, sem espaço no B.R.F., Diego recebeu uma proposta do Jaguares do México e firmou um contrato de empréstimo até o final de dezembro.

"Meu empresário me falou da possibilidade de atuar no México e eu, sem espaço no Botafogo, aceitei para adquirir experiência internacional. Apesar de ter chego depois da pré-temporada realizada e ter me apresentado somente após a cirurgia na garganta e no nariz, tenho me esforçado bastante e acredito que o planejamento tem fluído", opinou o jogador que fala sobre sua adaptação no sul do México. 

" Jaguares fica na cidade de Tuxtla Gutierrez no estado de Chiapas.Tenho gostado de viver aqui. A cidade é bonita, o clima é muito bom e o povo é hospitaleiro. Já sei falar razoavelmente bem o espanhol. Minha família está aqui e tem me ajudado na adaptação", emendou.
Diego jogando pelo Jaguares-MEX

Até o momento, o brasileiro tem atuado na Copa Mexicana e na Liga vem sendo relacionado, mas não entrou em campo.

"Minha estreia foi contra o Necaxa, onde vencemos por 2 a 1. Fiquei feliz pelo bom desempenho que tive na estreia", disse o sul-americano que fez três partidas pela agremiação norte-americana.  

Por fim, Diego afirma que segue acompanhando o Botafogo, que chegou até a fase de grupos da Libertadores e fala sobre o que projeta para a carreira no futuro.

"O Botafogo é o clube que me projetou no futebol e estou sempre acompanhando-o. Tenho muitos amigos lá. É um bom time e tem tudo para ir bem em 2017. Na minha carreira pretendo tirar proveito dessa minha experiência no México e conseguir bons frutos no futuro, seja no Brasil ou no exterior", finalizou.