Neste
final de semana teve início a 8ª Copa do Mundo de Futebol Feminino. Em 2018,
visando a Copa do Mundo, eu com o meu amigo Flávio Diniz, fizemos um especial
heavy metal e futebol (republicado aqui), mostrando uma banda de cada nação que
estaria na Rússia e falamos a expectativa de cada seleção. Fizemos o mesmo com
as equipes participantes na edição que ocorrerá na França. Ressaltando que
pegamos bandas que ao menos tivessem 1 integrante do sexo feminino.
Colocamos
bandas tradicionais como o Tristania (Noruega), até grupos oriundos de países
que pouco exploramos o metal como China e África do Sul (aliás como tem bandas
nesse país e de alto nível). Citamos a divertidíssima The Aimorettes (banda
escocesa formada apenas por mulheres e que pratica o lema rock n' roll e
curtir a vida) e lembramos das suecas do Crucified Barbara que recentemente
encerraram as atividades.
Sobre
bola rolando, falamos sobre a trajetória de cada nação no esporte mais popular
do planeta e suas dificuldades para praticá-lo no âmbito feminino. Alguns países como a Tailândia,
onde é difícil conseguir informações, conseguimos uma entrevista exclusiva com
o diretor da comissão técnica da equipe e relembrei conversas que tive com brasileiros que já atuaram por lá.
Por fim,
países como Camarões, Nigéria e Jamaica não foram mencionados na matéria, pois
não encontramos bandas de heavy metal.
Confira:
Grupo A:
França
Flávio
Diniz
Longe de
ser uma potência do futebol mundial, a seleção feminina francesa não possui
grandes conquistas ao longo de sua história. Seu melhor desempenho em uma Copa
do Mundo foi um quarto lugar em 2011, na Alemanha, onde as japonesas
sagraram-se campeãs sobre os EUA. A França possui títulos de menor repercussão,
como duas Cyprus Cup (torneio mundial disputado no Chipre) e uma SheBelieves
Cup (campeonato disputado anualmente nos Estados Unidos). Nas categorias de
base, a seleção tem maior destaque, tendo conquistado quatro vezes o campeonato
mundial na categoria sub-19 e uma vez a Copa do Mundo no sub-17. Os franceses
certamente anseiam por uma boa campanha neste ano e quem sabe com a força de
jogar em casa, fazer uma dobradinha, com dois títulos de Copa do Mundo em dois
anos (seleções masculina e feminina). Por falar nisso, recentemente as seleções
se envolveram em uma polêmica, quando as garotas, às vésperas da copa do mundo,
precisaram ceder o centro de treinamento para a seleção masculina que se
prepara para um amistoso e um jogo válido pelas eliminatórias da Eurocopa. O
debate envolvendo temas como sexismo se reacendeu com a notícia tomando conta das
redes sociais.
Lar de um dos maiores festivais de metal do mundo, o respeitadíssimo
Hell Fest, que faz frente ao “badalado” Wacken Open Air, a França não é, no
entanto, um celeiro de grandes nomes do metal mundial. Obviamente há nomes
respeitados, como Benighted e Gojira, mas nada mais famoso do que isso. A banda
selecionada para representar franceses e francesas não possui uma vasta
discografia, mas agrada em cheio fãs do Metal Sinfônico. Fundada em 2015, Beneath
My Sins possui um álbum lançado em 2017 intitulado “Valkyries of
Modern Time”. Emma Elvastone é a voz feminina que emoldura o
som trabalhado e envolvente da banda. O repertório da cantora é muito rico.
Seus timbres vocais são bem diversificados, alcançando notas bem altas e suaves
de acordo com o que a composição pede, arriscando até alguma agressividade aqui
e ali. A sonoridade da Beneath My Sins segue um estilo suave e clássico do
gênero, adicionando trechos mais modernos e comerciais, que ajudam a
diferenciar suas composições em um gênero difícil de se sobressair.
Música: Loosing You Again.
Noruega
Flávio Diniz
Na contramão das conquistas masculinas, a seleção norueguesa feminina é
motivo de orgulho para os escandinavos. Chegaram à duas finais da Copa do
Mundo, levantando a taça em uma das ocasiões, em 1995, conquistaram duas
medalhas olímpicas (ouro em 2000 e bronze em 1996), são bicampeãs da Eurocopa
(1987 e 1993) e chegaram outras três vezes à final do torneio continental. A
Noruega possui a melhor jogadora de futebol mundial da atualidade. Trata-se de
Ada Hegerberg, jogadora do Olympique Lyonnais, clube pelo qual conquistou nada
menos do que treze títulos, sendo quatro vezes campeã da Champions League,
cinco do Campeonato Francês e quatro da Copa da França. Além disso, obviamente
possui muitos títulos individuais. O mais importante, a Bola de Ouro Feminina
de 2018. No entanto, apesar disso tudo, a jogadora não estará na Copa do Mundo.
A atacante recusou a convocação devido à desigualdade de tratamento entre
homens e mulheres no esporte. Nem mesmo a decisão na mesma época da federação
do país de pagar o mesmo salário às duas seleções fez a craque mudar de
opinião, que cobrava mais respeito, nível de profissionalismo e qualidade do trabalho
destinado às seleções. “Nem sempre é por dinheiro”, detonou a jogadora.
No entanto, vale lembrar, que mesmo sem a principal jogadora, a Noruega entra
como uma das favoritas ao título.
Conhecido pela tradição de exportar grandes nomes do metal mundial, a
Noruega é um dos países com maior concentração de bandas de metal per capita do
planeta, ficando atrás apenas da Finlândia e empatando com a Suécia.
Considerado por muitos como o berço do Black Metal, dando origem aos maiores
nomes do estilo, como Mayhem, Burzum, Dark Throne, Immortal, Dimmu Borgir e
outros, a Noruega também é o lar de nomes do metal sinfônico com a presença de
mulheres, como as já extintas The Sins of Thy Beloved e Theatre
of Tragedy, além da nossa escolhida: Tristania. Talvez o maior nome
do metal gótico/sinfônico mundial, a banda foi fundada em 1996. Por dez anos
(1997 a 2007), Vibeke Stene foi a dona das vozes femininas da banda e é até
hoje, considerada a grande vocalista dos noruegueses. Com Vibeke como front
woman, o Tristania gravou cinco álbuns. O último, Illumination foi lançado
cerca de um mês antes da cantora abandonar o posto. Dois motivos a fizeram
deixar a banda: ela estava tentando encerrar sua formação superior e, segundo a
própria vocalista, o Tristania estava tomando rumos musicais que não a
agradavam. Para a vaga, foi chamada a italiana Mariangela Demurtas, dona das
vozes femininas dos dois últimos álbuns da banda. Embora não apresente nada
novo aos fãs à seis anos (Darkest White é o último álbum, de 2013), os
noruegueses seguem dentre os principais nomes do metal sinfônico, além de
dividir com outras bandas, a pioneirismo do estilo.
Música sugerida: Tender Trip On Earth
Coreia do Sul
Flávio Diniz
Atualmente, ocupando a 14ª colocação no Ranking mundial da FIFA, a
Coreia do Sul tem pela frente a missão de realizar uma campanha melhor ou igual
à última Copa do Mundo (Canadá - 2015), quando chegou às oitavas de final,
classificando-se em segundo colocado, atrás de Brasil e à frente de Costa Rica
e Espanha. No mata-mata, foram eliminadas frente à França em uma derrota por
3x0. Em 2019, o país participa somente de sua terceira Copa do Mundo. A
primeira participação ocorreu na copa de 2003 nos Estados Unidos, quando as sul
coreanas perderam os três jogos da fase de grupos, marcando um gol e sofrendo
onze, encerrando a participação em décimo quarto lugar, com um saldo negativo
de dez gols, a frente apenas de Nigéria e Argentina. A posição no ranking
mundial talvez não incomode tanto jogadoras e torcedoras daquele país, pois
estão na metade de cima da tabela dos 30 primeiros países, mas estar três
posições atrás da outra Coreia, certamente deve incomodar um pouco mais.
Fênomeno absurdo da música pop, tendo criado seu próprio estilo de
música pop, a Coreia do Sul vê agora o retorno do investimento na cultura
retornando aos seus cofres. Psy, com Gangnam Style foi um dos primeiros nomes a
invadir com força a cultura do ocidente. O vídeo da música, com suas danças
infames, que se espalhou por todo o mundo possui insanos 3,3 bilhões de
visualizações. Mas se você acha que os moradores do sul da península coreana se
contentam com a música popular criada no país está redondamente enganado. O
metal não só é apreciado, como muito bem executado por aquelas bandas. O nome
que destacou-se dentre nossas pesquisas é o da banda Dark Mirror ov
Tragedy. Fundada em 2003 na capital Seul, a banda executa um Black Metal
Sinfônico de alto nível, que chega a remeter ao Dimmu Borgir em alguns
momentos, até mesmo no visual. Genie é a única mulher da banda
e é responsável pelas harmoniosas e atmosféricas notas de teclado, ora deixando
o clima denso e pesado, ora dando suaves e melancólicas pitadas que acrescentam
e soam necessárias à musicalidade da banda. Em sua discografia, o Dark Mirror
ov Tragedy possui quatro álbuns lançados. O último, intitulado “The Lord ov
Shadows” é dividido em cinco capítulos. Algumas das faixas possuem 13 e 20
minutos de duração.
Música sugerida: “Chapter III. The Annunciation of In Lust”
Grupo B:
Alemanha:
Leonardo Cantarelli
É impossível falar de heavy metal e futebol e não mencionar a Alemanha.
Um dos países que mais influenciam o mundo atual e são exemplos de modernidade,
organização e cultura.
No futebol, a Seleção Alemã masculina, ao longo do tempo, faturou 4
Copas do Mundo e em cima de grandes equipes. Em 1954 venceu a poderosa Hungria
de Puskas e cia. (que mandava no futebol daquele período). 20 anos depois bateu
a Holanda de Cruyff, que praticava um futebol espetacular, que ficou conhecido
como ‘Carrosel Holandês’. Em 2014, enfrentou o Brasil, pentacampeão
do mundo, em Belo Horizonte/MG, e venceu por 7 a 1. Humilhou o ‘País do
Futebol’ em sua própria terra. A outra conquista foi em 1990.
Assim como os homens, as mulheres também são referência com a bola nos
pés. Venceram duas Copas do Mundo (2003 e 07), o que faz com que a
Alemanha seja a única nação a ganhar uma Copa tanto no torneio masculino como
no feminino.
Ainda sobre as conquistas no âmbito feminino, as alemãs tem 8 Eurocopas
(maiores vencedoras) e foram medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de 2016 no
Brasil. São uma das favoritas a vencer o torneio na França.
Já no rock e no heavy metal, a Alemanha, como já mencionado, é uma das
grandes referências. Anualmente ocorre no norte do país, o Wacken Open Air, o
maior evento de metal do mundo e que reúne headbangers dos 4 cantos do planeta.
Uma meca para os amantes do metal pesado.
Sobre as bandas, podemos mencionar o Scorpions, um dos pioneiros.
Podemos falar sobre Accept ,Grave Digger e Running Wild, que fazem um metal
mais tradicional , sobre Helloween e Gama Ray, lendárias bandas de
power metal e também o Pink Cream 69 com o seu hard/metal de extrema qualidade.
Já no Thrash Metal há o “Big 4” composto por Kreator, Sodom, Destruction
e Tankard. Para quem gosta de underground o Iron Angel é uma grande dica.
Por fim, e falando das mulheres, a grande frontwoman e inspiração para
muitos veio de Dusseldorf: Doro Pesch. Ela fez sucesso com a banda Warlock, que
tocava um heavy tradicional. Atualmente, Doro, está em carreira solo e todos a
conhecem pela sua simpatia, carisma, beleza, além de seguir cantando em alto
nível.
Entretanto, a banda que destacarei aqui é uma menos conhecida, mas muito
boa: Holy Moses.
O grupo oriundo de Aachen teve início nos anos 80 e há como destaque a
cantora Sabina Classen. O estilo praticado é um típico thrash metal e já tem 12
álbuns de estúdio lançados.
O clipe separado abaixo é do início da carreira da banda. Finished with
the dogs , segundo full-lenght lançado e a música tem o mesmo nome do álbum.
Embora já tenham tocado em vários festivais grandes, é legal vê-los tocando em
um palco bem menor, com uma aparelhagem de som não muito boa, e os fãs tentando
subir e fazer mosh. Não é o ideal, mas a realidade de muitos shows de heavy
metal.
Espanha:
Leonardo Cantarelli
O futebol feminino na Espanha passou pelos mesmos problemas que em
muitos lugares do mundo: a dificuldade para a prática e as boas estruturas para
desenvolver o esporte local.
Apenas em 1983, a Real Federación Española de Fútbol, criou de fato uma
seleção feminina espanhola.
Os resultados aos poucos vem aparecendo, principalmente nas categorias
de base. São 7 títulos europeus (3 pelo sub-19 e 4 pelo sub-17) e 1 Mundial
sub-17 (2018). Tudo isso a partir de 2004!
Profissionalmente a melhor campanha foi uma semifinal de Eurocopa em
1997. Las soñadoras debutaram em Copa do Mundo somente em 2015 e não passaram
da primeira fase. A meta agora é ao menos sonhar com uma vaga nas oitavas de
final. Será que é possível? Pelos bons resultados na base é possível
pensar grande.
Já no heavy metal as grandes referências ficam por conta do folk do Mago
de Oz, o power metal do Tierra Santa e também do Dark Moor, além do lendário
Barón Rojo que tem uma grande influência da NWOBHM.
E bandas com mulheres? O destaque aqui fica para Wurdalak. O grupo
oriundo de Valencia pratica um power metal muito envolvente e rico
musicalmente. Maria José Romero é quem dá voz a essa banda que possui 6 álbuns.
O clipe destacado leva o mesmo nome do grupo e foi lançado no cd ‘Como si no
hubiese mañana’ (2016).
África do Sul
Leonardo Cantarelli
A seleção feminina da África do Sul surgiu, de forma oficial, em 1993.
Os grandes feitos até o momento foram disputar a Olimpíada de Londres em 2012
(onde não passaram da primeira fase) e a classificação para a Copa do Mundo de
2019. As Banyana Banyana disputarão pela primeira vez um Mundial. Entretanto, o
futebol feminino africano ainda é muito fraco e a principal meta é fazer uma
campanha meramente digna.
Até o momento em 10 jogos realizados em 2019, as sul-africanas empataram
4 e perderam 6. A última partida, 2 de junho, antes do início da competição,
foi um revés de 7 a 2 para a Noruega.
Já pelo heavy metal, a cena da África do Sul surpreende por ter várias
bandas e de muita qualidade. E grupos com mulheres? Sim, existem e é fácil
encontrar. Difícil escolher apenas um.
A recomendada nesta matéria é Adorned in Ash. O quarteto oriundo de
Pretória (onde fica a sede do Poder Executivo da África do Sul)
executa um BrutalDeath/Black que não deve em nada para muitas bandas
grandes.
Adorned in Ash possui apenas um álbum : ‘The Dead Walk Among Us’ (2014)
e o clip abaixo é referente a música: Broken Glass Reflection
China
Flávio Diniz
Em Copas do Mundo, seus maiores feitos são um vice-campeonato em 1999 e
um quarto lugar em 1995. As chinesas conquistaram também uma medalha de prata
nos jogos olímpicos de 1996 e foram duas vezes vice campeãs do mundo na
categoria sub-20 (2004 e 2006). Na Copa da Ásia, no entanto, o país reina
soberano. Em dezenove edições do torneio, a China chegou à dez finais e foi
campeã oito vezes, mais que o dobro da segunda colocada, Coreia do Norte, com
três conquistas. Um dos momentos mais marcantes para a seleção no torneio
mundial foi justamente no ano em que conquistaram o segundo lugar, quando
registraram uma das maiores goleadas da história das Copas Femininas, um
imponente 7x0 sobre a seleção de Gana. Ainda nesta edição, eliminaram Rússia e
Noruega nas quartas de final e semifinal respectivamente, além de
classificar-se em primeiro lugar com três vitórias sobre Suécia, Austrália e a
já citada Gana. Em 2019, no entanto, para superar suas campanhas anteriores, as
chinesas tem a tarefa nada fácil de encarar no jogo de estreia a seleção três
vezes finalista e bicampeã do mundo, a seleção da Alemanha.
Com muito virtuosismo e presença bem notável dos teclados e
sintetizadores, a banda Black Lake executa um Death Metal
Melódico com diversas influências aqui e ali, como Heavy Metal/Melódico e
Progressivo. Seu único registro é um EP lançado em 2014, intitulado “Fight
Battle War”. 王灿 (“Wáng càn” de acordo com o
Google Tradutor) é a tecladista da banda e tem a às vezes dura tarefa de se
inserir nas composições quase ecléticas do Black Lake, que definitivamente bebe
de inúmeras fontes ao criar. O termo Death Metal Melódico é muito vago para definir
sua sonoridade. Há momentos em que o instrumental executa um Thrash Metal
pegado ao mesmo tempo em que o vocal segue uma linha Black Metal cru com
teclado e baixo injetando peso e notas sinfônicas acompanhadas de coros.
É uma música às vezes complexa e até difícil de entender de primeira, mas longe
de ser ruim. No mínimo vale a pena dar uma chance ao trabalho dos chineses.
Música sugerida: The Immortal Vow :
Grupo C
Austrália
Flávio Diniz
A seleção
australiana de futebol feminino não é uma grande protagonista dentre os times
classificados para o torneio deste ano. Dentre seus grandes feitos no mundial
estão um sexto lugar em 2007 e a participação em todas as edições da Copa do
Mundo desde 1995. Suas melhores campanhas foram em 2007, 2011 e 2015, quando
chegaram às quartas de final. O mesmo se repete nos Jogos Olímpicos.
Participaram de três edições e também nunca avançaram além das quartas de
final. Seus títulos ficam restritos à uma Copa da Ásia (2010) e três conquistas
do Campeonato da Oceania (1995, 1998 e 2003). No entanto, mesmo sem grandes
conquistas, as Matildas (maneira como são chamadas as jogadoras australianas)
são consideradas favoritas do grupo C, que tem ainda Brasil, Itália e Jamaica.
Lideradas pela craque do time, Sam Kerr, a seleção cresce junto com a
empolgação do país com o esporte. Atualmente o futebol é o esporte mais jogado
em clubes da Austrália, vencendo até mesmo o Rugby e o Críquete. Uma boa
campanha neste mundial certamente fará a popularidade do esporte aumentar ainda
mais.
Sem nenhum nome figurando entre os principais do
mainstream mundial, a cena australiana do metal resume-se à inúmeras boas
bandas do underground. Suas principais referências no rock são, obviamente o
AC/DC e o Airbourne, que segue uma linha parecida com a primeira. Na parte mais
subterrânea da música pesada, escavamos o Black Like Vengeance.
Oriunda de Melbourne e fundada em 2005, a banda não é um exemplo de
produtividade. Possuem apenas uma demo e um álbum, mas qualidade sim, possuem
de sobra. Sua música transita entre o Melodic Death/Thrash Metal, com a
nervosa Sheri Vengeance atrás dos microfones, destilando
uma boa variedade de vocais, gutural grave, rasgado e até agudo limpo. Nota-se
uma influência de Arch Enemy e uma pitada de Lamb of God em suas composições.
“Snuff Is My Business” é uma faixa do álbum “Empty As The Day”, lançado em 2007
e dá uma boa ideia do que é a banda. Ouça abaixo:
Itália
Flávio Diniz
Se a
seleção masculina de futebol está entre as três maiores vencedoras da história,
com um tetracampeonato mundial ao lado de Alemanha e um título atrás do Brasil,
a feminina está bem longe disso. Dentre suas melhores campanhas estão dois vice
campeonatos da Eurocopa (1983 e 1999). De sete edições realizadas até o
momento, as italianas só marcaram presença duas vezes e somente em sua primeira
participação, em 1991, foram além da fase de grupos, ficando pelo caminho ao
encarar a Noruega. Com o atual aumento de patrocínios para a seleção e
incentivo de público e mídia, a Itália aspira voos mais altos e busca sua
melhor campanha.
Terra natal de bandas como Rhapsody, Lacuna Coil,
Luca Turilli e Graveworm, a Itália viu em 1988 o surgimento de uma banda
obscura, que abordava temas como ocultismo, bruxaria, magia negra e paganismo.
Essa banda era o Opera IX. Em 1992, juntou-se à banda a vocalista Cadaveria, com vocais rasgados, agressivos e
atmosféricos que casavam perfeitamente à musicalidade sombria do grupo.
Cadaveria gravou três álbuns com o Opera IX, o último intitulado “The Black
Opera: Symphoniae Mysteriorum in Laudem Tenebrarum” é considerado um de seus
melhores trabalhos. Em 2001 a vocalista e o baterista Flegias deixaram a banda,
para iniciar a carreira solo de Cadaveria. Seu primeiro álbum, “The Shadow’s
Madame” foi bem recebido por fãs e mídia. Sua nova música manteve a essência do
que cantava anteriormente, mas com mais liberdade para explorar outras áreas. O
som da Cadaveria é, no geral, mais comercial que do Opera IX, não tão obscuro e
denso, apostando em levadas e peso em certos momentos, com diferentes
influências e que dão um grande resultado final. Sua voz limpa também é mais
explorada atualmente. Cadaveria possui cinco álbuns lançados. A faixa
“Strangled Idols” retirada de “Silence” (2014) ganhou um bem produzido
videoclipe.
Confira
abaixo:
Brasil
Flávio Diniz
Flávio Diniz
O país do
futebol ainda está atrás de seu primeiro título mundial no futebol feminino. A
seleção brasileira, liderada pela capitã Marta, a maior jogadora de futebol de
todos os tempos, ostentando cinco prêmios de melhor jogadora do mundo (sendo
quatro consecutivos) e uma Bola de Ouro da FIFA possui muitas conquistas, mas
na Copa do Mundo, suas melhores campanhas foram um segundo lugar em 2007 e
terceiro em 1999. As brasileiras também nunca conquistaram um ouro olímpico,
mas possuem duas medalhas de prata (2004 e 2008). No entanto, sobram com folga
na América do Sul. Em oito edições realizadas até o momento, o Brasil chegou em
todas as finais e levou nada menos do que sete títulos. Seis, de maneira
invicta. Invictas também foram as três conquistas das medalhas de ouro dos
jogos Pan-Americanos. As brasileiras serão mais uma vez comandadas pelo
contestado técnico Vadão. Longe de ser uma unanimidade e com uma péssima campanha
recente, tendo perdido nove dos últimos dez jogos, o técnico ainda ganhou os
holofotes de forma negativa ao fazer uma confusão geográfica, relacionado a
Jamaica, que está em seu grupo à África. Vadão à parte, a esperança da torcida
fica, mais uma vez sobre Marta, Cristiane, Formiga e companhia.
Destacar uma única banda no Brasil, com ou sem
mulheres em sua formação não é nada fácil. Existe um número imenso de bandas de
qualidade e escolher apenas uma parece injusto. Focando em grupos com mulheres
em sua formação, o que parece é que nunca houve um melhor momento do que o
atual. Durante a escolha, passamos por nomes óbvios e excelentes que poderiam
ilustrar essa matéria fácil e merecidamente, como Nervosa, Torture Squad,
Hatefulmurder, Miasthenia, Sacrificed, etc. O power trio da Nervosa é sempre o
nome de destaque quando o assunto é bandas de metal com mulheres. Certamente no
Brasil é a banda mais ativa e por que não, famosa? Estão sempre excursionando
na Europa, América do Norte e demais locais. Sua luta é tão merecida que
achamos justo usar uma imagem da banda para ilustrar esta matéria. No entanto,
a escolha caiu mais para o lado do gosto pessoal e o som que sugiro como
representante BR é o brutal death metal da Valhalla. Fundada em
Brasília em 1990, a banda contou com as três irmãs Andrea, Adriana e Alessandra
Tavares desde seus primeiros registros. Passaram por diversas mudanças na
formação. Das irmãs, a primeira a deixar o posto foi a vocalista Andrea em
2000. Alessandra, a guitarrista, permaneceu até 2018, deixando somente a
guitarrista Adriana, que gravou também o baixo do último trabalho da banda, o
EP “Evil Fills Me” (2014). Três bateristas homens passaram pela banda, dentre
eles, Kayo Jon, ex-Dark Avenger. Nenhum dos três chegou a gravar nada com a
banda. Atualmente a formação da Valhalla é: Adriana Tavares (guitarra), Ariadne Souza (bateria/vocal) e Michele Godinho (baixo). Ouça abaixo o último
trabalho lançado pelas brasilienses.
Grupo D
Inglaterra
Flávio Diniz
Flávio Diniz
Um
terceiro lugar na Copa do Mundo de 2015 e dois vice campeonatos nas Eurocopas
de 1984 e 2009 são os maiores feitos da seleção inglesa de futebol feminino.
Atualmente ocupam a quarta posição no Ranking Mundial da FIFA, à frente até
mesmo de duas campeãs mundiais, Japão e Noruega. As inglesas chegam à sua
terceira copa do mundo empolgadas pela posição no ranking, pela busca ao
primeiro título e pelo grande investimento milionário feito em seu país pelo
Banco Barclays, patrocinadora da Premiers League. O valor divulgado para o
futebol feminino inglês é de 10 milhões de Libras, o equivalente a mais de 51
milhões de reais. A quantia representa um recorde de investimento em um esporte
feminino no Reino Unido. A Federação Inglesa considera que esse tipo de
investimento será uma transformação no futuro do futebol feminino inglês. A
meta é transformar a Womans Super League Barclays na liga de maior sucesso do
mundo. Dentro e fora do campo.
Com uma carreira consolidada e uma das referências
no estilo Gothic/Doom Metal, o My Dying Bride chegou
esta semana a vinte e nove anos de estrada. A banda foi fundada em junho de
1990 na cidade de Halifax, localizada no Condado de West Yorkshire, com quase
90 mil habitantes. Com treze álbuns em sua discografia e diversos outros
registros, os ingleses convidaram em 2007 a japonesa Lena Abé para assumir o baixo deixado por Adrian
Jackson. A baixista, desde então, gravou três álbuns, além de outros EPs. Lena
também passou por uma banda inglesa chamada Severed Head, de Death/Black Metal
que conta somente com mulheres na formação. As letras do My Dying Bride abordam
desespero, dor, romance e depressão. A música e a atmosfera da banda deixam
tudo isso transparente e casam perfeitamente com os temas. “Feel The Misery” é
o nome do último álbum de inéditas, lançado em 2015. Confira abaixo o
videoclipe da faixa título deste trabalho. Um vídeo com uma grande produção,
entregando à música um resultado pra lá de satisfatório.
Escócia:
Leonardo Cantarelli
Leonardo Cantarelli
O Queen’s
Park é um modesto time da Escócia e atualmente irrelevante no cenário
internacional. Entretanto esse clube de Glasgow é considerado um revolucionário
no jeito de jogar futebol. Muito do que se parece comum dentro das 4 linhas
atualmente, foi o Queen’s Park que implantou.
No final
do século XIX, os clubes de futebol jogavam como as crianças fazem atualmente.
Pegam a bola e vão correndo loucamente até a direção do gol. Foi o Queen’s Park
que introduziu as trocas de passes e procurar outras estratégias para chegar à
meta adversária. Outras sugestões dadas por esse clube foi o intervalo durante
os 2 tempos de uma partida e sugeriu as cobranças de faltas.
O
primeiro amistoso da história do futebol entre países foi Inglaterra x Escócia
e foi idealizado pelo Queen’s Park. Tanto que as cores do time foram depois
adotadas pela própria seleção escocesa (o tradicional azul-marinho). No
momento, o clube disputa as divisões inferiores da Escócia e infelizmente seu
país em competições entre nações está em um terceiro escalão.
Quem vem
honrando a rica tradição da pequena nação britânica nos últimos anos são as
mulheres. Em 2017, as escocesas participaram pela primeira vez da Eurocopa (não
passando da fase de grupos) e agora estrearão em Copas do Mundo. Terão como adversárias,
a arquirrival Inglaterra (onde ambas se enfrentaram na Eurocopa e as inglesas
venceram por 6 a 0), a Argentina e o Japão. O grupo não é fácil e a meta é ao
menos conseguir algum triunfo. Sonhar com uma vaga nas oitavas de final.
Sobre
rock e heavy metal, o grande legado que os escoceses nos deixaram foi o
Nazareth. Surgido no final dos anos 60, o quarteto de Dufermline é considerado
um dos pioneiros do hard rock.
Atualmente
o que predomina naquela região, são bandas de folk e power metal. O grande
símbolo é o Alestorm que adora falar sobre bebedeiras, festas, aventuras e tudo
que anima o ser humano.
Falando
sobre mulheres, o grande destaque fica para The Amorettes. A banda toca um hard
rock/metal extremamente cativante e que nos encanta logo no primeiro minuto de
qualquer música. Há uma pitada de Runnaways e similaridades com a sueca
Crucified Barbara (os vocais e riffs de guitarras).
O
destaque fica para o clipe ‘Everything I learned- I learned from Rock and
Roll.’
Argentina:
Leonardo Cantarelli
Leonardo Cantarelli
O futebol
feminino no continente sul-americano ainda é muito fraco. Principalmente se
comparado com outras potências como algumas seleções europeias, Estados Unidos
e Japão. Na América do Sul o Brasil sobra, enquanto os outros países duelam por
um honroso segundo lugar. Para se ter uma ideia dessa disparidade, na última
Copa América, as brasileiras foram campeãs vencendo os 7 jogos que disputaram,
anotando 31 gols e sofrendo apenas 2. As chilenas foram vice-campeãs, e a
Argentina ficou em terceiro. Com isso, as argentinas fizeram uma repescagem
contra o Panamá, para decidir uma vaga no Mundial da França em 2019. As
Albicelestes bateram as centro-americanas e voltam ao principal torneio entre
seleções, após 2 edições ausentes.
O
sentimento no país vizinho é muito semelhante ao nosso em relação a conseguir
melhores condições de trabalho para as jogadoras. Lutar, protestar e pedir mais
igualdade em relação ao tratamento dado aos homens.
Logo, a expectativa não é grande na França, uma vez que não é favorita para avançar de fase.
Logo, a expectativa não é grande na França, uma vez que não é favorita para avançar de fase.
Em se
tratando de heavy metal, as principais bandas argentinas seguem sendo o Rata
Blanca, com um som e letras extremamente melosos e o A.N.I.M.A.L. que nos
primeiros álbuns praticava thrash metal e depois o estilo ficou próximo do new
metal.
Já o
metal entre as mulheres chama atenção o quão escasso é o número de bandas. Se
encontram poucas e mesmo assim se nota que não possuem tanta popularidade. A
mais famosa é a Boanerges que existe desde o começo dos anos 90 e estilo se
classifica como white/power metal.
No
entanto, a que destaco aqui é o Utópica. Uma banda fundada em 2016, na região
de Buenos Aires, que pratica um metal sinfônico e tem como vocalista Karina
Conicello.Com apenas um álbum lançado, ‘Memórias de Ficción`, o destaque fica
para o clipe da música: Los Olvidados.
Confira:
Japão:
Leonardo Cantarelli
Leonardo Cantarelli
O futebol
no Japão começou a crescer a partir dos anos 90. Até então o esporte preferido
dos nipônicos era o baseball. Atualmente, os dois esportes dividem a população.
No futebol masculino, desde 1998, os Samurais marcam presença em Copas do Mundo
(sendo que co-sediaram uma em 2002 com a Coreia do Sul). Em 3 ocasiões já
chegaram às oitavas de final. Na Ásia já são tetracampeões continentais e
reconhecidamente uma das potências. Há jogadores que atuam em grandes ligas
europeias como Shinji Kagawa e Shinji Okazaki.
Já as
mulheres conseguiram um feito incrível que foi o título da Copa do Mundo de
2011. Após ficarem em segundo lugar na chave, as Samurais eliminaram nas
quartas de final a anfitriã Alemanha e depois superaram a Suécia e na decisão,
nos pênaltis, bateram os Estados Unidos. 3 triunfos sobre 3 favoritas ao
título. Até hoje é a única seleção asiática (tanto no masculino como no
feminino) a conquistar uma Copa do Mundo. Quatro anos depois, foram
vice-campeãs do mundo, sofrendo a revanche diante das estadunidenses na final
(5×2).
Diferente
do futebol, o rock n’roll é uma ‘febre’ há muito tempo na Terra do Sol
Nascente. Desde o primórdio as bandas de heavy metal conseguem sucesso em solos
japoneses. Inclusive muitas brasileiras tem um grande nicho por lá.
O metal
feminino no Japão chamou a atenção nos anos 80 com a Show-ya. Uma banda
totalmente composta por mulheres que pratica um hard rock em alto nível e é
consagrada no mundo todo.
Nos anos 2000 sugiram grupos com uma característica muito semelhante: mulheres com aparência de adolescentes/pré-adolescentes e com algum traje específico (colegiais, roupas que remetem a épocas mais históricas e etc.). Os sons variam de um pop/hard até um power metal. Como um todo, embora seja algo inovador no heavy metal, a qualidade deixa a desejar.
Nos anos 2000 sugiram grupos com uma característica muito semelhante: mulheres com aparência de adolescentes/pré-adolescentes e com algum traje específico (colegiais, roupas que remetem a épocas mais históricas e etc.). Os sons variam de um pop/hard até um power metal. Como um todo, embora seja algo inovador no heavy metal, a qualidade deixa a desejar.
Entretanto,
há grupos que praticam um metal mais tradicional e ‘à moda antiga’. O destaque
aqui fica para as meninas do : Flagitious Idiosyncrasy In The Dilapidation.
O
quarteto oriundo de Tóquio pratica um death/grind de impor respeito. O grupo
existe desde 2001 e já lançou dois álbuns.
Confira
abaixo um vídeo delas se apresentando em um festival de metal:
Grupo E
Canadá:
Flávio Diniz
Flávio Diniz
Definitivamente
o Canadá nunca foi um país de tradição no futebol. A seleção masculina
participou de uma única edição de Copa do Mundo. O fato ocorreu em 1986 no
México, quando foram eliminados ainda na fase de grupo após perder as três
partidas para União Soviética, França e Hungria. A seleção feminina, no
entanto, possui feitos mais notáveis. Em 2019, na oitava Copa do Mundo
realizada, o país chega à sua sétima participação. Seu melhor desempenho
ocorreu em 2003, quando as canadenses chegaram à semifinal, registrando a
quarta posição do torneio. O Canadá foi o país-sede da última edição da Copa do
Mundo de Futebol Feminino e avançou além da fase de grupos, ficando pelo
caminho nas quartas de final, ao encarar a Inglaterra. Visando ganhar mais
notoriedade no esporte, o país iniciou sua primeira liga profissional em 2019,
deixando de ser, portanto, o único país de toda a América que não possui uma
liga profissional. Em 2026, ao lado de México e Estados Unidos, o Canadá será o
país sede da Copa do Mundo de Futebol. Portanto, já de olho no futuro próximo,
os canadenses passam a investir e olhar mais para o esporte.
Se por um lado, o Canadá não tem tradição no
futebol, no metal, a história é outra. Só para citar alguns nomes formados há
muito tempo e na ativa até hoje, tendo conquistado o respeito de bangers e
mídia, temos Anvil, Voivod, Exciter, Kataklysm e Annihilator. A cidade de
Montreal também realiza o Heavy Montreal, evento anual que convida inúmeras
grandes bandas do metal mundial. Também de Montreal vem a banda escolhida para
representar o país neste especial. Com uma discografia curta, o Vehemal possui apenas um álbum. Lançado em 2014 e
intitulado de “The Atom Inside”, o full-length exprime sonoramente um black
metal de muita qualidade. Técnico e com uma proposta muito interessante,
alternando entre inglês e francês suas letras sobre o cosmos, a via láctea, o
universo e outros assuntos mais complexos. A banda possui duas mulheres em sua
formação. Martine Bourque (vocalista
dona de poderosos vocais rasgados) e Mélanie Goulet (tecladista).
Essa última juntou-se à banda somente após o lançamento do álbum. Veja abaixo o
videoclipe de “Cosmic Collision”.
Nova Zelândia
Leonardo Cantarelli
Leonardo Cantarelli
Ao falar
sobre esportes na Nova Zelândia, sempre nos lembramos do rugby: o mais popular
daquele país. A seleção, chamada de All Blacks, é famosa mundialmente por fazer
aquela dança apelidada de Haka (originária dos Maori), antes dos jogos. Parece
que os atletas estão ‘possuídos’. O rugby neozelandês é uma referência mundial.
Já o
futebol, tanto o masculino como o feminino, tem a mesma característica: dominam
a Oceania (a Austrália se filiou a Ásia) goleando facilmente seus oponentes,
mas fora de seu continente sofrem para conseguir bons resultados. São meros
coadjuvantes.
Esta será
a quinta participação das All Whites em Copas do Mundo. A meta é ao menos
conseguir uma vitória, o que não houve nas outras edições. Até o momento, as
neozelandesas disputaram 12 jogos, empatando 3 e perdendo os outros 9. Foram 7
gols anotados e 29 sofridos. Será que farão história na França?
Já sobre o heavy metal, há vários grupos bons,
embora não sejam populares no Brasil. O meu destaque fica para o Devilskin. O grupo oriundo de Hamilton (quarta maior
cidade do País), possui 2 álbuns lançados. O grupo, que tem como
vocalista, Jennie Skulander, pratica um Heavy
Metal típico de muitas bandas surgidas nos anos 2000 (com ênfase maior nos
riffs de guitarras e menor nos solos). A música que destaco é Never See the
Light, do debut We Rise (2014).
Holanda
Leonardo Cantarelli
Leonardo Cantarelli
Tanto no
futebol como no heavy metal a Holanda deixa o seu legado e a sua marca.
Diversos nomes, times de futebol e bandas estão na história.
Falando
das 4 linhas, os Países-Baixos possuem 3 vice-campeonatos de Copas do Mundo
(1974,78 e 2010). Nos anos 70, a equipe que tinha como jogador principal Johan
Cruyff, praticou um futebol brilhante, inovador e eficiente chamado ‘Carrossel
Holandês’. Um esquema onde os jogadores não tinham posição fixa (exceção ao
goleiro), todos participavam tanto no ataque como na defesa. Estilo conhecido
também como futebol total. Embora, não tenha sido campeão, foi esse time,
principalmente, que inspirou o Barcelona de Guardiola, multicampeão nos anos
2000.
No
futebol feminino, as ‘Oranges’ vivem um grande momento, pois em 2017 faturaram
o seu primeiro título: a Eurocopa (o time masculino faturou em 1988). Esta será
a terceira participação em uma Copa do Mundo (foi semifinalista em 2009) e a
meta é fazer uma campanha boa e ficarem na história, assim como o time
masculino ficou. O destaque individual fica por conta da meia/atacante Lieke
Martens, que atua no Barcelona e que já recebeu comparações com o craque Lionel
Messi. Ela foi eleita pela Fifa a melhor jogadora do mundo em 2017.
Já no
Heavy Metal a principal marca é o Metal Sinfônico. Geralmente quem canta é uma
mulher. As mais famosas são a extinta After Forever e Épica. Floor Jansen
(atualmente no Nightwish) e Simone Simmons são endeusadas mundo afora, por suas
respectivas belezas, presenças de palco e por serem boas vocalistas.
No entanto, o que quero destacar aqui é o Delain. A banda fundada em 2002 possui 5 álbuns de
estúdios e não deve nada para os grupos mais famosos. A cantora Charlotte Wessels está no mesmo patamar de outras
frontwoman.
Confira o
clipe Stardust:
Grupo F
Estados Unidos
Flávio Diniz
Flávio Diniz
As
estadunidenses são a grande sensação do futebol feminino mundial. Possuem três
títulos da Copa do Mundo, um vice-campeonato e por três vezes ficaram em
terceiro lugar da competição. Quando se trata de jogos olímpicos, os números
também impõem respeito. São cinco medalhas, sendo quatro de ouro e uma de
prata. Pelo retrospecto, as americanas entram na competição como favoritas ao
título. Mas se você acha que o tetra mundial é tudo que as jogadoras querem,
você passou longe da realidade. Recentemente algumas atletas entraram em rota
de colisão com a Federação Americana, abrindo um processo por equidade de
gêneros, onde reivindicam melhorias salariais, de estrutura e até de tratamento
de ambas equipes. Pelo favoritismo, elas sabem que tem a atenção dos holofotes
neste momento e fazem uso disso para dar visibilidade à sua luta. Vinte e oito
atletas entraram com uma ação contra a USSF (Federação de Futebol dos Estados
Unidos) por discriminação de gênero.
Um verdadeiro reduto do metal extremo e de gigantes
do metal mundial, como o big four (Metallica, Slayer, Megadeth e Anthrax), além
de nomes como Cannibal Corpse, Death, Morbid Angel, Obituary e Deicide, as
bandas com mulheres na formação se concentram mais no underground nos Estados
Unidos. Décadas atrás, no entanto, algumas mulheres colocaram seus nomes em um
lugar de grande importância no Heavy Metal e Rock n’ Roll mundial. Podemos
citar como exemplo a banda de rock n’ roll, formada por quatro mulheres, The
Runaways, que posteriormente rendeu uma carreira solo, mesmo que mais discreta,
de Lita Ford; Chastain, que retomou as atividades em 2013, com a vocalista
Leather Leone, que também segue carreira solo; além da vocalista Wendy O.
Willians, vocalista performática que executava um hard rock/punk e foi a responsável
por introduzir o moicano na cena punk americana. A banda Plasmatics possuía
performances polêmicas com explosões de equipamentos e nudez nos palcos. Com
uma sonoridade bem diferente e uma cultura um tanto distante daqueles anos, a
banda que selecionamos é de Massachussetts e foi fundadada em 2005. O som
da Abnormality é um Death Metal brutal, técnico e na
velocidade da luz que remete à bandas como Dying Fetus e Suffocation. A
responsável pela voz do fim do mundo é Malika Sundaramurthy,
com um gutural de respeito que chega a lembrar ao de Mayara Puertas, do Torture
Squad. A Abnormality possui três álbuns lançados. O último “Sociopathic
Constructs” foi lançado em maio deste ano. A faixa “Curb Stomp” é a última do
full-length. Confira o videoclipe abaixo.
Tailândia
Leonardo Cantarelli
Leonardo Cantarelli
Ao ter
que falar do futebol da Tailândia, lembrei –me de um período em que
entrevistei, em momentos diferentes, brasileiros que atuaram por equipes de lá.
O foco era saber o motivo de irem à Tailândia e o que achavam do futebol
local. Me diziam que havia um grande investimento para a evolução do esporte e
eles têm como meta disputar pela primeira vez uma Copa do Mundo. Inicialmente,
a intenção era em 2022, pois havia a notícia que iria ter um aumento de 32 para
48 participantes. Recentemente a Fifa confirmou que esse aumento será apenas em
2026.
No
entanto, os jogadores que tive contato não acreditavam em classificação a curto
prazo, pois o nível técnico dos tailandeses ainda é muito fraco. Os tailandeses
ainda tem muito o que evoluir para conseguirem chegar em uma Copa do Mundo.
Quando
realizei as entrevistas era nítido que falávamos apenas do futebol masculino.
Este ainda segue sendo um coadjuvante no esporte mais popular do planeta.
Entretanto as mulheres já alcançaram esse objetivo e disputarão pela segunda
vez uma vaga na Copa do Mundo e serão uma das representantes asiáticas na
França em 2019.
O futebol
feminino tem como investidora Nualpham Lamsam, conhecida como Madame Pang. Ela
é banqueira, presidente de um time (Port F.C.) e manager da seleção feminina. A
magnata ainda emprega as atletas em suas empresas. Uma grande
incentivadora da modalidade.
Yohei
Shiraki, diretor técnico da seleção feminina da Tailândia, afirma que o
objetivo dessa vez é buscar uma vaga nas oitavas de final.
“Esta
será a nossa segunda participação em Copas do Mundo e estamos motivados para
conseguir uma vaga às oitavas de final. Passar de fase será o nosso objetivo,
já que em 2015 não conseguimos. Estamos confiantes e temos totais condições
para isso”, disse o dirigente, que é japonês, em entrevista exclusiva para esta
matéria.
Agora falando sobre heavy metal, o destaque fica
para Dear Sinner que pratica um agradável
Gothic/Sinfônico-Metal e possui duas vocalistas: Ning (principal) e Yew(soprano).
O grupo oriundo de Bangkok possui 2 álbuns lançados. Sin foi o primeiro e saiu
em 2010. O último foi o Faith em 2014.
O clipe abaixo
é da música Crimson Moon do último disco gravado.
Chile
Flávio Diniz
Flávio Diniz
Na oitava
Copa do Mundo de Futebol Feminino, o Chile chega à sua primeira participação.
Dentre as campanhas de destaque, as meninas ficaram duas vezes em terceiro lugar
(1995 e 2010) e em outras duas ocasiões foram vice-campeãs da Copa América
(1999 e 2018). A última vez, no ano passado, o segundo lugar ocorreu quando
foram o país-sede da competição. A derrota na final para o Brasil, no entanto,
pode não ter deixado um gosto tão amargo, já que a posição final lhes deu a
classificação para a Copa do Mundo da França e uma vaga na repescagem para os
jogos olímpicos de 2020 em Tóquio. As chilenas disputarão a vaga contra as
segundas colocadas do Campeonato Africano de Futebol. Devido ao baixo
investimento no futebol feminino do país, dez das vinte e duas jogadoras da
equipe principal atuam fora do Chile. Com o nome já marcado na história da
seleção feminina após a inédita classificação para o mundial, as chilenas terão
pela frente as seleções da Tailândia, Suécia e a tricampeã Estados Unidos.
Conhecido por ser um país apaixonado pelo Heavy
Metal, os shows em seus territórios sempre lotam estádios de bandas grandes, e
assim, a capital Santiago foi o local escolhido para a gravação do CD/DVD “En
Vivo!” do Iron Maiden, na turnê do álbum “The Final Frontier”. A gravação capta
com maestria o fanatismo dos chilenos pela banda e pelo Heavy Metal. Além
disso, é de conhecimento geral que o país também é a terra natal de Tom Araya (vocalista
e baixista do Slayer). O Chile é lar de um enorme número de bandas de metal,
dentre as mais conhecidas estão Ancestral e Sadism (ambas Death Metal),
Concerto (Power Metal) e Nuclear (Thrash Metal). A busca por bandas com
mulheres na formação não foi das mais fáceis, mas foi gratificante, pois assim
pudemos conhecer o som de Siaskel. Fundada em
2003 em Santiago, a banda executa um Black Death Metal abordando mitologias,
cosmos, morte e rituais antigos. Suas letras são cantadas em espanhol e o
dialeto Ona, falado pelos Selk’nam, povo indígena da região patagônica do sul
do Chile e da Argentina. A guitarrista Ma’hai Jippen juntou-se
à banda em 2005 e gravou os três álbuns, além de outros registros. O último
álbum da banda foi lançado em abril de 2019 e conta com quatro faixas. Mas não
se trata de um registro de curta duração, o álbum possui cerca de trinta e nove
minutos. A música mais curta possui mais de oito minutos. O quarteto destila um
black metal denso com pitadas de death metal, veloz e muito bem executado
altamente recomendável para fãs do estilo. Confira o álbum abaixo.
Suécia
Leonardo Cantarelli
Leonardo Cantarelli
Dentre os
chamados países nórdicos, a Suécia, no masculino, é, sem dúvida, a nação que
tem mais tradição no futebol. Os Blagults disputaram 12 Copas do Mundo, sendo 1
vez vice-campeão (1958) e 4 vezes semifinalista (1938,50,58 e 94).
No
feminino, dentre as nórdicas, há uma boa disputa entre as suecas e norueguesas
para ver quem é a melhor. Ambas estão entre as melhores do mundo também, embora
as meninas da Noruega tenham tido mais êxito.
As
Blagulas até o momento possuem 1 Eurocopa (1984) e 3 vices (87,95 e 2001). Em
Copas do Mundo, a melhor colocação foi um 2º lugar em 2003. Sua última grande
campanha foi nas Olimpíadas de 2016 no Brasil, onde faturaram a medalha de
prata. Já é tida desde antemão como uma das principais forças nessa edição do
Mundial que será realizado na França.
Já no
Heavy Metal, a influência das bandas suecas é nítida no cenário mundial.
Dentre os nórdicos, os grupos suecos e finlandeses são os que mais se
destacam.
Somente
falando das suecas, temos destaques no hard/glam (Crashdiet ,The Poodles), no
Power Metal (Hammerfall, Sabbaton), no Death Melódico de Gotemburgo (In Flames,
Arch Enemy e Dark Tranquility), no Viking Metal (Amon Amarth) e no black metal
(Bathory).
No metal feminino, o grande destaque fica por conta
do Crucified Barbara. O quarteto de Estocolmo, entre
2005/14, lançou 4 álbuns de estúdio e fez um sucesso muito grande com o
hard/metal. Mesmo com o término em 2016, elas seguem sendo uma referência para
muitos garotos e garotas que querem ter uma banda de hard.
A música
que separei é do primeiro álbum (In distortion we trust) e chama I need a
cowboy from hell. Uma paródia com o hit mais famoso do Pantera. Para alguns,
mais polêmicos, soou até como deboche com os rapazes texanos.
Obs:esse especial foi inicialmente publicado no Portal do Inferno